Capitulo onze: reconciliações…

Era Rosa, mãe do Matt.

- Bella, querida! – ela praticamente gritou quando entrou na sala e me viu – ainda bem que você chegou, estou tão aliviada, não agüentava mais esses dois. A criança agora não quer mais falar com o esse ai e sobrou tudo pra mim.

- ah não – fingi descrença – quando isso começou? – perguntei ‘interessada’ em seu ‘sofrimento’

- um pouco depois que ele e a namorada brigaram e que ele começou a sair para beber tornando-se um bêbado – ela olhou com nojo para ele.

- tenho para quem puxar – Matt murmurou.

- bem Bella, querida, vou guardar minhas coisas, sinta-se em casa. – ela disse sorrindo e saiu.

- obrigada – dei um meio sorriso para ela. – bêbado Matt?! – acabei não me controlando e falei num tom mais exaltado. – você não bebe desde seus quinze, posso saber qual foi o grande motivo para a mudança? – disse irônica. – Matt você é um grande hipócrita – não me agüentei e joguei em sua cara a verdade. – tudo o que você me disse que mais odiava na sua infância está se repetindo.  Você me disse que odiava quando sua mãe te batia ou chegava bêbada em casa, principalmente quando ela estava com algum namorado, pois você sabia que eles sempre brigariam e ela acabaria apanhando… você disse que a odiava, pois fique sabendo Matt, sua filha acabou de me dizer que te odeia. – fiquei calada com algumas teimosas lágrimas escorrendo pelo meu rosto esperando sua reação. Ele ficou em estado de choque despertando muitos segundos depois

- não – ele soltou um murmúrio muito baixo. – não pode ser – ele colocou a mão na cabeça e caiu no sentado no sofá chorando com fortes soluços. Vê-lo chorar era uma coisa rara.

- por que fez isso Matt? – perguntei com a voz um pouco mais adocicada comovida com o seu choro, aquilo era algo realmente sincero. Sentei-me ao seu lado no sofá.

- eu a amo.

- ama quem, Matt?

- todas vocês. – ele levantou a cabeça para me olhar. – mesmo dizendo que não a amava eu sempre amei no fundo.

- como assim Matt? – abracei ele, seu estado estava desesperador, ele estava tentando se abrir e eu não estava conseguindo entender metade do que ele dizia.

- minha mãe,… você. – ele soltou-se de meu abraço e me olhou fundo nos olhos – mas… eu nunca percebi isso, só recentemente. Quando a Mad foi embora eu percebi tudo o que eu não havia percebido até hoje em minha vida, duas das três pessoas mais importantes na minha vida haviam partido e estava preste a perder a terceira, vi que minha mãe mesmo nunca dando bola para mim cuidou da Isa quando eu mais precisei. Minha mãe nunca cuidou de mim, mas sempre cuidou do que eu considerava importante, isso acaba pesando mais do que se não tivesse sido assim. – ele voltou a soluçar forte e voltou a esconder sua cara, ele não gostava que eu o visse chorar.

- se acalme Matt – deitei sua cabeça em meu peito, exatamente como ele fazia comigo quando eu precisava.

- mama? – vi a cabeça de Isa aparecer de trás de uma parede que deixava a parte da escada mais íntima. – você disse que não ia demorar – ele reparou no Matt entre meus braços. – você está bem papa? – ela se aproximou de nós – por que está chorando – ela passou a mão por uma lágrima que escorria pelo rosto de Matt – por que vocês dois estão chorando – ela repetiu o gesto com uma lágrima que escorria do pelo meu rosto.

- me desculpe filha eu não quis fazer nada daquilo com você, eu não estava dentro de mim quando fiz aquilo. Me perdoa? por favor, prometo que nunca mais irá se repetir isso que aconteceu nas últimas semanas. – ele saiu do meu abraço e pegou ela no colo esperando sua resposta. Ela olhou para mim, era incrível a confiança que ela depositava em mim. Incentivei-a silenciosamente, ela sorriu e balançou a cabeça positivamente.

Matt abriu um sorriso de orelha a orelha e abraçou a Isa tão forte que eu poderia jurar para mim mesma que eu vi seus traços ficarem levemente arroxeados. Mas ela não pareceu se importar, pois também mantinha um gigantesco sorriso em sua face.

vendo os dois abraçados  pensei mais uma vez sobre eu ficar ali. eles haviam acabados de se reconciliarem, não seria justo eu acabar com essa recente felicidade. Levantei do sofá, onde eu estava sentada e mansamente, para eles não perceberem, tentei sair dali, mas a tentativa foi em vão.

