Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Eu não revisei o capítulo, então provavelmente tem muitos erros de português. Desculpe por isso, mas se eu não postar agora, vai ficar corrido na semana.Espero que gostem!



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Capítulo 8

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.”

Mário Quintana

Narrador: Bella.

Fazia pouco mais de duas semanas que eu e Edward tivemos aquela conversa. Ele, como já era de se esperar, me evitava como se eu fosse uma doença imensamente contagiosa, eu por outro lado, deixava isso de lado, não querendo força a barra com ele – pelo menos não agora.


Edward tinha problemas, estava marcado pelo passado, e eu, como apenas uma nova integrante insignificante em sua história não tinha o direito de me meter mais do que eu já havia me metido. Eu tinha que deixar o tempo guiar nossos destinos, e não ser mais inconveniente do que já havia sido.


Não parávamos no mesmo ambiente por mais de cinco minutos, porque ele sempre se retirava antes mesmo que eu pudesse começar uma conversa que o deixasse perturbado demais e o fizesse se “abrir” comigo como da outra vez em que conversamos.


Era lógico que eu não ia começar um interrogatório, eu não era tão inconveniente assim... Acho.


De qualquer modo, essas semanas que passaram, eu me corroí de curiosidade e ansiedade, e passei até noites sem dormi me perguntando o porquê dele ser assim, o porquê de está marcado por tanta insegurança e medo.


Foram tantas noites como essa que estou tento agora, buscando respostas, que apenas ele poderia me dar.


Pego meu celular – companheiro de longa data – e olho a hora. Ainda são 04h27min da madrugada. Não conseguirei dormir, sei disso, e é por esse motivo que eu me levanto da cama, tiro minhas roupas de dormi e corro para o banheiro.


O outono foi embora deixando tudo com aquela aparência meio sem vida, que só a primavera e o verão sabem dar. Em troca para acompanhar a decadente paisagem que a estação nos permite ter, recebemos o frio cortante, que o meu quartinho de empregada não consegue espantar por não ter aquecedor.


Entro debaixo do chuveiro que cai uma água fumegante em minha pele. A água aquecida e muito bem vinda para a pele arrepiada e que chorava de frio a tão pouco tempo.


Pouco tempo após entrar no banho saiu da água e sinto o ar gélido arrepiar minha pele deixando o bico de meus seios eriçados. Pego a toalha e a esfrego com força contra meu corpo, tentando assim manter um pouco de calor, e acalmar a minha pele.


Coloco um jeans basico e velho, uma blusa de manga verde e tênis. Vou dar um jeito logo na parte inferior da casa e depois – quando amanhecer – vou ao supermercado.


Saio correndo de dentro do meu quarto e atravesso a pequena distância que me separa da mansão apressada. O vento está tão frio e afiado que por um momento pensei que cortaria minha pele.


Dentro da mansão, acendo as luzes da cozinha, e parto em direção ao corredor e a sala para deixar tudo iluminado também. Ligo a lareira elétrica para deixar o ar menos gélido e volto para a cozinha. Na dispensa há pouco comida, mesmo assim, tenho tudo o que preciso para preparar meus cookies de chocolate. Tiro os ingredientes e começo a preparar o biscoito doce, devagar nem ai para o mundo, cantando uma musica qualquer.


Ao longe, consigo escutar um barulho no andar superior, e sinto-me estranhamente aliviada com o pensamento de que não fui a única a perder o sono está noite.


Mesmo assim, não paro o que estou fazendo para subir as escadas. Ainda não e hora, e acredito que Edward ficaria imensamente assustado e irritado com a minha presença tão cedo em seu quarto. Deixo ele terminar a bagunça que provavelmente está fazendo, com um único pensamento me invadindo, de que na real, estava demorando para ele ter outra crise.



Narrador: Edward.


Estou em uma floresta, e sei que deveria ter medo, mas não tenho. Corro sem nenhum rumo, apenas sabendo que quando estiver no local certo, meus pés irão parar por causa dela.

- Dela? – Faço a pergunta em voz alta confuso.

