Capitulo vinte e nove: (pov Bella) As coisas debaixo do assoalho

Havia finalmente estabelecido a mim uma rotina. Depois que descobri sobre a volta da Victória não fiquei muito atrás dos lobos. Como hábito diário Victória aparecia, tentava chegar até Forks, a mim, e depois, após descobrir, novamente, que ela não conseguiria, virava as costas e ia embora.

Infelizmente não participava muito ativamente das perseguições, ia sempre pela copas das árvores e me escondia ao máximo da ruiva. Jake e Sam achavam que desse jeito quando eu precisasse realmente participar teriamos o elemento suspresa, de certo modo ficava um pouco irriatada com isso, parecia que, na verdade, eles só faziam isso pois não acreditavam verdadeiramente no que eu era capaz, que eles só queriam me proteger de me machucar, o que me impedia de ir reclamar meu direito de perseguí-la é que ficar, de certo modo, escondida era melhor para mim.

É claro, se eu quisesse realmente pegá-la já teria feito a muito.

O fato era que os lobos não sabiam de tudo sobre mim ainda, tentei contá-los ao máximo sobre o que eu era, mas até as criaturas sobrenaturais tem um limite, esperava a melhor oportunidade para acrescentar um grão ao saco já cheio de informações, esperava que assim ele não arrebentasse. Contudo eles já sabiam do básico, sabiam das minhas necessidades alimentares e que eu poderia matar qualquer um deles no momento que eu bem entendesse, eles sabiam que eu lia mentes e de vez em quando previa o futuro, podia controlar emoções e não dormia, esse último fato eles não acreditavam muito, achavam que eu apenas me fazia de durona.

Porém, o que eles não sabiam é que eu tinha mais poderes além desses. O poder do gêmeos Volturi, principalmente o da menina, eu tentava esconder, apesar de eu já ter utilizado um deles contra o Jake aquela vez na clareira consegui enganá-los e dizer que havia sido algo do momento. Os outros poderes estavam mais para dons, a minha incrível habilidade de rastreador, de fuga, como a da Victória, de me esconder – era com esse que protegia meu cheiro contra a vampira. Saber quando alguém mentia era novo para mim, havia obtido na última vez que me encontrei com um vampiro.

- Bella – ouvi Jake me chamar, ele estava impaciente, provavelmente por estar me chamando a um bom tempo. – Bella ta viva? Faz três séculos que eu estou te chamando.

- desculpe-me – disse envergonhada.

- e quando eu digo que você tem que descançar ri na minha cara. – ele disse sem acreditar.

- você também é muito impaciente também em garoto, meu deus! – revirei os olhos – Jake não é assim que as coisas funcionam, não é simplemente ‘quero ver o que irá acontecer’ e puf eu vejo o futuro, ficar meio aérea faz parte do processo.

- vinte minutos já não são o suficiente? – fiz uma cara feia para ele. É claro que eram mais do que suficientes, mas eu ficar presa em meus pensamentos meio que fazia parte do processo, porém isso eu não admitiria. – desculpe-me – ele abriu um sorriso como de quem apronta. – mas enfim, conseguiu ver algo? – ele perguntou esperançoso.

- sim, chefe – disse rindo. – ela virá – revivi as visões em minha mente – hm, hoje irá ser mais legal, ela está realmente empenhada em me conseguir dessa vez… aff, não acredito, ela estragou minha ida a livraria. Vou ter que trocar de roupa – disse emburrada. – volto para casa enquanto você avisa os outros? – perguntei.

- claro, quando voltar venha sem o carro, depois eu te levo para casa. – concordei com ele e fui para o meu carro. – e não esqueça do nosso combinado para hoje. Sem preto! – ele gritou para mim esquecendo que eu conseguiria ouvir mais do que bem se ele sussurrasse. Taquei minha bolsa no banco do passageiro e entrei no carro e parti para Forks.

Ouvi meu celular tocar dentro da minha bolsa, peguei-o para ver o número, pensei ser o Jasper para me ligar esse horário, se não fosse ele sequer atenderia, porém era alguém mais urgente do que ele…o Freak

- oi – disse animada, ele quase nunca me ligava, deveria ser algo interessante.

