“AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!”

“LINDO, LINDO, LINDO! EU TE AMO!”

“UMA FOTO, UMA FOTO, POR FAVOR SÓ UMA FOTO!”.

Bom, eu sei que é complicado de entender colocando assim, mas digamos que é perfeitamente simples. Essa zona aí foi a vinda o Edward Cullen à minha cidade, para divulgação do seu novo filme. 

Não que eu as critique, aliás, a que estava gritando que ele era lindo era eu. Ah, gente qual é? Ele é tudo! Sério, como eu queria pra mim. Mas voltando a vinda dele a Forks, eu estava muito ansiosa há uma semana atrás, quando descobri que ele viria.

Digamos que fontes seguras (lê-se Ângela Weber), me avisaram e eu simplesmente surtei.

Não porque eu ia conhecer ele pessoalmente, claro que não!

Isso não era nada perto da quantidade monstruosa de garotas da minha escola que estavam até de faixas prontas pra vinda dele.

Como que se pode alimentar sonhos e se escabelar pra o seu ator-cantor-tudo-de-bom se vai metade da população feminina do colégio junto? Gente, quero exclusividade, poxa! Entretanto, mesmo com a muvuca de gente, nunca na minha vida pensei em perder a oportunidade de conhecer ele pessoalmente, isso estava fora de cogitação!

Hello! Era Edward Cullen!

Mas enfim, o que mais me irrita é que eu só fiquei sabendo que ele vinha, porque a vaca da Lauren contou. E como ela ficou sabendo? Porque Sr. Mallory era um dos organizadores do “Evento”. E ela não só espalhou a noticia, como também disse que conseguiria ingressos pra festa dele, convites VIPs! Quem sai distribuindo convite VIP pra vinda do maior astro de todos os tempos pra um bando de colegiais desmiolados?

A Lauren!

Ela fez só pra chamar atenção. E o pior foi que ela conseguiu! E ela ainda me deu um. Af. Ela fez isso só pra me irritar, eu sei. Mas eu aceitei, óbvio, não ia recusar um convite vip pra festa do Edward, não. NUNCA! Mas sei lá, é dor de cotovelo, sabe? Como o pai dela é organizador de tudo e um dos mais “influentes” dessa “grande” cidade, ela vai com ele um pouco antes da festa pra lá, pra ver os últimos detalhes e é óbvio que ele vai estar lá. Porque o ideal da educação era ele recepcionar os convidados.

Eu acho que em uma semana, essa festa se tornou o maior evento de anos da nossa cidade. Não sei se é porque é muito improvável um “superastro” vir à nossa cidadezinha ou se é porque eles pararam a rua do lugar onde ia acontecer a festa.

Como eu era confirmada nessa party, Ângela dormiria aqui essa noite e iríamos juntas. Ela era minha única amiga de confiança daqui, depois tinha a Jéssica Stanley, mas ela não era de confiança. Até porque ela andava mais com a Lauren do que comigo, então ela era uma anti-Bella.

E eu não suporto anti-Bellas.

 A Lauren é anti-mim, porque eu sou melhor amiga do seu ex-namorado, e até hoje ela jura que eu que fiz eles terminarem. Isso é ridículo. Jacob e eu sempre fomos amigos, desde que eu me entendo como gente. Billy Black é quase da família pra a minha mãe e não tem nada que eu preserve mais do que a amizade do meu Jake.

Ele foi o único que me apoiou em tudo e me protegeu de todos, inclusive da Lauren.

Bem feito pra ela!

Mas eu sei que ela só me deu um convite pra dizer pra todos que ela é melhor do mundo e que ela superou. Aé, aé. Eu sei que ela ainda corre atrás dele, ele me contou. Mas é segredo. Infelizmente.

