-Não imaginei que encontraríamos Hajime aqui – Hana comenta surpresa enquanto nos sentávamos ao lado de Allan que conversava com Hideki.

-Hum – murmuro abrindo alguns botões do meu casaco parecia que estava sufocando.

-O que deu em você? – ela pergunta com sua atenção voltada ao aparelho em suas mãos.

-Do que está se referindo? – respondo vendo o diretor falando seu discurso pavoroso.

-Pensei que quando visse Hajime o trataria como antes – ela responde séria – Não entendo sua gelidez.

-Eu estava bem com sua ida, superei tudo – comento vendo o representante dos alunos assumir a vez de falar – Quero que Hajime Serizawa não entre mais no meu caminho.

-Pelo visto ainda está zangada – Hideki reflete ao segundo que um aluno acerta o rosto do representante – Manda ver, Tayura!

Olho-o descrente, fazendo-o dar de ombros.

-Se quer descarregar sua raiva em alguém o carinha ali – ele aponta o palco com o queixo – está disponível.

-Não quero bancar a salvadora dos fracos e oprimidos – discordo me levantando enquanto o tal de Tayura começava um discurso inusitado.

Trinco meus dentes encaminhando-me pra saída.

Estava de saco de Housen e olha que tinha acabado de chegar.

Um grito ecoa no auditório antes da algazarra dar-se inicio. Os professores e o diretor deveriam estar se protegendo em algum lugar.

-Allan! – ouço alguém gritar, o que me faz girar meu corpo pra vê-lo.

O imbecil estava se preparando para desferir outro soco em Tayura com seu nariz já sangrando, procuro por Hana que estava encostada numa parede imersas em sua diversão.

Só ela mesmo pra ser assim numa situação dessas.

Avanço na direção de Allan que recebe um soco no rosto fazendo-o ajoelhar-se. Tayura que era um cara alto e com alguns músculos, dá um sorriso antes de acertar uma joelhada no rosto do meu irmão.

Sinto meu sangue esquentar, meu humor literalmente estava péssimo para tentar acalmar os ânimos, já que nem os meus eram os melhores no momento.

Tayura aperta o pescoço de Allan, o que me basta para acertá-lo no rosto, fazendo-o cambalear e meu irmão a limpar seu rosto que num exame rápido vi que ficaria sem nenhum sério hematoma ou ferimento.

-A namorada teve que intervir...

Agarro o colarinho de Tayura furiosa.

-Morda a língua, que se trata do meu irmão, imbecil – rosno completamente irritada.

Ouço a gargalhada de Hideki.

-Corre, Tayura – ele recomenda – Se quiser ainda respirar.

O cara me olha desdenhoso antes de agarrar meu pulso com força. Alguém me puxa com força para trás deixando-o completamente surpreso.

-Encosta um dedo nela – Hajime diz irritado – E eu te mando para uma cova.

Ergo meu olhar para ele vendo seu rosto tomado pela raiva que até segundos atrás eu tinha. Afasto-me dele, pegando seu rosto virando-o pra mim.

Se não o acalmasse não seria apenas Tayura que iria pra uma cova.

-Não pedi que me defendesse – digo pausadamente encarando-o – Por isso pegue Naomi e suma das minhas vistas.

Ele pisca surpreso enquanto afasto-me indo até Hideki.

-Leva seu amigo daqui – instruo decidida antes de ir até Allan que se ajeitava – Você me paga por isso.