Capítulo quarenta e cinco: acelerando o processo. 

- Edward – disse doce – quando eu disse que tinha vontade de te matar pelas lembranças daqui  - ele me interrompeu colocando o dedo indicador a frente de minha boca encostando-o nos meus lábios.

- não precisa dizer nada – ele falou abrindo os braços para abraçar-me, dessa vez eu o interrompi não deixando ele passar os braços ao meu redor.

- faço questão – disse firme porém ainda com a voz ainda doce – Edward, quando eu disse aquilo, foi apenas um pensamento distante, mas se por acaso – afirmei minha voz, voltando ao tom normal. – você, quisesse que se tornasse realidade não precisava me beijar, bastava pedir – falei brava – quem disse que você pode tocar em mim? Muito mais me beijar! Faça isso de novo que a Esme terá de lamentar pela perda de um filho querido, só não faço isso agora exatamente em consideração a ela, mas da próxima vez pode ir cortando a lenha para sua fogueira.

- o que? – ele disse sem entender, para um vampiro ele estava bem devagar. – não Bella! Espere! – Ele gritou vendo que eu estava indo embora. Edward correu em velocidade vampirica e segurou em meu ombro para poder me virar.

- Eu. Já. Disse. Que. Não. É. Para. Me. Tocar! – disse pausadamente, com a mandibula trincada, empurrando-o e fazendo-o cair longe havia me esquecido de controlar minha força antes de empurrá-lo. Olhei assustada para o que eu havia feito, não por medo que ele tivesse se machucado, não, isso não, ele era vampiro agüentaria muito mais que isso. Fiquei assustada porque agora que nós não estávamos mais juntos não queria que ele soubesse sobre mim mais do que sabia. Ele olhou igualmente assustado para mim. Não passava pela cabeça dele que um dia eu seria capaz de fazer isso. – desculpe – abaixei a cabeça e virei-me para voltar para o meu carro que estava parado na frente da casa dos Cullen.

- Bella! Você não entende! – ele veio andando atrás de mim, teve que correr um pouco, pois enquanto ele estava sentado no chão me olhando sem entender eu ‘avancei’ na caminhada. – eu fiz isso porque eu te amava, nunca deixei de amar! - Ele continuou gritando até alcançar-me – fiz isso para o seu bem!

- por acaso você me perguntou se isso me faria bem?! Não! Como você nunca quis me ouvir! E eu acho que realmente nunca ouviu, você fez exatamente o que já me haviam feito no passado, você me largou na floresta como lixo! Assim como James, o que me faz pensar que você é tão sujo quanto ele! – a floresta acabou e eu entrei no quintal dos fundos da casa dos Cullens.

- eu… eu não fazia ideia – ele estava atônito com a última informação revelada.

- não é surpresa, como você pode deduzir o que é melhor para mim se nem mesmo me conhecia?! – a família Cullen toda já havia saído de casa para ver o porquê da discussão. Não havia parado de andar um segundo para ouvir o que ele falava. Mesmo com as diversas vezes que ele entrou em minha frente.

- Bella eu te deixei porque você é frágil! Não poderia viver comigo mesmo se eu te machucasse! – estanquei fazendo com que o Edward quase trombasse comigo, isso se ele não tivesse reflexos de vampiros. Minha expressão se retorceu em pura raiva, vi pelo canto do olho Jasper fazendo menção de vir até mim, porém ele fora impedido pela Esme. Virei-me lentamente para Edward.

- Fragil?! “Não conseguiria viver consigo mesmo se te machucasse”?! Edward se atualize! Se fosse realmente assim só te diria uma coisa: então se mate! Você conseguiu me machucar mais do que qualquer outra pessoa no mundo inteiro – passei a mão pela minha cicatriz do pescoço, ele não havia saído ainda e tinha a leve impressão que ela não sairia – Jake estava certo, isso foi culpa sua – ele me olhou sem entender – sabe que um dia desses eu quase “morri”? Meu pai acha que eu tentei me matar… na verdade Forks inteira acha. Eu até estou começando a acreditar que foi realmente isso.

- viu Bella, você é frágil… - ele disse confirmando sua teoria, isso porque ele não sabia realmente da verdade.

- pare de dizer isso. – disse dura fechando meus olhos para não fazer nada que eu não quisesse e o contato visual não ajudaria nisso. Voltei a rota para o meu carro.

- mas é a verdade Bella! – ele voltou a gritar comigo, só que dessa vez foi porque eu estava um pouco afastada dele.

- pare de gritar comigo! Eu não sou surda! Eu não sou frágil! E você é ignorante por não saber disso, você já presenciou varias coisas sobre mim que já era para você saber disso! Até o Emmett é mais frágil do que eu! – apontei para o Emmett e o Jasper começou a rir pela minha comparação.

- do que está rindo? – Emmett perguntou ofendido a Jasper.

- estou rindo porque ela tem razão – levantei uma sobrancelha para Edward como se dissesse “Rá! Eu disse!”

- sessenta e dois humanos e trezentos e quarenta e dois vampiros. Reflita agora se eu sou frágil. – disse para Edward e me virei para os Cullen. – vocês vão sair hoje… Seattle ou Port Angeles? – tinha planos para a noite e precisaria reprogramá-los dependendo onde eles fossem.

