Capitulo vinte e sete: uma tranformação inesperada

- Sam, falo sério não quero machucar nenhum de vocês – disse preocupada olhando para todos os lobos que me rodeavam.

“você diz isso agora, mas quero ver quando você se tornar vampira” ele pensou sem saber que eu ouviria.

- isso não acontece comigo, eu não me transformo – ele pareceu desconfiado quando respondi a sua pensamento. – olhe bem para o meu corpo, consegue ver as outras marcas? Eu já fui mordida antes, e ainda continuo a Bella – não poderia pensar em me envolver numa briga nesse momento. Indiretamente eu havia me alimentado de veneno, estava no ponto máximo das minhas habilidades, se eu perdesse minha cabeça deficilmente coneguiria voltar ao normal antes que o ‘perigo’ acabasse.

Sam riu internamente, percebi que os outros lobos o acompanharam, bem complexa essa ligação que havia entre as suas mentes. Ouvi jake voltando, afinal onde ele havia ido?

“Sam deixe ela em paz!” Jake tentou discutir se colocando novamente a minha frente.

“Jacob, estou mandando…se não quer atacá-la eu entendo, porém não nos atrapalhe” Sam pensou usando sua voz de alfa. Queria rosnar e atacá-lo por falar assim com Jake, mas isso não ajudaria na imagem que eu estava tentando passar.

“desculpe Bella” Jake desculpou-se enquanto, contrariado, saía da frente.

- não foi nada Jake, não o culpo, deveria ter visto que estava atrás de mim antes de atacar o vampiro. – seus olhos se arragalaram.

“consegue me ouvir?” ele perguntou curioso.

- a todos vocês. – avisei-o – não Sam, não usarei isso como forma de ganhar de vocês.

“o que estão esperando ataquem logo!” ouvi Paul pensar irritado. Consegui olhar para ele antes que a visão de sua mente se realizasse, a tempo o suficiente de vê-lo executar a ação. Pulei o mais alto que pude caindo atrás dele. Vi os lobos me olharem impressionados.

- qual é o problema de vocês?! Já disse que não vou machucar ninguém! Mas isso fica difícil se vocês continuarem tentando me matar. Desistam, nem que ambas as partes queiram você não conseguirão.

“proponho um acordo… não te atacaremos se você der-nos uma prova concreta de que não é perigo para nós e para toda população da aldeia ou de Forks.” Sam pensou tentando concertar o erro de Paul.

- que sentemos e conversemos igual a pessoas civilizadas que eu espero que vocês sejam. – disse olhando de canto de olho para Paul. Jacob saiu correndo para a floresta e voltou um tempo depois como humano, ele estava com uma bermuda diferente da primeira vez.

- desculpe por não ter te contado antes – falei para ele que tinha parado do meu lado. – não queria te meter no meio dessa confusão, mas pelo visto foi inevitável não? – dei uma leve risada. Segurando em seu cabelo agora curto.

“pode começar a falar” Sam pensou exigente.

- não é por nada não, mas eu me sinto uma idiota conversando com um lobo, mesmo sabendo que ele entende tudo que eu digo. – falei um pouco envergonhada. – adoraria se vocês voltassem a forma humana.

- Bells – Jake me reprimiu sem jeito – o Sam está sem uma roupa aqui… nossas roupas não simplesmente se transformam com a gente. – ele deu uma leve risada. – acenti pensando em onde eu começaria.

- o que querem saber por primeiro? – perguntei prourando por uma base.

- seria ótimo se você nos contasse como conseguiu matar ele, afinal você parece humana, mas nenhum humano teria forças para sequer empurrar ele como você empurrou. – Jake falou pelo bando.

- eu não sou uma humana normal, poderia ficar até amanhã aqui dizendo minhas teorias, mas a verdade é que eu não sei o motivo para isso. Quando tinha treze anos, sofri um pequeno acidente na minha aula de educação física e desde essa data nunca fui a mesma. Fiquei mais forte, mais rápida e a comida humana aos poucos não me apetecia mais. Faz um tempo que eu não enlvelheço. – Jake olhou para mim espantado.

- você também não envelhece? – ele perguntou com os olhos brilhando. Neguei com a cabeça.

- pera – disse me tocando do que ele havia me falado. - como assim também? – fiz uma cara confusa, Jake também não envelheceria?

- eu não envelheço, nenhum de nós. Ao menos que nós paremos de nos transformar, mas isso é algo praticamente impossível de se conseguir. – abaixei minha cabeça refletindo, isso era bastante interessante.

