Longos Passos até a Felicidade escrita por Yasmim Carvalho


Capítulo 16
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Oioioiiiiiii, demorou mais chegou.
Boa leitura!



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Capítulo 15

“E eu estou do lado de fora

Sabendo que você é tudo que eu quero

Mas eu não posso fazer nada

Eu estou tão indefeso amor”

(Bruno Mars – All she knows)

Narrador

Jasper andava de um lado para o outro irritado. Como ele iria dar aquela noticia para Alice? A de que o casamento dos dois ou teria que ser dali a duas semanas ou cinco meses depois do previsto! Não só irritado, ele estava indignado que o local reservado – e pago – tivesse concedido a vez deles para a sobrinha do presidente. Que se explodisse a pirralha idiota que queria se casar no mesmo dia que eles, eles tinham marcado antes.


Era certo que Alice iria querer entrar na justiça, e processar o local, e até ele mesmo queria fazer isso, mas antes de qualquer coisa, ele só queria se casar com Alice, e morar logo juntos, com tudo certinho, já que era assim que ela queria. Só morar com ele após terem se casado.


Ele amava aquela mulher com todo o seu ser, e mesmo que não entendesse tão bem assim dos seus direitos como a noiva – oras ela era advogada – ele sabia que isso era um absurdo, que esse tipo de privilegio não era correto. Pegou o celular novamente disposto a tentar negociar toda aquela situação estressante. Discou o numero do salão de festas e logo a Sra.Miller atendeu.

- Sra.Miller, sou eu, Jasper, a Sra acabou de me ligar. – Ele se identificou.


- Sim, sei quem é rapaz. – A velha rabugenta resmungou. – O que quer? Já decidiu se vai querer a vaga para daqui a duas semanas? Tem um casal querendo rapaz, não vou poder segurar muito tempo...


- Sra.Miller, eu ainda quero a minha vaga para daqui a dois meses! Eu paguei adiantado, e meu direito.


- Eu sei rapaz. – A velha resmungou irritada. – Mas acontece que algumas pessoas são mais importantes que outras. – Disse na cara dura. – E é esse o caso. Não posso negar o salão para a sobrinha do presidente, entende?


- Então de a vaga para daqui a duas semanas para ela! – Jasper disse chateado.


- Ela não quer. – A velha respondeu como se ele fosse uma criança. – Quer ter tempo de organizar tudo direitinho primeiro.


- A mesma coisa que eu e a minha noiva!


- Sr.Jasper – Disse a velha esquecendo-se do sobrenome dele. – Sei bem que o Sr. tem um buffet, então isso tudo não será realmente um problema, não é? É só o Sr correr com as coisas, e vai ta tudo certo. Posso marca pra daqui a duas semanas?


- Não! – Jasper quase gritou. – Tenho que falar com a minha noiva ainda. – Passando as mãos nos cabelos irritado ele disse entre dentes. – Mas a Sra. pode aguardar um processo em breve! – E desligou o celular.


Olhou para o relógio e viu que Alice logo chegaria em sua casa. Tinha prometido fazer o jantar deles, mesmo que fosse uma segunda-feira e esse dia normalmente eles não se vissem. Tudo fazia parte da nova fase de sua noiva.


Jasper olhou para o salmão que estava no forno e viu que em poucos minutos já estaria no ponto. Preparou rapidamente a salada que iria acompanha-lo, e outros quitutes. Pelo menos cozinhar era algo que lhe distraia a mente.


Logo Jasper escutou o barulho de saltos batendo na madeira, e de uma bolsa sendo jogada de qualquer jeito em algum canto próximo. Ele retira o salmão do forno e coloca em cima da pia, se preparando para dar a noticia.


- Oi amor. – Diz Alice com a voz cansada enquanto beija rapidamente o rosto do noivo. – Isso ta com uma cara divina. – Ela diz dando um breve sorriso. – Como foi seu dia?


- Razoável. – Jasper se virou e beijou os lábios dela brevemente. – E o seu?


- Ruim. – Ela da um sorriso de lado triste. – Fui finalmente demitida. – Balança a cabeça meio desolada. – Eu sei que isso ia acontecer... Só não esperava que fosse tão rápido, sabe? E pior ainda, o segurança me acompanhou até a porta! Como se eu fosse alguma louca e pudesse querer matar o Sam, ou algo assim, mesmo que eu na realidade, quisesse muito isso!


