Capitulo quarenta e quatro: o beijo. 

Fui para escola como outro dia qualquer, poderia até imaginar todas as especulações que estariam correndo na escola depois da minha saída do dia de ontem. Tentei ignorar todos os sussurros e pensamentos que me desejavam ou invejavam, o meu beijo com o Blunt teve repercursões diferentes nos meninos e nas meninas, eram raras as exceçõs que achavam que eu tinha feito algo muito errado. Felizmente meus ‘amigos’ não fizeram nenhum comentario sobre o assunto e mais um dia de aula se pasosu tranquilamente.

- Bella me de pelo menos uma chance para eu explicar-lhe, porque eu fiz tudo que fiz! Por favor, eu lhe imploro, uma chance, não vou agüentar viver nessa dor e agonia que eu estou sentindo. – Edward veio até mim implorando assim que me viu saindo da escola a caminho do meu carro. Ele havia chegado ao ponto mais baixo de todas as vezes que ele pediu-me uma chance para se explicar, mais baixo que aquilo seria apenas se ele se rastejasse, coisa que eu via ele fazendo se eu ficasse mais alguns segundos sem responder. Pelo o que eu o conhecia ele já havia pisado em cima de todo seu orgulho para chegar ao estado que se encontrava.

- ok – vi que ele fazia menção de falar alguma besteira que acabaria com todo o meu estado de não-lucidez, fazendo com que eu dispensasse-o. – não, não agora. Vou passar em sua casa no final da tarde, será sua chance de provar-me que isso que eu estou fazendo agora valeu à pena. Lembre Edward você fez tudo de menos esperado para alguém que dizia me amar fizesse.

- te explicarei tudo, Bella – uma faísca de esperança brilhou em seu olhar. Não soube ao certo dizer se isso que eu estava fazendo com ele era certo, mesmo se ele me convencesse não sabia se eu voltaria a ter a mesma relação que nós tínhamos antes.

- não espere muita coisa de minha parte Edward. – disse e dei as costas a ele e fui para o meu carro.

Virei na curva quase invisível e segui até o final da estrada para encontrar a mansão Cullen. Alice olhava pela janela no momento em que estacionei o carro.

- e ela chegou – ela avisou o Edward a meio tom mesmo ele estando no andar de cima, audição vampiresca umpft. Mas ela não precisaria sequer pronunciar as palavras, Edward também esperava secretamente eu chegar dentro de seu quarto.

- olá Bella – Alice abriu a porta sem sequer dar-me chance de apertar a campanha ou bater.

- deixar as pessoas bater na porta é um bom ato de normalidade – disse brincando com ela.

- você já é de casa – ela deu de ombros

- Alice me ajude a escolher uma roupa para noite? – Jasper perguntou cordialmente a Alice, se o quesito fosse roupas não precisava perguntar, ela já estava dentro. – oi Bella – ele disse com um aceno de mão.

- oi Jasper, vão sair a noite? – perguntei indiferente.

- todos nós vamos bella, você deveria ir junto, adoraríamos sua presença. – Alice respondeu por Jasper com um sorriso estampado no rosto.

- obrigada Alice, mas não acho uma boa idéia – eu preferiria não sair a noite sabendo que os Cullens também estariam andando por ai, não correria o risco de um certo episódio ocorrer novamente e sabe-se lá que Cullen apareceria dessa vez. – desculpe-me Alice, mas estou com um pouco de pressa, cadê seu irmão? – Edward tirou isso como deixa para descer as escadas

- vamos Edward, querendo ou não meu pai ainda tem que me ver entrando pela porta de casa em algum horário antes das cinco. – disse estressada, não sei nem porque estava fazendo isso poderia estar estudando meu sangue ou coisa do tipo, isso seria mais útil.

- desculpe – ele disse de cabeça baixa, algo me disse que esse não seria o único ‘desculpa’ que eu ouviria essa tarde.

- onde nós vamos? – perguntei curiosa, porcaria de promessa.

- à campina – fiz uma careta em desagrado, a última vez que eu estive lá foi para acabar de vez com o sofrimento pelas lembranças do Edward e acabou que o Jake e todo o resto da matilha descobriram sobre o meu segredo. Mesmo assim não gostava de lá mais, a clareira despertava um sentimento estranho em mim.

- tem certeza que precisa ser lá? Não pode ser naquele rio que passa aqui perto? – só não fiz uma cara mais imploradora porque eu estava falando com o Edward e o plano era tratá-lo indiferentemente, o que me levava novamente a pergunta sobre o que eu estava fazendo mesmo? – Quer saber acho que isso foi uma péssima ideia. Vou voltar pra casa… - falei diminuindo minha voz aos poucos.