“espere…” ouvi Sam pensar chamando minha atenção “você mesma disse que alimento humano não te apetecia mais, então, o que é que você come?” ele fez a pergunta que eu menos gostaria de responder.

- bem… respondendo sua pergunta – me virei para Sam

- o que é que ele perguntou? – Jacob me perguntou querendo ser interado na conversa.

- do que eu me alimento, já que a comida humana não me apetece mais. – respondi a Jake. – enfim, é uma pergunta delicada, e gostaria que vocês não fizessem um movimento sequer enquanto eu não acabar de responder. – todos assentiram. – sem citar datas, faz anos que eu não me alimento de comida humana, apesar de eu conseguir come-la é algo que me da desgosto total. No dia do meu acidente, aquele que eu citei anteriormente, eu acabei descobrindo que eu tinha uma certa queda por sangue  - olhei para Paul que fez menção de se aproximar e ele ficou em seu lugar – antes que perguntem, eu bebo, sim, sangue até hoje e, sim, é humano, contudo eu não mato ninguém.

“você transforma a todos então?” Paul pensou acusando-me. Respirei profundamente antes de responder.

- eu não tenho veneno. Não sei o quanto sabem sobre vampiros, mas devem conhecer o veneno que ele injeta em suas vítimas assim fazendo com que, se não acabem mortas acabem tranformadas. Eu não produzo esse veneno, sim, eu tenho um veneno no sangue, mas não é para matar humanos. O que me leva ao meu segundo alimento. Esse no caso tenho correndo em minhas veias no exato momento, por isso seria extremamente perigoso eu começar um briga agora.

“diga logo” um lobo que atende pelo nome de Embry pensava repetidas vezes ancioso. Sorri para ele e me virei a todos para que assim pudesse responder.

- veneno… de vampiro. – um lobo menor que estava ali deu um passo para trás, como se quisesse proteger as costas. – ele é algo essêncial para meu organismo. É o veneno que ‘alimenta’ minha parte sobrenatural, por isso que eu disse sobre a luta,  Laurent me mordeu, passando assim um pouco de veneno para mim e me alimentando. Quando estou com sangue fresco no organismo meus instintos de caçadora ficam todos aguçados e eu acabo me descontrolando fácil no quesito paciência. – os lobos estavam praticamente de boca aberta. – esses sim eu tenho que matar quando me alimento. – um lobo foi para floresta e voltou segundos depois.

- você está do nosso lado então? – olhei para ele sem entender, sabia o quão incomodo era alguem em sua mente sabendo tudo o que você pensa, por isso deixava que as pessoas me respondessem o que eu não entendia, assim elas se sentiriam mais confortáveis. – se você mata vampiros você está do nosso lado e contra eles. – ri da sua colocação, o garoto que falava era o mesmo que tinha chamado-me atenção para seus pensamentos anteriormente.

- calma, não tire conclusões precipitadamente. Não estou do lado de ninguém. não gosto de matar ninguém… a não ser as pessoas que realmente merecem – disse baixinho comigo mesma – mesmo que seja um vampiro sanguinário, não vou matá-lo por causa disso, só mato-os porque preciso disso para sobreviver.

- aposto que você não diria isso se estivesse correndo atrás da ruiva. Tenho certeza que você adoraria caçá-la apenas pelo mérito de conseguir apanhá-la. – disse Quil, um dos outros lobos que também havia voltado para a forma humana.

- cala a boca Quil, não vamos metê-la no meio disso! – Jake falou bravo reprovando o Quil por me contar sobre a ruiva.

- que ruiva Quil? – perguntei saindo de trás de discreta posição de protação que o Jake havia me colocado.

- uma sanguessuga ruiva que vem direto aqui, ela chega checa a área e vai embora antes que nós consigamos pegá-la. – meus ouvidos não queriam acreditar no que ouviam. Então… ela já havia voltado a tempos… e mesmo sabendo dos lobos mandou Laurent atrás de mim.

- um ruiva de cabelos cacheados? – perguntei querendo na verdade que ele dissesse que eu eu estava enganada. Ele afirmou com a cabeça. – pense nela – pedi quase como uma ordem, estava desesperada pela sua volta. Se ela tivesse me visto conseguiria então lembrar do que aconteceu com James exatamente. Isso se por acaso antes de desmaiar naquele dia tivesse conseguido mudar sua memória, não lembro exatamente do que eu havia feito.