Não sei por quem procuro, mesmo assim, continuo a busca da pessoa que me faz correr tão depressa e meu coração quase que saltar pela boca.

Finalmente, consigo vê cabelos castanhos ondulados e compridos e um corpo feminino que parece tão frágil que fico com medo de me aproximar muito. A garota do corpo frágil usa calças jeans, um casaco preto meio gasto pelo tempo e em seus pés não há sapatos. Parecia feliz e relaxada de estar naquela ventania fria que a floresta tem, como se estivesse em casa.

Ouvindo meus passos, ela vira para trás e sorri de uma orelha a outra, como se eu fosse o motivo para seu dia ser feliz.

Tarde demais – e contente demais também por fazer o dia de alguém o melhor do mundo – percebo que é Isabella Swan. Recuou alguns passos inseguro com sua presença.

Ela revira os olhos, e da passos determinados em minha direção, parecendo um pouco chateada com a minha recusa de me aproximar. Mesmo assim, isso não impede de que pegue minha mão, e comece a correr, me fazendo segui-la com passos desordenados.

- Isabella, largue-me. – Digo enquanto corro.

Ela finge que não escuta, e apenas ri.

- Pare de pensar que está sendo carregado a força por mim para algum lugar desconhecido Edward. Corra junto comigo, e sinta o vento, a terra à noite. – Ela olha rapidamente para trás sorrindo e mostrando os dentes. – Seja espontâneo, isso pode lhe trazer um pouco de alegria.

Não digo nada, nem um resmungo, apenas faço o que ela acaba de dizer.

Ao lado dela – ainda de mãos dadas – corro com os pés descalços, sinto que o solo está úmido. O vento é gelado, mesmo assim, não consigo sentir frio. A mão de Isabella consegue me manter aquecido. Reparo a noite e vejo como ela seria uma imensa escuridão se não fosse à bela lua cheia iluminando o nosso caminho.

A lua, me faz lembrar Isabella, tão chamativa em meia a tanta escuridão, e como se ela refletisse a minha vida. Isabella e a luz, que agora começa a se meter na minha vida, minha escuridão. Não consigo deixar de pensar se será que ela irá me iluminar, me ajudar a achar meu caminho.

- Porque você está na minha vida? – Não consigo deixar de perguntar.

- Isso te incomoda? Eu te incomodo? – Ela responde minha pergunta com outra.

Suas bochechas estão coradas, e ela sorri arteira parecendo planejar algo dependendo da minha resposta.

- Para ser bem sincero, incomoda sim.

- Só as pessoas importantes em nossas vidas, são capazes disso. – Ela olha para mim e seus olhos brilham. – Capazes de incomodar. Isso na verdade, significa que ela se importa com você.

- Você se importa comigo? – Pergunto em um fio de voz.

- Só agora percebeu? – Retruca indignada, e finalmente para, em frente um clareira congelada.

Isabella pisa no mato congelado que rapidamente vira florido. Ela parece tão segura e mágica desse jeito. Ainda segurando minha mão, ela nós guia para o meio da clareira e se joga no chão, se esparramando no mato que tem um tom de verde bem vivo e ainda estão curtos. Jogo-me ao lado dela. Ficamos os dois deitados, sem falar nada.

- Você não respondeu a minha pergunta. – Comento minutos depois.

Abruptamente ela rola para o meu lado, ficando com o corpo em cima do meu. Sinto meu coração acelerar com o contato e por causa de seu rosto tão próximo ao meu.

- Sim, eu me importo com você. – Responde por fim. – Você pode não saber, mas eu ando tão só quanto você. – Sua pequena mão sobe para meu rosto e passa pelos meus lábios. – Você e a pessoa mais próxima que tenho, e que aceito em minha vida. – Sorri docemente. – Somos amigos afinal de contas.

Dizendo isso, inesperadamente, ela pressiona seus lábios aos meus, em um beijo cálido e singelo, me deixando perdido, sem saber qual o próximo passo devo dar.

- Merda! – Resmunguei ao perceber que cai da cama.


Levanto meio torto sentindo dor nas nadegas e nas costas.


