Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan


Capítulo 20
A Demon's Fate


Notas iniciais do capítulo

Isso aí, estou de volta! Agora que o ano letivo está cabando, tá bem mais fácil de postar... espero que gostem!
Trilha Sonora: A Demon's Fate - Within Temptation



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– Will, acho que a gente devia sair um pouco – falei no dia seguinte, já colocando meu plano em prática.

Ele levantou uma das sobrancelhas e pareceu concordar, então me ajudou a levantar – consegui quase andar sozinha; pelo menos aqueles dias de repouso estavam ajudando.

Assim que descemos as escadas e abrimos a porta, respirei o ar frio, satisfeita por estar do lado de fora – e a corrente não estava mais no meu pulso, o que era um alívio, pois latejava e tinha uma marca enorme e vermelha. Will andava ao meu lado; não tínhamos nenhum destino certo, eu ainda mancava um pouco, mas me sentia melhor – a dor tinha diminuído um pouco.

Estava dando certo. Andei em direção a uma rua onde só tinha casas com jardins na frente – William não pareceu estranhar e seguiu ao meu lado.

Andamos mais um pouco até que passamos na frente da minha casa. A porta se abriu e Drake apareceu. Era suicídio, mas tinha que ser agora.

Ignorando a perna ruim, corri do jeito que dava para cobrir a pequena distância – meu corpo voltou a me obedecer e fui rápida, enquanto Will olhava incrédulo.

Cheguei à porta e estava quase entrando quando ele agarrou a minha mão; puxei com toda a força e não foi suficiente.

Drake, do lado de dentro da casa, apareceu e sem hesitar segurou meus ombros, me puxando pra dentro. Will acabou me largando e abracei Drake, respirando fundo. O anjo afagou meu rosto, feliz.



– Você voltou... – enterrei meu rosto em seu ombro. Lunick veio, roçando nas minhas pernas, me cumprimentando.


– Lunick! Que saudade! – peguei o gatinho no colo e o abracei, depois ele foi para o chão.


– Lyric – Drake chamou – o meu ferimento já fechou. A asa ainda vai demorar um pouco pra crescer.


– Que bom! – sorri -, não aguentava mais te ver daquele jeito.


– E William não vai poder entrar aqui. Mas caso aconteça alguma coisa, você vai ter que se esconder.


– Mas ele disse que pode me sentir!


– Se vier por aqui, vai demorar pra ser encontrada – Drake começou a subir as escadas e eu o segui.


Subimos até o closet, e uma vez lá, Drake tateou uma parede e achou uma porta.


– Drake! – meus olhos quase saltaram das órbitas. O que aquela porta estava fazendo ali?!


Ele a abriu e entramos. Estávamos num quarto pequeno, mas que era muito bem mobiliado e aconchegante.


– Lyric, se acontecer qualquer coisa, se esconda aqui – assenti. Era bom, eu tinha um refugio na minha própria casa.



Já era noite quando Drake foi embora. Ele estava quase bom, precisava esperar que asa crescesse. Embora eu tivesse insistido para que ficasse, o garoto disse que realmente precisava ir.

Então fiquei com Lunick; e ficamos bem até a noite seguinte. Chovia muito. Eu estava com dificuldade para dormir, daí levantei e desci as escadas.Estava no meio, entre um lance e outro, quando um trovão ribombou no céu, com muito barulho e luz.


Quando a luz veio, pude ver uma mensagem escrita em vermelho na parede.


‘’UM DIA VOCÊ VAI TER QUE SAIR DAÍ, LYRIC’’


Um arrepio me subiu pela espinha quando tudo voltou a ficar escuro. Um ruído; olhei para baixo e vi um brilho de olhos amarelos na escuridão. Lunick. Peguei-o no colo e o gato miou – comecei a acariciá-lo enquanto tentava me acalmar.


No minuto seguinte, seus pelos se eriçaram e ele começou a sibilar. Notei que o gato rosnava em direção à janela; fui até lá e olhei, procurando pelo que podia tê-lo assustado. Lunick cravou as unhas no meu braço, porque estava nervoso; foi nessa hora que consegui enxergar uma silhueta meio borrada lá fora, e era uma pessoa.


Apertando os olhos para enxergar – pois estava longe – vi que era alguém de cabelos pretos. William estava do lado de fora, com cabeça baixa na chuva. Em momento algum ele levantou a cabeça, ou olhou para mim. Parecia triste.


Talvez tenha sido essa percepção que me impeliu a afazer a loucura. Lunick sibilou em protesto quando manquei até a porta. Eu o coloquei no chão e hesitei no batente da porta, e logo decidi. Saí na chuva e quando vi, estava abraçando Will, meus olhos estavam fechados com força.


Depois de um tempo percebi que nada acontecia, ele não havia movido um músculo. A chuva caía, grossa e pesada. Eu o soltei e voltei para casa lentamente, andando de costas por precaução.

Assim que bati a porta estava tossindo e tremendo. Lunick miou, como se me repreendesse. Balancei a cabeça e o acariciei – o gato já estava calmo – e fui direto para o banho, antes que pegasse um resfriado ou coisa pior.


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Notas finais do capítulo

Por favor digam o que acharam ;)
Até o próximo capítulo...