- onde pensa que vai?  está faltando alguém aqui nesse abraço - Matt chamou-me para eu juntar-me a eles, não achei justo, eu nunca poderia  pertencer a aquele lugar, apesar de ele ser reconfortante e tentador

- venha mama - isa disse vindo até mim e me puchando pela mão. Não resisti e deixa-a levar-me até Matt. Eles eram como uma droga para mim, me sentia bem perto deles,com eles, mas quando eu pensava melhor eu via que essa aproximação não faria bem para mim nem para eles, mas eu não conseguiria deixá-los, eles eram viciantes demais,reconfortantes demais.

- então Isa, onde você quer ir? Qualquer lugar, fazer qualquer coisa, eu te levo - Matt disse recompondo-se. Isa fez uma cara pensativa, o que combinou perfeitamente com ela.

- quero ir ao parque, faz tanto tempo que você não me leva lá, mas eu quero ir naquele com os patos e os cachorros. - ela referia-se a um parque que havia perto da escola onde as pessoas levavam seus cachorros e as crianças costumavam a correrem atrás dos patos ou, se fossem mais civilizadas, alimentá-los

- ok vá se arrumar para assim podermos ir - ela correu para o seu quarto ante parando na porta da sala

- você vai também não é mama? - ela perguntou feliz.

- claro que sim pequena - ela ouviu a resposta, soltou um grito de felicidade e foi para o quarto.

- o que foi Bella? Você não parece feliz.

- é que eu não deveria ficar aqui e atrapalhar as suas vidas, cedo ou tarde eu vou voltar para forks, não importa o que aconteça e… - ele não deixou eu terminar.

- e ai voltaremos a ficar do jeito que estavamos, você atrapalhou minha vida desde sempre, não seria agora que iria parar - ele disse brincando - vamos, a Isa está feliz por você estar aqui, eu não me importo de você ficar em casa, para mim é um prazer, maior ainda para a minha mãe você sabe, ela vai se importar muito menos de você ficar lá em casa, talvez eu veja ela dar pulos de alegria junto com a Isa. Você poderia morar com a gente pelo resto da vida, todos nós amariamos.

- olha que eu fico ein - dei uma leve risada. - ok vamos para o parque depois eu vejo o que eu faço, quem sabe vocês não me convencem até lá - ele concordou com a cabeça e me deu puxou para outro abraço.

- tenho certeza que tudo se ajeitará pequena, pode ter certeza que eu estarei sempre ao seu lado, mesmo que você não possa estar ao meu. - olhei profundamente nos seus olhos e retribui o abraço. Senti a luz de um flash em minhas pálpebras e abri os olhos. Vi a mãe do Matt parada ao pé da porta.

- precisava estreiar - ela apontou para a câmera. - levem, vão fazer mais uso dela lá a aqui. - ela tacou a maquina para o Matt, esse quase deixou cair, mas conseguiu pegar. Matt e sua mãe ficaram se encarando por um tempo.

- vou ajudar a Isa - disse e sai da sala decidida a dá-los privacidade, deixando os dois sozinhos, quem sabe eles quebravam o gelo de anos.

Vesti-a com um vestido amarelo com flores vermelhas, coloquei uma faixa em seu cabelo que contrastou  perfeitamente com seus cachos castanhos escuro, descemos e encontramos Matt, mais sorridente que nunca, esperando-nos e fomos para o parque.

- podemos passar aqui depois para regularizar sua situação - ele disse enquanto passávamos em frente ao grande prédio da escola. Soltei um pequeno gemido de insatisfação - force os outros a ir para escola que você recebe o mesmo - ele abriu um sorriso sacana. - não se preocupe está tudo legal aqui. - olhei espantada para ele. - é serio. - achei melhor não achar nada e olhei para a minha antiga e futura escola que se distanciava.

O resto do caminho ao parque foi silencioso, Matt estacionou o carro perto de um conjunto de árvores, em uma das muitas vagas livres. 

Quanto a Isa: ela classificava-se no tipo criança que vem ao parque para correr atrás dos patos. E ela divertia-se tanto em fazer isso que nem ligavamos mais, apenas sentavamos debaixo de um arvore e conversávamos.

- faz tempo que eu não te vejo assim, quer dizer faz tempo que eu não te vejo na verdade, mas pela a última vez que te vi essa cara parecia impossível de se repetir. - Matt disse após alguns minutos de silencio.

- fico feliz que vocês tenham resolvidos seus problemas - tão facilmente, completei. Quem me dera eu pudesse usar meu próprio poder em mim mesma, esquecer dos ultimos meses, talvez anos, tudo sumiria, tudo voltaria a ser normal.

- falando em problemas senhorita Bella.