You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 57
I Love You, Mum!




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O meu professor fez sinal para eu ir para o lugar dele para falar. Eu sentia as minhas pernas a tremer, estava tão nervosa. Cheguei-me perto do microfone e tomei coragem para falar. Inspirei fundo e quando expirei comecei o meu discurso.
- Nunca tive uns pais que me amassem. Eu era apenas um estorvo na vida dos meus pais biológicos e o desprezo deles para comigo, foi uma das condicionantes da minha infelicidade. Felicidade é um sentimento muito recente para mim, novo, uma nova descoberta e eu devo essa descoberta à Esme, a mulher representada no desenho. – Disse, sorrindo um pouco no final. – Os pais são as primeiras pessoas que nos devem amar. O amor maternal é o primeiro amor que deveríamos sentir. É o amor mais primitivo de todos e mesmo assim o mais sincero. Mas isso muitas vezes não acontece. Como acham que as pessoas que não são amadas pelas próprias mães se sentem? “Se a nossa própria mãe não nos ama, porque é que as outras pessoas nos irão amar?” É essa a pergunta que passa constantemente nas nossas cabeças. É difícil acreditar no amor quando não temos o amor de mãe, quando temos a consciência que a nossa própria mãe não nos ama. Há pessoas que mesmo assim conseguem superar essa barreira, mas muitas outras não. Eu fui uma dessas outras. Eu não acreditava no amor, não acreditava na felicidade. Para mim, era tudo um conto de fadas, algo distante. Apenas algo que aparecia nos romances e na televisão. – Expliquei. – Mas a Esme fez com que eu começasse acreditar nesses dois sentimentos. Fez-me ver que eu poderia ser amada e assim poderia ser feliz. Sim, porque a felicidade e o amor andam sempre de mãos dadas. Uma pessoa não é feliz se não tiver amor na sua vida, se não amar ninguém ou se ninguém a amar. Antes de conhecer a Esme, eu não tinha amor, e por isso, não era feliz. Pensava que nunca me poderiam amar, que nunca teria uma ínfima amostra do que é amor maternal, mas enganei-me. A Esme mostrou-me como uma mãe deve amar um filho, basicamente mostrou-me o que era o amor maternal. Fez-me perceber que há sempre pessoas dispostas a amar-nos, mas para isso temos que estar abertos a essas pessoas, que aceitá-las. É muito difícil para pessoas como eu, aceitarem isso mas isso é algo que temos que aprender a superar. E eu já aprendi. Eu sei que tenho pessoas que me amam e sei que amo profundamente certas pessoas. E saber disso é muito reconfortante, saber que somos importantes para alguém. – Contei tentando controlar a emoção. Afinal, era um assunto delicado para mim. – E foi a acreditar no amor que comecei a acreditar na felicidade. E tê-la é tão bom, tão refrescante! A felicidade dá trabalho, mas vale tanto a pena. Disso, não tenham dúvidas! – Garanti-lhes. – E por mais que continue a falar e a nomear as coisas pelas quais eu te estou agradecida, nunca será o suficiente para te agradecer, Esme. Fizeste tanto por mim, fizeste com que eu começasse a viver e é por isso que te amo, mãe! – Proclamei a última parte do meu discurso olhando apenas para ela. Ela sorria para mim mas algumas lágrimas escapavam-lhe dos olhos. Passado um bocado de finalizar o meu discurso, começam a bater palmas. Eu só queria sair dali e ir ter com a Esme para a poder abraçar mas fui puxada para uma multidão de gente que mal conhecia, que me queria dar os parabéns. Agradeci a toda a gente, educadamente. Depois de conseguir sair da multidão, o meu professor puxou-me para ir falar com a dona da galeria, a amiga dele.
- Parabéns, Alice! A tua obra está extraordinária e o teu discurso foi muito bom. Sabes, emotivo. – Disse a senhora com um leve sotaque francês. Ela já devia estar na casa dos quarenta. Tinha o cabelo completamente liso, de um loiro ouro e já apresentava algumas rugas na cara, mas tinha um aspeto muito simpático e não me parava de elogiar.
- Muito obrigada, Marrie. É um prazer o meu projeto poder ter sido exposto aqui. – Disse-lhe.
- Aqui, só se expõem os melhores projetos e deixa-me dizer que, querida, tu desenhas maravilhosamente bem. Há muito tempo que não vi ninguém com tanto talento. Claro que tenho visto imensos jovens a desenharem bem, mas não têm aquele talento que tu tens. Tu consegues transmitir sentimentos apenas com o desenho e nem toda a gente tem isso. – Explicou ela. Sorri abertamente e corei um pouco.
- Muito obrigada, mesmo.