- Ei. – Jasper chamou a atenção dela pegando em seu rosto. – Não fique assim, as coisas vão melhorar.


- Eu sei. – O sorriso dela se abriu um pouco mais. – To só esperando pra vê quando isso vai realmente acontecer.


- Bom, logo eu espero. – Ele da uma risada meio nervosa sem saber se fala a noticia ruim no momento.


- O que foi? Qual é o problema que você está escondendo? – Alice pergunta. – Vamos, despeja tudo logo, que assim dói menos.


- A Sra.Miller ligou, e disse que o nosso casamento não vai poder se na data marcada porque a sobrinha do presidente quer se casar no mesmo dia e no mesmo local que nós. – Ele balança a cabeça voltando a ficar irritado. – Eu falei para ela aguardar um processo em breve!


Alice olha para Jasper e solta uma leve risada percebendo que isso realmente deixava ele irritado. O local na realidade era o de menos para ela, o importante era se casar com ele.


- Ela não disse quando poderia ser o nosso casamento?


- Pode ser daqui a duas semanas ou cinco meses após a data que tínhamos marcado. – Ele resmungou. – Não precisa ficar mais chateada ainda com isso amor, eu vou resolver.


- Fica tranquilo Jazz. – Alice passa a mão no rosto do noivo. – Pode marca para daqui a duas semanas, eu só vou ter que avisar os convidados, correr um pouco com o vestido e ta tudo bem. Serio. – Ela respira fundo. – A vida anda complicada demais pra gente ficar bravo com coisas tão pequenas.


- Ah... Ata. – Jasper passa a mão no rosto e sorriu de lado. – Pensei que você iria enlouquecer.


- To sem energia para isso. – Alice da de ombros. – Agora vamos comer logo isso porque ta com uma cara maravilhosa.


- Vamos, fiz do jeito que você gosta.


Os dois colocaram os pratos e encheram as taças de vinho. Sentaram-se no sofá e curtiram a noite, evitando os problemas.


(...)



Narrador: Isabella.

Senti meu corpo meio duro e dolorido, e ainda de olhos fechados, tentei me acomodar de uma forma melhor. A minha cama parecia estranha, até mesmo não parecia ela. Parecia mais que eu estava deitada em um sofá, com o corpo apoiado em alguém...


Abri meus olhos na mesma hora, e vi que eu realmente estava no sofá, deitada em cima de Edward, que dormia tranquilamente, com um breve sorriso nos lábios. Segurei o grito de pavor por estar nessa situação, e me levantei correndo, para poder fugir da situação o mais breve possível. Não queria que Edward acordasse, porém, quando fiquei de pé – por ter levantando correndo – me senti tonta e esbarrei na mesa, fazendo o maior barulho. Isso não podia estar acontecendo, não podia.


Edward  acordou e me olhou meio assustado, mas depois relaxou o corpo e ficou me encarando. Seja lá como eu tinha dormido aqui e nem reparado, ele parecia saber muito bem que tudo isso tinha acontecido e não estava nada surpreso.



- Bom dia Isabella. – Sua voz grossa por causa do sono, me saldou.


Quase morro de vergonha. Nós tínhamos dormindo juntos, e tudo bem, tinha sido na sala, mas isso era embaraçoso. E se eu tivesse babado? Passei as mãos pela boca e bochecha e senti aquela leve crosta seca da baba. Esfreguei rapidamente o rosto morrendo de vergonha, e passei as mãos nos olhos, para limpar. Eu estava horrível!


- Bom dia. – Resmunguei para ele, me rendendo e sabendo que não dava para fugir. Respirei fundo e dei um sorriso meio de lado, sabendo que meus olhos estavam inchados e que meus cabelos estavam com nó. – Como passou a noite? Porque não me acordou? – Edward coçou a cabeça, e deu de ombros.


- Você parecia cansada, e eu estava com preguiça de subir as escadas. – Virou o rosto levemente corado, não querendo me encarar. – Não vi problemas em deixa-la dormir aqui. Desculpe.


- Ah... Tudo bem. – Passei as mãos pelos meus cabelos. – É só que eu acho que você não deve ter tido uma noite muito boa, considerando que dormiu sentado, e tudo mais.