“olá” ele disse com o seu charme de sempre “então, tenho uma proposta para te fazer”

- diga. – disse prestando atenção

“hum, vou dar uma festa aqui em casa, pensei que você gostaria de vir, já que você é uma louca por festas e não se importa em ficar perto de vampiros bebendo sangue.”  ele deu uma risada.

Minha mente viajou para noites atrás quando eu tentava entrar em uma festa sem ser convidada na companhia de um certo vampiro que havia levado uma garrafa de sangue pra beber.

- pode contar com a minha presença – falei com um sorriso no rosto.

“traga bastante dinheiro, essa será uma noite para lucrarmos nas cartas.”

- pode te certeza querido, só espero que apenas convide pessoas de alto nível para o jogo, não quero ninguém surtando… posso levar um amigo? – perguntei com a minha mente em Jasper, estavamos precisando nos ver uma festa de vampiros seria a desculpa perfeita para ele sair de casa.

“claro minha linda, traga quem e quantos quiser a festa é sua.”

- fico grata, bom, preciso desligar tenho alguns assuntos importantes para tratar aqui.

“te espero no domingo, até.”

- até – delisguei o telefone e voltei a me concentrar na estrada.

Em poucos minutos já estava estacionando meu carro na garagem. Subi as escadas com agilidade e assim que peguei uma troca de roupa no closet fui tomar meu banho. Deixei a roupa junto com o meu celular em cima da pia e liguei o chuveiro. Consegui acabar o banho antes que meu celular tocasse. Enrrolei-me na toalha e atendi o desesperado que me ligava.

- estava esperando que me ligasse – disse sorrindo

“oi para você também” ele respondeu com um tom ofendido e irônico, era óbvio que ele não estava realmente bravo.

- como vai? – perguntei tentando ser educada.

“eu estou bem, mas nem todos estão no mesmo estado.” Suspirei cansada.

- você sabe que eu estou pouco me lixando para os outros não? – perguntei já sabendo que ele reclamaria.

“Bella não é justo com eles, você não tem noção do que eu sofro nessa casa com o sentimentos de todos.”

- na verdade imagino sim, deve ser a mesma dor, até um pouco melhor do que eu senti quando eles não deram a mínima para mim, estou apenas retribuindo o favor.

“você não entende, não aguento mais ver Alice sofrendo” ele parecia estar chorando “é como mil facas adentrando em meu corpo, pior do que qualquer mordida que eu já levei” suspirei mais uma vez, entendia exatamente como ele se sentia, só não queria lembrar dos sentimetos, não sentir nada era tão mais legal.

- desculpe Jasper, se tiver algo que eu posso fazer – suspirei mais uma vez, sabia que me arrependeria disso depois. – o que quer que eu faça? Quer que eu converse com ela?

“isso seria pior depois” ele ficou um tempo calado pensando “teria que sar algo mais discreto” comecei a pensar junto com ele “que tal você deixar que ela lhe visse? Só por alguns segundos, você tira seu escudo, faz alguma coisa que mostre que você está feliz e coloque ele de volta. Não seria nenhum sacrifício para você e todos aqui em casa ficariam felizes por um bom tempo.”

- feliz Jasper? Tem certeza que isso não é um sacrifício? Se eu recorri a você para ter alguem com quem conversar tem certeza que eu estou feliz? – comecei a ficar irritada – você realmente acha isso?! abrir um sorriso verdadeiro é a coisa mais difícil para mim hoje.

“desculpe-me Bella” ele pareceu arrependido por ter proposto a ideia, senti-me culpada, havia pegado pesado com ele por algo bobo. “Você parecia ter algo para me falar.”

- ah sim, tenho uma festa esse final de semana, achei que seria uma boa deslculpa para você conseguir sair de casa. É em Port Angeles, já falei com o dono e você está autorizado a ir.

“ah sim será uma ótima desculpa: então Alice eu to indo numa festa que vai ter lá em Port Angeles de um ser humano que eu nem sei o nome, beijos querida e é claro que eu nem vou encontrar a Bella.” Ele disse irônico.

- não disse que o dono era humano – falei maliciosa e depois de ver que ele não falaria nada eu suspirei – fala para ela que é de algum velho amigo seu, invente uma desculpa, quer saber? Leve ela junto e coincidentemente nós nos encontramos na festa e todo mundo fica feliz.