Bom, mas voltando ao que está acontecendo na frente do hotel onde o Edward está:
Milhares de garotas(todas as da cidade, pelo menos) se apertando atrás de seguranças mal encarados e enormes. Eu nem sei como aqueles engravatados conseguiam agüentar toda aquele empurra-empurra das garotas querendo passar.

 Milhares de garotas com cartazes com várias frases escritas, tinha uma apelona lá, que tinha escrito uma carta e estava esperando pra atirar nele quando ele passasse; Uma carta com milhões de “Eu te amo”. Mas afinal, quem não ama ele?

- “AAAI, LINDO, LINDO EU TE AMO! CASA COMIGO, CASA COMIGO, EDWARD”. – desesperada! Droga, isso foi perto do meu ouvido.

Mas confirma o que eu disse. Ele nem chegou ainda e está todo mundo pirado atrás dele. Imagina quando ele aparecer? Elas vão ficar insanas! Geral pro hospício. Os gritos daqui, não deixam eu ouvir nem o meu pensamento e ele nem chegou ainda.

-“ Bella, acorda” – gritou Ângela pra mim. – “Ele já vai chegar, vamos lá pra frente.”.

Aé, como se fosse fácil passar por toda aquela galera, mas Ângela foi. E se saiu muito bem, porque ela foi me puxando pela mão, atropelando todo mundo pela frente. Os seguranças estavam tapando nossa vista, isso já estava me deixando louca.

Eu estava tentando enxergar pelo meio dos braços de um cabeçudo engravatado quando os gritos duplicaram. Eu não precisava nem olhar pra saber que ele havia chegado

.Mas eu ia olhar, ele havia chegado!

AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH! EU NEM ACREDITO, VOU CONHECER ELE PESSOALMENTE!

Eu fiquei muito agradecida por uma garota ter tentando pular a “cerquinha” que ajudava a nos separa do Edward, porque o segurança que me atrapalhava a vista foi tirar ela de lá e me deixou livre pra enxergar os incríveis olhos verdes, que a principio pareceram surpresos e depois brilharam com um lindo e de tirar o fôlego, sorriso torto. Ele desceu do carro de um jeito que merecia câmera lenta, e os gritos triplicaram.

Ele estava sorrindo pra todos e esbanjando simpatia, ele era exatamente como eu havia imaginado: lindo e simpático.

Bem diferente da definição de Jacob: “Metido e bem maquiado.” … Jake, não é perfeito, ele não gosta do Edward. 

Edward, desceu e ficou ao lado da limusine esperando; de lá saíram mais duas pessoas: Sr. Mallory, e depois, com a ajuda do cavalheiro Edward, a Lauren. Puuuts! Era por isso que ela não estava aqui, porque ela estava com ele. Eu não a c r e d i t o!

Ok, inspira, expira. Relaxa, Bella, você está vendo ele, isso já é mais que suficiente.

Então ele, com uma Lauren pendurada no seu braço, estava andando em direção ao hotel. Vários repórteres fotografaram e eu me esgoelei gritando, junto com toda a população feminina ali presente.


 “AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!”.

“LINDO, LINDO, LINDO! EU TE AMO!”.

“UMA FOTO, UMA FOTO, POR FAVOR SÓ UMA FOTO!”.


Foi tudo muito rápido, vários flashes e vários gritos e quando eu vi ele já havia entrado. E não fazia menção alguma de que ia sair tão cedo.Wow, que droga! Foi rápido demais. Não é justo.

”Vamos, Bella, você está muito vermelha!” disse Ângela sorrindo “ Vem, temos que nos arrumar pra a festa.”


E foi só? Eu ainda dei uma ultima olhada esperançosa pra porta do hotel, pra ver se ele não ia sair de lá, vi que não. Então deixei Ângela me rebocar por meio a multidão, ainda gritante, de garotas e entrar na minha querida caminhonete.

*

 “Você viu, Ang? Como que aquela Laurenzinha conseguiu entrar de braço com o Edward no hotel?” disse indignada. “Aii!” reclamei, quando ela forçou ainda mais o vestido, pra ele passar por minha cabeça.