- Que merda de sonho foi esse? – Resmungo de novo chutando a cadeira que estava em minha frente.


Tenho vontade de quebrar tudo que vejo, deixar em pedaços e fazer uma bagunça ao meu redor.


Quero expulsar Isabella Swan  da minha vida, mesmo sabendo que em parte, ela não tem nada a vê com meus sonhos. Mesmo assim, eu nunca tive duvidas do que eu era, ou do meu futuro – isso logicamente antes dela aparecer.


Imagino que no fundo ela tenha boas intenções, só que suas intenções estão me corroendo e me matando lentamente, de tanta angustia e confusão.


Chuto tudo que vejo na reta, e saiu do quarto, batendo a porta.


Pelo menos nessa hora da manhã, sei que sou o único a estar acordado e perturbado demais para dormi. O único que não consegue ter uma boa noite de sono sem sonhar com algo que o faça acordar e voltar para dura realidade, a de que na verdade, não e um nada, além de mais um em um milhão que não consegue traçar seu próprio caminho para um futuro bom.


Desço as escadas correndo e estranho ao encontrar a casa toda acesa. Isabella tem mania de apagar todas as luzes antes de ir dormi.


Caminho em direção a cozinha, de onde vem cheiro de cookies frescos.


E ai que a vejo. Ela esta de costas parecendo alheia ao mundo. Ou fingi parecer, porque acho que ela sabe que a observo. Sei disse por que seus movimentos ficaram mais duros e robóticos do que a minutos atrás.


- Acordou cedo. – Comenta ainda de costas. Por fim, se vira e da um sorriso tão bonito quanto o do sonho.


Meu corpo naturalmente se sente atraído a dar um passo a frente, como se quisesse ser livre de toda tensão novamente, estando perto de Isabella. Mesmo assim, sou eu quem comanda a situação recuando e ficando com o rosto vermelho.


Ainda consigo sentir o gosto de seus lábios nos meus, e me sinto envergonhado por ter tido um sonho tão intenso que me faça sentir isso.

- Se estiver com fome, eu fiz uns cookies que estão quentinhos e bem gostosos. – Ela sorrir de novo. – Eu já comi uns, estão realmente bons.


- O que faz acordada a essa hora? – Pergunto sem fazer questão de responder o que ela tinha dito antes. – Não são nem seis horas da manhã ainda. Ainda está escuro lá fora.


Ela da de ombros e fica de costas para mim de novo. Pega um prato em cima da pia, coloca alguns biscoitos e vai até a geladeira pegar leite. Ainda sem responder nada, pega dois copos no armário e os coloca na bancada enchendo-os de leite.


- Odeio quando não me respondem. – Resmungo baixo.


- Perdi o sono oras. – Ela diz por fim. – Tenho problemas para dormi quando minha mente não quer parar de pensar. – Isabella se senta e coloca um copo em sua frente e outro do outro lado para mim, um prato com biscoitos está no meio.


Sei que deveria sair dali, mas quero saber o que ela tanto pensa para perder a noite de sono. Sentando e olhando atentamente para ela – coisa que eu não fazia há algumas semanas – percebo que a pele branca de seu rosto está um pouco pálida deixando suas sardas salientes e que tem mesmo aparência de quem não dorme há alguns dias.


Não falo nada, acho que está escrito na minha testa que quero que ela me conte o porquê de estar com problemas para dormi. Não consigo deixar de pensar que talvez seja por causa da morte da mãe que está assim, e me encolho em meu assento.


- Não vou falar. – Diz do nada e morde um biscoito. – A não ser que pare de me evitar. – Sorri sem mostrar os dentes para mim.


Encolho-me mais ainda e pego um biscoito.


- Não estou te evitando. – Olho para o lado tentando disfarça enquanto sinto  meu rosto esquentar.


- Você não sabe mentir. – Zomba de mim. – Suas bochechas te denunciam.


- Você também fica com as bochechas coradas. – Rebato sem pensar.