As imagens das lembranças de Quil começaram a invadir minha mente. Os seis Quileutes que estavam a minha frente no momento em suas lembranças corriam atrás de um ser com cabelos cor de fogo. O, ou melhor, a vampira corria pelas árvores enquando os outros seguiam pelo chão dando a eles uma desvantagem.

Sai das lembranças de Quil e voltei para realidade. Os outros me olhavam alarmados. Devolvi-lhes o olhar sem entender o porquê de estarem assim.

- é ela – disse pasma. Olhei para Jake ele não estava entendendo nada.

- quem Bella?

- Victória

- se você nos explicasse quem é a Victória seria muito mais fácil. –Quil perguntou divertido. Diferetemente dos outros ele não via a seriedade do assunto.

- uma vampira que quer vingança, a ruiva. O outro que estava aqui era apenas uma marionete dela.

- sobre o que ela quer vingança? Todas as vezes que vem aqui parece que procura algo, que está atrás de algo, mas nunca descobrimos o que era. – abri um sorriso sarcástico.

- eu. – todas as mentes ficaram alarmadas fazendo com que os seus pensamentos invadissem a minha cabeça. – acalmem-se, não é para tanto alarde.

“podemos usá-la como isca, e quando a sanguessuga ruiva vier nós atacamos” Paul, junto com Sam os únicos lobos que não haviam voltado a forma humana, pensou.

- seria uma ótima ideia Paul, porém tem uma falha nela…uma falha que só poderei falar se o Sam prometer me deixar ir e vir nas terras sem correr o risco de ser atacada por um de vocês. – todos, mesmo sem entender sobre o que eu estava falando, olharam esperançosamente para o Sam. Esse assentiu.

“dependendo do seu comportamento poderei mudar a minha decisão… promete não matar nenhum humano a partir de hoje?” ele retrucou minha promessa.

- claro – respondi sorrindo. Jake olhou para mim pedindo que eu repitisse a resposta de Sam. – ele disse que sim, mas que poderia mudar de opinião se eu matasse algum humano, fazendo-me prometer que isso não aconteceria. – matei a curiosidade do Jake e dos outros.

“qual seria a falha então” pensou Paul em tom de desdenha.

- ler mentes não é o único poder que eu tenho, Paul. – disse simplesmente.

- alguém poderia traduzir a conversa, por favor? – Embry pediu querendo ficar interado no assunto.

- Paul teve algumas ideias de estrategia – disse, mas sua expressão pedia por mais detalhes. – ele estava pensando em me colocar como isca quando a Victória voltasse.

No mesmo momento que eu acabei de falar um vi um rosnado e roupas se rasgando atrás de mim uma lamina fina raspou em minhas costas provocando uma leve ardencia, porém não deixei que a minha dor transparecesse, coloquei meu cabelo na frente para que ninguém visse o machucado que provavelmente a lamina havia causado e virei-me para a fonte do rosnado.

Jake havia se transformado em descontrole com a ideia de Paul, reação exagerada isso sim, mas depois notei que não havia sido culpa dele, seus instintos haviam tomado conta. Deu tempo de olhar para trás e, então, ver Jacob atacando Paul. Queria ter ido separá-los, e teria o feito se o Embry não tivesse entrado a minha frente protegendo-me de qualquer consequencia da luta.

“Bella, peça para eles te levarem até a Emily, separarei os dois e levarei-os para lá também.” E perder toda a diversão? Como assim, queria ajudar a separá-los também. Pelo visto Sam havia notado minha cara de desgosto com o dito. “Bella é perigoso se meter no meio de lobisomens principalmente quando eles estão brigando.” Lancei um olhar de descrença a ele e ativei o poder que havia conseguido a muito tempo do gemeo Volturi.

A nuvem esbranquiçada apareceu e começou a se mover em direção aos dois lobos brigando em uma parte mais afastada da clareira. Lentamente ela os alcançou e ambos cairam no chão impossibilitados, de certa forma, de fazer qualquer coisa. Olhei novamente para Sam levantando uma sobrancelha.

“o que você fez com eles?!” Sam perguntou descontrolado indo de encontro aos dois.

- não se aproxime ou você ficará do mesmo jeito – avisei-o antes que ele alcançasse a nuvem quase invisível do meu poder. Ele olhou para mim desconfiado, mas resolveu parar e confiar em mim. – eu apenas tirei o sentido deles – disse me aproximando. Embry e Quil olhavam a cena admirados. – consegue enchergar a neblina? – perguntei parando ao lado de Sam e apontando. – é um dos meus outros poderes, disse que não tinha apenas um. Eles ficaram bem não se preocupe… é só eu tirar a nuvem – disse e desativei o poder.