-“Ela é...rápida.” – disse arregalando os olhos em falsa surpresa. Me fez rir. Ela era observadora, sempre guarda tudo pra ela. O que é uma droga! Ia gostar se ela falasse mais e observasse menos.

“Isso é ridículo, Ang, você quer enfiar a França em Paris!” eu reclamei enquanto ela praticamente me empurrava pra dentro do vestido preto justíssimo tomara que caia, com uma barra grossa branca em baixo, pra – acho eu – que pudéssemos caminhar.

“Nãããão, Bella!” disse com voz sofrida de tanto me esmagar pra dentro daquilo  “Você vai ir linda, mais linda que a Lauren...” Ela respirou fundo e puxou o vestido de uma vez pra baixo, me fazendo respirar. “E vai com esse vestido.”
completou, orgulhosa, vendo o vestido deslizar – ok, ok, não forço.

“Você é demais, Ângela.” O vestido tinha ficado muito lindo, e com o escarpam preto havia me deixado ‘adulta’.

O castanho dos meus olhos estava realçado com uma maquiagem prata, com direito a muito rímel e muito delineador. Os meus cabelos, que combinavam perfeitamente com os meus olhos, estavam com cachos singelos e discretos nas pontas, que ficavam caídas sobre parte das minhas costas. 

Ângela era uma espécie de faz tudo pra mim, ela sempre me arrumava pra eventos assim, ela era um gênio. E ela era um gênio muito bem arrumado por sinal, ela havia posto um vestido verde musgo, tomara que caia, rodado até os joelhos e com uma faixa prendendo firme a cintura no mesmo tom do vestido.

Seu cabelo castanho escuro estava liso com as pontas viradas pra fora, em uma escova perfeita. A maquiagem estava leve e delicada, realçando os seus lábios cheios em um vermelho gloss.

“Digam X!” Disse minha mãe, abrindo a porta com uma câmera digital na mão, seguido de um flashe.

“Ow, mãe.” repreendi.

“Mas vocês estão tão lindas, querida!” disse emocionada. “Junte-se a ela, Ângela querida, quero uma foto de vocês duas juntas agora.”

“Não, mãe, você está constrangendo a Ang.”

“Está tudo bem, Bella.”  disse ela já do meu lado “Aqui está bem, Esme?”

“Perfeito!” Flashe.  “Vocês estão deslumbrantes!”.

Droga! Tem algo mais constrangedor do que ver sua mãe te elogiando na frente da sua amiga com uma maquina digital na mão?

Para dar um fim naquilo, disse que ia descer pra esperar Jake. Ele podia não gostar do Edward, mas ele amava festas, e essa ia ser muito boa. Ele ia nos levar, porque ia ser meio constrangedor chegarmos lá com a minha querida caminhonete caindo aos pedaços. Então, como um legítimo cavalheiro, ele nos levaria no seu Volkswagen Rabbit – que ele reconstruiu sozinho.

Ficamos cerca de dez minutos paradas lá na frente de minha casa observando os carros que passavam. Jake não demorou muito, apenas o suficiente pra vermos que não teríamos estacionamento perto do lugar! Eu nunca vi a cidade de Forks com tanta gente como eu via agora!

“Uau, o quem são vocês e o que fizeram com as minhas amigas?” brincou ele, buzinando e sorrindo pra gente, aquele sorriso que te fazia sorrir.

“Muito engraçado, Jacob Black.” disse assumindo o lugar de carona e dando um leve tapa em seu ombro. “Mas você está muito bem também.”

E estava mesmo, com uma calça jeans escura, camisa meia manga e colete jeans, em tons de quase preto. E estava muito cheiroso também, mas o cheiro vinha do seu cabelo completamente desorganizado, ainda meio molhado.

Talvez – só talvez – se ele não fosse tão meu amigo, tão meu família, eu até poderia pensar nele de outro jeito.

