- “S-s-sssou e-e-e-eeeu!” – disse e começou a rir, debochando de mim.

- “Ah, Ok” – disse e fui ajudar ele a levantar. – “Você está bem?”

- “Não.” – disse sério e olhando pra mim, então começou a rir feito um idiota de novo. Se vissem ele de porre ia pra revistas de cara, ia acabar com a fama dele de cavalheiro. Mas como não havia mais ninguém na festa, não tinha perigo.

- “Vou levar você para seus irmãos.” – disse e ajudei ele a levantar.

-“Não, não.” – disse preocupado. – “Me leva pro banheiro. Eles não podem me ver assim hoje.”

Fiz o que ele pediu. Chegamos no banheiro e ele estava completamente tonto, cambaleou até a pia e começou a lavar o rosto e a nuca. Sentou-se lá por um tempo e depois lavou de novo seu rosto, só que dessa vez molhando todo o cabelo, deixando ainda mais desconcertado.

- “Hei, qual é o seu nome?” – ele perguntou.

PERGUNTOU MEU NOME!

- “Bella”. – respondi, tri na minha, vibrando por dentro.

- “Te vi com a minha irmã.” – disse ele, ainda molhando a nuca.

Concordei com a cabeça.

- “Maneira ruim de se aproximar.” – ele riu.

- “Como é?” – perguntei arqueando uma sobrancelha.

- “Bem, todas que chegam perto de minha família é por minha causa. Só que eles não gostam muito de falar de mim, sabe? Você deveria ter vindo direto a fonte.” – disse se aproximando de mim e sorrindo cinicamente.

- “Acho que está enganado, Edward, e alcoolizado.” – Não era mentira, não me aproximei da família dele por isso, eles são legais, não tinha nada a ver.

- “Tem certeza?” – disse colocando as duas mãos na porta onde eu estava encostada, me prendendo.

Quem esse idiota, tá pensando que é?

- “Absoluta.” – disse encostando-me completamente na porta.

Ele sorriu torto e ficou pertíssimo da minha boca. Quem ele pensa que é? Não que eu nunca tenha tido vontade de beija ele, mas não assim. Imaginei que ele fosse mais romântico. Até imaginava a cena:

“Nós dois em uma praia, ao por do sol, sentados na beira mar. Com uma brisa lenta tocando nosso rosto. Então ele tira uma mecha de cabelo do meu rosto e cola nossas testas. Então ele diz que eu sou a mulher mais linda do mundo, que ele me ama perdidamente e me beija delicadamente, mostrando o quanto ele é apaixonado por mim”

Tá, eu sonho e daí? Algo contra?

Mas independente disse, é bem diferente de um banheiro e ele bêbado.
Quando ele chegou mais perto quase colando nossos lábios dei-lhe um tapa no lado esquerdo do rosto, com toda minha força. Mal acreditei que havia feito isso.

- “Idiota! Como você tem coragem de fazer isso comigo?” - gritou furioso.

- “Você é detestável, asqueroso!” – e saí, deixando ele sozinho lá. Ele me decepcionou e me chamou de idiota, não acredito que ele fez isso comigo.

Saí de lá, tapada de nojo, como ele pode dizer isso de mim, será que ele acha que porque ele estava com a Lauren eu tenho que ser igual a ela? Nunca me enganei tanto com uma pessoa na vida.

- “Bells, onde você se meteu?” – perguntou Jake.

- “Lugar nenhum. Vocês já vão?”

- “Já.” – disse me puxando pela mão. Acenei para a Alice que estava me olhando da sua mesa, ela acenou de volta sorrindo.



Era engraçado como se muda de idéia tão rápido sobre uma pessoa. Como que pode Edward ter se mostrado tão grosso, que ele ia fazer se eu não tivesse batido nele? Me agarrar? Ele podia ser famoso e lindo, mas ainda assim era um idiota de marca maior.

Senti um aperto enorme no coração por aqueles garotos terem que viver com ele, ele era fútil, mimado e arrogante. Um idiota! Dormi muito mal aquela noite, não só porque perdi meu ídolo, mas também porque a Ang ficou me contando como ela amava o Ben e tudo mais. Muito engraçada ela apaixonada. Contei pra ela do Edward, ela achou ele idiota. Culpa dele.

Mas eu ainda não estava satisfeita, como ele podia ser assim? Ele não tinha o direito que me tratar feito uma qualquer.

