Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 14
Capítulo 14 – O Time Mais Odiado




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O dia amanheceu frio, com céu pálido e brisa forte. Hoje era o grande dia em que haveria a primeira partida de quadribol estreando o novo time da Sonserina. Alvo estava preparado. Adquiriu altura e força durante as férias. Estava vigoroso, cheio de vontade para se provar.

– Batedores? – perguntou Tiago, temendo arcar o próprio irmão.

– Isso mesmo. – Scorpio se intrometeu na conversa dos Potters. Usava o lustroso uniforme do time, verde e prateado.  Seu olhar arrogante encarava Tiago como se fosse atacá-lo. ''Se entrou para o time foi para vencer''. Lembrou do que seu pai havia lhe falado.

Alvo estava tão entusiasmado quanto Scorpio. Os dois passaram no teste para batedores. Amigos e competidores como eram, não havia posição melhor para jogarem juntos. Tiago ficara preocupado. A primeira partida do ano seria justamente contra eles. No momento do jogo seu irmão se tornaria um adversário perigoso, com um bastão pesado, pronto para mirar balaços em sua direção.

A professora Hooch, ainda com seus cabelos arrepiados e mais grisalhos do que antigamente, se posicionou em meio ao campo, com um apito no pescoço. Grifinória e Sonserina no alto, os jogadores se observando. A torcida grifinória estava mais confiante do que nunca, tendo fé no adorado apanhador e capitão do time, Tiago Potter.

O apanhador da Sonserina era Topher Stiglitz, um garoto loiro com cara de príncipe, que também tinha o título de monitor. Aparentemente sem motivo de preocupação. Somente os alunos de sua casa ou os que o enfrentavam em campo o conheciam bem. Além de ter uma serpente de estimação, ele freqüentemente demonstrava sintomas de insanidade, tal como a tortura de criaturas inofensivas e achar que pode pensar como elas.

Quando o time vermelho-dourado entrou em campo, foi saudado por um vozerio e muitos aplausos, pois, além da Grifinória, a Corvinal e a Lufa-lufa também esperavam ver Sonserina fracassar. Eram todos contra eles. Madame Hooch mandou Tiago e Topher apertarem as mãos. O locutor do jogo, Solfieri, incentivava a torcida vermelha.

O apito soou e a goles foi lançada para cima. Os quatorze jogadores se dispersaram rapidamente ao céu cândido. Tiago imprimiu velocidade à vassoura e voou para o extremo do campo. Alvo estava decidido a impedi-lo de se aproximar do pomo de ouro. Assim que um balaço veio em sua direção, rebateu-o contra Tiago, que conseguiu desviar por um triz.

''Isso! Grifinória na liderança por dez a zero!'', disse Solfieri no microfone.

Assim que Scorpio ouviu o locutor, reparou como o artilheiro da Grifinória estava novamente com a goles, pronto para marcar mais um gol. Sem pensar duas vezes lançou-lhe um balaço, que o atingiu nas costas. O garoto quase caiu da vassoura, dobrando-se de dor. Teria caído se não tivesse sido ajudado pelos outros jogadores. A partir do ataque de Scorpio, o jogador da Grifinória se tornou lerdo. A essa altura o artilheiro da Sonserina já estava com a goles, indo para o outro lado do campo.

''Victor Reed marca um gol. Os times estão empatados!"

Alvo voou para o lado do time adversário. O goleiro da Grifinória era nada mais do que Gary Campbell, o garoto que quase morrera no clube dos duelos. Tiago estava concentrado demais voando muitíssimo baixo, a apenas um metro no chão. Topher voou em sua direção, certo de que ele seguia o pomo.

Um balaço acertou Alvo no braço. Doeu. Mas no momento ele não tinha permissão para sentir dor. Pensou apenas em acertar em cheio o batedor grifinório. Então Alvo viu o mesmo balaço voltar ao seu caminho. Bateu nele com tanta força que atingiu o batedor adversário no ombro esquerdo e em seguida o goleiro Gary na nuca.

– Tudo bem aí, Campbell? – berrou Scorpio, com um olhar perverso e irônico, percebendo que o goleiro parecia sofrer. – Cuidado, hein!

''Sonserina na frente por vinte a dez'', disse o locutor Solfieri, desanimado.