 Afinal, ele era a pessoa mais importante pra mim há tantos anos. O único que eu sabia que nunca ia me decepcionar. Mas não tinha condições. Afinal ele era meu melhor amigo e meu único e verdadeiro amor era o Edward.

Ah é, eu me apaixono por astros de cinema, mas nem ligo.

Ele acelerou o carro e foi andando em uma velocidade padrão através das ruas pouco iluminadas da cidade, Ângela acompanhava a musica que estava tocando no rádio, mas eu sabia que ela estava nervosa. E eu também estava, não por ser uma festa, mas por ser uma festa onde o meu ator-cantor-tudo-de-bom ia estar. Eu torcia as mãos nervosamente em meu colo, Jake pareceu reparar.

“Hei, tudo isso por causa de um cara?” disse arqueando uma sobrancelha.

“Desde a produção até as unhas roídas.” respondi meio sem jeito.

Sabia que ele não gostava dessa idéia idiota de eu ser tão viciada em Edward, era ridículo, eu sei, mas era inevitável.

Quanto mais perto íamos chegando, maior era a aglomeração de carros, então Jacob resolveu parar uma quadra antes e fomos caminhando o resto do caminho. Era engraçado andar com ele e com Ângela na rua, se não fosse por ele sempre andar no meio de nós duas e de braço, ia ser uma escadinha, e eu ia ser o ultimo degrau em ordem decrescente.

Chegamos no local e ele estava lotado, para darmos nossos nomes lá na frente tivemos que passar por horrores de garotas e garotos tentando entrar de penetras. À medida que íamos chegando mais perto da porta, maior era o meu nervosismo. Se Jake não estivesse me segurando eu ia cair, com certeza.

Não senti ar nos meus pulmões, eu sabia que não estava respirando, mas não me importava. Os nomes foram dados ao segurança mal encarado e ele nos mandou passar, a cada passo que eu dava, maior era minha expectativa. E quando eu finalmente entrei no salão e corri meus olhos pelo local, um sentimento tomou conta de mim: Angustia. Sim, me senti angustiada no lugar, eles estavam todos espalhados. Muitos estavam na pista de dança e alguns sentados no bar.

A musica era alta e contagiante, e tudo estava completamente diferente do convencional: os sofás de couro que antes ficavam em canto próximo ao bar formando uma salinha, haviam sido colocados no lado oposto, juntos com um puffes da mesma cor; o bar estava repleto de barmens, com uniformes de pingüins, a pista de dança refletia várias luzes e haviam um globo gigante espelhado no teto.

Estava tudo muito mais lindo que o normal, mas apesar de termos chegado no inicio da festa, Edward não estava ali. Mesmo com a enorme quantidade de gente, eu sabia.
Eu sabia porque por mais que a minha decepção fosse evidente, a da Lauren sentada em uma mesa com o pai e mais algumas pessoas da minha idade, era mil vezes pior. Sua expressão era depressiva.

“Hei, Bella, vamos sentar com o resto do pessoal.”

Deixei Jake me arrastar pra nossa mesa, ela ficava perto do bar e estavam boa parte dos nossos colegas ali Ben Cheney, viu Ang e puxou uma cadeira pra ela sentar, achei fofo.

“Algum de vocês viu o Edward?” perguntou Jéssica, praticamente perguntando por mim.

“Não, não vimos.” Respondeu Ângela desanimada “Ele ainda não chegou ou já foi?”

 “Não chegou, estão catando ele.” respondeu Jéssica, cheia de veneno. “Ou por acaso vocês não perceberam a cara da Lauren?”

Bem feito pra Lauren, mas isso era chato. Edward deveria estar na sua festa. Eu não vim pra cá as oito em ponto, pra não ver o carinha principal. Era sacanagem!

“Hei, vocês estão ligadas naqueles garotos ali na mesa junto com a Lauren?” Perguntou Mike.

