Broken Hearts escrita por mariporto


Capítulo 4
Capítulo 4




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Era o último ensaio daquela semana e Rachel tinha o período seguinte vago, o que era perfeito, já que ela precisava de um tempo sozinha no auditório. Sua desculpa era que precisava arrumar as roupas que ela e as outras iriam usar na apresentação, mas ela só queria um tempo pra pensa, na verdade.

Quinn entrou no auditório e viu Rachel sentada na mesma cadeira em que ela estava no início da semana, com uma expressão muito semelhante à dela naquele dia. Esqueceu que só tinha voltado alui para buscar sua bolsa e parou para admirar a diva. Alguns instantes naquela situação e a morena se dirigiu a uma salinha na custia do palco para mexer nas roupas da apresentação. Quinn não se percebeu andando em silêncio atrás da outra até que já estava em frente à porta da salinha.

A loira parou e respirou fundo três vezes antes de ter a coragem pra desligar o interruptor da sala. Abriu a porta vagarosamente, tentando não pensar e agir somente por instinto, mas o mais difícil naquele momento era silenciar seus pensamentos.

“Qu-quem está aí?” Ela ouviu a voz da diva interromper todos os seus raciocínios imediatamente e se aproximou da outra menina, colocando a mão direita em sua cintura. “Por favor, não me estupre! Essa escola tem câmeras, você poderia ser preso. Pense nas conseqüências!” A voz de Rachel cortou o silêncio mais uma vez, fazendo Quinn rir do tom de desespero na mesma.

A Cheerio parou de rir e imprensou a outra contra a parede, sentindo-a arfar ao espirar em seu pescoço, o que a encorajou a beijá-lo. A morena tentou reprimir um gemido que subiu pela sua garganta com o contato dos lábios com seu pescoço, mas foi inútil. Quinn colocou uma de suas pernas no meio das de Rachel enquanto fazia um caminho de beijos até o ouvido da diva.

“Sério, Berry? Você não sabe quem eu sou?” A loira sussurrou antes de morder o lóbulo da orelha dela e afastar seu rosto para encará-la através do escuro.

Rachel podia não enxergar nada além da sombra de um rosto, mas ela sabia muito bem quem estava ali. Ela sabia quem era desde que ouvira sua risada alguns instantes antes, apenas não conseguia acreditar. Precisava comprovar que era a loira ali, pressionando-a contra a parede.

“Qui-?” Ela sentiu dois dos dedos da outra em seus lábios, impedindo-a de continuar, mas a diva não tentou questionar novamente ao sentir os dedos deslizando por seu rosto para colocar uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

O silêncio e o breu do lugar se fizeram confortáveis por alguns segundos, até que Quinn puxou o rosto de Rachel de encontro ao seu. Seus lábios ficaram selados por um curto espaço de tempo, pois a morena logo entreabriu os seus, dando passagem à língua da outra.

A Cheerio sentiu um calor que nunca havia sentido antes tomar conta de seu corpo, e automaticamente se reteve. Descolou seus lábios dos da diva, tentando organizar sua mente e desfocá-la do corpo pressionado contra o seu. Quinn se afastou de Rachel e correu para fora da salinha, reacendendo o interruptor após fechar a porta atrás de si. Deixou a custia, voltando ao auditório para pegar sua bolsa e seguir para sua aula, ou melhor, metade dela.

A diva só conseguiu assimilar o que acabara de acontecer minutos depois, e ainda levou mais alguns pra voltar à realidade e seguir o caminho que Quinn fizera antes, mas só ao chegar ao palco, ela notou que a outra já não estava mais ali.

**

Rachel foi a primeira a chegar à sala do Glee Club, como sempre, e estava um tanto ansiosa. Só não fazia ideia do porquê de tanta ansiedade, pois ela nunca falaria com Quinn sobre o que acontecera mais cedo. Isso era algo óbvio. Tão óbvio quanto o fato de que ela coraria violentamente caso a loira sentasse perto dela, ou passasse pela porta da sala sozinha, ou sorrisse, ou a cumprimentasse, ou qualquer coisa desse tipo, mas ainda sim, estava louca para vê-la.

Seus olhos brilharam ao ver a Cheerio no corredor alguns minutos depois, mas Finn entrou na sala antes dela, tapando o campo de visão de Rachel e ficando feliz por ver sua expressão. Afinal, desde o início da semana a morena estava evitando o garoto com a desculpa que tinha que ensaiar mais do que o normal, não por duvidar de seu potencial, mas sim porque aquela era a única hora de aula em que conseguia se sentir superior a elas. Não por falta de auto-estima também, mas porque toda vez que se via superior tomava um banho de raspadinha. E mais alguma coisa que ela tinha falado, mas o quarterback não conseguia se lembrar de jeito nenhum.