- Ela não foi ruim. – Edward respondeu ainda com o rosto virado e ficando com o pescoço vermelho, de vergonha. – Como foi a sua?


- Bom, eu só reparei quando acordei que não estava na cama para ser sincera. – Fico de pé e pego a manta que a poucos minutos estava no meu corpo e começo a dobrar. – Então, também não foi ruim. – Posso vislumbrar um pequeno sorriso nos lábios dele, mas seus olhos meio escondidos estão totalmente indecifráveis.


Prefiro não ficar fazendo perguntas, já que isso é constrangedor, e Edward está de bom humor. Abro um breve sorriso enquanto coloco a manta onde estava antes. É tão claro a melhora dele, que me sinto até estranha a constatar isso. Eu, Isabella Swan, conseguindo resgatar alguém que a tão pouco estava à beira da loucura... Por mais que eu sempre tenha sido persistente, é magico a sensação de poder fazer a diferença na vida de alguém, principalmente quando é alguém querido.


- Eu vou subir. – Edward fica de pé, e sai andando em direção a escada sem nem me olhar.


- Ta. – Digo já sozinha.


Pego o rumo para meu quarto, precisando de um banho, de roupas limpas e de tempo pra pensar, já que tem algo que não para de martelar na minha cabeça. O de quanto nossa relação ta avançando, e talvez, tomando rumos mais intimos do que de amigos.


(...)

Narrador: Edward

O que eu fiz ontem à noite? É obviu que Isabella vai descobrir, e nunca mais vai me perdoar, e... Isso é loucura, não tem como ela saber. Só eu sei, e nunca vou falar sobre isso com ninguém, nem mesmo com Alice.


Caminho de um lado para o outro no quarto, tentando me acalmar. Mesmo que ela não possa saber, tem uma parte de mim que deseja muito que ela soubesse e que gostaria de saber a reação dela. Isabella iria retribuir o beijo se fosse à outra situação? Se estivesse acordada? Duvido muito.


- Você tem que tomar uma atitude. – Digo em voz alta. – Dar um rumo a sua vida, e conquistar a garota. Você consegue. Você pode, realmente pode.


Posso mesmo? Dou uma risada baixa, achando que se ela estiver adormecida eu realmente poderia. Acordada? Dificilmente, eu não sou nenhum cara charmoso e que saiba conquistar uma mulher. Eu teria que começar a aprender tudo agora, sozinho, no auge dos meus 35 anos, seria algo quase que impossível.


- Você consegue. – Persistir e não desistir terá que se tornar um mantra agora, por mais que eu não seja muito adapto a isso.


Isabella realmente conseguiu chegar onde queria não é mesmo? Conseguiu roubar de mim o desejo de querer morrer e implantar a vontade de viver em seu lugar. Só acho que quando ela fez isso, ela não percebeu que talvez se tornasse a minha vontade de persistir, lutar.


Tenho que fazê-la vê que é importante para mim, que é por ela que eu posso mudar e melhorar. Mas como?


Sou bom apenas em escrever estórias de amor, cotidianas. Como isso pode me ajudar, ainda é um mistério. Saiu do quarto e desço as escadas de dois e dois degraus para chegar ao escritório. Isabella não está mais a vista, o que é bom.


Tranco a porta após entrar e me jogo na cadeira. Há papeis por todo lado, começo de estórias que se perderam, finais para estórias que só tem começo, no meio da papelada toda, encontro uma folha em branco e pego-a, junto com um lápis.


O que eu vou fazer? Escrever o que poderia acontecer se Isabella me desse uma chance? Uma possibilidade de como ela poderia me querer de uma forma diferente, sem ser só como amigos. Isso não adiantaria de nada, não mudaria os fatos de que eu não saberia o que fazer para mudar a situação.


Talvez... Bom, talvez se eu escrevesse tudo o que fazemos juntos, tudo o que ando sentindo nos últimos tempos, eu pudesse descobrir como agir... Não sei, talvez, quem sabe, isso me ajudasse.


Coloco a ponta do lápis no papel, afim de começar a escrever sobre ontem a noite. Como devo começar?


Loucura.


Escrevo a primeira palavra que me vem a mente. Respiro fundo, bato o lápis duas vezes na mesa, e me preparo para começar a escrever sem realmente pensar, apenas deixar a situação fluir.