- Somos parceiros nisso. – Diz sorrindo amostrando os dentes finalmente. – Duas pessoas que não podem nem mentir sem as malditas bochechas as denunciarem.


Não digo nada, fico só olhando para ela que sorri parecendo realmente achar graça da situação.


- O que foi? Pare de me olhar dessa forma. – Seu sorriso se encolhe para algo mais acanhado e suas bochechas começam a ficar rosadas.


Agora estamos os dois assim, em um estado ridículo onde o nosso defeito nos une.


- Não estou mais te evitando. – Falo para que ela pare de tentar descobrir porque estava lhe encarando e me conte o motivo de estar sem dormi.


Isabella ao invés de responder minhas perguntas, pega o prato e o copo de leite e caminha para a porta da cozinha, se sentando na escada. Ainda está escuro, mas sei que em poucos minutos, o sol vai nascer.


Em um convite mudo, bate com a mão no chão ao seu lado.


Curioso, ajo imprudentemente e saio de onde estou para acompanhá-la sentado na escada da cozinha. Isabella está olhando para o céu, como no sonho. Sigo seu olhar, me perdendo na grande mudança que rapidamente começa a acontecer.


Já passei tantas e tantas noites acordado durante essa hora, e nunca me ocorreu parar para olhar o nascer do sol.


- Acho que essa e a hora mais linda do dia. – Comenta após beber um pouco de leite e me olha. – O que você acha? – Pergunta.


Em cima de sua boca há um bigode deixado pelo leite.


- Ta sujo. – Passo a mão em cima da minha boca para mostrar onde ela deve limpar.


Ela solta uma risada, e passa a língua no leite que está sob a boca. Não parece sentir vergonha de ficar com um bigode de leite em minha frente, sei disso porque suas bochechas não estão coradas.


Isabella volta a olhar o céu que já está todo claro, e boceja de sono.


- Se você está cansada, pode tirar o dia de folga hoje.


- Folga? – Pergunta se espreguiçando. – Só se você for ao supermercado por mim. – Diz brincando.


Sinto meu corpo retrair com o único pensamento de passar dos grandes portões da mansão para fora. Eu mal saio de dentro da própria mansão para o pátio, imagine só ir lá fora, onde existe tanta gente como ele.


Parecendo perceber que a brincadeira me deixou tenso, ela empurra os biscoitos para meu colo.


- Coma. – Ordena sorrindo.


Pego um biscoito e mordo. Parecendo satisfeita ela pega um também e comemos em silencio, terminando de assistir o sol nascer preguiçosamente.


(...)

Narração: Bella.

Minha tentativa de não ser inconveniente havia ido para o brejo a algumas horas. O problema todo era que em certas horas eu não conseguia controlar meus impulsos e soltava frases que eu sabia, deixava Edward encabulado.


Mesmo assim, tivemos um bom momento vendo o nascer do sol. Edward tinha parado de me evitar – mesmo que momentaneamente – e isso deixou o momento ainda melhor. Ele podia ser um homem silencioso, mas a sua presença – mesmo em meio de tanto silêncio – era algo reconfortante.


Olho para o relógio da parede, e já são 10h. O almoço já está pronto, o que me deixa de consciência leve para caso eu demore.


Peguei o dinheiro das compras – estava guardado em um pote, onde Alice tinha deixado a uns tempos atrás. Tinha dito para Alfredo que não precisava se incomodar em me levar para a cidade, mesmo ele garantindo que não era incomodo algum.


Na verdade eu queria ir sozinha. Queria dirigir um pouco, levantar a capota do carro, e deixar o vento gelado – mesmo com um breve sol aparecendo – bater no meu rosto. Fazia tempo que eu não dirigia.


Saio de dentro da mansão e corro para onde o carro está parado. Alfredo está ao lado do carro me esperando, parecendo querer força a barra quanto a ir à cidade comigo.


- Srta. Swan, eu posso levá-la. – Ele fala quando eu chego perto do carro.


- Pare de me chamar assim, e só Isabella. – Reviro os olhos para ele e estendo a mão. – Vamos, me de as chaves do carro, não precisa me levar.


