Harry Potter e a Arma de Slytherin escrita por Shanda Cavich


Capítulo 13
Capítulo 13 – Falando sobre mortos




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Iniciou-se o terceiro ano de Alvo Potter em Hogwarts. Lílian foi para a Grifinória. Mais um motivo para que Alvo fosse novamente atormentado por ser o único Potter a ir para a Sonserina. Scorpio conversou muito pouco com Alvo durante as férias. Em uma de suas cartas perguntou que tipo de vassoura ele tinha ganhado, e assim que Alvo respondeu, Scorpio fez questão em comprar uma de nível maior, custando muitos galeões, feita exclusivamente para ele por um fabricante Húngaro.

Neste ano, era possível estudar novas matérias como Adivinhação, Numerologia, Necromancia e Trato das Criaturas Mágicas. Alvo Potter se interessou pelas aulas de Necromancia enquanto Scorpio pelas de Adivinhação. Se pudessem teriam se inscrito para as duas, mas por serem no mesmo horário isto era impossível.

A professora Morgana Shaw ensinava Necromancia. Uma matéria de muito pouco interesse. Alvo era um de apenas oito alunos na sala dela. Morgana era uma mulher morena, de cabelos crespos e compridos. Usava amuletos em volta do pescoço e um xale de lã preto.

– Bom dia, queridos! – disse a professora, com um grande sorriso. Porém, nenhum dos alunos respondeu ao cumprimento. – Bem... Estou aqui para ensinar-lhes a arte de se comunicar com os mortos!

A única menina da classe parecia assustada, como se estivesse forçada a estar ali. A professora Shaw segurou sua mão, na intenção de confortá-la.

– Hoje vocês irão aprender a abrir suas mentes para o além. Os espíritos presentes no nosso mundo material não estão em paz! Precisamos falar com eles...

– Qual é o objetivo disso? – interrompeu um aluno da Sonserina.

– Ajudá-los! – continuou a professora. – Ajudá-los a encontrarem seus caminhos. Não se sabe ao certo para onde eles vão, é claro. Mas sabemos que eles não devem permanecer entre os vivos, não é mesmo?

O aluno pareceu concordar com a professora. Alvo reparava como Morgana Shaw falava. Parecia conhecer os mortos como ninguém. Falava deles com respeito, como se os admirasse.

– Muito bem... – prosseguiu Morgana, entregando estranhos objetos idênticos aos oito alunos. – Esses tabuleiros nos permitem conversar com os mortos. Foram criados por meus antepassados.

Assim que Alvo examinou o que recebera, reparou como o tabuleiro era diferente. Tinha letras e números que se oscilavam em sua superfície, desenhados magicamente. Era branco e feito de pilriteiro. Os elementos se moviam de um lado para o outro, com letras esfumaçadas.

Alvo estava sentado em uma mesa no canto da sala. A voz da professora fez com que os alunos abandonassem a atenção no tabuleiro e olhassem para ela.

– Vocês não têm autorização para usá-los fora da minha aula. Por que assim que se chama um espírito, você deve saber mandá-lo de volta. – os alunos começaram a se interessar. – Não se assustem. Na minha aula só conversaremos com aqueles que eu posso controlar.

– Qual é a diferença entre esses espíritos que a senhora está se referindo e os fantasmas daqui de Hogwarts, por exemplo?

– Estava esperando algum de vocês me perguntar isso. – Morgana Shaw sorriu. – Um fantasma é uma aparição de alguém que já está morto. Ou seja, alguém que escolheu ficar no mundo dos vivos por livre vontade. Na maioria das vezes os fantasmas ficam aqui porque se apegaram demais a alguma coisa ou alguém. E não pretendem abandonar. Fantasmas não podem ser ''invocados'', pois afinal nós podemos vê-los e falar com eles normalmente. São um tanto transparentes e não há feitiço que possa fazê-los desaparecer.