Isabella Swan faz isso comigo, pega parte da minha loucura a intencional em outras coisas, coisas que sozinho não posso lidar.

Quem é está mulher? Porque logo ela veio parar aqui? Destino? Carma? Perguntas sem respostas, duvidas que irão me consumir provavelmente eternamente.

Estive beijando seus lábios na ultima noite. Uma sensação realmente maravilhosa. Ela não sabe, isso tudo é segredo. Meu segredo. Ou apenas mais um para o meu arsenal de coisas que escondo de Isabella.

Tantas segredos guardados dentro de mim. Ela poderia saber, poderia me ajuda a não ser consumido novamente por eles. Não me refiro mais ao beijo, e sim ao passado, ao meu passado. Eu poderia chegar perto dela, cutucar seus ombros e perguntar algo do tipo “Ei Isabella, quer saber de algo sobre mim?” e então ela diria que sim, porque está sempre interessada no que eu tenho a dizer, ou em como irei reagir ao que ela diz.

Ela poderia estar interessada em mim. Poderia estar apaixonada por mim. Poderia até me amar. Eu só precisaria fazê-la sentir tudo isso... Mas eu seria capaz? Eu, Edward, poderia fazer uma coisa tão grande e magnífica assim? Acho que poucas pessoas são capazes disso e duvido que eu pudesse.

Acho que não acreditar na minha capacidade não ajuda muito. Tenho que me tornar mais confiante primeiro. Mais forte. Mais ágil. Mas equilibrado. Tenho que me modificar todo para que talvez me torne um pouco apresentável para Isabella... Mas e se eu fizer isso tudo e não der em nada? E se ela não quiser ficar próximo do “novo Edward”?

Eu li em algum lugar que as pessoas tinham que nos aceitar do jeito que somos, sem precisarmos nos modificar para que elas gostassem de nós. Mas será mesmo que na vida real é assim? Porque provavelmente aceitar uma pessoa com mais defeitos que qualidades deve ser algo difícil.

Estou escutando alguns passos próximos daqui, acho que a qualquer momento Isabella pode entrar para arrumar o escritório.


Paro de escrever e abro uma gaveta colocando o papel dentro dela. Ali há informações demais para que Isabella possa lê-las, e mesmo que eu queira que ela goste de mim, seria realmente constrangedor ela descobrir assim.

A porta do escritório e aberta, e uma Isabella meio distraída vai entrando sem nem perceber que estou aqui.


- Edward? – Ela olha para mim parecendo surpresa. – Ah... Desculpe-me. – Pega o balde que a pouco tinha deixado no chão para se retirar. – Achei que estava lá em cima.


- Eu estava, vim aqui rapidamente. – Levantei da cadeira me encaminhando para a porta. – Pode ficar aqui e fazer tudo que tem de fazer. Vou subir.


- Certo. – Ela diz e da um sorriso de leve. – Posso te chamar para o almoço quando estiver pronto?


- Sim. – Respondo e ao invés de ceder ao meu impulso de sair rápido do escritório, dou um sorriso – ainda que não seja aquele se mostrar os dentes – para ela.


 Isabella vendo meu sorriso abre ainda mais o seu, e assim eu me retiro, com o coração acelerado e a minha cabeça girando, com o pensamento de como eu fui me meter nessa situação. Como fui deixar meu coração parar nas mãos daquela linda moça.


(...)

Narrador: Isabella

Termino de dar um jeito no escritório e vou para a cozinha. A dispensa está parcialmente vazia, o que indica que tenho que ir fazer compras. Pretendo preparar frango frito com purê de batata e alguns legumes. Nada muito elaborado devo dizer, mas uma comida bem caseira e gostosa.


Ligo o pequeno som que tem na cozinha, e toca uma musica do Maroon 5. Mexendo meu corpo de acordo com a musica começo a cantarolar. Não me lembro perfeitamente da letra, mas o refrão sai com naturalidade.


- This love has taken its toll on me

She said goodbye too many times before

Her heart is breaking in front of me

I have no choice, cause I won't say goodbye anymore


Continuei a cantarolar a musica até que ela finalmente acabou. Logo entrou alguma facha da Madona, e mesmo que meu corpo ainda se movesse no ritmo agitado dela, minha boca tinha parado de cantar.


