Itachi pOv’s.

Cheguei um pouco cedo demais então Carol estava se arrumando ainda. Sentei no sofá escutando só parte do que Deidara dizia sobre Ino ou eu achava que era sobre Ino pelo menos. Sasori estava sentado em uma poltrona concentrado no notebook, mas às vezes eu tinha a impressão de que ele estava me encarando. Nem percebi quando Carol desceu as escadas, foi preciso que ela chamasse minha atenção. Ela deu uma volta em torno do próprio corpo sorrindo e perguntou o que eu achava, minha reação natural foi soltar um assovio de aprovação. Ela estava vestida adequadamente, mas ainda conseguia parecer descontraída. Ela usava uma daquelas saias que geralmente as secretarias usam e uma blusa social de mangas compridas, só que dobradas até o cotovelo e sem aquele terninho que eu achava tão sem graça. E por causa do corte de cabelo repicado dela o coque bem feito dela ainda tinha alguns fios desalinhados e o salto alto deixava as pernas dela muito bonitas.

- muito gata. – Deidara foi o primeiro a se pronunciar.

- eu não quero estar gata Deidei. Eu quero estar apropriada pra uma reunião de negócios. – ela reclamou emburrada. – e eu achando que tinha feito tudo certo.

- e porque ser gata te impede de estar apropriada? – ele quis saber.

- não? Eu não sei. – ela começou a rir. – achei que uma coisa era oposta a outra.

- sejam opostas ou não você conseguiu juntar as duas em uma só. – eu elogiei e a vi sorrir.

- então vamos né? – ela passou o braço no meu como se estivéssemos saindo para dançar juntos.

- claro. – notei o olhar mortal que Sasori lançava para os nossos braços juntos.

Como saímos cedo, fomos sem pressa no transito e ainda chegamos alguns minutos adiantados. E durante a reunião Carol não deixou nenhuma margem para reclamações, nem em comportamento como em qualidade de serviço, ela era uma poliglota nata, estava explicado como ela podia viajar o mundo tão facilmente sem problemas com a comunicação. Quando a reunião terminou, ainda precisava fazer algumas coisas no meu escritório e como Carol não se importou de esperar no escritório comigo fui resolver meus problemas pendentes para poder levar ela em casa depois.

- que sala mais fria. – ela reclamou.

- quer meu paletó emprestado? – ofereci para ela.

- quero sim. – ela colocou em volta dos ombros e disse sorrindo. – como estamos cheirosos hein!

- eu estou cheiroso, você só está roubando meu cheiro. – disse brincando, mas me senti bem em saber que ela gostava do meu cheiro.

. . .

Sasori pOv’s.

Olhei para o relógio revoltado. Não era para aquela reunião levar todo esse tempo, era? Daqui a pouco seria hora de ir para a Akatsuki e ela não tinha chego. Eu estava no meu quarto atento a qualquer barulho na casa, esperando. Era difícil admitir, mas Itachi me preocupava já que eu desconfiava que ele gostasse dela mesmo antes de ela ter ido embora e agora eu não era mais namorado dela, estava fora do caminho. Resolvi descer para o andar de baixo e me distrair um pouco com a TV, assim mesmo que ela chegasse daria para perceber. Eu estava começando a descer as escadas quando ouvi a porta da frente ser aberta e a voz dela se despedindo de Itachi. Ela veio subindo as escadas correndo, mas quando passou por mim senti o cheiro e chamei sua atenção num tom de deboche.

- e desde quando você está usando perfume masculino? – eu queria ver qual seria a reação dela.

- eu não uso. – ela me lançou um sorriso sardônico enquanto subia as escadas correndo.

Isso era o mesmo que admitir que ela tivesse conseguido esse cheiro com alguém, né? Itachi? Ela tinha... Tentei não pensar nisso, mas quanto mais eu tentava mais imagens aleatórias dela com Itachi apareciam na minha mente. Senti meu sangue ferver, era como se eu estivesse literalmente queimando de ciúmes, mas não pudesse enxergar as chamas. Quando me dei conta estava parado no meio da escada, decidi subir e me arrumar para ir.

. . .

Eu estava sentado no banco do motorista esperando enquanto Deidara apressava Carol para irmos para a Akatsuki. Deidara por algum dos motivos absurdos que só ele sabe decidiu que iríamos os três juntos hoje e ainda por cima no meu carro, se bem que depois da ultima vez eu não estava com muita vontade de deixar o loiro dirigir não.

Carol saiu da casa quase correndo com o loiro e entraram batendo as portas com força o que me irritou. Deidara estava no banco do passageiro mexendo no meu som freneticamente sem deixar nenhuma musica tocar até o final – ainda bem que ele não é o JD da Akatsuki – e Carol estava concentrada em enviar mensagens pelo celular o que só estava me deixando mais perturbado depois da cena na escada.

- ei, o que é? Você não larga mais esse celular? – Deidara fez a pergunta que estava coçando na minha garganta.

- umas coisas. – ela deu um sorriso maroto pra ele.

- o que? O que? – só deixou o loiro ainda mais curioso.

Ela mostrou o celular pra ele que ficou rindo de alguma coisa. Quase podia sentir uma veia pulsar na minha testa de tão irritado que estava ficando. A conversa codificada deles só estava me deixando apreensivo já que Deidara não era de se preocupar com o que dizia, quer dizer que eles estavam me escondendo algo ou ele só queria me provocar.

. . .

Deidara pOv’s.

Eu precisava admitir que provocar Sasori era muito bom. Desde que Carol tinha pegado uma carona com Itachi que Sasori estava amuado então eu não resisti em ser um pouco malvado. As mensagens eram de Ino e ela estava falando do marido, coisas que ela não me diria só para as meninas e isso me deixava um pouco enciumado já que ela era minha irmãzinha.

Sasori estava fingindo que não estava vendo por que ele provavelmente tinha a impressão errada das mensagens que ela recebia. Não tinha como deixar de achar graça da situação dos dois, ele se corroendo de ciúmes quando ela estava trocando mensagens com uma amiga ainda bem que podia disfarçar meu riso fingindo que era da mensagem e não deles que eu estava rindo.

Qualquer um podia ver que os sentimentos dos dois nunca mudaram só eles teimavam em fingir que não. Chegamos à Akatsuki e entreguei o celular a Carol que foi para o vestiário vestir o uniforme. Percebi que Sasori estava mais nervoso do que eu imaginara e não me contive em dar uma gargalhada bem na frente dele.

- vocês dois conseguem ser bem idiotas quando querem. – eu disse segurando o riso. É obvio que ele não estava vendo a mesma graça que eu.

- o único idiota que vejo aqui é você. – ele rebateu. – rindo do nada como um idiota.

- você não entenderia. – balancei a mão com descaso.

- então explique. – ele disse chateado.

- não é mais divertido assim. – disse e sai dali rindo.

Ele ficou me olhando sem entender enquanto eu me afastava dele indo em direção de algumas garotas que vinham sempre aqui. Conversei com elas um pouco, não lembrava seus nomes, mas não deixei que notassem isso as chamando sempre de forma carinhosa. Percebi Itachi conversando com Carol perto da porta do vestiário, era algo que tinha me deixado surpreso eu nunca tinha notado como Itachi se comportava perto dela, mas desde que ela voltara pude perceber algumas coisas que antes não havia me dado conta. Itachi a rodeava como uma abelha atrás do pólen, sempre por perto, sempre solicito. Ele gostava dela e eu apostaria qualquer coisa como isso não era de agora, uma pena já que aqueles dois se pertenciam.

. . .

Sasori pOv’s.

Deidara era um imbecil sempre com seus joguinhos, mesmo quando podia resolver as coisas preferia só olhar e ver no que iria dar, “porque era divertido”. Eu não sabia o que ele tinha notado, mas tinha a ver comigo e Carol.

Droga Itachi estava rondando ela novamente –  Suspirei – ele não era o tipo que iria atrás da garota de um amigo, mas no momento ela não era minha garota e ele sabia que era a chance dele, nem mesmo eu poderia fazer algo sobre isso, não tinha o direito. Fiquei olhando para os dois durante um tempo, mesmo que isso me fizesse corroer de ciúmes. Ela se divertia ao lado dele, sorrindo de alguma coisa que ele dissera e eles tinham sintonia, o pior é que eu não sabia o que havia acontecido durante a tarde. Ora, ela voltara com cheiro de perfume masculino é claro que alguma coisa tinha acontecido à questão era o que? Eu não podia deixar as coisas continuarem assim. É verdade que eu não estava a fim de facilitar as coisas para ela, mas agora que Itachi também estava nessa, as coisas eram diferentes.