Ai, e o pior era o tédio que essa cidade me fazia sentir. Nada me agrada por aqui nessa época. Sinto falta de patinar. Sinto falta de me apresentar. Preciso demais de animo! Quero novidades, movimento! Ê cidade mais chata!





EDWARD POV

- “COMO … QUE …?” – perguntei incrédulo, isso não podia estar acontecendo comigo.

- “Isso mesmo que você ouviu! Isso já passou dos limites, você esta se tornando uma pessoa extremamente arrogante, não foi essa a educação que eu te dei!” – disse meu pai calmo, como ele podia se manter calmo?

- “Não, pai, não. Eu vou mudar, eu juro!” – tentei apelar.

- “Não tem mais conversa, Edward. Já chega de ‘eu mudo, eu mudo’! Você diz isso sempre e nunca faz nada pra se corrigir. Semana passada na festa foi a gota d’água, como você teve coragem de falara aquelas bobagens pra aquela garota? A Lauren?” – gritou ele – “ Foi Ridículo! Você vai pra Forks, sim senhor! Comigo e seus irmãos!”

Eu fiquei tão bravo que saí e deixei ele falando sozinho. Grande coisa eu ter xingado a lauren, quem mandou ela ser chata? E depois, é obvio que eu ia chegar tarde naquela festa, eu tinha ido a Seattle ver se tinha alguma coisa decente pra se fazer por lá. Eu não podia me mudar por isso, isso era péssimo! E o pior era que eu era o único que não estava feliz com a mudança de ‘ambiente’. Meus irmãos estavam felizes em se mudar pra aquele fim de mundo, eu não. Porque junto com a mudança viriam os “Nãos”

Ou seja: “Não poderei atuar”, “Não poderei dar shows”, “Não poderei sair e voltar tarde.”

Isso era o fim! Eu era f a m o s o, será que isso não vale de nada, não?

- “Maninho!” – gritou, Alice, praticamente pulando em cima de mim. – “Você sabia que a gente vai morar em Forks?” – perguntou com os olhos brilhando – “Vou poder ser amiga próxima da Bella!” – Não deixei ela terminar a frase bati a porta do meu quarto na cara dela. – “VOCÊ … UM IDIOTA E EU TE ODEIO, EDWARD! VOCÊ … DETESTAVEL!” – gritou ela do outro lado da porta.

Ah sim, num minuto eu sou o ‘maninho’ no outro o ‘detestável’.
Hei, isso me lembrou alguma coisa... Mas não consigo lembrar direito o que é. Maldita festa de forks, eu bebi tanto que eu não lembro de nada. Tudo parece muito longe e desfocado. Essa mudança vai ser ridícula. Eu tenho uma vida aqui, eu tenho amigos. Como Victória e James vão viver sem minha presença. Como James vai saber chegar em garotas sem mim e como Victória vai apagar seu fogo? Ahh é, e põe fogo! Peguei uma revista e eu estava na capa, mas o que me chamou atenção foi uma menina de cabelos e olhos castanhos com cara de louca gritando atrás de mim. Ela estava muito vermelha e com a boca exageradamente aberta. Eu ia sentir muita falta disso. Dos gritos, das mulheres fáceis...

Foco, Edward, Foco.

Mas eu sabia que não havia solução, não tinha o que eu fizesse que mudaria meu pai de Idéia ele conseguiu o emprego de diretor do hospital de lá, e ele sempre gostou daquela cidade. Vai ser assim, eu sei. Fora que todos estão adorando, gostaram de lá. Só eu que penso nessa casa. Em uma semana todos vão estar implorando pra voltar. Alice vai quer seu shopping de novo, Jasper uma biblioteca maior, Emmet mais lugares para praticar esportes e Rosalie mais gente pra admirar sua beleza. Não entendo, todos são tão diferentes e mesmo assim estão juntos. Digamos que todos somos filhos do Carlisle, mas nenhum de nós é irmão. Somos adotados, sabe? Mas isso nunca significou nada pra nós.

Como não havia jeito, o negocio era fazer as malas e me despedir dos meus amigos. Porque afinal de contas, estaremos partindo domingo rumo a forks, ou seja, apenas mais um dia de civilização.Ou talvez até seja bem interessante essa ida a Forks, sou conhecido lá. Talvez arrume algumas distrações por lá até fazer meu pai me mandar de volta pra Los Angeles. Aquela cidade irá finalmente ser freqüentada por gente decente comigo lá. Vou por aquela paz a baixo!