O telefone começou a tocar, e eu corri para abaixar o volume do som e atende-lo.


- Residência dos...


- Bella, sou eu. – Alice me interrompeu como sempre fazia. – Como vai?


- Bem obrigada, e você? – Perguntei educadamente.


- Vou bem... Bom, liguei para a gente falar sobre aquele assunto.


- Qual? – Dei uma espiada na escada e disse. –  O de eu tentar levar Edward ao seu casamento?


- Isso mesmo. – Ela deu uma risadinha meio sem graça. – E que você não sabe o que aconteceu. Tava tudo certo para o casamento ser daqui a dois meses como diz no convite, porém, terá que ser daqui a duas semanas.


- Certo... – Disse meio confusa. – Você sabe que assim as coisas ficarão quase que impossíveis, não é?


- Imaginei que diria isso. – Ela resmungou. – Eu sei, mas ainda tenho a esperança de que você consiga, e eu liguei para avisar porque ai você poderia começar a tentar... Digamos, agora.


- Estou preparando o almoço nesse momento. – Resmunguei. – Mas eu ainda mantenho a minha palavra de que vou tentar.


- Obrigada Bella. – Ela deu outra risadinha. – Eu tenho um bom pressentimento de que irá conseguir.

- Que bom. – “Porque só você sente isso.” Completo mentalmente.


- Vou desligar deixar você terminar a comida. – Ela para por um segundo. – O Edward ta comendo direitinho?


- Sim.


- Que bom, vou desligar. Até logo.


- Até. – E batemos o telefone juntas.


Ligo o som correndo novamente e volto para virar o frango que já começava a tostar. Alice não pedia um favor, ela pedia um milagre.


Confio no meu Edward e sei que se eu insistir muito, ou ele ficará muito irritado comigo e me colocará para correr, ou irá ceder. É claro que a primeira opção é a mais provável... E espera ai! O que eu acabei de pensar? Confio no meu Edward... Eu devo estar ficando muito doida mesmo para pensar algo do tipo.


Quer dizer eu posso ter evitado pensar no assunto dormir no colo dele – e evitei mesmo, sempre pensando em o que devo limpar na mansão ou o que está faltando na despensa para fugir o de como eu fui deixar aquilo acontecer. Mesmo sabendo que uma hora – é bem provável que seja antes de dormir ou agora mesmo – eu vá parar para refletir sobre o assunto.


Respiro fundo para não começar a suar de nervoso. Essa situação realmente consegue me tirar do serio, não porque eu não tenha gostado – eu nem reparei para ser mais exata – mas sim porque isso só complica mais as coisas, e me faz pensar que estamos mais íntimos do que deveríamos. Já trocamos um beijo, falamos relativamente sobre nossas vidas e dormimos juntos -  só dormimos mesmo – isso me parece demais, até para bons amigos.


Termino de preparar a comida e quando me viro, lá está ele. De banho tomado, silencioso e sentado, me analisando. Seguro para não dar um grito de susto e no lugar lhe dou um sorriso meio afetado.


- Você me deu um susto. – Digo colocando cada coisa em seu devido pote.


-  Desculpe. – Ele encolhe os ombros como se eu tivesse pego-o no flagra de algo secreto. – Senti o cheiro e então percebi o quanto estava faminto.


- Bom. – Balanço a cabeça e pego um prato para colocar a comida para ele. – Bom mesmo. – Repito meio sem jeito.


Agora é a hora de tentar implantar de alguma forma o plano de leva-lo ao casamento de Alice, mesmo que no fundo eu sinta que em duas semanas Edward não estará pronto para encarar o mundo lá fora. Não preciso saber dos problemas em si para vê que aquele homem ainda tem muito a se fortalecer, e uma parte de mim acha Alice extremamente egoísta de querer exigir isso dele.


Coloco seu prato em frente ao seu corpo e uma lata de refrigerante, para depois começar a preparar meu prato.


Não devo pensar isso da prima dele, ainda mais quando ela realmente me parece alguém do bem. É só que depois de conviver com ele esses meses, não posso deixar de querer protegê-lo.


Sento-me de frente para ele, que me aguarda calmamente para começarmos a comer.