Um dos artilheiros da Sonserina, Paul Lovecraft, empurrou o artilheiro do time adversário que segurava a goles com força. Scorpio se aproximou dos dois quando um balaço vinha na mesma direção. No mesmo instante acertou o artilheiro grifinório com o bastão. O garoto foi derrubado da vassoura. Caiu no gramado inconsciente. Madame Hooch olhou feio para Malfoy.

– Eu ia rebater o balaço, professora. Ele entrou no meu caminho! – disse Scorpio, convencido de sua própria mentira.

A platéia vaiava a cada atitude que a Sonserina fazia para vencer.

Paul Lovecraft estava com a goles. Dois dos artilheiros da Grifinória o perseguiram, pois o terceiro teve que abandonar o jogo. Paul deu uma cotovelada em um deles e atirou a goles aos aros.

''Maldição! Paul Lovecraft marca um gol. Sonserina na liderança pela diferença de vinte pontos. ''

Topher Stiglitz voava exatamente ao lado de Tiago, dando-lhe socos violentos nas costelas. Evidentemente os dois perseguiam o pomo, com dificuldade. No treinamento, os jogadores da Sonserina decidiram que quando houvesse sinal de que o pomo estava sendo perseguido pelo apanhador adversário, todos iriam para cima dele, e segurariam a goles até o jogo terminar.

''Senhoras e senhores, os sonserinos estão se reunindo! Vamos lá Grifinória! Vamos lá!''

Scorpio e Alvo voaram rapidamente para o alto. A vassoura de Malfoy era incrivelmente rápida e rígida, preta com suas iniciais gravadas nela em prateado. Os jogadores da Grifinória demoraram a perceber o que estava acontecendo. Exata e completamente todos os sonserinos foram pra cima de Tiago, tentando derrubá-lo de sua Firebolt. Tiago podia ver o pomo a um metro de distância. Precisava agarrá-lo.

– Não vou deixar você vencer, Tiago. De jeito nenhum! – disse Alvo. Seus olhos tornaram-se fendas azuis e perversas. Então rebateu o balaço a caminho do irmão mais velho. O balaço acertou-o em cheio no estômago. Tiago caíra da vassoura. Ainda se contorcia dolorosamente na grama, quando Alvo foi para perto dele. – Já cansei da sua mentirosa confiança. Nunca mais vai vencer esse jogo contra a Sonserina! Não enquanto eu for do time.

Topher estava sozinho perseguindo o pomo. Tiago já estava montando em sua vassoura, com um pesado esforço, enraivecido. Tinha a certeza de que teria agarrado o pomo se seu irmão não o tivesse atrapalhado. Alvo e Scorpio acompanharam seu apanhador lado a lado, para garantir que ele agarraria a pequena e tão desejada esfera de ouro.

Os jogadores da Sonserina pareciam estar reunidos num círculo. Victor Reed segurava a goles, sem intenção de marcar gol, cercado pelos outros dois artilheiros do mesmo time como se eles o estivessem protegendo. A torcida não conseguia entender tal estratégia, mas sabia que dificultava para a Grifinória, que tentava a todo custo pegar a goles, mas era constantemente bloqueada pelos grandes e robustos jogadores da Sonserina.

Tiago voou na direção de Topher. Alvo e Scorpio voavam junto do apanhador. Assim que Tiago se aproximou do pomo novamente, levou outro balaço, dessa vez nas costas. Scorpio rira e cantarolava desdenhoso, como se jogar quadribol fosse muito simples para ele:

– Minha nossa, Potter grifinório! Mas que honra acertá-lo com um balaço! Depois lhe mandarei flores! – disse Scorpio rapidamente, em seguida foi ao encontro de Alvo e Topher.

Quase toda a platéia gritou, berrou e esperneou. A torcida Sonserina dava gargalhadas de triunfo. Tiago, que novamente estava no chão, sentira algo terrível. O fracasso. Percebeu isso quando viu Topher descer das alturas e pousar no gramado, segurando a esfera dourada. Ao lado dele estavam os dois batedores. Alvo e Scorpio. Os dois sorriam maldosamente.

''Topher Stiglitz apanhou o pomo de ouro. Sonserina venceu!'' disse Solfieri no microfone, tentando demonstrar algum ânimo. A torcida verde-prateda entrou em euforia. Os jogadores da Grifinória ficaram surpresos. Não sabiam como seria a estratégia da Sonserina naquele jogo. Tiago sentiu mais do que a dor dos ferimentos causados pelos balaços. Sentiu-se pela primeira vez na vida um vencido, e não um vencedor.


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