A Princesa dos Mortos escrita por Bia11mil


Capítulo 5
Final, desfecho, término, acabado...


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora... Não tenho desculpas além da preguiça mesmo^^
Nesse capítulo termina tudo, o próximo é só um fim pro casal mesmo. Aqui o caso se encera, no próximo é só uma enrolação básica pra eles ficarem juntos.



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      OnYeen’s POV

        Era sábado. Enterrei-me mais um pouco nas cobertas aproveitando o calor sutil e delicioso que emanava do cobertor. Minha cabeça ainda estava inebriada pelo sono e não pensava em nada sobre o Caso Kira ou sobre qualquer coisa que tenha acontecido nesses últimos dias.

        Eu estava naquele momento zumbi de todos os dias, entre o sono e a realidade, eu amava aqueles preciosos minutos. Percebi que já fazia tempos que eu não acordava e tinha aqueles minutinhos deliciosos, fazia tempos que eu usava aquele maldito despertador para me acordar quebrando todo o meu momento e o meu rito para acordar.

        Nota mental: Jogar o despertador fora. Mas porque mesmo eu acordava cedo, eu não precisava acordar cedo. Mesmo embriagada eu me lembrei do motivo: Riuuzaki. Eu gostava de acordar antes dele preparar café e outras coisas, até naquele momento sem raciocinar direito eu conseguia enxergar o quanto idiota eu era. Nota mental 2: Nunca mais ficar cega de amor, observação relacionada a nota mental 2: Jogar na cara de Riuuzaki que ele perdeu, eu desvendei o caso sozinha.

        Eu ri com a minha observação, uma risada sonolenta e fraca, mas muito feliz.

        Aos poucos fui acordando, me espreguiçava e deixava os pensamentos tomarem forma. Seria um dia interessante, eu tinha que estar disposta.

        Entrei no banheiro do meu quarto e fui tirando o meu pijama, ele era bem gracioso. Sua camiseta era rosa, uma cor que eu detestava, tinha corações que eram balões e tinha um esquilinho rosa mais escuro segurando eles. O esquilinho falava: “Eu sei que sou uma princesa” Acabei rindo, doce ironia.

        O short era cinza com alguns coraçõezinhos espalhados. No conjunto até que era bonitinho o pijama, mas eu preferiria algo vermelho ou roxo, tem mais o meu jeito.

        Tinha uma banheira naquele banheiro, eu nunca havia tomado banho numa banheira, mesmo depois que eu havia estado ali eu sempre estava cansada e tomava um banho rápido no chuveiro. Liguei a torneira e deixei a água quente escorrer por aquela superfície de um branco reluzente e limpído, eu odeio água gelada. Quando ela já estava cheia eu entrei e vi como era deliciosa. Nota mental 3: Comprar uma banheira assim que possível.

        Hoje eu estava cheia de notas mentais.

        Saí do banho meia hora depois, não porque eu queria, mas porque se eu não saísse poderiam achar que havia acontecido algo comigo.

        Namikawa só havia pedido vestidos para eu usar eles eram lindos é verdade, mas eu queria colocar uma calça jeans hoje. Tudo bem... Escolhi um vestido verde bem simples. Tinha o decote em V e era esvoaçante, lindo. Tinha alguns riscos brancos que se alternavam com o verde tornando-o ainda mais belo. Coloquei um chapéu que vinha junto com o vestido. Meu sapato foi um par de rasteirinhas da cor da pele, eram confortáveis. Eu tinha amado aquele cordão de prata e topázios que eu havia ganhado dele então o pendurei em meu pescoço também.

        Olhei-me no espelho, eu estava linda. Talvez fosse arrogância da minha parte, mas era verdade minha pele morena contrastava com aquele tecido fino e claro e o cordão com topázios realçavam meus olhos. O chapéu cobria parte do meu cabelo, mas o resto caía em cachos firmes e delicados até um pouco mais da metade das minhas costas.

        Eu precisava estar realmente estonteante para ir falar com Riuuzaki, eu o conhecia o suficiente para discernir cada brilho que aparecia em seu olhar, mesmo inexpressivo eu saberia se ele havia ficado surpreso ou se tinha gostado de minha aparência.

        Fiz uma coisa que não realizava há tempos, passei um batom da cor do cobre e um gloss. Nem lembrava qual havia sido a última vez que eu havia me maquiado nunca tinha sido uma grande fã de maquiagem, mas agora eu simplesmente quis passá-las.

