― Minha mãe? O que aconteceu com a minha mãe?? – Lágrimas caiam dos seus olhos, o coração ficou apertado. Roberta sentiu que não iria ouvir algo bom. – Diga! Que tragédia?!
― Sua okaasan, foi assassinada.
― Minha mãe? Morta? Nãaaooooo!!! Não pode ser... a menos de uma hora ela estava em casa, preparando o meu café... Nãao! Não pode ser, minha mãe... minha mãezinha. Cadê ela? Cadê? Me deixa sair daqui, quero a minha mãe...
― Calma criança, calma. – Disse Izayoi abraçando-a e tentando acalmá-la.
O desespero tomou conta da Roberta. Ela quis sair do carro, ir para sua casa. Não queria acreditar. A pessoa que mais amava na vida estava morta... alguém tinha a matado. Ela precisava se acalmar, precisava ser forte.
― Izayoi-san, onde foi que mataram-na? ― Disse mais calma. Tentando não desesperar-se, tinha que ser forte.
― Tínhamos recebido uma ameaça. Uma ameaça a segurança da Senhorita e da sua Okaasan. Não sabíamos quando iria acontecer. Foi quando ela saiu do apartamento, fingiram um assalto. Mas como já estávamos sabendo da ameaça, foi fácil concluir quem foi. Eu sinto muito Senhorita Tofuji-sama.
― Mas porque recebemos uma ameaça? Porque???
― Isso eu já não estou autorizado a dizer. Seu outousan irá dizer. Seu vôo irá chegar agora ás 9 da manhã. Iremos buscá-lo no aeroporto.
― Ele sabe o que aconteceu com a minha mãe?
― Não senhorita, ele não sabe. Ele estaria vindo para o Brasil para levá-las ao Japão. Para terem mais segurança.
― Por favor Sr. Izayoi-san, me leve para a minha casa. Preciso trocar de roupa.
― Hai! (N/a: Hai = sim)
― Arigatou! (N/a: arigatou = obrigado/a, mas acho que a maioria já deve saber.)

Depois de ter trocado de roupa, colocado uma roupa mais formal. Roberta foi ao encontro do seu pai, mas já é esperado que ela não o receba com muita alegria... Preferiu ficar no carro, e esperá-lo desembarcar.
― Sakura...
Parecia que o tempo não tinha passado para o seu outousan. Ele parecia o mesmo homem que a tinha deixado, dizendo que ia ao mercado e nunca mais voltado.
― Outousan.
A amargura foi crescendo no coração dela, todos esses anos e nenhuma ligação se quer. Apenas presentes caros e sem valor para o coração dela.
― Porque você só apareceu agora, pai? ― A última palavra foi dita com rancor.
― Sakura...
― Não me chamo mais Sakura, me chamo Roberta. O nome que a minha mãe me deu. Desde que você sumiu aquele dia, eu nunca mais quis saber de nada do seu país.
― Sakura, filha... me deixe explicar...
― Já disse que não me chamo mais Sakura! ― O seu olhar era de ódio. ― A minha mãe está morta agora... a única pessoa que eu tinha na vida. Não espere que vou recebê-lo de coração aberto... porque isso não acontecerá.
― Gomenasai. Eu juro que tentei chegar antes. Eu ia impedir tudo isso que aconteceu.
― Mas o senhor não chegou. E eu não te perdôo por isso, não perdôo! Minha mãe está morta... morta! Mas eu quero saber o porque ela está morta. O senhor já sabia que ia acontecer algo de ruim, ou comigo ou com ela .Nós nunca fizemos nada de mal para ninguém... porque nós? Por quê???
― Creio que a sua mãe nunca contou o porque da nossa separação...
― Eu nunca quis que ela falasse de você na minha frente.
― Então eu vou contar...

“Sua mãe e eu, nos amávamos muito. Eu deixei de viver no Japão para viver com ela. Nunca tive uma vida normal lá... vim para o Brasil para encontrar sossego... e a encontrei. Não me arrependo de jeito nenhum tê-la como esposa... eu não tive outra mulher, não me casei de novo e nem vou casar. Isso está doendo muito, te juro.
Mas o motivo pelo que nos separamos foi por algo que eu fui embora, foi algo muito difícil para nós. A cinco atrás brigamos porque eu nunca tinha contado para ela o que eu fazia no Japão, quem eu era... enfim, nós recebemos uma ameaça, assim como aconteceu agora. Eles queriam que eu fosse embora, voltasse para lá, e deixasse vocês. Para a sua segurança e da sua mãe fui embora. Eu estava indo, mas o meu coração tinha ficado com vocês duas.”
― Mas porque nos ameaçaram pai? Por quê?
― Porque eu sou da Yakuza (n/a: Máfia japonesa). Não fui um homem bom para as outras pessoas. E juraram vingança. Pensei que vocês estariam salvas... mas como não se pode confiar nesse tipo de gente... você perdeu sua mãe, e eu a mulher da minha vida. Então agora você está sobre a minha responsabilidade. Não vou deixar acontecer com você o que aconteceu com a sua mãe, então você vai ir morar comigo no Japão.
― O que?