You Have Me escrita por Nyh_Cah


Capítulo 50
Thank you for seeing me, mom!




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Alice
Depois de ter adormecido aconchegada à Esme no cemitério, mal me lembro do que se passou a seguir. Eu estava exausta e queria apenas dormir. Não sei como fui parar ao quarto da Esme, quando dei por isso estava lá com ela a acordar-me.
- Querida, acorda. – Ouvi ela dizer. Remexi-me na cama e tentei abrir os olhos. Eles estavam pesados, como se fosse uma reacção do meu corpo para não acordar. Eu não queria acordar. Só me apetecia continuar a dormir. – Prometo que vai ser rápido, mas precisas de um banho e de comer algo, está bem? – Perguntou ela carinhosamente. Eu compreendia mas não queria. Eu sabia que ela não queria que eu passasse a noite sem comer, visto que não comia há horas. Afirmei com a cabeça e comecei a levantar-me. A Esme veio ajudar-me e depois levou-me para a casa de banho. Eu estava muito sonolenta ainda, não tinha controlo do meu corpo e tudo o que eu estava a passar parecia um sonho. Ela despiu-me e depois ajudou-me a entrar na banheira. Recostei-me imediatamente e fechei os olhos, para descansar um pouco. Não fazia tenções de dormir, apenas descansar um pouco.
- Não adormeças, querida. Prometo ser rápido. – Disse ela ternamente. Afirmei outra vez com a cabeça para ela saber que eu não ia dormir. Apenas sentia as mãos da Esme a lavar-me o corpo carinhosamente e isso sabia muito bem. Eu estava a sentir-me como um bebé sendo tratado por uma mãe carinhosa e em toda a minha vida me lembrava de sentir assim, nem mesmo quando era pequena. Nunca tive isso na minha vida, porque a minha mãe biológica nunca me tratou assim, com carinho. Depois de ela me dar banho, ajudou-me a sair da banheira, enxugando-me. De seguida vesti um pijama, que consegui reparar que não era o meu e voltei para a cama. O Carlisle estava no quarto com um tabuleiro com sopa. Devia ser para eu comer. Sentei-me encostada à cabeceira da cama e depois do Carlisle me dar o tabuleiro com a sopa, comi lentamente. Fiz um esforço enorme para comer a sopa toda. Não me apetecia comer, não tinha fome. Queria apenas adormecer. Depois de comer tudo, deitei-me na cama e adormeci mal encostei a cabeça à almofada. Dormi num sono profundo, sem sonhos. Acordei na manhã seguinte, mas deixei-me ficar de olhos fechados. Ainda me sentia um pouco cansada e estava tão confortável que nem sequer apetecia levantar. Ouvi a porta do quarto a abrir, mas mesmo assim continuei de olhos fechados.
- Ela já acordou? – Ouvi a Esme a perguntar a alguém. Pensava que estava sozinha no quarto.
- Não. – Respondeu o Carlisle. Não sabia que ele estava no quarto. – Ela precisa de dormir, Esme. Estava exausta, ontem. Só deve acordar mais tarde. – Disse ele. – Tu também precisas, Esme. Dormiste pouco, também estás cansada. Dorme um pouco. – Pediu ele à Esme.
- Não posso, Carl. Eu preciso estar acordada quanto ela acordar. Eu preciso. – Disse ela convicta. Eu percebi que ela queria estar comigo quando acordar. Não queria que eu acordasse e ela estivesse a dormir.
- Porquê, Esme? – Perguntou ele preocupado.
- Amor, é complicado de explicar, agora. Eu apenas sei que preciso de estar acorda. – Respondeu ela determinada. – Quando voltares, conversamos melhor, está bem?
- Está bem. Volto assim que puder. – Disse ele para ela.
- Volta, rápido, querido. – Pediu a Esme.
- Vou tentar. – Disse ele sincero. Percebia-se que ele estava a fazer um esforço para ir trabalhar. Acho que ele queria ficar em casa. Senti algo a mexer ao meu lado. Calculei que fosse o Carlisle que estivesse ali deitado, mas de seguida a cama afundou outra vez. O quarto voltou a ficar silencioso. Pensei que ele já se tinha ido embora, mas enganei-me quando senti um beijo terno na minha testa. Sorri inconscientemente. Sentia-me sempre tão bem quando ele fazia isto.
- Vais falar com ele, hoje, Carl? – Perguntou a Esme antes dele sair do quarto. Ele quem? Não sabia de quem é que eles estavam a falar.
- Sim, prometo. – Respondeu ele um pouco mais baixo. Ouvi uma porta a bater. Calculei que fosse o Carlisle a sair do quarto. O quarto voltou a ficar em silêncio e senti a mão da Esme a acariciar-me a cabeça. Voltei a sorrir inconscientemente e abri os olhos lentamente. Deparei-me com os olhos cor de caramelo da Esme. Ela sorria ternamente para mim.
- Eu vejo-te. És tudo menos invisível para mim, querida. – Disse a Esme acariciando a minha cabeça carinhosamente. Sorri para o que ela disse. Eu sabia que ela estava a ser sincera, não sabia explicar como, mas sabia. E acreditava no que ela dizia. – Eu vejo-te quando estás na mesa a comer aqueles cereais com um gosto horrível. – Disse ela. Ri-me um pouco com isso. Eu sabia que o gosto deles era mau mas eu não conseguia deixar de os comer.
