Hidden escrita por jduarte


Capítulo 28
Suada


Notas iniciais do capítulo

Genteeeeeeeeeeeeeem, me perdoem pelo atraso gigantástico desse mês e do outro, mas é que, bem, a cabeça não estava muito boa essa semana, nem a outra, nem a outra, mas agora, vai mais um, pequeno, mas pelo menos vou manter aquele



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Alguma coisa fazia com que meu corpo retesasse. E devo acrescentar, não era de uma maneira boa. Algo dizia para mim que isso não era bom.

   Vi uma criança passar por mim correndo, mas depois parar no meio do caminho e voltar de “ré”. Seus olhos eram de uma cor violeta viva, a pele bem branquinha, e o cabelo era bem preto. Como era familiar! Aproximei-me e toquei seus ombros. Ele pareceu desfazer-se em minhas mãos. Sua pele era clara, macia e parecia ser areia comprimida.

   Passando as mãos pelos seus ombrinhos frágeis, senti a criança se desfazer em minhas mãos e algumas imagens passarem por minha mente. Soltei-a e continuei andando. Não poderia fingir que aquilo não fora estranho, pois fora, mas... é assim que somos. Vulneráveis. Imprevisíveis.

- Camila? – perguntou a criança quando continuei andando.

  Virei-me imediatamente.

- Camila! Sei o que procura. Eu posso sentir. Ele está na segunda área de isolamento. Não corra, isso daqui não é o que parece.

   Com os olhos arregalados e meio esbranquiçados, a criança cujo nome ainda me fugia à memória, saiu andando e pegou uma borboleta azul na mão. Ao fixar seu olhar em suas suaves asas, a pequena e delicada borboleta explodiu virando um pó cinzento em suas pequenas mãos. O menino pegou o pó, e espalhou no chão, fazendo com que a pequena criatura voltasse ao normal.

   Em volta de seu punho, do tamanho não maior do que uma romã estava enrolada uma pulseira com as letras garrafais e pratas:

MUTANTE NÍVEL EXTREMO; 8 SIBÉLEIS.

NOME: LONLYE

- Lonlye... Nome bonito. – disse eu antes de partir para o lugar que ele havia me indicado.

   Caminhava por entre aqueles corredores branquíssimos, até que encontrei no meio do caminho, King.

- Ah, oi. – sussurrei amuada. Ele havia me dito para não ir ali, mas mesmo assim eu o havia desrespeitado.

   Ele não me olhou, e passou reto dando um adeuszinho com os dedos.

- King? – perguntei o parando. Ele nem sequer levantou os olhos para mim.

- Aham.

   Aham, o que? Eu nem havia feito pergunta nenhuma! Pensei

- King! – exclamei ofendida, arrancando o livro grosso de sua mão. A textura da capa chamou minha atenção, e pelo canto do olho, captei algo brilhando nela. Seu título era “Mutantes – origens, e encantos.” – Sério? – perguntei levantando o livro, e não deixando que Barnabé o pegasse.

- O que? Será que não posso nem pesquisar mais nada com privacidade? – perguntou grosso.

   Machucou, mas permaneci transparente. Havia uma parte do livro, em que a folha estava dobrada, parecia que ele não gostaria de perdê-la não é? Abri na página marcada, e vi uma imagem do que parecia ser um anjo, mas era na verdade, um magnolo. Do mais raro. Mais belo, e mais... eu já disse raro? Então!

- Não! E porque você está lendo sobre minha espécie? – perguntei irritada tirando mais uma vez o livro do caminho de suas mãos sedentas por informação.

   Barnabé bufou irritado.

- Barnabé King não revela segredos específicos. – ele disse referindo-se a si mesmo na terceira pessoa. Eu nunca havia notado antes, mas falar de si mesmo na terceira pessoa é tão brega!

- É mesmo? Ah, então não se importa que eu descubra por outras pessoas, certo? Já que, é só você que não revela segredos específicos. – zombei dele, e senti a culpa de estar ali ser retirada pouco à pouco de meus ombros.

- Isso é inadmissível! Ninguém lhe contará nada! Todos aqui são de confiança. Ninguém lhe contará sobre a experiência! – berrou King passando da cor bege-sem-graça para a cor vermelho-vou-te-matar em poucos segundos.

   Ele nem ao menos percebeu a besteira que havia acabado de dizer.

- Ok. Eu não vou abrir a boca, se você me contar onde está Bernardo. – disse eu. King abriu a boca para protestar, mas eu a selei com um dedo. – E se você mentir, eu saberei.

- Ok. Segunda ala de isolamento. – respondeu de mau gosto.

   Devolvi seu livro, e sai meio que saltitando. Um berro ecoou pelo corredor fazendo com que eu me esgueirasse pela parede branca florescente, e esperasse sem respirar, até que meu coração batesse em alto em meus ouvidos, que chegava a doer!

- Calma, calma! – sussurrei.

   Uma maca passou voando por mim, mas não tão rápido para que eu não pudesse ver uma pessoa deitada coberta com um lençol branco manchado de vermelho. Parecia que algo o havia ferido mesmo.

   Os homens que levavam o ferido, comentaram ainda com a maca em movimento:

- Perdemos? – perguntou uma voz sedosa, que supus ser feminina.

- Não. Ainda não.

- O que causou o ferimento na jugular?

- Disco de prata, oito milímetros de largura, por um de altura. Peso: 20 gramas. ­

   Ok, o que será que fosse aquilo, era perigoso, e havia feito um estrago. Me desloquei da parede, e percebi que estava com medo por alguma coisa boba. Continuei andando sem nada me abalar, e encontrei o lugar que King havia falado.

   A porta não era muito diferente das outras daquele andar.

   A abri respirando fundo.

   E ali estava ele, lindo como sempre.

- Bernardo? Oi, meu anjo! – disse eu sorrindo para ele.


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Notas finais do capítulo

continua? Beijooos