A diva revirou os olhos enquanto Finn selava seus lábios antes de se sentar ao lado dela, e forçou um sorriso razoável para corresponder ao que ele lhe dava.

“Pra dentro, crianças!” Sr. Schue disse aos que ainda estavam no corredor e, em pouco tempo, a sala já estava cheia. “Então, quem vai vir primeiro?”

Finn se levantou, sendo acompanhado por Sam, Puck e Artie até o centro da sala, e Rachel o observou surpresa. Ela não havia notado que ele estava de uniforme antes. Na verdade, todos eles estavam.

Claro. Se ela tivesse tido tempo pra pensar em Finn naquela semana, ela teria notado o óbvio que agora acontecia diante de seus olhos. Jogadores de futebol cantando em uniformes de jogadores de futebol um mash-up de músicas sobre esportes. Óbvio! Eles nunca cantariam sobre amor, ou algo assim. Não quando a tarefa era livre.

“Muito legal, meninos! Mas... qual o significado?” Sr. Schue perguntou e Rachel ficou inexpressiva na cadeira. Sério? Ele não sabia mesmo o significado?!

“Bom, Sr. Schue, as roupas falam por nós. Nosso mash-up é uma homenagem aos esportes” Sam disse, clareando para o professor, e sua voz soou extremamente irritante aos ouvidos de Rachel assim que ouviu alguns risinhos atrás de si, mas principalmente o de Quinn.

“Claro, claro. Estou voando, meninos, me desculpem. Parabéns pela apresentação!” Finn andou sorrindo até Rachel, mas ela estava focada demais em tentar ouvir o que casal atrás dela estava falando para parabenizá-lo por receber um elogio do Sr. Schue. “Próximos?”

Mercedes, Tina, Mike e Lauren se levantaram e começaram sua apresentação.

**

Rachel abriu seu armário desligada pra guardar suas coisas antes de ir pra casa e sentiu algo leve esbarrar em seu braço durante seu caminho para o chão. Ela olhou pros seus pés e viu um pedaço pequeno de papel dobrado no meio deles. Hesitou por uns segundos antes de abaixar e pegá-lo, mas demorou ainda mais pra criar coragem e abri-lo.

O último bilhete que haviam colocado em seu armário não era exatamente pra ela, era pros pais dela. Pedia que eles procurassem um psiquiatra pra filha, afirmando que a menina tinha... problemas. Rachel bloqueou de sua mente a palavra ofensiva que estava no lugar de ‘problemas’, uma palavra totalmente desnecessária, pensou consigo mesma. Desistiu de abrir o pedaço de papel ali, precisava se preparar psicologicamente caso fosse algo igualmente desnecessário.

A morena estava em seu caminho para esperar seus pais no estacionamento, já que eles iriam buscá-la naquele dia, após um pedido dela mesma. Não queria ir com Finn pra casa, não tinha levado seu carro e, caso fosse de ônibus, adormeceria e perderia o ponto só para sonhar com Quinn.

‘Deus, é só pensar nela que ela aparece!’ O pensamento invadiu a mente de Rachel quando viu a loira encostada em seu armário, conversando com algumas Cheerios. A Head Cheerleader a notou também, sorrindo ao ver o pedaço de papel que estava em suas mãos.

Tudo se clareou de repente na cabeça da diva e ela abriu o bilhete de forma ansiosa. Só teve tempo de identificar a palavra afastar com a caligrafia da loira no meio papel, pois um milésimo de segundo depois, já estava encharcada de raspadinha de uva.

Olhou pra trás e viu Karofsky batendo nas costas de um novo integrante do time da escola, que estava com o copo da raspadinha na mão. ‘Idiotas’, pensou, revirando os olhos e bufando. Voltou seus olhos ao papel que estava em suas mãos, não dava pra ler mais nada, ele estava tão encharcado quanto ela, se não mais. Ela queria entender porque Quinn estava sorrindo e o que mais estava escrito naquele papel, mas tudo se encaixou no momento em que elevou seus olhos para olhar onde a menina estava antes.

As Cheerios ainda estavam rindo do banho que ela havia levado e a líder delas estava no meio, com rosto virado para o outro lado, obviamente rindo também. Rachel sentiu as lágrimas surgindo em seus olhos, mas conseguiu controlá-las durante sua corrida até o carro de seus pais. Eles não entenderam, mas não perguntaram mais quando ela disse que não queria contar sobre o que acontecia com ela.


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