“ não é uma má ideia… espera, se ele não é humano… Bella! Você está louca em ficar saindo com vampiros?! Pode ser perigoso!” ele começou a me dar uma bronca. Deixei o celular na pia enquando ele falava asneiras e me vesti rapidamente.

- achei que você soubesse que eu não me machuco com vampiros. E o que você está falando sobre sair com eles, eu acabei de convidar um para ir a uma festa.

“ não disse que era perigoso para você, estou falando pelo seu segredo e pela segunrança do coitado.”

- mais um motivo para você ir a festa então – é claro que eu não machucaria o Freak, mas Jasper não sabia disso. – olha, não vou fazer nada de perigoso, é apenas uma festa em Port Angeles leve a Alice, nos encontramos lá ok?

“irei falar com ela.”

- ah e Jasper – disse antes que ele desligasse – talvez você queira levar seu próprio alimento, porém protegerei a você e a Alice contra a sede não se preocupe.

“Bella você não tem limites” ele disse antes de desligar

- eu farei o que você pediu, tirarei meu escudo para Alice me ver. Diga para ela prestar atenção em mim. – eu falei por fim e então a linha caiu, sabia que ele havia escutado.

Sai do banheiro e arrumei minhas coisas para voltar a reserva. Sentia-me incomodada por andar no meio da mata com aquelas roupas claras, parecia uma médica vestida toda de branco além de que ela faziam me sentir vunerável como se todos conseguissem me ver.

- olá Bella – encontrei com o Quil em forma de lobo no meio do caminho, após ouvir sua voz deixei que todos seus pensamentos estivessem livres para chegar até mim.

- Quil – cumprimentei-o. – Jake já falou com vocês?

- sim, ele disse que ele vinha hoje a tarde, estamos todos a espera de você na casa do Sam para ver o que fazemos. Jacob está preocupado, andando de um lado para o outro igual a um boboca achando que você tinha se machucado por estar demorando. Por isso vim a sua procura. – ele começou a rir, na verdade só sabia que ele ria, porque conseguia ler sua mente, pois se não acharia que ele estava engasgando ou algo do tipo. Chegava a ser engraçado o som que ele emitia.

- que apressemos o passo então – disse e comecei a correr junto a ele.

- achei que tinha morrido! – Jake disse assim que passei pela porta.

- você é muito desesperado isso sim, não morri ainda não, só mais tarde. Temos que ir, ela aparecerá daqui alguns minutos. Posso ficar na posição de frente ou ainda tenho que ficar de defesa? – Jake olhou para mim como se eu estivesse louca por perguntar, mas foi Sam quem respondeu por ele.

- estou com o pressentimento que não conseguiremos nada hoje. Talvez seja melhor você ficar essa última vez na defesa, até amanha você terá conseguido nos ensinar mais alguns truques e então a pegamos definitivamente. – afirmei com a cabeça. Eles ainda tinham insegurança no quesito lutar contra vampiros, não os culpava no histórico deles só havia perseguições contra os mesmos e algumas aulas comigo.

Saimos todos da casa e enquanto os lobos se transformavam e subi no galho mais alto de uma ávore e fiquei a observar.

- garota você é realmente estranha, quem ve de longe acha que você é um macaco escalando essas árvores – Embry disse rindo.

- prefere que eu pule direto? Tenho certeza que isso seria muito mais estranho. Ele riu mais uma vez. – já coloquei a proteção em todos, ela virá pelo sul, mas mesmo assim vou dar uma vasculhada em tudo, talvez ela tenha algum companheiro com ela.

- não quero que ninguém ande sozinho, estão me ouvindo? Isso aqui é uma ronda e não uma guerra, lembrem-se que eu uma mordida dela e é nosso fim. Não quero ninguém se arriscando a toa – ele falou com sua voz de alfa – e o mais importante, não sejam orgulhosos, se conseguirem alcançá-la e sentirem que estão a perder não esitem em pedir ajuda para a Bella, ela ficará honrada em ajudá-los. Alguma duvida?