- Port Angeles – respondeu Jasper

- quem de vocês vai? – perguntei novamente a eles.

- todos nós vamos. – abria a boca para perguntar mais uma coisa, porém Jasper se adiantou – sim ele vai – ele olhou para o Edward.

  - obrigada pela informação – realmente agradecia por ele ter me falado isso, mas não significava que eu gostasse da informação. – pelo visto vou ter que refazer meus planos - ir fazer a entrega e me trancar dentro da casa de Tom, disse baixinho para mim completando a última parte mentalmente, porém não duvidava que eles tivessem ouvido. Fui para meu carro ignorando totalmente o Edward peguei meu celular do bolso, haveria de desmarcar como Freak, deixaria para sair com ele outro dia. Passei meu dedo pela lasca que eu havia feito no meu celular, um hábito que eu havia requerido a fazer toda vez que pegava o celular. Um fio de sangue saiu do meu dedo – droga! – murmurei baixinho e dei meia volta colocando meu indicador na boca para limpar os rastros de sangue. Voltei para onde os Cullen estavam, todos olhavam o Edward como se perguntassem o que havia acontecido.

- Hey Jasper, talvez eu apareça lá a noite, já havia combinado de sair com um amigo mesmo – dei de ombros – e Edward, não esqueça de contar a Alice que você me beijou, ela amará saber – Alice olhou para o Edward com uma cara mais do que furiosa – mas claro nunca contaria isso a ela – ri sarcástica – vai saber, talvez ela faça o que eu tive vontade de fazer. – Edward arregalou os olhos olhando para a Alice. Ri mais uma vez e virei-me novamente para andar até o meu carro apertando o número da discagem rápida.

“hey gatinha” Freak atendeu animado “pensei que já tinha me abandonado, você parecia brava quando saiu daqui de casa hoje pela manhã” dei uma leve risada.

- como assim? – falei brincando – eu? Te abandonar? Nunca – ri mais uma vez.

“Por que ligou, gatinha? Está tudo bem?” ele mudou o tom da sua voz

- você quase me engana sabia? Tem vezes que eu acredito que você realmente se importa se eu morri ou não. – ri mais uma vez.

“Não fale isso. É claro que eu me importo se você está viva, como que eu ficaria se você morresse? Não sobreviveria uma semana aqui em casa com esse povo doido no meu porão.”

- acho que vou cobrar o serviço de enfermeira que eu faço, além de que eu já estou bancando a médica cientista também com todas aquelas pesquisas. – falei zoando com ele.

“aham, aham e eu vou cobrar o aluguel daqui de casa, fica quieta Bells” ouvi sua risada ao fundo. Olhei no meu tateei meu bolso procurando as chaves do carro, elas não estavam ali.

- hey mas não precisa fingir sobre se importar comigo, também não me preocupo com você – ri mais uma vez.

“nossa agora ofendeu” tateei o outro bolso da calça. Nada.

- eu sei que os Volturi estão zelando pela sua segurança muito bem. – brinquei com ele – você acha que eles deixariam a maior arma do momento deles se machucar?

“há há, muito engraçado, você fala como se eles não fizessem a mesma coisa por você, de quem você acha que são aqueles telefonemas diários que eu recebo. Não sei o que Aro viu tanto em você.” Cadê a porcaria dessas chaves?!

- an… talvez a mesma coisa que você? – disse irônica

“seu sangue?” ele riu

- bem engraçado, é que recentemente eu quase vendi minha alma para aquele ser – CADÊ ESSAS CHAVES! - vou desligar, beijos te vejo a noite

“hey desculpa”

- não foi nada, o pior que é por algum motivo parecido mesmo, mas é que eu perdi as chaves do meu carro – falei sem acreditar que eu estava confessando isso. Ele riu, mas desligou o celular se despedindo antes.

Fui para parte dos fundos da casa, pela, sei lá que vez, somente nesse dia

- onde está indo Bella? – Alice perguntou curiosa.

- procurar minhas chaves – disse olhando para ela – como se vocês não tivessem escutado – sorri e me voltei para a floresta, rezava para achar a chave rapidamente.

- ela está lá em casa Bella – ela disse envergonhada por não me dizer antes. Respirei fundo uma vez, não acredito que eu poderia evitar toda aquela conversa na frente dos Cullen, cedo ou tarde eles me perguntariam sobre algo que eu disse ou que o Freak disse, sempre faziam isso.

- poderia pegar para mim, por favor? – disse educada, eu senti uma pouco de falsidade em minha voz, rezo para que eles não tenham notado isso.

- claro – ela abriu um sorriso e saiu saltitante, é, acho que não havia notado. Alguns segundos depois ela voltou com a minha chave na mão.

- obrigada Alice – agradeci pegando as chaves da sua mão. – então vejo vocês a noite – abri um sorriso, acho que ele ficou muito maquiavélico, pois notei Jasper lançando-me um olhar reprovador. Levantei minhas mãos como se me redesse – vou em missão de paz, não se preocupe – não existe apenas vocês no universo, completei mentalmente. Eu os faria sofrer sim, mas não deixaria que essa vingança dominasse minha vida, irritaria-os se eles me irritassem.