Capitulo trinta e cinco: Thomas Freakwell

“alo” disse para o número já conhecido, porem não gravado no meu celular por questões de segurança.

“preciso que você venha até aqui agora” a voz do outro lado disse meio apressada

“daqui a pouco eu estou ai” disse voltando para dentro do aeroporto “não estava em uma hora oportuna, acabei de chegar de viajem”

“já estou sabendo, mas venha o mais rápido que você puder”

“sim, sim já estou indo” disse para ele e desliguei o telefone. Olhei para os vampiros na minha frente que me olhavam sem entender por que eu havia voltado.

- decidiu ir conosco, Bella? – Alice perguntou animada

- na verdade, eu não estou indo para Forks, mas eu queria saber se vocês poderiam me deixar no shopping aqui perto, se não for incomodo claro, porque se não eu pego um táxi ou coisa parecida – os olhos de Alice brilharam no momento que eu disse shopping, sabia que ela me levaria por esse motivo.

- você vai fazer compras? – Alice perguntou já pensando numa possibilidade de me acompanhar.

- vou passar em uma loja apenas, tenho um compromisso depois e não posso ir vestida com isso. – as roupas estavam impecáveis numa combinação perfeita, porém tinha um defeito: eram claras, e isso não combinava com a minha reputação.

- é claro que nós te levamos, assim aproveito e dou uma passada em algumas lojas. – quatro Cullens me olharam com um olhar mortal, na verdade só um fisicamente, o Jasper, o outros três mentalmente. Todos os homens. Esme e Rosalie também pensavam nas compras.

- obrigada, Alice – dei um sorriso simpático de agradecimento a ela. Fomos todos para os carros, primeiramente eu e Edward, sim, ele ainda estava no meu pé, iríamos no carro de Rosalie, mas de tanto Alice insistir nós fomos com ela.

- então Bella, onde você quer comprar no shopping?

- espere um pouco Alice, acabei de me lembrar que tenho que fazer uma ligação, se não se importarem.

- vá em frente – ela disse ficando quieta.

Disquei o número da minha loja favorita para essas ocasiões e fui atendida no primeiro toque.

“Ele de Claire boa noite, como eu posso ajudar?” a atendente da loja disse rapidamente

- gostaria de falar com a gerente - disse educada

“claro, só um minuto” alguns segundos depois uma outra mulher pega o telefone

“aqui é a gerente Stela, com quem eu falo?” ela falou educadamente.

- oi Stela, gostaria de reservar um conjunto de roupas, o de sempre - senti sua respiração ficar um pouco acelerada.

“quem gostaria?” ela continuou com o tom educado

- Isabella Sway - ouvi o barulho das teclas, ela estava procurando para saber quem é, me impressiono que elas não reconheçam meu nome, mas pensando pelo jeito que elas me tratam não teria que ficar tão impressionada.

“ah, sim senhorita, e para quando você quer suas roupas?”

- dentro de alguns minutos eu estou buscando… ah e caprichem tenho um compromisso importante.

“vestido?”

- sim e o mesmo estilo, com os mesmo tipos de acessórios – no meu dia de hospital já havia ligado para elas dizendo as mudanças sobre os assessórios, ou seja, inclui a garantilha - não se esqueça.

“nunca senhorita, tenha um bom dia”

- você também

- Isabella Sway? – perguntou Jasper debochado, sem tirar os olhos do caminho e dando uma leve risada.

- você mudou seu nome Bella? – Edward perguntou com culpa na voz.

- não, esse é o meu outro nome, o que está no meu cartão de credito, na minha conta bancaria, na minha ficha da polícia – Edward e Alice olharam assustado pelo ultimo exemplo e eu ri de suas caras – brincadeira, mas esse foi um nome que eu criei para as partes ocultas de minha vida. – eles nada disseram. Jasper continuava rindo do nome, mal ele sabia que nem ele conhecia essa outra camada de minha vida.

Mais alguns minutos com o Jasper dirigindo, nós paramos no estacionamento do shopping. Todos nós descemos do carro e esperamos os outros também descerem.