 “Sim, sim. Quem são?” interessou-se Jake.

“São os irmãos e o pai do Edward, nem eles sabem onde o garoto se meteu.” disse ele.

Eu não havia reparado neles até eles mencionarem o nome Cullen, virei minha cabeça nada discretamente para a mesa deles.

Lá, além da Lauren, havia também uma segunda cabeça loira, a dona dela era muito linda, com lábios cheios e vermelhos, dona de um rosto radiante e delicado. De mão com ela havia um rapaz de grande porte físico e cabelo escuro, que conversava com um loiro de expressão preocupada. Este era não tão forte quanto o grandão, era mais como Edward e estava abraçado em uma pequena garota de cabelos escuros que estava de olhos fechados e com as mãos na cabeça. Bem irritada.

 Havia também um loiro que era como o sol, sim, essa era a melhor definição pra ele. Ele passava carisma só em olhar pra ele. Todos daquela mesa estavam preocupados, com expressões cansadas no rosto.

Então o grandão apontou pra porta e todos pareceram relaxar, segui seus olhares e vi parado na porta, com milhares de fotógrafos na volta, um Edward de jeans, blusa marinho escuro e cabelo desordenado.

Lindo, como sempre.

Então todos do salão o saudaram com palmas e assovios, ele sorriu torto e se dirigiu a mesa onde estava sua suposta família.

 “Assim você baba, Bella!”  brincou Jake.

 “Engraçadinho!” ri e bati novamente em seu ombro.

Não me cansava de olhar pra ele tão perto, queria poder ir falar com ele, mas eu tinha vergonha. Afinal, eu não queria ser mais uma fã escandalosa gritando que amava ele, queria ser natural e agradável. Como eu era com o Jake. Ia ser difícil eu sei, mas que eu ia fazer? Não ia passar vergonha na cara dele. Queria chamar sua atenção, óbvio. Mas ele era um ator famoso. 

 Droga, vai ser meio difícil.

“Vem, Bella, vamos dançar!” disse Ângela já me puxando.

Maravilha! Eu já vi que hoje eu não vou ter paz pra babar – digo, olhar, OLHAR – pro Edwrad em paz. Fomos pra pista estava tocando Gettin’ over (David Guetta feat. Chris Willis)e eu Ângela, Ben e o Jacob, começamos a nos mexer no ritmo da musica. Então eu vi que a Ang só tinha me chamado ali pra não ir sozinha dançar com o Bem. Eu ri com isso.

“Piada interna?” perguntou Jacob no meu ouvido por causa da musica alta

“Ben e Ângela. Só viemos pra segurar vela.” ele gargalhou, mostrando seus dentes incrivelmente brancos e me puxou pra perto. Estávamos colados, a proximidade era meio constrangedora, só não era pior porque ele era meu amigo de longa data, mas eu vi que ele fez isso para que o Ben fizesse também e deu certo.

Ele e Ângela estava muito colados e se olhavam no olhos. Senti um encontrão forte em mim e quando me virei pra xingar o filho-da-puta que tinha quase me feito atropelar Jacob, levei um susto. Eu enxerguei dois olhos verdes confusos e contrariados e uma Lauren sorridente.

“Hei, cuidado aí.”  reclamou Jacob.

“Sentimos muito” disse Lauren olhando debochada pra mim  “Não é, amor?”

”Hm... é.” ele disse, e aquela voz rouca invadiu meus ouvidos e me fez acordar. Ele olhou pra mim e – provavelmente – pra minha cara de idiota e sorriu torto. Então eles saíram.

“Viu, Bella?” Jake de novo “São uns idiotas! Todos os famosos são idiotas.”

Não achei, mas preferi guardar pra mim. Já havia brigado milhares e milhares de vezes com o Jake por isso, seguimos dançando, até que Ângela e Ben se beijaram. O famoso desentupidor de pia.