- Mas então, o que eu vou ficar fazendo? – Pergunta meio sem jeito.


- Fique de olho em Edward, e qualquer coisa me ligue. – Agora, ele revira os olhos para mim, e me entrega as chaves.


- Dirija com cuidado. – Resmunga e se afasta ainda contrariado.


Acho que ele não confia muito em minhas habilidades como motorista, ou apenas gosta de ser o único a dirigir por ali. Solto uma risada baixa. Talvez ele tenha um pouco de razão em não confiar muito em minhas habilidades, mas... Eu tirei carteira, não é?


Rindo um pouco mais, parto para a cidade, para fazer as compras.


(...)

Entro no Wal-Mart empurrando um carrinho e indo logo para pegar as comidas enlatadas.


Não tem muita gente no supermercado nessa hora da manhã em pleno dia de semana. Provavelmente só as mulheres que trabalham como domesticas como eu ou algumas donas de casa.



Algumas nova-iorquinas me olham de cima a baixo como se estivesse escrito na minha testa que não sou desse lugar. Controlo meu impulso de levantar meu dedo do meio e sorrio achando graça para as elas. Estou de bom humor, e sinceramente, ser agressiva dessa forma não faz meu tipo.


Passo de sessão em sessão pegando tudo que preciso. Dessa vez pego mais “bobeiras” do que necessário, pensando que talvez eu e Edward pudéssemos fazer algo legal, como um... Piquenique, só para ele espairecer.


Solto uma risada baixa com tamanho o absurdo do meu pensando, mas não tiro nada do que já coloquei no carrinho.


Uma senhora me encara me achando louca de pedra, e eu desvio o olhar, sem graça.


Caminho em direção ao caixa, e rapidamente pago tudo.


Ainda pretendo ir a feira comprar frutas mais frescas, porque quem sabe, Edward tope o tal piquenique.



(...)


A feira ficava bem no centro e Mahanttan, e era onde as melhores frutas e frutos do mar – com os melhores preços – estavam. Não era atoa, que se encontrava apinhada de gente, a maioria empregados de grandes restaurantes ou buffes, loucos para conseguirem pegar a melhor fruta, a menos machucada ou qualquer coisa assim.


Sempre quis parar aqui e comprar, mas o dinheiro nunca sobrou para eu ter esse tipo de mordomia... E mesmo se fosse feio eu usar o dinheiro da compra para casa para satisfazer uma vontade minha – pelo menos em parte – eu queria muito estar aqui. De qualquer modo, eu iria gastar o dinheiro com comida, então não poderia ser algo tão errado assim.


Fico zanzando pela feira, e comprando frutas variadas. Os feirantes me dão singelos sorrisos, que ao mesmo tempo que e agradável, e um alerta “Não demore muito, há mais gente querendo comprar”. Eu não me importo, cheiro as frutas, e as compro ao meu tempo.


Ao longe, consigo vê a cabeleira loira e os ombros largos, e me pego pensando da onde conheço o sujeito. Ele olha para onde estou – como se sentisse meu olhar nas suas costas – e sorri para mim. E o Jasper, noivo da Alice. Aceno para ele e ele me chama.


Saio do meu lugar, caminhando meio sem graça por não saber o que falar com ele. Mas me surpreendo ao encontrar Alice ao lado dele, tão pequena que seria impossível ser vista de onde eu estava.


- Bella, como vai? – Alice me cumprimenta, com dois beijos do rosto.


- Bem, obrigada. E vocês? – Sorrio sem mostrar os dentes.


- A, nós só estamos comprando comida para o buffet de Jasper. – Ela sorri e fala rapidamente algo com o vendedor. – Ele está preparando o casamento da filha do governador, e tem que ter tudo do melhor.


- Nossa, parabéns. – Respondo e sorrio para ele. – Não sabia que tinha um buffet, mas também, sei poucas coisas desse lugar.  – Dou de ombros, meio sem graça por ser desenformada.


Ele ri com vontade e dá de ombros também.


- Estamos conquistando nosso lugar meio que nesses últimos anos, nem todos conhecem.