- obrigada pela carona – disse sorrindo – já vou indo, pois se não me atraso – disse olhando para o relógio. – tchau para todos – disse e me virei para o shopping já andando.

- espera Bella, eu vou com você – disse Alice já ao meu lado com a empolgação de sempre. Revirei os olhos, mas nada falei sobre sua companhia.

Fui até o ultimo andar de lojas no shopping e lá estava ela. Uma loja não muito grande, nem muito pequena. Assim que entrei na loja, com a Alice sempre atrás de mim, a gerente veio pegar meu casaco, vendo que eu não estava com nenhum ela se afastou ignorando totalmente a presença de Alice. Ela estava tensa, não sei, mas minha presença causava isso direto nas pessoas, bem, pelo menos as pessoas que conheciam meu lado dark. Caminhei até o balcão vendo que a vendedora me esperava atrás dele com a minha sacola de roupas.

- está tudo aqui? – perguntei tentando tirar um pouco do nervosismo dela.

- sim, só falta a gargantilha – ela disse indicando três gargantilhas sobre o balcão em cima de uma caixa de veludo preto.

A primeira gargantilha era uma fita de veludo preta com um pedras de rubi nela, a segunda era uma fita também preta com um coração prata pendurado, a ultima era toda trançada numa trama que parecia impossível de se reproduzir, em algumas partes tinha pequenas pedras pretas que davam um brilho especial a gargantilha.

- essa aqui fica legal com o vestido? – perguntei a atendente.

- sim, essa é realmente maravilhosa – ela disse sorrindo, com o nervosismo melhor.

- então é essa – afirmei – quanto fica tudo?

- não vai nem provar o vestido? Ao menos vê-lo? – Alice perguntou sem acreditar. Fingi que pensava.

- não – disse como se fosse impossível um sim ser a resposta. Olhei para a mulher atrás do balcão e esperei ela responder minha pergunta.

- dois mil dólares – ela disse.

- tem certeza que gostarei de tudo que está ai?

- sim – ela confirmou e eu entreguei o cartão a ela. – a vista? – ela perguntou já sabendo a resposta. Afirmei com a cabeça.

- como sempre. – ela passou o cartão, mas ele não passou. Ela tentou novamente e ele não passou de novo, então ela me olhou constrangida e me deu o cartão. – deve ser o cartão errado, mas de qualquer jeito – abria a parte de dinheiro da minha carteira e dei a vendedora duas notas de mil dólares. Ela sorriu ainda constrangida e pegou o dinheiro.

Eu peguei a sacola e sai da loja um pouco irritada pensando em porque do problema com o cartão. Alice me fazia algumas perguntas e eu nem prestava atenção, tentei entender alguma em sinal de respeito.

- Bella você é louca de comprar uma roupa sem mesmo olhar?

- o pessoal daqui já me conhece, sabe o que eu uso e o que eu não uso.

- e que história é essa de você andar com notas de mil dólares na carteira? Você é louca ou está pedindo para ser assaltada? Apesar de ser a mesma coisa – ela completou por fim.

- você também carrega notas de mil na carteira e eu não vou ser assaltada – Edward chegou perguntando qual era a discussão e Alice explicou a ele enquanto eu refletia sobre o cartão, aquele era o cartão certo, eu não havia me confundido. Deveria ter dado algum problema com o banco, pois dinheiro era o que havia naquela conta. Saquei meu celular e disquei o número da parte de trás do cartão.

Depois de muita conversa e muita espera, depois de eu falar sete mil vezes os meus dados, os falsos claro, eles me falaram o verdadeiro problema “sua conta está com muito movimento de dinheiro sem origem” a mulher ao telefone me disse.

- os bancos desse pais são uma porcaria – reclamei alto para mim mesma. – vou transferir tudo para Suíça isso sim. – Edward e Alice olhavam para mim tentando entender do que eu falava. – olhem eu tenho mesmo que ir, tenho que se encontrar com um… amigo meu, podemos dizer até sócio. Agora sim, finalmente um adeus – meu celular tocou enquanto dizia isso.

“onde você está?” perguntou ele direto

- hey olha a educação – disse andando mais depressa – já estou indo, acabei de descobrir alguns problemas, acho que você irá gostar de saber – disse irônica – se você já não estiver com os mesmos.