Fui pro bar, desacompanhada, porque eu havia perdido o Jake em algum lugar ou ele havia visto alguma garota e se perdido propositalmente.

“Vodca”  eu disse, sem ele ao menos perguntar.

O garçom trouxe e eu fiquei bebendo o liquido, distraída; Já havia perdido a conta das tantas vezes que eu fiz papel de idiota, mas eu fiz papel de idiota logo na cara de quem eu não queria fazer.

Sim, eu sei. Burra, ignorante, retardada.

Levantei-me e me virei rapidamente pra sair dali, beber e me xingar não adiantava nada.

Mas como sempre, o desastre ambulante – vulgo, eu -, bateu com a mão no copo e o fez voar em cima da parte de baixo do vestido de uma garota de cabelos espetados que me olhou confusa e depois praticamente começou a chorar.

“Ai, me desculpe, me desculpe, me desculpe!”  eu implorei.

“Não... foi nada.” disse ela chorosa, tentando limpar vagamente o vestido.

“Oh, foi sim. Vem eu lhe ajudo !” e a carreguei pro banheiro, ela estava fazendo biquinho, estava contando os minutos pra ela começar a chorar.

Eu passei um pouco de água no lugar que a vodca caiu e tentei secar com papel toalha. Não adiantou muito, mas como o vestido dela era de um tecido fino, ficou seco rápido.

“Oh, sério, você é um anjo!” disse a pequena garota sorrindo radiante, a antiga cara de choro havia sido substituída por um sorriso contagiante  “SouAlice Cullen, Prazer! “

Ai.Meu.Deus. Era a garota da mesa, como eu não percebi isso antes? Como eu sou burra!

“Bella, o prazer é todo meu.” disse estendendo a mão e a cumprimentando. “Er... você é irmã do Edward, certo?”

Ela revirou os olhos contrariada antes de responder  “Sou sim, infelizmente.” respirou profundamente “Vai querer um autógrafo também?”

“Como?” perguntei, boiando.

Ela sorriu levemente  “Metade das garotas que falam comigo, falam só pra pedir isso ou pra se aproximar do meu irmão. Gostaria de ser lembrada como a Alice e não como a irmã do Edward, sabe?”.

”Ai, me desculpe, eu não queria te chatear... Não quero autógrafos também. Não perguntei por mal”.

“Sério?”  sorriu radiante novamente, abandonando o bico  “Então vamos dançar!”

E então ela me puxou banheiro a fora, indo pro meio da pisca de dança que tocavaWhen love takes overe começou a rebolar e dançar descontraída. Ri e dancei também. Cá pra nós, sou boa nisso.

Notei que estava chamando atenção de algumas pessoas, não sei se era porque nós duas dançávamos como loucas ou se era porque estava com a irmã do Edward. Reparei que ela ficava sentida em falar do irmão dela, então nem quis tocar no assunto (apesar de ser tentador).

Ela era uma pessoa legal, animada. Bipolar, talvez. Estava lá rebolando toda emocionada, quando vi que os irmãos da Alice haviam se juntado silenciosamente à nós, todos com seus respectivos pares. Era engraçado, o loiro logo se apossou da Alice e eu resolvi sair de fininho e ela me segurou.

“Hei, não vá” disse ela sorrindo.

“Eu meio que sobrei, sabe?” Sorri, constrangida.

“Vem, gente, vamos sentar um pouco” disse Alice e saiu me arrastando de novo, eu acho que ela gostou de fazer isso, sabe?

Sentamos todos na mesa e o grandão começou a falar, descontraído:

“A Alice finalmente achou alguém louca o suficiente pra aceitar ir dançar com ela.”  disse rindo pra mim “Não temos coragem de acompanhar!”

“Como assim? Ela parecer normal pra mim.”  perguntei desconfiada.

“Só parece. Quando ela se empolga ela faz fiasco, bem vê que você não conhece!” disse gargalhando. Sorri dele.