- sim – Quil falou. – se você disse que não estamos em uma guerra porque você está falando como se estivessemos indo desarmar uma bomba no Vietnãn? - todos riram enquanto Sam reprovava-o por ter aberto a boca.

- vamos logo – disse revirando os olhos e partindo.

- ela apareceu! – ouvi Paul dizer enquanto rondava a região sul, exatamente onde eu disse que ela estaria, abri um sorriso orgulhosa e corri de encontro aos outros. Sempre mantendo-me alguns galhos acima acompanhei Victória em sua fulga pelos animais que a perseguiam pelo chão.

Em uma manobra ela conseguiu sumir da vista de todos. Desesperada comecei a procurar no futuro pelo lugar onde ela estaria.

- a esquerda! – gritei na mente de todos.

Segundos depois a perseguição recomeçou e assim se manteve por um bom tempo. Respirei fundo duas vezes estava me segurando para não acabar com a ruiva ali sem só dó nem piedade. Os cheiros da floresta me invadiram, inclusive o cheiro dela, quer dizer, que eu pensei ser dela. Não estavamos perseguindo Victória ali bem a nossa frente era, na verdade, um vampiro.

- não é ela. – avisei os lobos – essa não é ela! - ­gritei com raiva e soquei uma árvore fazendo com que um galho da mesma caisse – boa refeição Paul, Quil, Embry e Jared. O resto venham comigo, vamos procurar aquela ruiva desgraçada!

Achamos Victória correndo em direção a Forks a poucos metros do local onde a haviamos perdido de vista. Porém assim que viu que nós tinhamos descoberto sua farça mudou seu rumo e fugiu. Perdendo ela de visto viramos as costas e fomos procurar o resto dos meninos. Infelizmente, eles também não tinham tido muita sorte e o vampiro com a peruca vermelha fugiu para o mar. Suspirei pesadamente.

- Jake me leva para casa? – perguntei com a voz cansada – quero estar lá antes de Charlie para que eu possa preparar algo para ele.

- só deixe eu me transformar antes. – ele pediu. Virei de costas e bloqueei todos os pensamentos.

- todos livres – disse indicando que eu não os estava observando e que poderiam vestir suas roupas a vontade.

- venha Bella vamos lá para casa. – Jake me chamou.

- estou livre? – Jared me respondeu com um ‘aham’ e, então, eu me virei. – qualquer coisa me liguem, ok?

- todos nos já sabemos os procedimentos Bella – Paul respondeu sarcástico.

- pare de enrolar Bella – Jacob me ofereceu sua mão, eu a peguei e, de mãos dadas, caminhamos até sua casa.

- tchau Jake – disse da minha porta acenando para o carro que desaparecia pela rua deserta no momento.

Entrei em casa trancando a porta após fechá-la. Victoria já estava me deixando cansada, ela não nos dava folga em nenhum dia, graças a deus com essa rotina o que nos bastava era esperar ela chegar, ir embora e depois o dia estaria livre para fazermos o que quiséssemos.

 Andei pela casa apenas checando e depois de tudo revistado subi para o meu quarto, estava tudo como eu havia deixado, meu pai não estava em casa ainda, queria preparar algo especial para ele por ter me agüentado todo esse tempo, mesmo com toda ajuda que eu tive de Matt ainda não era uma boa companhia . Andei até meu closet para pegar uma troca de roupa e ir tomar banho, o banho de mais cedo havia sido inutil com essa última perseguição.

Sai do banheiro já arrumada e joguei a roupa suja no cesto, nesse trajeto senti uma tabua afundar levemente com o meu pé. Voltei a essa tabua curiosa com isso, não me lembrava de ter partes do meu assoalho rangendo. Fiz uma pequena força com a minha mão, estranho, a tábua estava solta. De algum modo consegui tirá-la para olhar o porquê de ela ter soltado. Parecia ter sido forçada a isso. Debaixo do assoalho havia uma caixa marrom simples. Curiosa, tirei-a do pequeno buraco no chão e coloquei ao meu lado.

Não fazia a mínima idéia do que haveria ali.

Abri a caixa vagarosamente e vi uma embalagem de CD. Peguei meu notebook, o cd no leitor e esperei começar a tocar a primeira música enquanto analisava sua caixinha.

