Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 25
Capítulo 25 – Magia Mui Antiga




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Era outono. O ano letivo deu início. Havia uma grande tempestade cercando o lado de fora do castelo. A noite de boas-vindas nunca fora tão sombria. No salão principal, a diretora Minerva McGonagall dava orientações aos alunos para tomarem cuidado extra durante este ano. Os fugitivos da prisão ainda não haviam sido capturados e as notícias que saíam nas manchetes eram sempre as piores.

Durante todo o jantar Alvo permaneceu calado. Anteriormente no trem, havia conversado muito pouco com Scorpio, o qual se comportou de modo parecido. Quando os dois passaram pelo vagão da Grifinória, Alvo tentou inutilmente se desculpar com Luana, mas esta o ignorou completamente. Depois disso, Alvo foi recompensado com uma bronca do melhor amigo. "Quando é que você vai aprender a ter orgulho? Você não deve pedir desculpas por dizer a verdade.", disse Malfoy, quando soube o que acontecera nos dias anteriores.

No Salão Comunal da Sonserina, os alunos novos se acomodavam sob o comando dos dois novos monitores. Eram eles Paul Lovecraft e Sabrina Carrol. A senha desta semana era "Basilisco". Fato esse que fez com que alguns dos alunos do primeiro ano sentissem um arrepio.

Sentados no sofá, Alvo, Scorpio e Lavínia conversavam sobre as novas medidas adotadas para este ano. Uma delas era que alunos com menos de dezessete não poderiam sair dos terrenos de Hogwarts nem mesmo nos finais de semana.

– Merlin! Que coisa estúpida! – disse Scorpio, indignado ao ler o pergaminho colado na parede. – Será que esses palermas do Conselho não conseguem fazer outra coisa além de nos proibir de tudo?

– Eles só estão fazendo isso para proteger os alunos. – continuou Alvo, calmamente, como se sua única função naquela conversa fosse responder aos questionamentos do amigo.

– Proteger? Proteger do que? Ou de quem? – Scorpio agora sorria com desdém.

– Você sabe, Scorp. – Alvo levantou-se do sofá e apontou para um cartaz em cima da cômoda, o qual continha imagens dos foragidos de Azkaban. – Afinal, o objetivo dos Comensais não é apenas vingança.

– Quem foi que te disse isso? – Scorpio Malfoy levantou tão rápido que Lavínia chegou a se assustar. Seu rosto demonstrava extrema apreensão.

– Oras, ninguém me disse. – finalizou Alvo. – Pensei isso por dedução.

Scorpio se aquietou. Lavínia Parkinson pareceu confusa. Levantou-se do sofá e foi em direção ao dormitório. Alvo deu um suspiro.

– Estou ficando preocupado... A situação está pior do que imaginamos.

– Ah, pare com isso, Potter! Para que todo esse incômodo? – a voz arrastada de Scorpio estava mais sombria do que o normal. – Só mesmo os sangues-ruins correm perigo. E eu, sinceramente, até gostaria que morressem.

– O que?! – Alvo espantou-se de imediato, não acreditando no que acabara de ouvir. – Está ficando doido, Malfoy? Você sabe o que vai acontecer com você se eu contar que te ouvi falando uma coisa dessas? 

– É claro que eu sei, Alvo. Mas eu também sei que você não faria nada que pudesse me prejudicar. – Scorpio Malfoy ficou sério. – Pois somos amigos, não somos?

Por um instante Alvo não sabia ao certo o que responder. De fato, Scorpio era seu melhor amigo. Mas às vezes conseguia sentir muita raiva dele.

– É claro, Scorp.

– Foi o que eu pensei. – Malfoy estendeu o copo com suco de abóbora que estava tomando. – Quer um gole?

– Não. – respondeu Alvo. – Na verdade já estou indo dormir.

– Eu também. – Scorpio andou em direção as escadas, sem olhar para trás. – Não se esqueça que amanhã devemos acordar bem cedo.

Alvo ignorou completamente as últimas palavras do amigo. Tinha a certeza de que havia algo muito errado acontecendo. Ficara sabendo, através de seu pai, que vários nascidos trouxas haviam morrido, e no local do crime, a Marca Negra pairava nos céus. Era mais do que óbvio que os Comensais da Morte tramavam algo muito além do esperado.

O salão comunal estava vazio. Aparentemente, todos os alunos já tinham ido dormir. Enquanto Alvo ia até as escadas, reparou algo chamejante em torno de suas malas ao lado da lareira. Não teve dificuldade para descobrir do que se tratava. Logo, esticou suas mãos para pegar o Tabuleiro Branco, que ofuscava a medida que Alvo se aproximava.

