Endless Sorrow escrita por Mari Trevisan


Capítulo 16
Bring Me To Life


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas é que a escola começou e está ocupando muito o meu tempo (muita lição e muitos estudos das matérias exatas...)
Trilha sonora: Evanescence - Bring Me To Life



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Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Drake caiu, inconsciente.

Consegui segurá-lo antes que fosse ao chão e o apoiei em um dos ombros e o puxei delicadamente para dentro, enquanto a porta batia sozinha.

– Drake... – falei, acariciando suas costas, quando senti minha mão molhada. Sentei-me no tapete da sala e vi que todo o meu braço estava encharcado com o sangue dele. Deitei sua cabeça no meu colo, deixando-o de bruços, para ver o estrago que William fizera.

Vi que eu pusera a mão no lugar onde devia estar a asa direita – a qual fora arrancada. O ferimento estava... indescritível, de tão monstruoso. Não só estava aberto, pingando sangue, como era profundo, eu podia ver a carne, talvez as coisas rasgadas fossem tecidos? Era como se eu estivesse numa aula de anatomia!

Tentei não vomitar de nojo ao erguê-lo com dificuldade, finalmente percebendo o quanto perigoso aquele demônio era. O que eu fizera?

Comecei a me culpar enquanto tentava subir a escada, carregando-o nas costas. Afinal, se eu tivesse me entregado, nada disso teria acontecido – Drake ainda estaria bem e estaria fazendo algo importante.

Agora o anjo em minhas costas estava sofrendo por minha causa – e já estava feito.

Ofegante, cheguei ao topo da escada e disparei para o meu quarto, quase pisando em Lunick, e o coloquei delicadamente (realmente não sei como consegui ser delicada com ele nas costas) sobre a minha cama desarrumada (tive o cuidado de esticar a colcha antes).

Eu sabia que o sangue ia manchar minha cama de roupa branca, mas ignorei isso, enquanto descia correndo para pegar toalhas e material de primeiros socorros.

Drake acordou assim que subi ao quarto pela terceira vez.

– Lyric...? – ele perguntou com a voz muito fraca, e tentou se levantar, para cair no instante seguinte, gritando de dor.

– Cuidado, você vai se machucar! – falei alarmada.

Ele tentou respirar fundo – vi que não conseguiu.

– O que aquele monstro fez com você? – finalmente tive coragem de perguntar.

Drake começou a contar.

– Lutamos. Eu estava indo bem até que ele me derrubou no chão e, antes que eu pudesse ficar de pé, pisou nas minhas costas e arrancou uma das minhas asas com as mãos. William é tremendamente forte, não pensei que fosse tanto... – ele suspirou, pedi para que falasse devagar para não gastar energia – e, como as minhas asas são membros do corpo, quase tirou o osso também... a escápula. Além de ter rompido uns tecidos.

Pisquei; então aquilo que eu vira eram mesmo os tecidos. Que horror!

– E como você sobreviveu com isso tudo aberto?

– Acho que eu teria morrido se fosse humano. Foi realmente difícil, e doía terrivelmente a cada passo que eu dava, mas consegui andar até aqui. Não sei o que me impeliu a continuar; talvez tenha sido a força de vontade em salvar você...

Ele acabara de dizer uma coisa completamente fofa, romântica, mas eu achei melhor não tocar nele para não machucá-lo ainda mais (se é que isso era possível).

Balancei a cabeça.

– Bem... Drake, eu vou ter que... dar um jeito nisso. No seu ferimento, quero dizer.

– Tudo bem. Passe um algodão com álcool e depois uma gaze. E... como vai demorar para meu corpo começar a se curar... você vai ter que costurar.

Senti meu sangue gelar.

– É sério?

Ele assentiu.

– Eu confio em você. Vai dar tudo certo.

Engoli em seco. Precisava ser feito.

De modo que, mesmo sem saber nada do assunto, uma repentina certeza me atingiu – uma certeza de que eu conseguiria fazer tudo certo.

Respirei fundo e mentalizei coisas boas, apesar da situação extrema em que nos encontrávamos.

Então embebi um pano de algodão em álcool e passei sobre o ferimento. Drake gemeu de dor, mas pediu para que eu continuasse. Ele segurava as bordas da cama com força.

Tentei ser rápida, para que ele não sofresse muito; passei o pano em toda a extensão de suas costas e fiz o mesmo com a gaze.

Sem hesitar, peguei a linha e agulha. Antes peguei um livro de enfermagem (não me pergunte onde achei) que explicava como fazer uma sutura simples, ainda que enorme.

Demorou algumas horas, mas consegui.

– Drake... terminei.

O garoto não se mexeu.

– Drake...? – toquei em sua pele, hesitante. Estava quente.

Então ele estava bem, certo?

Como ele não se mexia nem dizia nada, tomei a liberdade de envolver suas costas e seu peito num robe que meu pai ganhara anos atrás e nunca usara.

Quando fui amarrar o robe, senti sua respiração, um pouco mais forte do que antes. Talvez ele tenha dormido, pensei. Bom. O garoto precisava descansar mesmo.

Mas o que aconteceu no minuto seguinte provou que eu estava errada.

Quando fui virá-lo delicadamente de frente, para cobri-lo com o edredom sujo de sangue, de repente Drake abriu os olhos e vi que estava rindo quando, rapidamente, sentou-se na cama e me colocou em seus braços, enquanto sua asa boa pairava ao meu lado. Como era bonita...!

Mas fui tomada pela surpresa quando o anjo sorriu e me colocou mais perto, fechando os olhos e encostando seus lábios quentes e macios nos meus.


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Notas finais do capítulo

Vocês podem querer me matar por ter feito isso com o Drake, e dou razão a vocês *corre para o quarto do pânico* mas em contrapartida, o que acharam do final do capítulo? Surpreendente?
Mereço reviews?^^