Vida Cruzada escrita por Razi


Capítulo 6
Revanche


Notas iniciais do capítulo

Espero que curtam?



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Um dia passa mais rápido se não tiver preocupações. Foi gratificante ficar esse tempo sem me preocupar com as brigas que Allan se metia, mas hoje tudo vai por baixo da ponte.

Era hora de conhecer Housen.

Termino de abotoar o casaquinho preto com o emblema branco e azul do colégio.

O uniforme era completado com uma saia pregueada e uma blusa cinza.

Queria poder usar calça, minhas pernas longas chama um pouco de atenção.

Como hoje era apenas a cerimônia de abertura não preciso levar material, mas duvido que vá usá-lo.

-Kath, depressa – Allan me grita.

Pego meu celular e saio do meu quarto encontrando Allan na companhia de Hana que mantinha-se presa ao seu joguinho.

-Bom-dia, Takada – ela me cumprimenta já saindo de casa.

Olho para Allan que apenas sorrir antes de segui-la.

Céus.

O carro que não sabia a marca estava estacionado em frente de casa.

Seria bastante chamativo chegar no colégio assim.

Allan foi na frente conversando com o motorista enquanto fui atrás com Hana entretida no seu jogo. Tive vontade de tirar-lhe das mãos, só que era o mesmo que enfiar uma faca em seu corpo. Assim mantive-me centrada em observar a paisagem que era acolhedora.

-Como é Housen? – pergunto co meu olhar voltado para a janela.

-Violenta – Hana responde rápida – Soube que só não é pior que Zakura.

-Isso é confortante – ironizo recebendo um beliscão seu – Ai! Volta para seu jogo.

-Ciumenta – ela diz brincalhona.

-Chata replico vendo o carro já estacionando em frente ao colégio.

-Hora da morte – Allan sentencia antes de sair.

Saio logo depôs vendo alguns estudantes já reunidos ao redor do colégio que estava conservado, para minha surpresa, já que esperava um prédio pinchado, caindo aos pedaços, coisas do tipo.

-Não vamos ficar na entrada – Allan diz nos empurrando para dentro do colégio.

Vi a área esverdeada ocupada por árvores podadas, bancos e uma fonte bastante simples enquanto acompanhávamos Allan indo direto para um trio de rapazes que o cumprimentam efusivamente.

Corro meus olhos pelos demais alunos, alguns tinham na testa a marca de encrenca e outros não, o que me deixava em dúvida sobre a má fama do colégio.

-Não deve se levar pelas aparências – Hana me adverte com seu braço tocando o meu – Os alunos daqui devem ter pelo menos uma passagem pela policia.

-Isso muito me entristece – uma voz diz por minhas costas.

Gelo no mesmo segundo enquanto Hana vira-se para olhá-lo.

Isso deve ser maldição.

-Hajime – ouço-a dizer surpresa.

Fecho meus olhos desejando que tivesse escutado errado, mas sabia que era inútil. Giro meu corpo para ver sua cara que por céus estava mudada e coloca mudada nisso.

O cabelo castanho avermelhado de curto e repicado tornou-se um pouco mais longo que agora estava penteado para trás dando evidência ao seu rosto bem traçado principalmente seus olhos negros como a noite, a pela parda revestindo o corpo mais ou menos definido, tudo bem, definido se comparado com antes, a mesma altura de sempre, meio baixinho com o brinco em forma de circulo com uma cruz na sua orelha direita.

É, realmente via-se a mudança ao seu lado na forma de uma garota de cabelo curto tipo pote com uma franja reta negra, os olhos castanhos na pele parda do corpo magro e baixo.

-Kath-chan – Hideki me cumprimenta com um sorriso, fazendo-me olhá-lo.

Pouco nele havia mudado, o cabelo de castanho passou pra loiro, só que mantendo o corte curto e bagunçado, os olhos verdes escuros na pele bronzeada do corpo malhado e alto, com o piercing ainda estava no seu lábio inferior junto com outro que ficava na cartilagem da sua orelha esquerda.

Dou-lhe um sorriso antes de abraçá-lo.

Que saudades de ver seu rosto fofo, ou como dizem aqui, kawai.

Afasto-me dele sorrindo.

-Você ficou maravilhosa – ele me elogia.

No segundo seguinte tem a gola de seu uniforme agarrada por Allan.

-Você está pavorosa – ele brinca – Até parece que engordou um pouquinho.

-Allan, solte-o – peço sorrindo.

-Ele é seu namorado? – a garota indaga curiosa.

Hajime ri enquanto lhe lanço um olhar reprovativo.

-Eles são irmãos, Naomi – Hideki explica – Allan e Katherine.

-Prazer em conhecê-los – ela nos cumprimenta fazendo a devida reverência – Naomi Suzuhara.

Faço a reverência e me apresento sendo acompanhada por Hana e depois Allan.

-Faz tempo que não nos vemos – Hajime finalmente pronuncia-se.

-Mesmo? – indago sarcástica – Não notei.

O sorriso some de seu rosto igual ao de Hideki e Allan.

Que foi?