- Eu sei que sabem mal, mas era o que o Sean conseguia comprar para eu comer. Eu gosto de comê-los porque assim nunca me esqueço deles. – Expliquei sorrindo um pouco. Ela sorriu um pouco também e continuou a acariciar-me a cabeça. Eu gostava disso, sabia bem.
- Vejo-te quando entro no teu quarto para acabá-lo, penso em ti sempre que projecto cada detalhe para o teu quarto ficar perfeito e ao teu gosto. Vejo-te em qualquer coisa que lembre o Natal. – Disse ela sorrindo. – Foi quando nasceste no meu coração, querida. – Explicou ela. – Vejo-te toda a vez que olho um envelope de carta. Sempre que olho para um envelope de uma carta, lembro-me de cada palavra que tu escreveste como se a estivesse a ler nesse momento. Lembro-me de cada palavra que aquela carta continha, amor. Cada palavra. – Disse ela suspirando. – Lembro-me de ti sempre que vejo algo relacionada com bailarinas, sempre me pareceste tão esguia, querida. – Falou ela rindo um pouco no final. – Eu não quero ocupar o lugar do Sean, na tua vida Alice. Eu não quero fazer isso, Alice. Mas filha, eu vejo-te. Por favor, acredita em mim. – Suplicou ele olhando directamente para mim. Eu via sinceridade nos olhos dela, via o amor que ela sentia por mim. Ela chamou-me de filha! Eu não achava que era possível depois de ontem, mas os meus olhos ficaram marejados com lágrimas meio contidas. Eu não queria chorar mais, não depois de ter chorado tanto ontem. Eu estava cansada de chorar, mas eu não me conseguia conter. Algumas das lágrimas conseguiram escapar e escorreram-me pelo rosto abaixo.
- Eu acredito. – Disse num tom baixo mas confiante. Eu sabia que ela estava a ser sincera, eu acreditava verdadeiramente nela.
- Então, querida, eu vou pedir-te duas coisas, apenas. – Disse ela. Afirmei com a cabeça para ela continuar. – Quando formos ao tribunal, quero que digas que queres ser minha filha, quero que digas que sim. – Olhei para ela surpreendida. Eu sabia que eles quando me foram buscar à assistente social me queriam adoptar mas não pensava que eles continuavam com essa ideia. – Sim, vamos te adoptar, quero que tenhas os mesmos direitos que os meus outros filhos. – Esclareceu ela sorrindo ternamente para mim. – E depois, quero que venhas comigo, conversar com um amigo do Carlisle. Ele é psicólogo e vai ajudar-te a entenderes tudo o que sentes. Eu amo-te e muito, mas eu não posso ajudar-te como ele pode. Por mais que eu queira, eu não consigo. Ele é um profissional, querida. Mais ninguém precisa de saber, nem mesmo a Rose, querida. – Eu não tinha problemas em ir falar com alguém que me ajudasse. Eu sabia que tudo o que a Esme e o Carlisle queriam, é ajudarem-me. E eu compreendo que por mais que eles me amem, não consigam. Só não queria que fosse, hoje. Queria descansar. Ainda me sentia um pouco cansada.
- Tem que ser agora? – Perguntei olhando para ele.
- Não, querida. Pode ser depois. – Respondeu ela. Sorri com isso. Queria dormir outra vez. Estava tão confortável e sentia-me tão bem, aconchegada à Esme.
- Óptimo, quero dormir mais. – Falei sorrindo para ela e aconchegando-me melhor.
- Precisas de comer algo, dorminhoca. Estás há muito tempo sem comer. – Disse ela. Vá, espera um bocadinho, enquanto eu vou buscar algo para tu comeres.
- Está bem. – Respondi sorrindo. Ela saiu do meu lado e saiu do quarto indo para o piso de baixo da casa. Tapei-me melhor e fiquei à espera dela, que não demorou muito a voltar para o quarto com um tabuleiro com o meu pequeno-almoço. Sentei-me rapidamente na cama e comi satisfatoriamente o que ela me trouxe. Quando acabei de comer, ela retirou o tabuleiro das minhas pernas e pousou-o na mesa-de-cabeceira. Depois deitou-se ao meu lado e eu enrosquei-me nela para dormir mais um pouco. Eu sentia-me tão bem nos braços dela. Sentia-me como nunca me sentira antes em toda a minha vida. Sentia-me amada, acarinhada como uma mãe ama e acarinha os filhos. Eu sentia-me filha dela e sentia que ela era a minha mãe. Sim, a minha mãe. Estava quase a adormecer quando consegui dizer:
- Obrigada por me veres, mãe.


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Notas finais do capítulo

Olá! Como foi a vossa semana? Espero que boa. O que acharam do capitulo? Espero que tenham gostado e claro que espero os vossos comentários. Também gostaria que alguém recomendasse a fic *.*
Beijinhos
S2



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