Hidden escrita por jduarte


Capítulo 29
Lançada


Notas iniciais do capítulo

Mais ummmmmmmmmmmmmmmmmmmmm! Ah, deixa eu falar uma coisinha básica, como estou em época de provas - haja prova! -, postarei só de fim de semana!Não me matem por isso,Beijoooos,Ju!



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   Seu cabelo estava mais curto do que antes, os olhos mais verde esmeralda, e a pele um pouco mais pálida, mas do mesmo jeito, meu coração ainda batia mais quando eu olhava em sua direção. Ele estava de pé, e vestido, o que, eu acreditava ser uma escapatória, ou ele havia recebido alta.

- Ah, oi! – disse ele enquanto vestia uma jaqueta qualquer. Ele ainda estava com a bota ortopédica. Ele parecia ter sido pego no flagra. – O que faz aqui? – perguntou.

   Fiquei meio encabulada com o sorriso de lado e meio cúmplice que recebi de sua parte, mas não deixei que isso me afetasse muito mais do que uma cor rubi crescendo desde minhas bochechas até minhas orelhas.

- Só vim pedir uma coisa pra você. – disse sem rodeios.

   O sorriso dele se apagou um pouco.

- Ah, não. – sussurrou.

- O que?

- Você vai me pedir para te ajudar a fugir, não vai? – perguntou com os olhos verdes esmeralda úmidos. Bernardo estava chorando, ou era só impressão minha?

- É... – disse meio indecisa. – Eu queria pedir sua ajuda. Meu irmão não agüenta mais, e nós dois sabemos que não dá pra se viver aqui!

   Lá do lado de fora da janela, uma gárgula de pedra preta, coberta de musgo, olhava para mim de soslaio com os dentes afiados e arreganhados, e parecia rir amargamente dizendo: “Idiota, ainda não percebeu que você nunca vai sair daqui?” e devo acrescentar que eu comecei a acreditar no que ela me falava.

   Meus pelos do braço se eriçaram.

   Bernardo abaixou a cabeça meio triste, e eu sabia que tinha que arrumar uma desculpa esfarrapada e meio retardada.

- Daqui algumas semanas é meu aniversário, e bem, queria passar com minha família – que nem sei se está viva, completei mentalmente. – bem longe daqui.

   O rosto de Bernardo ficou vermelho, e ele pareceu zombar de algo.

- Eu não consigo. Gina me pediu a mesma coisa, e foi por isso que nos separamos. – disse Bernardo sentando-se novamente na cama do quarto azul, e tirando o lençol branco para o lado. Ele enterrou as mãos nos cabelos loiros, e pareceu puxá-los de frustração.

   Meu rosto ficou mais rubro do que já estava, e eu tive que me segurar para não berrar. Ele disse que tinha uma namorada antes? Quer dizer, é claro que ele tinha! Pessoas bonitas nunca ficam sozinhas, sempre tem alguém para lhes abraçar à noite. Será que ela era mais bonita que eu? Será que tinha cabelos crespos e era feia? Ah, você queria isso, não é? Perguntou minha mente maliciosa. Queria que ela fosse ridícula, feia, desdentada e cheia de feridas, não é? Você é ciumenta, Camila. Isso é feio!

- Quem é Gina? – perguntei sem ao menos ter formulado a pergunta em minha cabeça. Minha boca pareceu ter vida própria.

   Bernardo ficou encabulado. Andei até a poltrona, deixando meu sapato fazer o barulho alto no quarto enquanto andava até ela.

    Não queria saber como essa Gina era. Não queria saber que ela era mais bonita que eu. Mais legal, e que podia beijá-lo... Espera... Ele disse que essa tal de Gina pediu ajuda para ele? Então, ela era uma mutante! E se ela era mutante, quer dizer que ela poderia ser muito mais poderosa do que eu?

   A raiva borbulhou em meu sangue, e fez com que meu estômago parasse para dar uma volta dentro de mim.

- Uma pessoa que eu conheci. Uma amiga muito próxima que eu não vejo há muito tempo. Muito mesmo.

   Sorri forçosamente.

- Onde está Adam? – perguntei. Se Bernardo não iria me ajudar, então que Adam me ajudasse.

   Ele engoliu seco.

- Treinando. Eu acho. – disse ele. – Por quê?

- Porque somos amigos bem próximos, e não nos vemos há muito tempo. – repeti as palavras dele com desgosto.

- Espera! – gritou ele antes que eu saísse para o corredor novamente.

   Virei devagar para mirar em seus olhos.

- Você entendeu tudo errado...

- Sim, - o interrompi. – eu realmente entendi tudo errado. Nem sei, em primeiro lugar, porque estou aqui, se você nem ao menos pediu pra me ver. Eu sou a única culpada. Desculpa. – disse com as lágrimas beirando meus olhos, e sem dizer nada, sai daquele quarto sufocante, e abaixei a cabeça.

   A porta do quarto abriu-se novamente, e Bernardo puxou meus ombros. Ele me encostou a parede bruscamente. Minhas costas latejaram com o impacto, e não deixei que nenhuma lágrima escapasse de meus olhos. Funguei de raiva.

- O que? – berrei.

- Deixa de ser dramática! – gritou ele em seguida.

- Eu vou ser dramática o quanto eu quiser! – berrei novamente. As lágrimas de raiva voltaram, só que com mais intensidade.

- Você me ferra! Não sabe parar de ser medrosa e deixar as coisas seguirem seu curso natural? – perguntou Bernardo ainda bravo, e ainda falando alto o suficiente para meio mundo ouvir.

   Esmurrei o seu peito musculoso com os punhos fechados. O que eu mais queria, era encostar minhas cabeça em seu peito, e chorar. Eu quase fiz isso, mas lembrei que estava brava com ele.

- Você não sabe como é! Você nunca ficou preso naquela droga de cela, pensando quando irá morrer. Nunca sentiu como se o ar estivesse entalado na garganta! Sabe por que você nunca sentiu isso, porque você não é uma droga de um mutante!  - berrei irritada e chorando.

   Sentei no chão, e coloquei a cabeça nos joelhos. A frustração era tão grande e maciça, que era possível parti-la ao meio com uma faquinha de passar manteiga. Bernardo me levantou do chão, e senti como se eu fosse pequena demais para seus braços. Ele deixou minhas pernas escorregarem para o chão, mas ainda ficou segurando meu tronco que tremia a cada soluço.

   Bernardo abraçou-me, com seus braços quentes, e de repente senti-me reconfortada. Como se o mundo parasse, e só existíssemos nós dois nele. Eu não me lembro de ter abraçado ele alguma vez, mas seu abraço, e seus braços em minha volta, pareciam tão familiares.

   Deixei que minha cabeça tombasse em seu peito, e deixei também que as lágrimas viessem com força média. Meus ombros balançavam, e eu queria chutar algo. 


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Notas finais do capítulo

Que tal nos conhecermos melhor?É só colocar esses dados em um review, e me mandar!
Beijoooos,
Ju!
Nome:
Idade:
Atividade preferida:
Livro preferido:
Música mais viciante:
Cor da blusa que está usando:
Um acessório que não pode faltar:
Como está seu quarto agora?:
Animal de Estimação:
Se não fosse você, quem seria?: