Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan
Notas iniciais do capítulo
AVISO: Capítulo MUITO cruel.
Trilha sonora: Versailles - Silent Knight
Assim que William apareceu, decidi que precisava fazer alguma coisa.
– Não, você não... qualquer pessoa, mas você não!
– Calma – ele disse – vou te tirar daí.
Eu queria sair de lá, mesmo que fosse pelas mãos dele.
Consegui abaixar o vidro da janela – de modo que ele, não sei como, conseguiu me tirar do cinto (eu estava presa) e arrancou a porta (sim, arrancou; ele devia ter uma força descomunal), me tirando de lá em seus braços.
Mas eu sabia que William não ia me levar pra casa.
– Me solta, William.
– Você quebrou o pacto. Portanto... – ele se virou para mim e colocou o dedo na minha têmpora, onde sangrava. Ele passou o dedo no sangue e o provou - ...tenho direito ao seu sangue. Hum, o gosto parece ainda melhor...
Ele lambeu os lábios. Eu me debati.
– Não, foi só um mal entendido!
– Não tente me enganar.
Lágrimas chegaram aos meus olhos, embora eu soubesse que não mudaria nada se eu chorasse. Continuei argumentando, falando que eu não fizera nada – só que achei melhor não mencionar o nome de Drake.
– Por favor, acredite em mim... não é minha culpa, o Drake não sabia – eu não contei nada pra ele, como você disse pra eu fazer...
Tapei a boca. Eu acabara de dizer.
– Então tudo se resume a ele, não é? Vou dar uma lição nesse maldito anjo que...
– Fuja, Lyric! – o demônio foi interrompido pelo anjo. William sorriu cinicamente assim que o viu e me colocou no chão. Não esperei nem um minuto para sair correndo.
–Você realmente acha que colocá-la para correr vai impedir que eu vá atrás dela depois? – ouvi a voz sarcástica de William ao longe, enquanto corria pelo mato.
– Pelo menos ela vai ter a chance de escapar, Hunt! – a voz de Drake chamando William pelo sobrenome ecoou na minha cabeça. Continuei, sem olhar pra trás.
– Knight, você sabe que Lyric Angel já é minha. Não há nada que você possa fazer para impedir. Mas pela sua ousadia, você merece um prêmio... – o demônio riu e ouvi um grito terrível de Drake – um grito que me arrepiou os pelos da nuca.
Por mais que quisesse voltar para ajudá-lo – sem perceber que não poderia fazer nada – algo me impeliu a continuar – e foi o que fiz.
Achei o carro de Drake no acostamento depois de andar um pouco. Algo me dizia que ele não se importaria se eu o pegasse emprestado.
E então o fiz e disparei para casa, aumentando a velocidade para 120 km/h, tamanha era minha angústia, meu medo. Ao inferno com as multas! De modo que peguei o retorno para Orlando e cheguei em casa em um tempo extraordinário.
Entrei ofegante, e fui tomar um banho quente e demorado, para relaxar, e depois fui direto para a cama, embora ainda não fossem dez da noite. Passei aquela noite em claro.
Era de manhã cedo, por volta das sete horas, quando ouvi uma batida na porta. Vesti uma roupa e quando abri a porta, tive um terrível choque.
Drake estava na minha frente, com uma expressão tão angustiada e de dor que eu fiquei com os olhos marejados assim que o vi – sua camisa branca estava rasgada no braço direito e manchada de sangue – e eu só conseguia ver sua asa esquerda, rasgada também.
Embora eu o estivesse vendo de frente, percebi também o sangue em suas costas.
William arrancara a outra asa de Drake.
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O que acharam? Estou quase me matando aqui por escrever uma cena tão horrível... mas precisava ser feito.Deixem seus reviews e logo postarei mais!Beijos