Eu não estava com nenhuma vontade de ficar de olho nos funcionários mesmo que isso fosse parte das minhas obrigações. Todos estavam fazendo alguma coisa, mas eu estava entediado e fui sentar em um dos pufs no andar de baixo.

Carol pOv’s.

Sasori parecia um pouco deprimido desde que eu voltara com Itachi da empresa dos Uchihas. Será que fora pelo que eu disse na escada? Senti vontade de rir se era isso ele era realmente criativo para imaginar algo que não havia acontecido. Bom se ele estava imaginando algo que não aconteceu queria dizer que ele se importava o suficiente para se preocupar com isso. Oh! Talvez ainda houvesse uma chance, a melhor forma de fazer Sasori reagir alguma coisa era mexendo com o ciúme dele. Ele sempre tinha sido possessivo  agora talvez eu pudesse usar isso a meu favor, mas Itachi não merecia que eu o usasse para isso. Tinha de ser com outra pessoa, mas quem? Tem que ser alguém que concorde com isso e seja convincente. Por parece que todos em que eu posso pensar estão comprometidos? Naruto não era esperto o suficiente para fazer parecer convincente, Hidan era um pervertido e tentaria aproveitar da situação, Deidara e eu nunca pareceríamos ter um clima e Itachi não era o tipo de pessoa que aprovaria esse tipo de comportamento. Kankuro? Sempre que ele nos via juntos não perdia uma oportunidade de dar em cima de mim, Sasori morria de ciúmes ao me ver conversar com o primo dele, será que isso funcionaria? Mas como achar alguém que eu não via há tanto tempo, ou melhor, como pedir esse tipo de favor para alguém? Oh! Ino era cunhada dele é claro! Bati com a mão na testa ao me dar conta disso e isso me fez voltar à realidade, olhei em volta e me dei conta de que eu estava no meio do trabalho naquele momento.

Continuei trabalhando e fazendo planos enquanto isso. Era como se minha cabeça não conseguisse parar de pensar sobre o assunto, mas então um pensamento tomou conta de mim e se o motivo pelo qual Sasori estava deprimido não tivesse nada haver comigo.  Afinal eu podia estar só sendo egocêntrica achando que tudo dizia respeito a mim. Precisava fazer um teste e por mais que isso fosse podre da minha parte Itachi teria de ser a cobaia.

Esperei por um momento que Sasori estivesse me observando e fui ao encontro de Itachi, apertei as bochechas dele brincando enquanto dizia alguma coisa boba e mantive contato físico com ele enquanto conversava sobre qualquer assunto sem importância. É claro que não perdi Sasori de vista pela minha visão periférica e sim ele estava prestando atenção e parecia bem revoltado me olhando junto de Itachi. Pronto teste feito, resultado oitenta por cento de certeza de que ele estava com ciúmes.

Enquanto me afastava de Itachi notei que Deidara me olhava de forma quase reprovadora, mas não consegui entender por que. Deidara não era o tipo de pessoa que se importaria por alguém estar fazendo ciúmes em alguém conscientemente e não é como se eu estivesse causando algum mal a Itachi só por conversar e brincar um pouco com ele. A forma como Deidara olhou para mim deixou minha mente confusa e me fez pensar que eu estava fazendo algo errado e não saber o que era me deixava muito angustiada.

Mais tarde quando chegamos a casa pensei em mandar uma mensagem para Ino, mas então me dei conta que era de madrugada e seria inconveniente. Joguei o celular na cama peguei a toalha que estava jogada em cima da cama e o pijama na gaveta e sai do quarto para tomar meu banho. Quando passei pela sala Deidara estava estirado no sofá, pensei em perguntar para ele, mas isso seria o mesmo que admitir estar fazendo algo errado. Entrei no banheiro e tomei um banho quente para relaxar o corpo, mas não demorei muito no banheiro. Quando sai Deidara não estava mais lá e sim Sasori.

- boa noite! – eu disse sorrindo.

- boa noite. – ele respondeu confuso já que normalmente eu não era tão gentil com ele.

Tudo bem ser gentil, já que eu estava planejando levá-lo ao limite logo, logo!