- A sim, entendo. – Faço que sim com a cabeça. – Bom, eu vou indo...


- A Bella, se puder esperar alguns minutos, poderíamos conversar sobre minha ausência e como anda Edward. – Mordo o lábio inferior e dou de ombros.


- Claro.


- Jazz amor, vou ali no Starbucks com Bella, e quando você acabar aqui, me liga, pode ser? – Alice diz enquanto Jasper fala algo com o vendedor.


- Claro, claro. – Ele responde e pega uma sacola.


Não ficamos muito tempo ali para vê qual será a próxima barraca que ele irá visitar. Saímos dali rumo ao Starbucks em silencio.


Entramos e pedimos dois cappuccino e sentamos no balcão mesmo. Alice olha para mim e sorri colando a bolsa em cima do balcão.


- Bom, faz um tempo que não vejo você. – Ela escora a cabeça na mão miúda. – Como andam as coisas.


- Bem... – Respondo invasiva. Ela me encara e com as mãos faz sinal para que eu explique melhor o significado de “bem”.


- Vamos lá Bella, você sabe sobre o que eu quero ouvir.


Olho para o lado tentando fugir de sua pergunta, simplesmente porque sinto que se eu começar a falar sobre como Edward anda – ou de suas loucas atitudes – vou estar traindo ele.


- Bom... – Começo. Sou uma mulher formada em letras, pretendo ser uma grande escritora, preciso demonstrar que sei improvisar. – Você sabe como as coisas são. – Digo sem entrar em detalhes, e ela assente. – No começo era meio complicado, mas agora, bom.. Agora ta tudo razoavelmente bem. Quer dizer, as vezes eu fico meio louca com as atitudes meio irregulares dele, mas eu meio que consigo relevar tudo, e então ficamos bem, porque sabe, sinto que no fundo Edward e só um cara meio perdi.. – Calo minha boca antes de concluir o pensamento. Falei de mais. Demais!


Não era para eu ficar dizendo o que eu acho. Merda! Era só para eu ter dito algo como “Sabe como é, um móvel quebrado aqui, outro ali, e eu catando todos os pedaços. Tudo numa boa!”


Não sei por que, mas Alice começa a rir do nada. Gostaria de saber qual foi a piada do dia, ou talvez não, porque provavelmente a grande piada fosse eu.


- Eu imaginei que isso fosse mesmo acontecer. – Alice diz e segura minha mão. Suas bochechas estão vermelhas. – Fico, na verdade, muito feliz por isso.


- Isso o que? – Pergunto confusa.


- Você se apegar a ele. – Ela suspira e relaxa os ombros. – Vou me casar em pouco tempo, e não poderia deixar tudo para acompanhar os passos e os dramas da vida do meu primo, mesmo querendo. Jasper e muito importante para mim, e eu sei que ele entende toda a situação... Digamos complicada, de Edward. Mas para o nosso relacionamento continuar dando certo, creio que algumas coisas terão que ser reduzidas. – Faço que sim com a cabeça querendo dizer que entendo, mesmo não entendo muito, onde essa conversa vai chegar. – O que eu na real quero dizer, e que eu preciso de alguém em quem eu possa confiar plenamente para estar dentro da mansão, e acredito que ao contratar você, tenha feito a melhor coisa da minha vida.


Alice sorrir para mim relaxada, e aperta minha mão. Em seus olhos, consigo vê que muito mais que apenas confiança em mim, ela coloca esperança... Mas de que? Isso eu não sei.


Quero poder dizer a ela que esse trabalho na mansão e apenas algo temporário, mas não consigo. Não quero deixá-la frustrada e muito menos fazer isso comigo mesma. Não consigo vê nenhuma outra pessoa trabalhando na mansão e disposta a ajudar Edward além de mim.


Dou um sorriso meio acanhado em sua direção e aperto sua mão.


- Fico feliz com o que acabou de dizer. – Digo.


Alice pega o celular que está no seu bolso, e atende.


- Oi amor. – Ela escuta o que Jasper fala do outro lado do telefone. – Sim, já to indo para ai. Beijos.