Os oito alunos mantinham a atenção na voz da professora:

Já os espíritos, de modo geral, são seres imateriais e invisíveis dotados de características próprias, que por algum motivo, mágico ou não, tiveram que ficar neste mundo por mais tempo do que o esperado. É como se somente a alma de quem morreu se sentisse presa a este mundo. A maioria deles só vai embora quando consegue terminar algo que começou enquanto estava vivo. Por isso eles são tão perturbadores. Podem influenciar os vivos.

– O que quis dizer com influenciar, professora? – perguntou Glória Vallet, da Corvinal.

– Os espíritos, diferente dos fantasmas, podem se influir na mente de alguém. Isso pode ser muito perigoso.

Alvo nunca tinha parado para pensar sobre os mortos ao seu redor. Mas sentiu um tremor a imaginar-se em outro mundo que não fosse o seu. Os fantasmas de Hogwarts podiam ser vistos, e freqüentemente diziam ''Olá'' quando passavam por ele. Mas e os espíritos? Como encontrá-los? Eles deviam saber de muita coisa que os vivos não sabiam.

Enquanto a professora passava um texto no quadro, Alvo ficou sem ter o que fazer, já que ele nunca copiava o que estava escrito. Fechando os olhos, pôde ouvir uma voz suave e masculina lhe soando aos ouvidos:

''Você não precisará morrer nunca se não quiser, Potter. Acredite, é possível.''

No mesmo instante, Alvo teve certeza de que ouvira muito claramente seus próprios pensamentos. Assim que a aula acabou, Alvo secretamente pegou o tabuleiro branco e colocou-o debaixo da capa. Não perderia a oportunidade de descobrir sobre a morte sem precisar passar por ela de jeito nenhum.

A aula seguinte era de Defesa Contra a Arte das Trevas. O professor Hazel estava sorridente, em frente a um grande armário espelhado posto no centro de sua sala. No quadro negro estava escrito ''Bicho-Papão'' e conceito.

A aula foi muito dinâmica. Depois das explicações o professor Emperor Hazel mandou que os alunos fizessem uma fila, de modo que pudessem enfrentar seus maiores medos de dentro do armário. O bicho papão de Rose Weasley foi um grande dragão negro e muito macabro, com asas tenebrosas e afiadas. Rose o transformou num grande pássaro cor-de-rosa.

Enfim chegou a vez de Alvo. Quando ele se pôs a frente do bicho papão de Rose, o pássaro rapidamente se transformou nele próprio. A diferença é que o bicho-papão com aparência idêntica a sua estava caído no chão, pálido e sem vida, com gotas de sangue escorrendo pela boca.

Riddikulus! – disse Alvo, apontando sua varinha. O bicho-papão não se movia. – Riddikulus!

Alvo estava vendo o seu próprio cadáver. Não conseguiu encarar o bicho-papão por muito tempo. A imagem lhe fez tão mal que teve que abandonar a ''brincadeira''. Os alunos da Grifinória riram, mesmo não tendo graça alguma na situação. Alvo Potter acabara de descobrir que tinha medo da morte.

– Sabe, Alvo... – disse o professor Hazel. Agora que a aula havia acabado, os dois estavam sozinhos. – Não se envergonhe por não ter conseguido enfrentar seu maior medo. É muito comum em bruxos com o mesmo bicho-papão que você sentirem-se fracos a primeira vista. É realmente um temor difícil de lidar.

– É... Mas não me sinto nem um pouco bem com isso. Todo mundo enfrentou o seu! Por que comigo foi diferente? Por que eu fracassei? Por quê?

O professor notou a raiva inundar os olhos do garoto.

– É só por um tempo, Alvo. Tenho certeza de que irá passar. – Hazel pensou em parar com a conversa, mas então prosseguiu: – Mas sinto-me na obrigação de lhe avisar que ter a morte como seu maior medo não é um bom sinal.

– Por quê? – Alvo perguntou mais ansioso do que o de costume.

– Bem... Os bruxos que tem esse tipo de pensamento costumam recorrer a medidas extremas para se sentirem seguros, se é que me entende... Magia negra, Potter.


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