Sábado havia passado voando e segunda começaríamos na nova escola, meu pai havia sido rápido. Muito esperto. Como somos seis e nossos carros iam demorar para chegar lá, resolvemos ir três em dois dos carros, assim daqui a duas semanas chegavam os outros. Fui com Alice e Carlisle no meu volvo. E Emmet foi com Rosalie e Jasper no seu Jeep. Meu pai ficaria usando meu Volvo até seu carro chegar e nós usaríamos o jeep do Emmet para ir a escola, pelo menos. Meu pai tinha uma casa em Forks que ele tinha comprado a uns anos. Ela era bem grande e espaçosa, só que era meio afastada da cidade. Não que isso não fosse uma coisa boa. viajar é muito cansativo quando se está no limite de velocidade com seu pai ao lado. Já estava cansado de Forks e nem havia chegado ainda. Alice estava superanimada e louca pra começar as aulas no colégio que havia lá. Disse que ia ser superinteressante, que ela ia adorar começar uma vida normal. Tradução: “Não chame atenção, Edward.” Eu sabia que meus irmãos não gostavam de ter um irmão famoso. Talvez fosse até ciúmes, mas eu não ia arriscar perguntar. Eu gostava demais de quando éramos crianças, antes dos meus filmes começarem e tudo mais. Era só nós, sem fama, sem brigas. Suspirei ao lembrar disso. Forks prometia me dar tédio, já estava sentindo daqui.


Depois de algumas horas de viagem, finalmente chegamos ao nosso destino. O céu estava nublado e a cidade quase vazia, mas estava muito quente. Meu pai disse que nos domingos as pessoas gostavam de ir a la push passear e tomar banho de mar. Era uma praia da reserva indígena que havia aqui e era muito bonita. Descarregamos todos as malas e fomos para nossos quartos. Chegar ali depois de tanto tempo, era engraçado. Minha família não vinha aqui desde que minha mãe morreu. … a dona Renée faz muita falta, tanto pra mim quanto para meu pai.

A casa esta empoeirada e fechada. Com todos os moveis cobertos. A medida que íamos entrando, mais ficava sentido com a falta de minha mãe, mas não ia ser um bebezinho, eu era o terceiro mais velho. Fui para meu quarto e começou a tirar os panos de lá. Tudo estava muito empoeirado. Abri a janela na esperança de que todo aquele pós saísse de lá e dei de cara com um matagal do lado da minha janela. Perfeito, moro no meio do mato.

“ – Oi, Bella!” – disse Alice na porta do quarto, falando ao celular. A tal Bella respondeu e ela seguiu – “Eu sei que é cedo. Desculpe. Estamos aqui em Forks, não é o máximo?” – disse animada. Outro tempo pra pessoa responder – “… eu sei! …, vamos ficar...bem... um bom tempo por aqui.” – disse olhando pra mim – “Me diga onde você mora.” – a Bella respondeu e ela desligou o telefone.

“Quer ir visitar a Bella comigo?” – perguntou animada.

“Não.” – disse carrancudo. Ela revirou os olhos e saiu. …, ela é bipolar.


POV BELLA

Como assim me ligar as nove da manhã pra saber meu endereço? Ela é louca? Eu havia a visto semana passada. Eu até senti saudades, mas nunca imaginei que ela sendo irmã de quem é, fosse me ligar novamente. Achei que tinha até me esquecido.
Me afundei na minha cama, tentando dormir novamente. Mas eu sabia que não ia conseguir dormir de novo, não com a luz no meu quarto. Detesto essas janelas. Minha mãe, Esme, ela é decorado de casas. Digamos que ela ficou muito famosa com esse tipo de trabalho. Ela ganha muito dinheiro. Nossa casa é uma das maiores daqui e com certeza a mais bem decorada. Desde a piscina ate o banheiro. Minha mãe é um gênio!

Fui para o meu banheiro particular e tomei um banho. Precisava muito de um banho pela manhã. Me ajudava a refrescar as idéias e colocar meu cabelo no lugar. Me sequei e coloquei um biquíni azul marinho de tiras, protetor solar e chinelos e parti rumo piscina.