- não, por favor, – ele segurou meu braço impedindo-me de sair andando. Olhei para ele com cara de desgosto e olhei para o meu braço, quem disse que ele poderia me tocar? – desculpe – ele tirou o braço como um reflexo. – só me de a chance de algumas palavras, preparei-as especialmente, não achei que isso seria necessário, mas já que é preciso farei qualquer coisa por você. – olhei incrédula para ele, vi um brilho nascer nos seus olhos, ele achou que eu tinha voltado atrás e que eu o perdoaria apenas por isso. Dei um sorriso sarcástico.

- suas palavras não me afetaram mais, então, qual seria o problema em ouví-las…? – afinal, se eu desse essa chance a ele agora poderia jogar em sua cara que ele a havia tido e nesse quesito ele não me perseguiria mais. O brilho em seus olhos apagaram. Ele fez menção de me pegar no colo, porém eu o parei com as mãos. – só na sua mente. Vai andando. – seus ombros se retraíram, mas no fundo ele já sabia que eu não o deixaria me carregar.

- posso te fazer uma pergunta enquanto não chegamos lá? – ele perguntou olhando-me com pena, dor e angustia. Temi o que ele perguntaria,mas mesmo assim afirmei com a cabeça, não demoraria muito para nós chegarmos a campina, alguma hora o gelo precisaria ser quebrado. – alguém te tocou enquanto eu estava fora? – percebi que no sentido de tocar ele não se referia ao toque de uma mão com a outra. – percebi que você está retrativa ao toque de certas pessoas. – descobri o motivo de seus sentimentos.

- muitas pessoas me tocaram nesse tempo Edward – disse fingindo não ter entendido, porém dando um significado implícito a frase. Claro que não havia feito nada com ninguém, havia escolhido que assim seria e pretendia seguir isso. Mas o Edward não precisava saber disso, abandone pessoas vingativas para ver o que acontece. Sua expressão se retorceu numa angustia total e culpa, talvez eu tivesse pegado pesado demais… legal!

- chegamos – ele disse olhando para frente.

- porque me trouxe aqui afinal? – estava curiosa para saber… - poderíamos muito bem ter ido qualquer outro lugar.

- queria privacidade dos meus irmãos. Por falar na campina, meu deus, isso aqui está fedendo a cachorro. – ri internamente, Jake havia feito questão de tirar qualquer cheiro do Edward daqui, apenas por pirraça.

- tanto faz, começe – indiquei para ele falar. Ele suspirou e abriu a boca para começar a falar.

- Bella, eu queria me desculpar pelo que eu fiz com você, eu sei que é imperdoável, mas eu te peço uma segunda chance – se é imperdoável como é que eu vou perdoar seu babaca! Falei mentalmente – a verdade é que eu te deixei pois eu a amava demais para deixá-la vivendo nessa minha vida, você não estava segura ao meu lado a tempos estava pensando nisso, porém eu sou um ser egoista o suficiente para ter continuado com tudo. Mas naquele dia – ele fez uma pausa – o que aconteceu com o Jasper me fez acordar para o quão perigoso estava sendo – suspirei. Esse papo de novo não.

- Edward, tem certeza que o discurso foi preparado especialmente para essa ocasião? Está me lembrando mais as palavras que você disse quando foi embora.

- desculpe – não estava errada quanto a essa palavra.

- não precisa pedir, não acredito mais nessa palavra saindo de sua boca. Continue.

- o ponto a que eu quero chegar é que eu te amo, o que eu falei para você aquele dia foi tudo mentira, exceto é claro pela parte do perigo, mas sobre a parte dos meus sentimentos era tudo uma mentira. Se você tivesse pedido para eu ficar eu teria desistido, não agüentaria ver aquela sua feição novamente, nunca mais a abandonarei – é fácil dizer isso, já que nós nem estamos junto. Ia dizer a ele, mas achei que isso só enrolaria mais as coisas então deixei-as em meus pensamentos.

- acabou? – perguntei levantando uma sombrancelha. – sério tive que ouvir tudo, agora me diga, por que você me trouxe até aqui exatamente, não venha com a desculpa de privacidade. – disse cansada.

- achei que aqui você poderia perdoar-me mais facilmente pelas lembranças… - ele disse derrotado, sabia que não foi sem motivo que ele havia me trazido aqui.

- pelas lembranças que eu tenho daqui é mais capaz de eu querer te matar. – disse cética. – ele olhou mais uma vez para mim se desculpando, mas dessa vez não foi por algo que ele havia feito e sim por algo que ele estava fazendo.

Seus lábios tocaram aos meus e eles começaram a se mover numa dança perfeita como sempre.

O beijo terminou rapidamente como a maioria das vezes, não acreditei no que ele havia feito. Senti algo aquecer meu peito.

- Edward – disse doce.