Ela desliga o celular e sorri para mim se desculpando.


- Tenho que ir, sinto muito. – Se levanta e coloca do dinheiro em cima do balcão. – Vou aparecer na mansão esse final de semana para poder conversar com você melhor, pode ser?


- Claro.


- Tchau Bella. – Ela beija meu rosto e pega a bolsa. – Diga ao meu primo que mandei um grande beijo para ele, e que estou com saudades.


- Pode deixar. – Ela sorri, e vai a caminho da saída me deixando bebericando meu cappuccino.



(...)

- Srta. Swan, graças aos céus você chegou! – Alfredo exclama assim que estaciono o carro.


- O que aconteceu? – Pergunto preocupada.


- O Sr.Mansen está fazendo uma barulheira lá dentro em seus aposentos, mas a porta do quarto está trancada. Estou realmente preocupado que ele faça algo que não deva, mas eu não sei o que fazer porque sempre quem tomava conta dessas coisas era a...


Deixo-o falando sozinho e saiu correndo para dentro de casa.


Edward estava bem ainda pela manhã quando eu sai, porque diabos ele ia de estar tendo um ataque agora? Corro escada a cima ruma ao seu quarto, sem ainda ter a resposta. De onde estou, posso escutar o barulho de algo sendo quebrado e então tudo para. Paro diante a porta sem bater, esperando mais alguma coisa acontecer atrás da porta.


- Inferno!  - Berra bravo.


Estou prestes a bater na porta quando ele bate a mão nela de dentro do quarto, e parece se recosta ali. Coloco minha mão levemente na porta e fico a escutar o que acontece ali dentro.


- Eu só quero que tudo isso pare, essa confusão toda, e pedir muito? – Escuto a voz rouca de Edward. – Já passei por tantas coisas, mas isso... ela, mexe comigo. – Gruni –  Quero que isso pare, quero esse sentimento longe de mim. Estou enlouquecendo, mais ainda com tudo isso. – A respiração dele e tão pesada do outro lado que posso ouvir.


Confusa encosto minha testa na porta procurando as palavras certas para dizer a ele. Estou dispersa em diversos pensamentos e palavras de afetos bobos quando a porta se abre.


Caio de testa em um peito macio onde há um coração batendo acelerado. Tão rapido quanto eu cai e o pulo que dou para trás.


- Você estava me espionando? Me ouvindo esse tempo todo? – Grita ficando vermelho e com as veias de seu pescoço pulando.


- Não... Eu não... – Não consigo me explicar pois ele agarra meu braço bravo.


Por breves segundos penso que voltamos a estaca zero e que é agora que ele vai tentar me agredir. Respiro fundo, e encaro seus olhos verdes.


- Por que você faz isso?  Por quê? – Ele solta meu braço e então sua mão aponta para a escada. – Sai daqui Isabella! Some! – Mordo o lábio inferior e dou um passo para trás. – Não estou brincando. Agora!


Olho uma ultima vez para seus olhos verdes que parecem que vão pular para fora a qualquer momento. E entendo, que dessa vez, nem toda a minha calma, nem toda a minha vontade de ajudar será o suficiente para que ele pare, se acalme e volte a si.


Deixo meus ombros caírem um pouco, e então corro em direção a escada, ainda podendo escutar tudo se quebrando dentro do quarto novamente.





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Notas finais do capítulo

Bom, e isso. Postei!To tentando ajusta meu tempo para poder escrever e fazer todas as outras coisas. Não me matem se eu demorar um pouco. Vou tentar postar daqui a duas semanas no máximo. Reviews são muito bem vindos, :Dbeijoooos e um grande abraço a todas (os) que responderam ao meu outro post. Aquilo foi um baita de um incentivo. Agora falando serio, eu preciso de uma beta, urgente! Meu word não ta corrigindo erro nenhum, e fica péssimo lê coisas cheias de erros. Quem tiver tempo, e quiser/poder me ajudar, me manda uma mensagem aqui pelo nyah mesmo.beijos de novo, e até logo!



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