- Não precisas de agradecer, querida. Mas, bem, agora tenho que ir ali falar com outras pessoas e tu de certeza que queres ir ter com a tua família. Sei que desde que acabaste o discurso, ainda não falaste com eles. Vai lá! – Disse ela. Apenas sorri e disse “adeus” e fui-me embora. Estava desejosa de estar com eles. Desapareci no meio da multidão e comecei à procura deles. Estava bastante gente dentro da galeria, era praticamente impossível mexer-me com fluidez. Assim que os avistei, tentei correr para eles, mas foi impossível fazer isso sem dar alguns encontrões. O Carlisle estava a falar animadamente com um casal, já a Rose estava entretida a namorar com o Emmet. Nem sabia que ele estava cá. O Edward e o Jasper estavam a conversar com umas pessoas que era da minha aula de desenho, não sabia que eles os conheciam. A Esme estava sozinha, sentada numa cadeira. Estava pensativa e com um sorriso feliz na cara. Sentei-me ao lado dela, o que fez com que ela acordasse da sua bolha. Ela olhou para mim com os seus olhos brilhantes, devido a lágrimas presas. Apenas sorri. Não dissemos nada uma à outra, não era preciso. Para quê palavras quando um olhar pode dizer tudo aquilo que queremos? Abracei-a fortemente e quando nos afastámos um pouco e ela beijou-me a testa carinhosamente.
- Também te amo tanto, filha! – Sussurrou ela, sorrindo carinhosamente de seguida. Algumas lágrimas ameaçaram cair. – Nada de lágrimas! Agora, só quero sorrisos, amor. Só sorrisos. – Disse ela beijando-me de seguida, os olhos. Sorri para ela.
- Só quero que saibas o quanto és importante para mim. – Disse. – E o quanto eu estou agradecida por todo o amor que me dás e a felicidade que me proporcionas. Eu amo-te tanto que por mais vezes que diga, nunca vai representar minimamente o que eu sinto por ti.
- Eu sei, amor. Acontece o mesmo comigo. – Respondeu ela acariciando a minha bochecha. – E espero que saibas que também és muito importante para mim, querida. És minha filha e não é preciso dizer mais nada.  Aconcheguei-me ao lado dela e ficámos as duas assim, a conversar uma com a outra até darem por nós.
- Lice! – Exclamou a Rose quando se sentou ao meu lado. – Estava simplesmente perfeito. – Comentou ela abraçando-me. – A minha mãe adorou. Eu disse-te que ela iria gostar. – Sussurrou ela ao meu ouvido. Ri-me apenas com o comentário dela.
- Obrigada, Rose. – Agradeci-lhe.
- De nada, Lice. – Disse ela.
- Vá, sai lá que agora é a minha vez! – Disse o Edward para a Rose. A Rose deitou-lhe a língua de fora e foi ter com o Emmet. – Parabéns, Alice. Estava realmente maravilhoso. – Admirou ele. Sorri abertamente para ele e dei-lhe um beijo na bochecha.
- Obrigada, Ed.
- De nada, pequena. – Disse ele levantando-se da cadeira, dando lugar ao Jasper. Assim que ele ficou perto de mim, uni os nossos lábios. Envolvi o seu pescoço com os meus braços para o chegar mais perto de mim. Quando nos afastámos, sorrimos um para o outro e deixámo-nos ficar com as nossas testas encostadas.
- O desenho está lindo, Alice. – Elogiou ele. Corei um pouco e ele riu-se com isso. – Ficas tão bonita, corada. – Disse ele tocando na minha bochecha com o seu dedo. Sorri para ele.
- Obrigada, mas quero que saibas que também tens uma parte muito significante na minha felicidade, Jazz.
- Eu sei que sim, Alice. – Disse ele beijando a minha bochecha. – Mas agora, acho que o meu pai quer falar contigo. Vou deixar-vos falar a sós. – Disse ele levantando-se da cadeira e dando lugar ao Carlisle.
- Então, como te sentes, Alice? – Perguntou ele, dando-me o costumeiro beijo na testa.
- Feliz! – Disse sorrindo.
- Fico tão feliz que estejas assim. – Disse ele sorrindo e com os olhos a brilhar de felicidade. – Sei que todos já disseram bem do teu desenho mas eu não posso deixar de dizer que ele estava maravilhoso. Não sabia que desenhavas assim tão bem. – Comentou ele.
- É, eu não mostro muito isso. Tenho um pouco de vergonha. – Expliquei.
- Vergonha de quê? Não deves ter vergonha dos teus desenhos, principalmente quando desenhas maravilhosamente bem. Aposta nisso, está bem?
- Está bem. – Concordei sorrindo para ele.
- Agora, vamos para casa que já se está a fazer tarde. – Disse ele. Era verdade. Já era quase hora de jantar. A tarde tinha passado num instante. Fomos todos para casa, jantámos todos juntos e depois tivemos um serão em família. Acabámos por nos deitar um pouco tarde, mas amanhã poderíamos, dormir até tarde.  


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Notas finais do capítulo

Mais um capitulo fresquinhoo! Espero que tenham gostado do capitulo porque eu gosto bastante dele! (: Fico à espera dos vossos comentários!
Beijinhos
S2



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