Os dois lobos levantaram sem parecer saber onde estavam, olharam em volta confusos e Jake assim que me viu veio para o meu lado me proteger. Embry e Quil coçavam suas mãos para se transformarem e ver pela mente do Jake e do Paul como era a sensação.

- vamos pegar umas roupas para vocês e conversar civilizadamente do porque de eu não poder servir de isca. – reprovei Jake pelo futuro rosnado que ele soltaria. – vamos pegar um roupa para você – disse e sai a caminho da casa do Jacob.

“nós vamos para minha casa, nos encontre lá” afirmei com a cabeça e sai com Jake atrás de mim.

- olá Billy – disse assim que o pai de Jake atendeu a porta da sua casa.

-oi Bella – ele falou um pouco sem jeito. – desculpe-me mas o Jake não está em casa

- é eu sei – abri um sorriso – ele está comigo na verdade, apenas vim pedir a você para pegar um roupa para ele.

- o que?! – Billy perguntou alarmado – será que ele teve o… - seus olhos se arregalaram antes que ele pudesse terminar a frase. – onde ele está? – perguntou olhando para mim novamente.

- em algum lugar na orla da floresta, os outros estão nos esperando você pega uma roupa ou eu pego? – perguntei já impaciente.

- eu pego espere aqui. – ia oferer ajuda mas ele praticamente saiu correndo, claro que não literalmente. – tome – ele disse retornando após alguns segundos com peças de roupa dobradas.

- obrigada Billy – ele fez um gesto com a cabeça e saiu murmurando ‘será que foi o imprinting’ ignorei seu comportamento estranho e sai correndo de volta para a floresta. Dei a roupa para Jake e em poucos minutos nós já estavamos a caminho da casa do Sam.

- olhe, só não encare a Emily ok? O Sam fica irritado. – ela me falou e eu fiquei me perguntando o resto do tempo porque eu encararia-a.

- oi pessoal – Jake disse entrando na casa. – nem me esperaram para atacar a comida. – ele disse em tom reprovador. – oi Emily. – ele comprimentou por último. Entrei na casa atrás dele sem falar nada. – essa aqui é a Bella. – Jake me apresentou a ela. Fiz força para desviar meus olhos de seu rosto, era como encarar um vampiro que já tinha passado por várias batalhas, você ficava curiosa para saber a origem de cada cicatriz. Infelizmente a origem das cicatrizes de Emily era apenas uma e eu tinha certeza que sabia qual era. Uma transformação muito perto dela.

- é você, então, a garota vampira tão falada – Emily lançou um olhar rápido ao Jake.

- fazer o que – dei um sorriso tímido desconfortável. – você me poderia me ajudar em algo? – perguntei a Emily.

- claro – ela disse sorrindo. – o que?

- acho melhor eu te mostrar quando estivermos a sós disse a ela olhando para o Jake.

- vamos até o meu quarto – ela disse e começou a subir a escada que tinha no canto da sala dando acesso ao segundo andar. Fechei a porta do quarto assim que passei por ela atrás da Emily. – o que queria me mostrar? – ela perguntou interessada. Tirei, vagarosamente, o cabelo das minhas costas e mostrei o corte a ela. Sua boca abriu em um ‘o’ perfeito e uma pequena exclamação saiu dentre seus labios. – Bella!

- xii! Não fale nada. – indiquei para os garotos lá em baixo. – gostaria que me ajudasse a limpar. Não consigo enchergá-lo. – disse frustrada

- claro venha, limparemos isso direitinho. Sujou seu cabelo – ela me avisou.

- eu sei, mas não queria que eles vissem então…

- pera… o que é essa mordida em seu pescoço? – ela perguntou desconfiada.

- longa historia, deixe-a ai, logo curará. – disse e levantei do chão. – vamos, eles estão me esperando para algumas explicações, só peço que não conte nada, seria preocupação a toa.

- que cheiro de sangue é esse? – Jake perguntou olhando para mim.

- quer um pouco? – perguntei rindo, lembrando de algumas brincadeiras internas. Infelizmente nenhum dos lobos achou graça e um clima estranho se estabeleceu. Suspirei e procurei por outro assunto. – o que é imprinting?