A frente era simples, sem nenhuma escrita. Virei a caixa no mesmo momento em que a musica começou. Me arrependi profundamente de ter colocado aquele cd para tocar, de ter aberto aquela caixa, de ter ligado para o assoalho, não poderia ser. Atrás da caixa do CD estava contido as seguintes inscrições, na letra perfeita que só uma pessoa no mundo poderia ter:

Bella, antes de reclamar por ter ganhado esse presente saiba que foi eu quem o fez e não gastei um centavo.

Espero que goste

Com amor

Edward

No momento que eu acabei de ler reparei na música que tocava no fundo, como se precisasse reparar nela para reconhecê-la. Era a minha canção de ninar, aquela que ELE  havia feito por causa dessa grande fissuração dele pelo meu ‘sono’.

Lágrimas involuntárias escorreram pelo meu rosto, não acreditava no que estava ouvindo. Achei que ele havia levado os presentes de aniversário com ele, achei que ele cumpriria a promessa de tudo ser como ser como se eles não tivessem existido, apesar de ter tamanha raiva deles a lembrança da dor me deixava com dor e o buraco no peito se abria novamente.

Olhei para a caixa, tinham mais coisas lá. Uma caixa retangular e… meu álbum. Peguei o livro marrom com pequenas bordas em dourado e abri-o, na primeira folha havia a minha foto com o Edward. Por que eu estava fazendo aquilo eu não sei, mas ficar olhando para aquilo tudo doía, e muito.

Fiquei sentada em posição fetal, abraçando os joelhos, tentando mais uma vez juntar os pedaços que, cada vez, ficavam mais separados. Eu já havia superado as mentiras do Edward, pelo menos assim eu pensava, minha raiva cobria todas as minhas feridas não dando espaço para eu enfrenta-las verdadeiramente. Abracei meus joelhos mais forte, mas acho que pela proximidade da capa do CD, do cheiro dele, com a minha garganta, ela começou a arder. Não como de costume, ela estava queimando, parecia que eu havia ingerido ácido.

Passava a minha mão por ela querendo tirar aquele ardor, como não estava adiantando comecei a usar as unhas. Cocei repetidamente a garganta e em algum momento a ardência começou a diminuir, senti um líquido na minha mão, mas não me importei e continuei coçando, a sensação de ardor estava diminuindo com isso. A quantidade de líquido começou a aumentar, olhei para minhas mãos e vi que ele era o meu próprio sangue. Parei de me coçar quase que instantaneamente e pus minha mão ali como se ela pudesse impedir o sangue de sair.

Senti o corte aumentar sob os meus dedos, não entendia o porque, já havia parado de me coçar. Comecei a me desesperar, o corte lentamente aumentava e mais sangue saia dele a cada segundo, nessa questão eu não sabia o quanto eu era imune. Meu choro se intensificou e eu cai deitada no chão, minha roupa branca que o Jake havia pedido para eu usar estava toda manchada com o sangue. Respirei fundo ver se havia algo no ar, um leve cheiro de vampiro, um leve cheiro de lobos e mais nada, descartei os dois como coisa estranha. Lobos, pois o Jake andava sempre pela casa e vampiros, pois o último que havia relado naquilo era o Ed…Edward.

Liberei minha mente para falar seu nome, evitá-lo como eu fazia não era uma coisa saudável, eu tinha que continuar a minha vida. Viver como se nada tivesse existido era uma boa opção, mas encarar tudo de cabeça erguida era melhor ainda. Superei uma das minhas últimas barreiras e falei repetidamente o nome de Edward em minha cabeça.

Estava em uma cena de filme de terror, o sangue continuava saindo, havia um corte gigante em minha garganta, eu chorava desesperada, uma musica clássica tocava ao fundo, só faltava o vilão que ria sarcasticamente da cena a sua frente e se preparava para acabar de vez com o sofrimento da vítima.

- Bella – ouvi uma voz tranqüila e familiar dizer ao fundo. Minhas forças estavam quase esgotadas, mas consegui tirá-las do fim e virar a cabeça para ver quem era. Meu corte aumentou significantemente e eu gritei de dor e desespero.

Meus olhos não acreditavam no que viam. Eu não acreditava no que via.