        Passei uma sombra cinza clara, quase imperceptível e passei rímel. Eu não gostava de me maquiar, mas os resultados que o espelho mostrava eram bem bonitinhos até. Passei um perfume que cheirava a laranja, minha fruta preferida, e saí do banheiro.

        Respirei fundo o ar frio da manhã, a janela mesmo aberta estava coberta por cortinas brancas que não se mexiam já que não havia muito vento pela manhã.

        Não vi Remu, ele devia ter ido embora assim que eu adormeci. Espiei para fora para saber se vinha alguém fiz isso por puro instinto e ao ver que não havia ninguém lá saí andando, eu não conhecia a casa e esta era grande e espaçosa. Passei por vários cômodos até chegar a uma sala onde encontrei Namikawa.

        -Bom dia, Namikawa-Kun.

        -Bom dia, Erbrow. Já tomou café da manhã?

        -Ainda não. Acordei a pouco tempo e estava procurando a cozinha.

        -Que bom, assim tomamos café da manhã juntos. Podemos começar a procurar sobre seus pais. Eu vou te levar até a sala de estar.

        Namikawa me ofereceu seu braço como apoio, isso era muito engraçado nunca havia sido tratada assim. Fomos andando e rindo até a sala de estar e me deparei com uma das cenas mais impressionantes da minha vida... Não era ‘uma’ mesa de café de manhã, era ‘a’ mesa de café da manhã.

        Namikawa viu a minha surpresa e sorriu, pegou meu queixo me forçando delicadamente a olhá-lo.

        -Não está acostumada a tudo isso?

        -Com certeza não. Tenho que fechar a boca para não entrar mosca.

        -Deixa que eu faça isso para você.

        Mal assimilei a frase quando ele me beijou, foi... estranho. Era meu primeiro beijo, eu havia sonhado com aquele momento, mas a pessoa do outro lado sempre era Riuuzaki. Eu não queria beijá-lo, quando fui exclamar para ele parar sua língua quente deslizou para dentro da minha boca explorando-a intensamente.

        Nossa agora também havia perdido meu BVL com aquele maldito¬¬ Empurrei seu corpo para longe do meu e disse:

        -Você está louco?

        -Por você.

        -Namikawa... Isso é loucura, eu não te amo.

        -Tudo bem, não precisa amar. São só beijos.

        Só beijos... Aquilo estava me irritando e ele percebeu.

        -Está bem, me desculpe. Não vai mais acontecer. Vamos tomar café da manhã?

        -Ok.

        Sentei do outro lado da mesa de modo que ele não pudesse me tocar. Longe dele me permiti admirar aquela mesa. Tinha tudo: ovos, milhares de pães diferentes, todos os tipos de queijo já inventados e alguns que eu não tinha certeza se eram possíveis, salaminho, lombo canadense, peito de peru, tantas carnes para preencher o pão que eu não perdi tempo contando-as, frutas de todos os tipos e sabores e as que precisavam ser descascadas já estavam, laranjas, melancias, melões, pêssegos, tâmaras, uvas sem caroço, tangerinas, peras, mamão, abacaxi e muitas outras. Tinha muitos tipos de bolos diferentes também, chocolate, baunilha, coco, morango, com cobertura de leite condensado, com bombons, maracujá, limão, laranja e vários outros sabores. Ainda tinham mais coisas como bacon e batatinhas cozidas na água de sal, entre muitas outras comidas.

        Riuuzaki era muito rico, mas ele nunca esbanjou de seu dinheiro, não que ele ligasse se tinha muito ou pouco, ele só não achava necessário gastar tanto. Com certeza aquela mesa imensa iria ser considerada ‘esbanjar dinheiro’ por Riuuzaki.

        Quando terminei o café da manhã eu vi uma falha no meu plano: Teria que arranjar uma desculpa para sair... Sinceramente vou pela Teoria do Dane-se. Dane-se o que ele vai pensar, dane-se a educação e, principalmente, dane-se tudo. Eu vou embora de vez daqui, eu já precisava sair mesmo. Vi com certo pesar no olhar aquela mesa gigantesca, queria poder ficar ali para poder provar daquele café da manhã de novo...

        Levantei rapidamente e vi aquele olhar negro parando em mim:

        -Aonde vai Erbrow?

        -Embora.

        -Eu já pedi desculpas pelo que aconteceu. Além do mais para onde vai? – Ele disse com um sorriso maroto nos lábios finos.