- Então... – Digo meio sem assunto, não esperando resposta alguma na real.


- Então. – Ele repete e me da um breve sorriso.


- Não me imite. – Resmungo e começo a comer.


Edward da uma leve risadinha e começa a comer também. Ficamos alguns minutos em silencio apenas escutando o barulho dos talheres batendo no prato.


- Então... – Dizemos juntos, e soltamos uma risada.


Todo o meu discurso de tentar persuadi-lo morre na ponta da minha língua. Encaro seus belos olhos verdes que tem um brilha diferente dos de quanto o conheci.


- Fala você primeiro. – Digo e ele assente, respira fundo tomando coragem e diz rapidamente.


- Quero fazer outro piquenique. – Sua voz sai um oitava mais alta do que o normal e depois de dizer aquilo olhando em meus olhos, ele abaixa a cabeça e morde os lábios.


- Você o que? – Pergunto ainda bestificada.


- Por favor... não me faça repetir. – Sussurra.


Ficamos por um bom tempo naquele silencio cujo nada pode atrapalhar. E por mais que eu adore quebrar momentos constrangedores, ainda estou paralisada pela atitude de Edward. Ele quer fazer outro piquenique? Ele quer ficar ao ar livre comigo novamente? Um misto de felicidade com duvida me invade.


- Você... Não quer? – Ele sussurra de novo.


- Eu? – Balanço minha cabeça para tirar a confusão dela e vejo Edward arregalar os olhos achando que aquilo é um não. – Eu quero. – Apresso-me para dizer. – Quero muito, vai ser legal! – Começo a fazer sinal positivo com a cabeça. – Maravilhoso, esplêndido, demais. – Tagarelo.


Edward solta uma leve risada e volta a comer. Faço o mesmo – mesmo que meu estomago esteja se revirando todo – e tento parar de desvendar o porque dele querer isso agora, tão do nada.


Não faz diferença eu ficar imaginando mil e um motivos. Isso vai ser bom, outro piquenique, uma boa oportunidade para tentar convencê-lo a ir ao casamento e certamente descobrir o porque desse surto de querer sair da mansão – mesma que seja uma coisa muito boa.


Tento me controlar a não pensar no nosso ultimo piquenique e no que aquilo nos levou... No maravilhoso beijo que compartilhamos... Sinto meu corpo todo reagir a lembrança, e disfarço. Isso certamente não irá acontecer novamente, não se eu não encarar seus lindos olhos verdes e ele não falar nada sobre como nunca recebeu o toque de uma mulher. Se não entrarmos nesse assunto, acho que consigo segurar o tranco. Tenho que conseguir. Porque não é como se eu pudesse desmarcar o nosso encontro – eu disse encontro? – isso é algo que vai além do que eu quero. Isso envolve Edward, suas melhoras e no que ele está se tornando.


“Relaxa Isabella” penso. O jeito é arrumar a cesta e fazer o que ele pediu, mesmo que isso deixe meu coração acelerado e a minha mente dando nó. Isso não importa. Nada disso importa. Não quando Edward está assim, minhas confusões sentimentais eu resolvo depois, como sempre resolvi.


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Notas finais do capítulo

Então gente, volta as aulas amanhã, e a vida volta a ficar complicada. Esse ano é o meu ultimo ano na escola ~aleluia~ então vai ser meio puxado, tendo que fazer pré-vestibular, cursos ao sábados e estudando normal.
Então... Se eu enrolar um pouco pra postar, não fiquem chateados comigo, eu vou fazer todo o possível pra conseguir conciliar tudo, mas acho que vai ser meio complicado, considerando que eu sou um ser muito preguiçoso, hehe.
Mudando de assunto, esse capítulo foi mais leve e tudo mais, e que eu meio que dei uma travada, mas o próximo vai ter mais coisas.
Gostaram? Espero que sim... O Edward está realmente mudando, não é mesmo? E eu tenho que dizer que esse jeito confuso e decidido dele faz meu coração derreter e me perguntar "porque eu não tenho um desses meu Deus?" hehe
A Bella no próximo capítulo vai de uma "luz divina" que vai iluminar seus pensamentos e talvez (mais ou menos) acordar pra vida! Agora deixa eu me calar, kkk
A gente se fala em breve, muitos beijos e força pra quem vai voltar as aulas.(: