O que ele queria dizer com aquilo?

– Eu não... hum... te conheço – o que eu ia falar? – Já estou... de saída... huh... se me der licença...

– Ora, mas porque a pressa? Dê-me o ar da sua presença por mais um tempo... – ele disse, chegando mais perto, e dando um sorriso luminoso, rindo.

Quando percebei era tarde demais – eu estava encurralada contra o pilar, ele colocou um braço de cada lado meu, impedindo a fuga. Eu não ia deixar. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, dei um chute em sua barriga, e ele caiu.

E corri – ou tentei correr, porque, mesmo caído, ele esticou o braço e agarrou minha mão. Quero dizer, a mão enfaixada. Tentei me soltar, mas ele era muito forte.

– Hmm, o que é isso? – se referia à faixa.

Droga. Se ele a tirasse...

– Nada que te interesse! – puxei a mão bruscamente, mas ele segurou a faixa, removendo-a.

– Parece que tem algo mais aqui... serão... pontos? O que será que vai acontecer se eu tirá-los? – ele sorriu de novo, fazendo-se de bobo, para me assustar.

E devo dizer que funcionou.

– Não faça isso, por favor! – de repente eu estava implorando. – Eu tenho um trauma, não suporto ver sangue! – acabei confessando minha fraqueza.

– Ah... mas eu suporto, minha querida... E como suporto... – ele riu e, com a ponta de seus dedos, eu não sei como, achou a linha – e a puxou, desfazendo os pontos.

Assim que a linha caiu no chão levemente, ao lado da faixa, o ferimento abriu-se e meu sangue começou a jorrar – como dissera Ashley, eu devia ter atingido uma veia. Rapidamente o sangue escorreu pela minha mão até meu antebraço.

Percebi que minha desatenção dera tempo a William; ele já estava em pé, muito perto de mim novamente, agora segurando a minha mão ferida.

Então ele sorriu e lambeu o meu sangue.