        -Pra onde eu vou? To pensando em ir fazer faculdade, mas antes preciso resolver uns assuntos. Fico agradecida pela estadia, eu teria que ficar na rua, mas agora posso voltar para casa. – Eu levei minhas mãos pequenas até o pescoço e tirei o cordão de topázios que eu havia ganhado dele, era lindo entretanto eu não podia continuar com ele. – Tome o cordão. É realmente lindo, mas deve ter sido caro. Não posso ficar com ele.

        -Faço questão que fique com o cordão.

        -Você não sabe o que está falando. Eu te enganei, realmente sou órfã, mas aquilo nunca aconteceu. Eu recusei seus beijos e apenas usei você... Tem certeza do que está falando?

        -Tenho. Até parece que eu nunca desconfiei de que estava me enganando, mas o que eu posso fazer. Gostei do seu jeito, fique com o cordão como lembrança do tempo que passou aqui.

        -Obrigada. – Eu estava impressionada.

        -Quer que eu te acompanhe até a porta?

        -Aceito a companhia.

        Ele me levou até a porta nos despedimos e ele me entregou uma bolsa que combinava com o chapéu e o vestido, ela era verde com branco e do mesmo tecido que os dois.

        -Você não pode sair sem a roupa estar completa.

        -Obrigada novamente.

        Eu estava surpresa, aquele empresário já desconfiava da minha história. É, as vezes o mundo dá tantas voltas e só nos resta rir...

        Andei calmamente pelas ruas, estava cedo deveria ser no máximo oito horas da manhã. Eu prestava atenção nas árvores que apareciam a cada intervalo de uns seis ou sete metros. Eram todas parecidas com o tronco e os galhos finos de um marrom claro e folhas pequenas e verdes as vezes verde claro, as vezes verde escuro.

        Observei as crianças correndo pela calçada movimentada e os pais preocupados e acabei rindo sozinha, queria aquilo pra mim. Não ter que me preocupar com nada desses casos e ter uma vida relativamente normal, isso soou irônico, a filha do rei dos shinigamis a única da espécie querendo ter uma vida normal.

        Algumas lembranças tomaram a minha mente tantas vezes que eu havia me orgulhado de ser diferente de ser um pouco louca e agora que eu tinha conseguido ser completamente diferente de todos, eu queria ser normal.

        Humanos nunca se contentam com nada e pelo jeito Shinigamis também não.

        Observei um relógio grande que havia num daqueles prédios eram oito e meia da manhã, eu já estava chegando lá.

        Lá estava a fachada do prédio de Riuuzaki. Agora era o fim de tudo.

        -Cheguei. – Murmurei baixinho apenas para mim.

        As câmeras me filmavam intensamente podia sentir os olhares assustados deles em mim, abri a porta deviam tê-la destrancado ao ver que era eu que estava ali.

        Peguei o elevador, não encontrei ninguém na recepção ou em qualquer outro lugar. O elevador era cinza e não tinha nada que destoasse comparado aos outros elevadores, mas alguma coisa estava errada talvez fosse aquele friozinho na barriga, o que era aquilo... medo? Eu estava assustada por ter que falar com Bring, na hora nem percebi que havia pensado nele assim. Era isso eu estava com medo dele não aceitar minhas teorias ou simplesmente de ter que falar com ele, mas isso era ilógico.

----------------------FlashBack On---------------------------

       

        -OnYeen, você tem duas opções: Pode ficar aqui e esquecê-lo ou pode ir atrás desse amor, pode ir com ele. Mas não se esqueça que, mesmo assim, talvez ele não corresponda esse amor. A primeira opção é mais fácil e mais lógica.

        -Mas a segunda opção é a que eu quero. O amor é ilógico.

---------------------FlashBack Off----------------------------

        Porque eu havia me lembrado disso agora? Eu sempre soube que o amor é ilógico. Talvez... Talvez não seja medo, seja ansiedade. Anos apaixonada por ele entretanto essa é a primeira vez que fico ansiosa para vê-lo, quero muito poder... Apreciar a sua presença. Isso nunca aconteceu antes porque eu sempre estive com ele e sempre tive a certeza de que o veria no futuro, mas e depois do que eu falar ali.

        Eu não vou poder continuar com ele, meu orgulho não me permite. Eu... iria deixá-lo.

