Kurama no País das Maravilhas escrita por Sweet Capricorn, Yukari Rockbell


Capítulo 4
Capítulo 4 - O gato de Cheshire




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Kurama escondeu os cogumelos que havia colhido em um tronco de uma árvore e colocou dois pequenos pedaços no bolso. Comeu um pequeno pedaço do cogumelo e começou a encolher até chegar a uma altura em que conseguisse transitar livremente pela casa. Começou a se aproximar da casa quando viu que mais alguém chegando.


-Quando a gente pensa que já viu de tudo... – Falou para si mesmo, pasmado pela visão. Kurama se deparou com um peixe vermelho, com perninhas e bracinhos bem fininhos, carregando uma carta e apertando a campainha. Logo após aparece outra pessoa, se é que se pode dizer assim, para abrir a porta.


Era um homem normal, se não fosse pelas orelhas pontiagudas e pela pele parecer de pedra. Usava roupas simples, de tecido de segunda linha em um tom creme.


- Zelgadiss, este convite é para a duquesa, a presença dela está sendo solicitada pela rainha para jogar críquete. – Após entregar a carta ao homem de pedra, que recebeu com uma reverência, o peixe foi embora.


Zelgadiss já estava entrando quando viu um homem com cabelos branco prateado e orelha de raposa se aproximar da casa.


Kurama começou a rodear o local, ignorando a presença do homem. Havia muito barulho saindo daquela casa, uivos, espirros e barulho de louça se quebrando. Queria saber o que estava acontecendo naquele local. Se aproximou do homem de pedra que já estava entrando novamente.


- Com licença, que lugar é esse? – perguntou de forma cordial.
Quando o homem ia falar algo, um prato chocou-se contra sua cabeça mas o homem simplesmente ignorou o acontecido.

- Você quer entrar? – Perguntou cordialmente, porém com um certo sarcasmo.


Zelgadiss deu passagem para o Youko. O primeiro cômodo da casa era uma cozinha espaçosa, que estava coberta de fumaça. Presentes na cozinha estavam uma menina de cabelos pretos e seios volumosos, usando um vestido amarelo com saia em forma de sino, mangas bem bufantes, uma faixa branca na cintura e um bonnet amarelo com fita branca na cabeça. Ela estava sentada em uma cadeira de balanço, segurando no colo outra menina que era maior do que ela, que usava uma ridícula roupa de bebê rosa bem clarinho.


A menina com a roupa de bebê era reta como uma tábua, ruiva  e possuia olhos grandes e castanhos. Ela estava amordaçada e lançava um olhar mortal as demais pessoas que estavam na casa. Próximo ao fogão havia um homem loiro de cabelo comprido cozinhando, com uma calça e uma blusa de tecido rústico em azul claro, uma bota preta e um avental rosa claríssimo, com a parte que cobre o busto em forma de coração e cheio de babadinhos, a parte inferior bem franzida com babados na ponta e uma faixa comprida e larga que formava um grande laço na cintura, bem típico de empregadinhas de um “maid café”.


Kurama teve uma crise de espirro. O cheiro de pimenta estava forte demais e nem percebeu quando Zelgadiss entregou a carta para a mulher. Kurama não era o único a espirrar, a menina amordaçada espirrava e urrava, produzindo alguns sons bizarros devido ao pano que abafava os espirro e os urros.


- Lina fica quiet... atchim, quem provocou tudo isso f...atchim, você quer queira quer não vai se encontrar com a Ra...ra....ATCHIIIIM!!! – disse, ou tentou dizer a menina de cabelos negros com entonação agitada.


Aparentemente a sua presença estava sendo ignorada. Kurama reparou que o cozinheiro não estava espirrando, na verdade estava cantarolando. Também sentiu uma presença fortíssima e ao virar-se para a direção de onde a sentiu, viu um mazoku¹ de cabelos roxo com franja. Este também apresentava um corte Chanel e com orelhas de gatinhos postiças e bem felpudas em rosa e roxo. Ele usava um sobretudo roxo  com duas listras rosa na barra e nas mangas, uma calça fofa em roxo e uma bota preta. Ao final da linha da coluna tinha um rabo listrado  de roxo e rosa acoplado no sobretudo. O mazuku segurava um cajado rustico de madeira com uma esfera vermelha no topo e se mostrava muito sorridente.


- Uééé... Cadê a caçarola? - disse o homem loiro que enquanto procurava a dita caçarola jogava louças para trás. Kurama simplesmente desviava das louças, a mulher as golpeava com uma das mãos enquanto segurava a menina enraivecida, que se debatia para desviar de algumas das louças e provavelmente das amarras, com a outra mão.


- Gourry querido, se você esta tentando me acertar desista– disse a mulher empolgada garganhando enquanto se levantava da cadeira e derrubando a menina ruiva quando uma frigideira de óleo fervente passou a centímetros de sua orelha, o que a fez se assusta – Hããã... bem eu vou me trocar, tenho que me apressar, vou jogar críquete com a rainha.


Kurama se retirou do local, era muito confusa aquela casa e de confuso já bastava ele. Foi seguindo na direção de onde havia deixado os cogumelos, já comendo o pedaço que estava em seu bolso para voltar ao tamanho normal.


- Sei que você está ai mazoku, saia de trás dessa árvore. – Disse Kurama recolocando os cogumelos no bolso.

O mazoku simplesmente apareceu com o tamanho de uma pessoa normal em cima de um galho como que por magia. Estava ainda mais sorridente, se é que isso era possível, do que quando estava naquela estranha casa.


- Diga-me como faço para sair deste lugar. – disse Kurama sem rodeios, levemente irritado.


- Isso depende muito de onde você quer ir. – respondeu o mazoku com um olhar divertido.


- Quero saber como faço para voltar, ou para o ningenkai ou para o meikai. – respondeu Kurama.


- Pois bem, você só tem dois caminhos, para lá. – aponta um caminho com a mão. – vive a Lebre de Março e para o lado oposto ficam os domínios do chapeleiro louco, mas digo de antemão que a lebre é tão louca quanto o chapeleiro, assim como eu sou e você também.


- Kurama não protestou, afinal já estava concordando que enlouqueceu, mas não lhe agrada um estranho chamando-o de louco.


- Bem eu vou indo. Nos veremos no castelo, lá iremos jogar críquete com a rainha. Até mais. – disse o Mazoku e desapareceu logo em seguida.


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Notas finais do capítulo

¹Mazoku - Criatura sobrenatural ou demoniaca, seria uma espécie de sinonimo para youkai ou mononoke. No anime Slayers eles utilizaram esse termo =3.



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