Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan


Capítulo 21
To The Sky


Notas iniciais do capítulo

Oi gente o/
Espero não ter demorado muito dessa vez! Já fazia um tempo que eu queria postar logo, e agora que já estou de férias, tudo vai ser mais fácil!
Então, nesse capítulo a Lyric vai ''aproveitar a vida'' (afinal ela precisa, né?) e espero que gostem, boa leitura!
Trilha Sonora: To The Sky - Owl City



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Saí do banheiro enrolada numa toalha, com os cabelos molhados quando ouvi o telefone tocando.


– Lyric! – ouvi a voz doce de Drake do outro lado da linha. – Tenho uma pergunta estranha: o que você faria se descobrisse que só tem mais cinco meses de vida?

Sorri ao telefone, desejando que fosse uma situação hipotética, e não a realidade.


– Faria esses meses valerem a pena.


Assim acabamos decidindo que a última etapa de minha vida seria aproveitada – assim como eu vira num filme, onde uma mulher descobria que tinha uma doença terminal e apenas seis meses de vida, o que a fez se demitir e viajar pelo mundo.


No final ela descobria que na verdade não iria morrer. Secretamente, eu desejava que esse fosse o meu final feliz.


Então, naquele mês de dezembro, pegamos alguns dólares da conta bancária que meus pais haviam me deixado, arrumamos as malas – levando Lunick – e fomos direto para o aeroporto. De início, fomos visitar minha irmã na Virgínia , depois fomos par Nova York e Califórnia, depois para o Canadá; essa primeira parte da viagem durou quase um Mês.


Eu parara de ter premonições e minha perna se curara; Will estava por perto também, embora eu não o visse. Em meados de janeiro voamos para Londres e depois para o resto da Europa; estávamos em frente ao Big Ben em um dia frio de fevereiro quando Drake me disse:


– Sei um jeito de você se livrar do pacto.


Meus olhos se arregalaram. Fomos sentar num banco.


– Olha... – o anjo disse – não é muito agradável, mas é melhor contar; está preparada?


Assenti, impressionada demais para dizer qualquer coisa.


– Você teria que morrer antes.


Fiquei olhando para o nada por um longo minuto até me dar conta do que tinha acabado de ouvir.


– Não! Drake, quero ficar ao seu lado até o fim. Ele piscou.


– Bem, Lyric... não achei que você fosse dizer isso. Mas como não te resta muito tempo, vamos ter que voltar.


Antes que pudesse questionar, senti uma sensação desagradável, um aperto no peito que me teria levado ao chão se Drake não tivesse me segurado.


– Viu? Como eu disse, a alma dela me reconhece.


Uma voz conhecida me fez erguer a cabeça e de repente William estava na nossa frente, surgido do nada. Meus olhos se reviraram e tossi; havia sangue na palma da minha mão. Foi tudo muito rápido. Em um piscar de olhos, estávamos no meu quarto no hotel (já que eu e Drake dormíamos separados).


Drake me segurava em seus braços enquanto eu tossia descontroladamente, a cabeça girava, e a cada tossida aparecia mais sangue, ensopando minhas roupas. Will olhava, incrédulo, eu ainda não tinha entendido o que acontecia quando outra tossida me fez mergulhar numa espécie de torpor, meus olhos começavam a se fechar.



– Ebola. Pode matar de um a sete dias após o início da doença. – A voz de Drake estava rouca quando proferiu as palavras que explicavam o que estava acontecendo; ouvi algo sobre o estágio avançado da doença em que eu me encontrava, que só podia ser transmitida pelo contato físico, era de origem africana.


– Isso não pode estar acontecendo! – Will falou, demonstrando que não podia fazer nada. Ao olhar para seu rosto, reparei que algo humano se instalara naquelas feições: preocupação. – Eu é que tenho que te matar!


Consegui responder com clareza apesar da boca cheia de sangue.


– Will, você pode evitar que eu morra por acidentes, mas... – o anjo me abraçou – não tem como impedir que eu fique doente.


– Eu sabia que nunca devia ter deixado você sair daquele quarto! – agora estava com raiva.


– E quem disse que eu não poderia ficar doente de tristeza?


Aquilo deu fim à discussão. Eu sentia que não podia fechar os olhos, ou não tornaria a abri-los; enquanto lutava para também não tossir, os dois levantaram. Assentiram um para o outro. Por motivos diferentes, os dois queriam que eu vivesse.


– A hora está chegando, Lyric. Até o seu corpo sente isso, e parece que o único jeito de reverter o seu mal-estar é voltando pra casa – Drake me confortou e ao mesmo tempo me deixou apavorada, eu não queria que o meu destino chegasse.

Vi um clarão e estávamos na minha casa; nós três, Lunick e a bagagem. Fiquei feliz, estava com muita saudade de casa.


O torpor... eu não sentia mais nada! Levantei sem dificuldade e andei satisfeita pela sala de estar – onde havíamos ido parar – como uma criança pequena que está descobrindo o mundo à sua volta.


– Ela precisa ficar aqui por esses três últimos meses – Will voltara à frieza habitual – senão morrerá, e nenhum de nós quer isso, não é mesmo?


– Vou ficar ao lado da Lyric e apoiá-la durante esse tempo. Você não vai se dar bem, Hunt.


Virei-me a tempo de ver William dar um sorriso debochado e sair pela porta da frente.


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Notas finais do capítulo

Espero não ter saído muito do rumo da história... é que eu acho que ela merecia uma coisa assim, entende? E o filme citado é ''As Férias da Minha Vida'', com Queen Latifah.
Bom, já aviso que nos próximos capítulos a fanfic vai tomar um certo rumo, porque estou entre duas coisas que vão acontecer... só espero que não me matem se eu colocar a opção mais drática xD
Beijos e espero que tenham gostado!