“é por isso que eu estou te chamando, também porque temos uma entrega, que vamos dizer… é de alto risco”

- ah que bom, obrigada, você deixa os mais perigosos para mim – disse com mais ironia ainda.

“tanto faz, venha com uma roupa adequada”

- ah querido eu vou com a roupa que eu estou, acabei de pegar uma roupa nova e não vou com outra não.

“conhecendo você do jeito que eu conheço, essa roupa serve” ele deu uma risada ao fundo. “venha rápido, ele já ligou”

- mereço, já disse que estou indo! Você me irrita de mais.

“se você ainda fala comigo, você que quer ser irritada”

- fazer o que? Viver sem você é uma coisa impossível. – disse e desliguei revirando os olhos. Finalmente eu havia saído do shopping, fui até a beira da rua e levantei minha mão a fim de chamar um táxi.

- quer carona? – Edward disse atrás de mim, ele estava parado junto com Alice e Jasper.

- eu não quero incomodar, vou chamar um táxi, a casa do meu amigo é em Port Angeles. Podem curtir as compras – disse fazendo força para ser simpática.

- não tem problema, tem certeza que não quer carona? – dessa vez foi o Jasper, mas ele fazia uma cara de desesperado, ele realmente não queria ficar no shopping. Acho que ele era o maior odiador de shoppings vinte e quatro horas na face da Terra.

- ok – disse me rendendo. Fomos todos para o carro, de qualquer jeito eles teriam que voltar para cá, os outros ainda estavam lá dentro.

- para onde? – Jasper perguntou

- para minha casa – disse piscando para ele e rezando para que ele entendesse como não sendo a casa de Charlie. Felizmente ele o fez.

Por volta de duas horas passadas nós estávamos na parte nobre de Port Angeles, as casas aumentavam conforme nós passávamos, Jasper parou bem na casa em que ele ficou por um tempo no começo de tudo.

- obrigada, Jasper – disse agradecendo – ah espera um pouco. – fui para dentro rapidamente peguei a roupa que ele deixou aqui daquela vez e voltei para frente. Pedi para ele baixar o vidro e taquei a roupa em seu colo. – nunca tive chance de te devolver. – disse e voltei para dentro.

- pra que eu vou querer isso Bella? – ele respirou fundo – tire isso daqui Bella ele disse tentando não se desesperar. – tem rastros do seu sangue nessa roupa, não estou afim de me descontrolar.

- posso jogar fora então? – perguntei, teria feito isso a muito tempo já sabendo do estado das roupas, mas não sabia se tinha autorização para isso. peguei a sacola de volta do seu colo com Alice e Edward encarando-nos sem acreditar na conversa e taquei-a na lata de lixo.

Fui para o meu quarto, que eu havia arrumado ali quando eu comecei todo esse negócio com o Freak. Coloquei o vestido novo e a gargantilha. O vestido era de um cinza quase preto, curto e grudado ao corpo ele tinha alguns amassados e algumas dobras para disfarçar o tecido lustroso. Calcei minhas sandálias, passei a maquiagem de sempre para meus negócios. Arrumei meu cabelo peguei uma bolsa pequena para o meu celular e carteia e sai de casa.

Apesar de eles não quererem que eu visse, eu vi o carro preto estacionado ao longe na rua. Atravessei-a, andei mais algumas casas para o sentido contrário do carro, ficando sempre de costas para ele. Passei por mais algumas casas chagando ao final da rua. A ultima casa era espetacular, bem ao estilo antigo, tanto dentro como fora mantinham uma decoração de tradição sem deixar de ser ‘moderna’. Toquei a campanhinha como fazia sempre.

“sim” disse a voz no interfone. Vi o carro chegar mais perto aos poucos

- eu sei que você está me vendo, atende a porta logo – disse sem animo para as brincadeirinhas dele hoje.

- oi – ele disse abrindo a porta e me avaliando de cima a baixo – caprichou hoje – ele disse com um sorriso malicioso.

- Tom… Thomas Freakwell, discreto como sempre.

- ainda prefiro FK – sim, como a primeira vez no aeroporto.