Amazona Yasmin escrita por Gemini_Yasmin


Capítulo 21
Capítulo 21 - Cavaleiro




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Na manhã seguinte, Yasmin acorda e percebe que dormiu demais. Quando olha para baixo, pela janela, as crianças de Saga já estão lá. Então ela se veste rapidamente e desce. Chegando lá, não vê Saga, uma das crianças pergunta:

            - Yasmin, onde está o Mestre?

            Nesse momento, Yasmin percebe que tem algo de errado. Saga nunca se atrasou para seus compromissos. Então Yasmin sobe rapidamente as escadas em direção ao quarto de Saga. Bate na porta, gritando:

            - Saga, Saga! Você está aí? Saga!

            Nesse momento, Kanon vem passando, se assusta com os gritos de Yasmin e pergunta:

            - O que foi, Yasmin?

            - Saga não desceu para sua aula, e não responde. – diz, desesperada.

            Kanon a afasta para bater na porta:

            - Saga, Saga, responde! – Kanon faz uma pausa. – É, Yasmin, ele não responde mesmo. Vou arrombar. – dá dois chutes e a porta cai.

            - Saga! – Yasmin entra correndo. Saga está deitado na cama, como se estivesse dormindo. A menina o abraça, tentando levantá-lo. Ele está inerte. Ela não se controla, solta-o, senta-se no chão e começa a chorar desesperadamente:

            - Kanon, ele está morto. Está!

            Kanon se assusta com as palavras da menina e corre para acudir o irmão. Encosta a cabeça em seu peito e percebe que há batimentos e respiração, mesmo que levemente:

            - Não, Yasmin, ele está respirando.

            Yasmin levanta correndo e abraça Saga, encostando a cabeça em seu peito. Athena chega:

            - O que houve?

            Kanon responde:

            - Athena, Saga está desacordado, não sei o que houve.

            - Kanon, leve-o até o hospital da mansão.

            Kanon pega Saga nos braços e desce rapidamente. Yasmin e Athena o acompanham.

            O hospital da mansão fica nos fundos da mesma. Como lá vivem muitas pessoas, inclusive crianças, Athena montou um hospital próprio.

            Passam-se algumas horas. Yasmin e Kanon aguardam na sala de espera sem dizer uma única palavra, tamanha a aflição. Athena teve que voltar para a mansão devido suas obrigações. O médico aparece e os chama:

            - Bem, quem é o responsável por cuidar dele?

            - Eu, doutor. – Yasmin responde.

            - Yasmin, menina, eu já te conheço há algum tempo e sei de sua dedicação por seu mestre mas, o que aconteceu? Ele está muito mal, como você não viu isso?

            Yasmin abaixa a cabeça, põe a mão no rosto e começa a chorar. Kanon se intromete:

            - Doutor, como o senhor mesmo disse, eu também sou testemunha da dedicação de Yasmin pelo Saga e posso dizer que não faltaram carinho e dedicação da parte dela...

            O doutor o interrompe:

            - É, então por que ele está tão mal assim?

            Yasmin só chora, Kanon prossegue:

            - O senhor deve conhecer um pouco o Saga, senão pelo menos a fama dele: ele é muito difícil de lidar. Ele se isolou nos últimos dois anos. Yasmin tentou de qualquer maneira descobrir o que havia, cuidar dele, mas ele não permitia...

            Dessa vez é Yasmin quem interrompe Kanon:

            - O senhor tem razão, doutor. Eu falhei como discípula. Eu deveria ter cuidado melhor do meu mestre, insistido, até mesmo ter brigado com ele. Mas como sempre, o obedeci cegamente. Sempre deixei ele fazer o que julgava melhor, talvez por confiar em suas decisões, mas nesse caso... – Yasmin para de falar e volta a chorar, Kanon continua.

            - Não, doutor, não a culpe, por favor. Tenho certeza que Yasmin não tem o mínimo de culpa. Eu também poderia ter observado algo e tentado ajudar, mas Saga quando quer uma coisa, sempre consegue. Ele não queria que soubessem que ele estava mal, então sempre que não se sentia bem, se isolava. Afastava as pessoas com seu mau gênio... Enfim, doutor, ainda não nos disse o que ele tem. – Yasmin para de chorar e levanta a cabeça, interessada.