“Como você é mentiroso, Emmett!”  disse ela lhe mostrando a língua e fazendo uma careta. Gargalhei dela.

“Deixa eles discutindo aí”  disse a loira bonitona  “Hum... meu nome é Rosalie, mas pode me chamar de Rose, Prazer”  disse sorrindo.

“Prazer, Rose.”  ela sorriu.

“Meu nome é Jasper, prazer!” disse me esticando a mão. Cumprimentei educadamente “E esses são Emmett, e a Alice você já conhece, não é?”

“Sim, sim.”.

Não sei se era impressão minha, mas eles pareciam animados em me conhecer. Não sei se era em me conhecer ou em conhecer alguém aqui no meio desse bando de loucos.

“Er...” quis puxar assunto, sem falar do Edward, nenhum deles parecia gostar muito. “Gostaram da cidade?”

“Muito!” disse Alice, animada “Não é nada parecida com Los Angeles, isso me deixa tão feliz, queria morar aqui!”

 “É! Realmente bem agradável, apesar do tempo sempre chuvoso. É calma, né?”

“É, eu sinto falta de lugares calmos”  suspirou Rose.  “Você conhece aquela garota que estava aqui com a gente?”

“Cidade pequena, conheço quase todo mundo” sorri  “Infelizmente conheço, sim.”

“Graças aos céus! Uma pessoa consciente!” Disse Rose, levantando as mãos como uma reverencia.  “Que garota chata!”

“Você não viu nada!” disse, ah é, soltei o veneno.

“Enquanto o idiota do meu irmão não chegava, nós tivemos que ficar aqui mofando com ela. E ela não parava de falar dele! De como ele era lindo, legal, simpático!” disse Emmett, com cara de nojo. “Somos irmãos dele, e podemos afirmar que ele não é nem metade disso. Só acham essas qualidades todas nele porque mal conhecem, bando de puxa saco!”

Sorri sem graça. Era uma situação constrangedora os irmãos do seu maior astro, estarem dizendo que ele era um idiota. E pior era você estar ali no meio da família dele e não poder perguntar nada sobre ele, eu chegava a me coçar de curiosidade.

 Depois começamos a conversar sobre assuntos banais, eu ria muito do Emmett, ele era a pessoa mais engraçada do mundo e a Alice a mais implicante, era uma graça ela brigando com o Emmett, ou alfinetando o Jasper. A Rose era a mais divertida, de longe parecia metida e de perto um doce de pessoa.

Depois de um tempo, eu comecei a rezar pra que o Edward chegasse lá, afinal, eu ia ser legal ia estar falando com a família dele. Nada de mais. Mas não chegou, porém o sr, Mallory estava vindo pra mesa junto com o cara loiro, então resolvi sair, dizendo que ia beber alguma coisa. Alice e Rose me fizeram prometer que eu ia visitá-las em Los Angeles e me deram seus celulares, ofereci minha ‘pequena’ casa pra elas também. Adoraria uma visita deles.

Fui pro bar e pedi mais uma vodca e fui me sentar na sala improvisada de couro. Não havia reparado o quão tarde era, até olhar o salão quase vazio. Era cinco e meia da manhã e só quem estava ali era a família Cullen, alguns amigos meus e algumas pessoas na pista.

“Aaaai” alguém gemeu atrás de mim.

Ai.Meu.Deus O que foi isso?

“Aaaai” a criatura gemeu de novo. Olhei pra baixo e reparei que atrás do sofá havia um par de pés com um tênis Nike.  Arrumei minha postura de novo, tensa,  será que era alguém machucado? “Aaai”  gemeu mais uma vez. Então resolvi olhar quem era.

Coloquei o copo na mesa ao lado do sofá e olhei lentamente pra trás, e então eu levei um susto.

“E-e-eedward? Edward Cullen? Perguntei, incrédula.