Retirou sua varinha do bolso a apontou-a para a tábua feita de pilriteiro:

– Quem está aí?

­Um ruído ecoou pelo salão. As velas sobre a mesa se apagaram.

– Quem está aí? Brigith, Colin, Willian? É um de vocês? – Alvo sentiu um vento passar pelas costas. Então teve certeza de que não estava sozinho naquela sala. – Merie?

Finalmente palavras grossas e esfumaçadas começaram a surgir:

"Sim, sou eu. Merie Tanug".

Alvo suspirou aliviado. Merie era uma das únicas com quem ele conversava que era de confiança. Falou com a garota durante as férias inteiras. Ainda com a varinha apontada, continuou a conversa:

– Merie, você por aqui à uma hora dessas? – Alvo riu. Estava tão acostumado a se comunicar com os mortos que se esquecia do real motivo da existência do tabuleiro, que era ajudá-los a partir deste mundo.

"Vi que está sozinho." – respondeu Merie, através das escritas.

– Eu estava indo dormir. Sabe, minha vida está cada vez mais difícil. – Alvo sussurrou tentando parecer dramático. – Eu já te falei isso antes, não?

"Falou. E eu lhe dei uma solução."

– Disso eu me lembro. Só não consigo assimilar.

As palavras do Tabuleiro Branco se apagaram subitamente. Em seguida surgiram outras, um tanto borradas. Isso acontecia com freqüência.

"Você precisa dar um tempo a si mesmo. Se dedicar a si mesmo."

– Você tem razão. – Alvo sorriu. – Obrigada, Merie.

A luz do tabuleiro foi diminuindo, até se apagar completamente. Alvo Potter dormiu profundamente durante a noite toda. Acordou contente como nunca. Depois do café da manhã os alunos do quarto ano teriam uma das aulas que ele mais apreciava: História da Magia. A sala da professora Eva Wanderwood era clara e fresca, com um lindo quadro de Rowena Ravenclaw pendurado na parede branca.

– Pois bem, alunos. – prosseguiu a professora, com um grande sorriso no rosto. Sua pele era macilenta e rosada, de modo que suas rugas ficassem bem evidentes. – O assunto que falaremos hoje é sobre Magia Mui Antiga, originada a mais de dois mil anos, pelos antigos povos celtas. Alguém pode me dar um exemplo desse tipo de magia?

Amor. – disse Rose Weasley, que sentava na segunda carteira. – O sentimento capaz de originar a mais poderosa das Magias. A vida.

– Muito bem, senhorita Weasley. Dez pontos para a Grifinória. – a professora deu pequenos aplausos. – Alguém mais pode me dizer um outro exemplo?

Horcrux. – disse Alvo Potter, tão sorridente quanto a professora. – Um objeto capaz de vencer a mais perigosa das Magias. A morte.

Nenhuma palavra foi capaz de quebrar o imenso silêncio formado dentro daquela sala de aula. Alvo ainda sorria, agora encarando a amiga. Seus olhos brilhavam como os de uma criança ao ver algo inesperado.

– Está correto, senhor Potter. – Eva Wanderwood estava séria e aflita, tremendo o lábio inferior. – Mas aconselho o senhor a não mencionar este tipo de coisa dentro da escola. Creio que nem preciso lhe explicar o porquê.

Alvo apenas concordou com a cabeça. Ao término da aula viu Rose e Luana cochicharem e teve a certeza de que ele era o assunto. Scorpio caminhava ao seu lado em direção as masmorras, segurando o novo livro de Poções.

– Eu ainda quero entender como eu suporto conviver com esta escória que são os sangues-ruins. – disse Alvo, tediosamente, mas ainda sorria.

Scorpio demonstrou confusão, porém sorriu ao decifrar por inteiro o que acabara de ouvir.

– Até que enfim você voltou ao normal. – os olhos cinzentos de Scorpio estavam aliviados. – Ontem cheguei a pensar que estivesse... você sabe, mudado de lado.

– Mudado de lado? Do que está falando? – desta vez, Alvo não compreendeu, o que já estava ficando comum em suas conversas com Scorpio.

– Esquece, Potterzinho. Apenas preocupações bobas que eu venho tendo ultimamente. – Scorpio deu uma gargalhada, seguida de um meio-abraço desleixado. – Não se preocupe. Te ajudarei a tomar juízo durante este ano.


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Notas finais do capítulo

Desculpa a demora pra postar, gente. Demorei por causa do site, que teve problemas. Espero que continuem lendo =D