            - Bem. – o doutor faz uma longa pausa – fizemos alguns exames, mas pelo meu vasto conhecimento tenho algumas desconfianças: a debilitação parece ser devido a algum tipo de esclerose, talvez múltipla, e o temperamento incomum, esquizofrenia.

            Nesse momento, Kanon cai imóvel na cadeira. Yasmin fica por um momento em choque, logo depois volta a chorar copiosamente. O doutor prossegue:

            - Bem, se tivessem trazido-o antes, talvez o tratamento fosse bastante eficaz, mas agora, nem sei se adianta.

            O doutor fala com uma frieza tal que irrita Kanon. Ele segura o doutor pela gola de sua camisa e diz, enfurecido:

            - Pare de culpar a gente, pare de culpar a Yasmin e faça seu trabalho: cure meu irmão.

            - Kanon. – Yasmin se assusta com a fúria de Kanon e segura em sua mão. Kanon solta o doutor, que cai sentado e assustado na cadeira. Yasmin diz:

            - Na verdade, o que menos importa agora é ficar procurando culpados. Vamos fazer o que está ao nosso alcance nesse momento. Doutor, posso vê-lo?

            O doutor responde, se recompondo:

            - Sim, Yasmin, mas só pode entrar um de cada vez.

            - Obrigada, doutor. – Yasmin faz uma reverência e se dirige até a porta. Kanon olha com cara de poucos amigos para o doutor, mas faz uma leve reverência e sai com Yasmin.

            Eles se dirigem até a porta do quarto de Saga. Yasmin entra. Ele está sentado na cama e olha sorridente para Yasmin. Ela corre e lhe dá um forte abraço. Ele afana seus cabelos e diz:

            - Oi, minha menina.

            Yasmin nem sabe o que dizer naquele momento. Simplesmente olha para Saga e responde, fazendo carinho em seu rosto, com lágrimas nos olhos:

            - Oi, meu amor. Você sabe onde está?

            Saga olha em direção à janela e responde:

            - No hospital da mansão.

            - E sabe por que está aqui?

            Saga abaixa a cabeça, pensativo, e responde:

            - Não, Yasmin, não sei. Só sei que não quero ficar aqui muito tempo. Odeio estar doente. Odeio este lugar.

            Yasmin agora passa a mão nos cabelos de Saga, que ainda está de cabeça baixa e diz:

            - Calma, Saga, mas pra sair você tem que estar bem, comer...

            Saga se levanta e vai até a janela. Yasmin o acompanha com os olhos:

            - Afinal, o que eu tenho?

            Yasmin não sabe o que responder, tenta desconversar. Até porque ela também é um cavaleiro e sabe da dificuldade que eles têm de aceitar que estão doentes e que precisam de cuidados. Ela entende Saga. Pensa que se estivesse no lugar dele também tentaria se curar sozinha:

            - Eu não sei ao certo, Saga. Mas acredito que, se pelo menos você se alimentasse bem, teria forças para se curar.

            Saga responde, ainda olhando para fora:

            - Você tem razão, Yasmin, isso é o mínimo que eu devo fazer para me curar. – Saga faz uma longa pausa, se apóia na janela e continua. - Yasmin? Vamos embora daqui.

            - Mas, Saga, o doutor precisa permitir...

            Saga a interrompe:

            - Ele não tem que permitir nada. Quem é que manda aqui afinal?

            Ouvindo vozes alteradas, Kanon entra no quarto:

            - O que foi, Saga?

            Saga responde, empurrando Kanon:

            - Estou indo embora, não fico mais um minuto aqui.

            Kanon põe a mão em seus ombros, tentando acalmá-lo:

            - Calma, meu irmão.

            Mas não consegue segurá-lo. Saga nem ao menos parece doente. Kanon se surpreende com a força do irmão, que veste rapidamente sua bata e sai, empurrando quem tenta segurá-lo. Kanon assiste a tudo aquilo da porta do quarto e sorri. Yasmin também não consegue esconder que se sente feliz com a repentina volta de ânimo de seu mestre.

            O doutor aparece e pergunta, assustado:

            - O que houve?

            Kanon coloca a mão em seu ombro e responde, com sorriso irônico:

            - É, parece que meu irmãozinho realmente é duro na queda. Venha, Yasmin.

            Yasmin se dirige ao doutor:

            - Doutor, nos perdôe, passe depois para ver Saga na mansão, mas ele não quer ficar aqui e não há ninguém que possa fazê-lo ficar. Adeus. – e sai, acompanhando Kanon.


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