Lonely Girl escrita por Nuvenzinha


Capítulo 2
Breathe


Notas iniciais do capítulo

Boa noite, minna-san!

Como vão vocês?
Eu vou bem, obrigada por não perguntar, rs -QQQQ


Anyway. Tá aqui, mais um capitulozin de Lonely Girl 83 Um feito com muito carinho nessa noite tediosa de domingo! UIEHIUEHUIHEUI', legal né? Arranjei uma distração prá vocês, fãs de Kid x Chrona viciados no PC. -QQQN /tá, parei


Enfim, LEIAM O/



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Já havia passado do meio dia e Death the Kid continuava com a imagem de Chrona sentada no chão, mirando os próprios pés com um olhar quase maníaco, de sua mente. Que coisa perturbadora, diga-se de passagem.

O jovem Shinigami continuava deitado em  sua cama desde seu regresso. Ficava a olhar o teto, como quem procurasse algum tipo de resposta escrita nele, apesar de saber que não haveria nada ali além da cor branca da tinta. Conquistar a confiança de uma pessoa como Chrona era uma tarefa difícil, por mais que comparado à outras coisas que Kid já havia feito antes fosse uma coisa fácil. 

-Falar com a Chrona não devia ser mais difícil que lutar contra um Kishin... -pensou.

O problema era que, desta vez, ele não teria Liz e Patty para ajudá-lo.

Ele tinha que fazer aquilo sozinho. Ele havia prometido à si que assim o faria.

Esse era seu desejo e desafio.

O silêncio tomava conta do quarto. O único som que circulava ali era o som das folhas voando ao vento, que batiam na janela fechada. Aquele barulho estava começando a irritar, quando Kid pôde ouvir seu nome sendo chamado ao longe.  Era sua arma, Liz, que o chamava para o almoço. 

-Já vou.

Disse ele, em tom alto, levantando de sua cama e calçando o primeiro par de sapatos que viu, antes de abrir a porta e descer para a sala de jantar, onde ele estava sendo esperado. Aquela era uma boa oportunidade de limpar um pouco a mente de certas coisas e ter alguma boa idéia.

-Chrona, almoço.

A voz de Marie ecoou por todo o corredor de quartos-cela do Shibusen, mas não houve nenhuma resposta. A professora suspirou profundamente, abriu a porta do quarto de Chrona e somente deixou o prato de comida sobre a escrivaninha, como ela sempre fez, desde que a menina de cabelos rosa tinha se recuperado dos ferimentos causados por Medusa em seu último confronto e se trancafiado absolutamente em seu quarto. Marie não conseguiu permanecer muito tempo lá, foi embora logo. 

Havia uma energia muito negativa que emanava daquele quarto. Uma energia negativa, deprimente. Uma energia que parecia entrar pela pele e consumir sua alma aos poucos. E o que mais assustava a professora é que essa energia vinha de uma de suas alunas favoritas. 

Era triste ver a menina naquela situação, naquela tristeza, mas não havia nada que Marie pudesse fazer para mudar aquilo. E ela acreditava que ninguém seria capaz de mudar. Não que tivesse falta de fé de que Chrona sairia daquele estado deplorável, mas era porque ela não tinha nenhuma idéia de como alguém faria isso, já que parecia que nenhuma palavra alheia atingia a menina de cabelos róseos. 

E ela estava certa.

A mente de Chrona estava inacessível, totalmente desconectada do mundo exterior. Presa na parte mais funda de sua alma.

Chrona podia ver o mar tocar seus pés descalços na areia, podia ver o céu e um Sol inconciente bem ao seu centro, iluminando toda aquela praia deserta. Mas tudo tinha as mesmas cores: Preto, Cinza e Branco. Nenhuma cor mais. Somente era possível ver um pouco de azul longe no horizonte, mas as cores não conseguiam alcançar a areia. E, apesar de só haver Chrona ali, a menina conseguia ouvir o ecoar de uma voz rígida, porém preocupada, e familiar de um garoto que repetia "Eu sei que você está com algum problema. Está pronta para me contar?".

-Kiddo-kun... - sussurrou Chrona, olhando para o céu cinza.

A menina suspirou. Ela não se lembrava exatamente porque ela estava ali, tampouco porque ela não conseguia sair daquela praia que as cores não conseguiam tocar, mas ela sabia que era por causa de Ragnarök. Fora ele quem guardara parte da conciência de Chrona naquele lugar, no dia em que a menina havia partido de Death City atrás de Medusa e as coisas acabaram mal. Mas ela nunca mais pode ouvir a voz de seu sangue. Ele havia morrido? Chrona não sabia e nem queria saber. Ela não saberia lidar se fosse verdade que ele havia partido daquele mundo. Mas que ela não conseguia mais sentir a alma dele, era verdade. 

Chrona pôs-se a correr pela praia novamente, como fazia sempre. Correu até o alto de uma colina, onde ela jurava conseguir ficar frente a frente com o Sol. A colina era alta, porém sua inclinação era pouca. Era quase a mesma inclinação padrão para as rampas feitas para deficientes em lugares públicos. Uma colina coberta por grama cinza escura, que ia até a praia.

-Eu irei rolar hoje também.

A menina disse, brincando com suas palavras enquanto se deitava na grama. E então, com um leve impulso com o braço, começou a rolar colina abaixo. Era divertido fazer aquilo para passar o tempo, enquanto ninguém chegava para tirá-la de lá ou ela achava uma saída daquele lugar. Era interessante a parada brusca que ela sempre sofria ao chegar na areia. Ela também podia jurar que ela ouvia a voz de Kid lhe perguntar "você está bem agora?", apesar de não saber o porque.Mas, de qualquer maneira, ela aproveitava a situação e dizia para si mesma:

-Ainda não, eu continuo não conseguindo lidar com a solidão. 

E então, ela fechava os olhos e prendia a respiração por alguns instantes. Essa era sua pequena distração. 

Descer a colina e depois cortar a respiração. Talvez essas fossem as poucas coisas que conseguissem fazer Chrona esquecer de seu confinamento solitário por alguns momentos. Por isso, o repetia várias e várias vezes ao dia. Mas, sempre que ela voltava a respirar, uma profunda infelicidade atingia-a em seu coração, junto das memórias das perdas que sofrera por causa de sua mãe e da saudade dos amigos. 

-Tasukete, onegai shimasu...

Foi o que Chrona proferiu, erguendo a mão direita o máximo que conseguia, enquanto as lágrimas de solidão rolavam por suas maçãs rosadas do rosto.


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