A ruiva abriu seus olhos lentamente tentando reconhecer o local onde se encontrava, sua visão que estava meio desfocada aos poucos ia voltando. Estava no quarto da Arme.

Elesis se levantou ate ficar sentada na cama colocou uma de suas mãos em sua cabeça de modo tentar lembrar-se do que acontecera, fechou os olhos com força e não precisou de muito para se lembrar de tudo.

– Elesis? – Lançou o olhar para a pequena figura de cabelos roxos.

– Elesis? Arme, você esta bem? Sou eu o Sieghart! - Falou a ruiva com um sorriso bobo no rosto.

– S-Sieghart? – Por um momento sentiu seu chão sumir.

– O próprio! – Fez pose. – Que mais seria?

A maga apenas abriu a boca, porem nenhum som foi ouvido, suas pernas tremiam sua mente não pensava mais em nada.

– O que aconteceu Arme? Ate parece que esta vendo um fantasma... – Passou os olhos pela garota de cabelos roxos, observando a mesma ir ate uma das gavetas de sua estante e pegar algo.

– Pra que esse espelho, criança? Eu sei que eu sou bonito, não preciso ficar me olhando sempre no espelho. Tem algo no meu rosto?

Arme mordeu o lábio e fechou um dos olhos, recuando um pouco antes de posicionar o espelho na frente à ruiva.

– AAAAAAHHHHHHHH - Foi tudo que conseguiu pronunciar naquele momento. Ao se olhar no espelho não se via o Sieghart, mas sim Elesis.

– Hmm... – Gemeu o ‘moreno’ na cama entregando que estava para acordar - Dá para parem de gritar? Estou tentando dormi! Alem de estar com uma enorme dor de cabeç... – Virou-se encarando os donos das vozes. Arregalando os olhos a se ver de pé, ao lado da maga – M-mas... O que...?

– Como eu estou ali, se estou aqui?! – Indagou à ruiva, apontando para seu corpo.

– Não aponte o dedo para mim, seu idiota! O que você pensa que esta fazendo no meu corpo? O que eu estou fazendo no seu? – Lançou um olhar de fúria para Arme – O que exatamente você fez?

– Eu acho que a poção trocou vocês de corpo. – Curvou-se um pouco com medo da aura que rondava o corpo do imortal.

– Trocar de corpo? – silencio – ESTA DIZENDO QUE EU TROQUEI DE CORPO COM ESSE FOSSIL?!

– Calma, Ruivinha. Por que todo esse estresse?

– Cala a boca! – Bradou arrancando risadas do moreno, ou melhor, dela mesma.

Fechou os olhos, massageando as têmporas. Por favor, que seja apenas uma brincadeira de mau gosto. Implorava mentalmente. O quarto ficou em um silencio absoluto, sendo apenas quebrado pela voz de Elesis.

– Eu estava pensando... – Começou analisando o corpo do imortal deitado na cama – Meu corpo fica mais bonito aos olhos da Elesis - Sorriu por fim.

– Você... E eu aqui pensando que sairia algo serio disso...

– É isso não é serio? – Riu – Não sabia que me via dessa maneira, ruivinha.

– Dessa maneira? – Indagou.

– Realmente eu fico mais bonito aos seus olhos, mais sexy – Piscou para o imortal. – Tudo isso é para você, sabia?

– Grr, me poupe de seus comentários fora de hora, Sieghart! – Virou-se encarando Arme, segurando-se para não acabar matando seu corpo. Ia precisar dele, e de preferência, inteiro. – Quanto tempo vamos ficar assim?

– Eu não sei... – Admitiu a maga - Vou precisar fazer uma poção para reverter o feitiço... Só que pode demorar. – Coçou o queixo - Primeiro tenho que descobri o que de errado e então tentar fazer o contrario. Ate lá, sugiro que um tente agir como o outro, sabe? Para evitar confusões...

– Ótimo... – Bufou – Estou presa no corpo de um idiota por tempo indeterminado... Minha vida não poderia melhorar.

– Correção, Ruivinha. Você esta presa no corpo de um lindo e Sexy imortal por tempo indeterminado. Assim como eu estou preso no seu lindo e frágil corpo.

– Frágil? – Levantou-se – Meu corpo não é frágil! Retire!

– Calma, Calma, não precisa morder. Mesmo sabendo que você adoraria ver uma marca minha em seu corpo – sorriu malicioso – Pode ficar relaxada, Ruivinha. Juro que cuidarem muito bem disso aqui.

– Eu juro, Sieghart, que quando tudo isso se resolver nem sua imortalidade lhe salvara!

– Claro, claro – Riu gostosamente da ameaça – Terá que treinar muito, criança. Agora, em vez de ficar aqui, escutando ameaças super perigosas de morte, acho que vou para seu quarto, descansar um pouco... Acho que todos aqui estamos precisando, certo?

– Humpf, faça o que quiser. – Bufou – Isso não ficara assim.

– Então esta decidido – Pronunciou Arme – Não adianta ficar aqui reclamando. Tentarei ser o mais rápido o possível na cura...

– Quanto tempo pode demorar ate achar? – Perguntou Sieghart, temeroso.

– A verdade?

– Acho que aguento.

– Não sei, pode levar dias, meses ou talvez, o mais improvável, anos...

– Anos?

– Q-quero dizer, sabe... É quase impossível demorar anos para achar uma cura, sabe? Talvez vocês fiquem assim por, no máximo, um mês! Sem... sem falar que tem o tempo da poção também – Riu sem jeito. – O melhor a se fazer agora, querendo ou não, e cada um ir para seu quarto e descansar um pouco...

– Certo – Suspirou derrotado. – Arme, não demora em achar essa cura... Não sei quanto tempo aguentaria no corpo desse idiota.

– Por que, ruivinha? Não resistiria a beleza do meu corpo?

– Ao contrario, sinto vontade de me matar só de pensar que estou presa no seu corpo – Rosnou – Ou de matar certo alguém que fez isso – Encarou Arme – Infelizmente esse alguém é o único que pode me ajudar, então, por hora ele vive. Mas não garanto nada depois que trocarmos de corpos!

A maga sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Ok, estava morta, já sabia disso quando pensou em escolhê-los como cobaia... Nada tão fora do que havia planejado.

Plano:

Criar uma poção> Usar Elesis e Sieghart de cobaia> Se tudo der certo, todos vivem felizes. Se tudo der errado, ela morria.

Nada tão fora do normal...

Droga, por que tudo não poderia dar certo?

– Bom, já não tem mais nada que precisamos fazer aqui, certo Arme?

– Certo...

– Então... Estou de saída. Boa noite para as duas – Virou-se caminhando em direção a porta – Oh, a propósito – Parou alguns passos para fora do quarto – Você por acaso já tomou banho hoje, Ruivinha?