Queriam que eu o abraçasse, dissesse que morri de saudades e que um dia o amei?

Negativo.

O quão longe ele ficar de mim agora é melhor.

-Kath-chan – Hideki me chama – Não ficou feliz em nos reencontrar?

Olho-o sorridente.

-Mais é claro que sim – afirmo – Senti muito a sua falta, Hideki.

-Sério? – Hajime indaga – Parece meio chateada.

-Claro que não – nego suave encarando-o – Você está bem nesses dois anos e isso muito me alegra, agora está namorando. Muito bom Serizawa.

-Katherine! – Naomi exclama como se lembrasse de onde me conhecesse – A garota que bateu em você, Haji-san?

Disfarço meu sorriso enquanto ela o olha antes de se voltar pra mim.

Hajime já tinha até apelido, que fantástico.

-É sim, Naomi – ele confirma me encarando – Ainda não tive a chance de pedir desculpas.

-Por que não agora? – sugiro.

Ele me encara seguido dos demais até o assobio da Hana.

-Huh? – o instigo antes de recair meus olhos em Naomi – Tem algum problema com isso?

-Você está falando do meu namorado – ela pôs a mão no peito – Claro que tem problema.

-Então não há revanche – decreto já querendo me afastar dali.

-Katherine – Hajime me chama – Vamos fazer isso.

O encaro antes de olhar Allan que dá de ombros.

-O caso é de vocês – ele diz tirando o corpo fora.

-Não machuca demais – Hana recomenda com seus olhos no jogo portátil – Só o tritura de uma vez.

Deixo um sorriso sair de meus lábios antes de retirar meu casaquinho. Não o queria sujo.

Viro-me para Hajime que ajeitava as mangas de sua camisa enquanto Naomi aperta seu casaco entre suas mãos ficando ao lado dos demais enquanto ao nosso redor alguns alunos se aproximam.

-Vai brigar logo na cerimônia Serizawa? – alguém indaga em um tom divertido.

Nenhum esboço de reação da parte dele que apenas foca seus olhos em mim que cuido de ajeitar meu cabelo evitando seus olhos.

Pode se achar qualquer coisa da minha ação, mas precisava me livrar de todo a carga que se acumulara em meus ombros durante nossa separação, se é que devo chamá-la assim.

Deixo meus olhos recaírem sobre ele que se move lentamente vindo na minha direção. Sua expressão era neutra, coisa que não via desde que brigou com um cara da minha sala.

Um suspiro sai de sua boca antes de dar um passo deixando que o espaço entre nos tornasse mínimo.

-Ficou com medo, Serizawa? – alguém grita fazendo as pessoas rirem.

-Tenho uma boa reputação aqui, Katherine – ele murmura pra mim – Não vá comparar com antes.

-Você quer a revanche ou não? – indago já desferindo um soco em seu rosto, mas ele desvia no último segundo.

Ele recua alguns passos enquanto avanço na sua direção querendo aplicar um chute em se tórax, mas segura meu tornozelo, só que flexiono minha perna puxando-o para perto de mim.

Acerto um soco em seu peito fazendo-o recuar antes de se endireitar comigo já em cima de si na tentativa de uma joelhada novamente em seu peito, mas bloqueia com suas mãos, girando meu corpo para ficar de contra o seu enquanto me prende em seus braços.

-Por quanto tempo vai ficar zangada? – ele indaga ao meu ouvido.

-Não te interessa – replico fincando meus pés direito no chão.

Aplicando o máximo de força, inclino seu corpo pra frente fazendo-o bater com as costas no chão, livrando-me de seu abraço.

Ele endireita-se me olhando sério enquanto limpo minha blusa que acabara recebendo um pouco de poeira. Ergo meu olhar diretamente para ele que avança na minha direção enquanto avanço também.

Queria que todos os seus ossos fossem quebrados.

Abaixo-me evitando seu chute, uso minhas mãos para evitar seu joelho, mas acabo perdendo o equilíbrio e caindo de costas no chão.

Agradeci por ter colocado um short, caso contrário, seria vergonhoso.

Ele fica em cima de mim, mas passo minha perna ao redor de seu pescoço invertendo as posições, apenas o suficiente para depois nos separarmos.

Endireito-me ofegante enquanto ele apenas limita-se a me encarar. Sinto um bolo se formando na minha garganta que quebro aos segundos que me aproximo de sua figura.

Por que tinha que ser agora?

Eu estava bem lidando com as lembranças, mas tendo que vê-lo agora e com outra a história não é a mesma.

Agarro a gola de sua camisa enquanto ele faz o mesmo. Ofego um pouco encarando-o.

-Ainda está brava? – ele indaga solene.

-Ponha-se no meu lugar – indico afastando-me dele.


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Notas finais do capítulo

Quem pensa que a pancadaria acaba por aqui, melhor pensar de novo.
Próximo cap. bagunça geral.
Até lá.
Ah sobre os reviews, eu leio, mas assim que tiver uma brecha vou responder todos.
E esqueci de responder eu mesma a pergunta que fiz no cap. passado.

Meu QI é de 110.
Beijos e até a próxima.
o/