Sempre que eu acordava antes das dez eu fazia isso. No caminho passei por uma revista que me chamou atenção, tinha Edward e Lauren na capa e dizia bem grande: “NAMORADOS?”, porém o que me chamou atenção foi a figura horrenda lá de trás. Ela estava com a boca aberta demais, vermelha e se esguelava gritando. Eu até ri. Era eu, sabe? Eu nunca fui fotogênica, mas aquilo era demais. Até lembrei daquela série: “Olha só como eu saí, até eu ri de mim”.
Atirei a revista em cima da mesa de novo e fui pra piscina, mas a campainha barulhenta me impediu. Engraçado uma visita tão cedo.

“- Deixa que eu abro, Carminha!” – gritei pra minha empregada. Ela era um amor de pessoa, mas era mexicana. Ela quase não entedia nada que nós falávamos.

Abri a porta e me deparei com quatro rostos sorridentes e conhecidos.

- “Não acredito!” – disse sorrindo e abracei a Alice.

- “Chegamos em má hora?” – perguntou Emmet levantando uma sobrancelha, por causa do meu biquíni.

- “Não.” – disse corando – “Entrem!” - disse dando passada pra eles – “Garotos, vocês querem tomar banho de piscina?”

- “De roupas, Bells?” – disse Rosalie critica.

- “Eu empresto.” – e sai as carregando. Como os rapazes estavam de bermudas de pano, não haveria problemas em molhar, eu emprestei um biquíni rosa para a Alice e um de oncinha que eu havia ganhado da minha mãe natal passado e nunca havia usado pra Rose.

Passar um tempo com esses garotos era muito engraçado. Nos conhecemos a pouco tempo, mas eles me parecem conhecidos de anos. Eu liguei o rádio e começamos a jogar vôlei dentro d’água. Era muito engraçado ver o Jasper sendo afogado pelo Emmet e a Alice pulando em suas costas tentando salvar seu namorado. Morri de rir.
Minha mãe apareceu na porta e falou:

-“Hei, filha, convide seus amigos para tomar um café com a gente.”

Não precisei perguntar, o Emmet saiu correndo da piscina entrou para casa para comer mais rápido que o “The Flash”, arrancando gargalhadas de todos.

- “Mas então garotos, vocês vão ficar aqui por quanto tempo?” – perguntou minha mãe.

- “Nós nos mudamos pra Forks. Todos nós! Papai estava irritado com o Edie então viemos pra cá.” – disse Alice sorridente – “Chegamos essa manhã.”

Eu me engasguei. Tive um acesso de tosse, morri e ressuscitei. Como assim todos vocês? Isso incluía Edward? Será que ele lembra como ele me tratou no banheiro?

- “Isso é muito triste, garotos” – disse minha mãe doce.
Triste nada, isso era horrível! Edward era um demônio, ele era detestável. Arrogante e asqueroso. E eu nem sei bem porque tenho tanta raiva dele.

Emmet soltou uma sonora gargalhada e disse:
“- Triste é Edward comer o café da manhã preparado por Carlisle! Não sei qual dos dois é pior na cozinha.”
Todos riram com seu comentário.

-“Não vamos então deixar o pobre coitado do garoto pior, convide ele e seu pai para almoçar aqui hoje. Sei como é mudanças. Todos vocês terão a honra de provar meu famoso assado” – disse sorrindo em falso convencimento.

- “Não perderia por nada.” – Emmet estava apaixonado pela minha mãe ou o que?
Que droga, mil vezes droga! Não acredito que Edward vai almoçar aqui hoje; a um tempo atrás pularia de felicidade e agora estou detestando. Reclamar seria indelicado, mas aqui ele não poderia vir.

- “Mas, mãe, a gente não vai pra nossa casa lá em La push hoje?” – tentei apelar. Ela adorava La push.

- “Ué, podemos ir. Vocês podem ir com a gente.” – disse alegremente. Todos concordaram e começaram a conversar novamente.

- “Mas, mããe...” – eu tava muito chata – “Edward e Carlisle não vão achar a casa.” – Na verdade eu estava rezando pra que eles não achassem, em especial Edward.

- “Filha, vocês parece não querer que eles apareçam por lá!” – minha mãe me repreendeu.

- “Eu quero, mãe...” – respondi corando.

- “Então você busca Carlisle e Edward com Emmet enquanto eu levo os outros pra praia.” – COMO … QUE …? NÃÃÃÃO PODE ESTAR ACONTECENDO COMIGO! E eu sabia que não poderia nem retrucar dessa vez, ela usou o tom de autoridade.