Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan
Notas iniciais do capítulo
Isso aí, estou de volta! Agora que o ano letivo está cabando, tá bem mais fácil de postar... espero que gostem!
Trilha Sonora: A Demon's Fate - Within Temptation
– Will, acho que a gente devia sair um pouco – falei no dia seguinte, já colocando meu plano em prática.
Ele levantou uma das sobrancelhas e pareceu concordar, então me ajudou a levantar – consegui quase andar sozinha; pelo menos aqueles dias de repouso estavam ajudando.
Assim que descemos as escadas e abrimos a porta, respirei o ar frio, satisfeita por estar do lado de fora – e a corrente não estava mais no meu pulso, o que era um alívio, pois latejava e tinha uma marca enorme e vermelha. Will andava ao meu lado; não tínhamos nenhum destino certo, eu ainda mancava um pouco, mas me sentia melhor – a dor tinha diminuído um pouco.
Estava dando certo. Andei em direção a uma rua onde só tinha casas com jardins na frente – William não pareceu estranhar e seguiu ao meu lado.
Andamos mais um pouco até que passamos na frente da minha casa. A porta se abriu e Drake apareceu. Era suicídio, mas tinha que ser agora.
Ignorando a perna ruim, corri do jeito que dava para cobrir a pequena distância – meu corpo voltou a me obedecer e fui rápida, enquanto Will olhava incrédulo.
Cheguei à porta e estava quase entrando quando ele agarrou a minha mão; puxei com toda a força e não foi suficiente.
Drake, do lado de dentro da casa, apareceu e sem hesitar segurou meus ombros, me puxando pra dentro. Will acabou me largando e abracei Drake, respirando fundo. O anjo afagou meu rosto, feliz.
∞
– Você voltou... – enterrei meu rosto em seu ombro. Lunick veio, roçando nas minhas pernas, me cumprimentando.
– Lunick! Que saudade! – peguei o gatinho no colo e o abracei, depois ele foi para o chão.
– Lyric – Drake chamou – o meu ferimento já fechou. A asa ainda vai demorar um pouco pra crescer.
– Que bom! – sorri -, não aguentava mais te ver daquele jeito.
– E William não vai poder entrar aqui. Mas caso aconteça alguma coisa, você vai ter que se esconder.
– Mas ele disse que pode me sentir!
– Se vier por aqui, vai demorar pra ser encontrada – Drake começou a subir as escadas e eu o segui.
Subimos até o closet, e uma vez lá, Drake tateou uma parede e achou uma porta.
– Drake! – meus olhos quase saltaram das órbitas. O que aquela porta estava fazendo ali?!
Ele a abriu e entramos. Estávamos num quarto pequeno, mas que era muito bem mobiliado e aconchegante.
– Lyric, se acontecer qualquer coisa, se esconda aqui – assenti. Era bom, eu tinha um refugio na minha própria casa.
∞
Já era noite quando Drake foi embora. Ele estava quase bom, precisava esperar que asa crescesse. Embora eu tivesse insistido para que ficasse, o garoto disse que realmente precisava ir.
Então fiquei com Lunick; e ficamos bem até a noite seguinte. Chovia muito. Eu estava com dificuldade para dormir, daí levantei e desci as escadas.Estava no meio, entre um lance e outro, quando um trovão ribombou no céu, com muito barulho e luz.
Quando a luz veio, pude ver uma mensagem escrita em vermelho na parede.
‘’UM DIA VOCÊ VAI TER QUE SAIR DAÍ, LYRIC’’
Um arrepio me subiu pela espinha quando tudo voltou a ficar escuro. Um ruído; olhei para baixo e vi um brilho de olhos amarelos na escuridão. Lunick. Peguei-o no colo e o gato miou – comecei a acariciá-lo enquanto tentava me acalmar.
No minuto seguinte, seus pelos se eriçaram e ele começou a sibilar. Notei que o gato rosnava em direção à janela; fui até lá e olhei, procurando pelo que podia tê-lo assustado. Lunick cravou as unhas no meu braço, porque estava nervoso; foi nessa hora que consegui enxergar uma silhueta meio borrada lá fora, e era uma pessoa.
Apertando os olhos para enxergar – pois estava longe – vi que era alguém de cabelos pretos. William estava do lado de fora, com cabeça baixa na chuva. Em momento algum ele levantou a cabeça, ou olhou para mim. Parecia triste.
Talvez tenha sido essa percepção que me impeliu a afazer a loucura. Lunick sibilou em protesto quando manquei até a porta. Eu o coloquei no chão e hesitei no batente da porta, e logo decidi. Saí na chuva e quando vi, estava abraçando Will, meus olhos estavam fechados com força.
∞
Depois de um tempo percebi que nada acontecia, ele não havia movido um músculo. A chuva caía, grossa e pesada. Eu o soltei e voltei para casa lentamente, andando de costas por precaução.
Assim que bati a porta estava tossindo e tremendo. Lunick miou, como se me repreendesse. Balancei a cabeça e o acariciei – o gato já estava calmo – e fui direto para o banho, antes que pegasse um resfriado ou coisa pior.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Por favor digam o que acharam ;)
Até o próximo capítulo...