        Tomar café da manhã sem aquele rosto inexpressivo me perguntando como fora a noite, deixar de admirar sua concentração no trabalho, nunca mais ver os seus raros e preciosos sorrisos... Contive uma lágrima que estava a beira de ser derramada, não iria chorar.

        O elevador chegou e só então percebi que eu me fitava naquele espelho. Tirei minhas mãos pequeninas do vidro e sai com passos firmes dali, não estava na hora de sentir medo ou dúvida.

        Finalmente entrei na sala onde todos os envolvidos naquele caso estavam. Observei o rosto assustado de Matsuda ao me ver e dei um sorriso zombeteiro, ela havia contado para Riuuzaki sobre ter me encontrado. Eu já esperava por isso, mas nunca o faria mal falei aquilo só para que talvez ele não contasse nada.

        -Está muito linda, Kiia. – Falou Riuuzaki quebrando o silêncio.

        -Obrigada. Precisava estar arrumada, hoje nós fechamos o Caso Kira.

        Todos se surpreenderam menos Riuuzaki claro. Só então percebi que ele ainda estava acorrentado a Raito e que Misa estava com uma mão apoiando sobre o ombro dele, desde quando eles tinham essa intimidade? Fiquei irritada, mas me controlei.

        -Fico aliviado com isso Kiia.

        -Com certeza. – Falei ironicamente e depois continuei séria. -Primeiro tire essa corrente de seu pulso e prenda a algum objeto sólido nesta sala. Algo que não possa ser puxado com facilidade.

        -Está bem.

        Ele prendeu Raito a maçaneta da porta que era de ferro e não o deixaria ir muito longe caso corresse. Depois Riuuzaki sentou no sofá e me ofereceu um lugar ao lado dele, resmunguei que preferia ficar em pé e contei a eles tudo o que sabia, sobre o plano de matar de Raito e o acordo que eu havia feito em deixar Misa livre para Remu não matar Riuuzaki. Contei tudo menos o fato de que eu era filha do rei dos shinigamis e tinha poderes sobrenaturais, isso não lhes interessava.

        -Kiia, está tudo claro. Mas como você descobriu essas coisas?

        -Pare de me chamar de Kiia. Apelidos são para amigos.

        -Kiia, só você é capaz de desvendar o Caso Kira e não desvendar o óbvio. Eu falei aquilo para que se irritasse e saísse do caso, assim, você não ficaria em perigo. Eu pretendia lhe dar dinheiro, não achei que você iria explodir daquele jeito, achei que iria esperar para brigar comigo a sós. Foi um erro de cálculo meu.

        Depois daquilo eu realmente perdi toda a minha concentração. Ele só havia feito aquilo para me proteger. Repetia mentalmente essas palavras: me proteger. Eu... não acreditava nisso, aquilo havia me deixado mais surpresa do que o fato de meu pai ser o Rei dos Deuses da Morte.

        Minhas pernas perderam as forças e quase fui ao chão, mas Bring foi mais rápido e me pegou. Senti seus braços me envolverem, era uma sensação boa, não como quando Namikawa me abraçava os braços de Bring traziam uma sensação melhor, muito melhor.

        Ele me sentou no sofá e eu levantei a cabeça.

        -Por essa eu não esperava.

        -Percebe-se. Kiia, você está usando maquiagem?

        -Estou.

        -Eu nunca havia te visto com maquiagem.

        -Eu quis passar hoje, achei que seria um dia especial. – Sorri para ele.

        Nós poderíamos ficar falando sobre aquilo por horas, mas alguém que eu não prestava atenção na hora para saber quem nos interrompeu.

        -Nossa, ela usa maquiagem. Tudo bem agora vamos voltar ao assunto. Como você descobriu isso, OnYeen?

        -Acho que vocês merecem saber. Só não sei se vocês vão acreditar, mas...

        Um barulho me interrompeu, Misa tentava libertar Raito que estava confuso tentando fugir. Todos olharam para lá e correram prendendo Misa e Raito. Os olhos do pai de Raito se encheram de lágrimas e ele avançou no filho gritando palavras soltas e incoerentes.

        -Mas... OnYeen você tem como provar isso? – Matsuda falava esquecendo-se até do medo de mim.

        -Eu posso provar, só preciso trazer Remu até aqui.

        Concentrei-me em saber onde ele estaria e o senti na casa de Higuchi, será que com os meus poderes eu podia chamá-lo? Iria tentar. Comecei a concentrar meus pensamentos em fazê-lo sentir-me e ele virou seu rosto apressado balançando a cabeça freneticamente como se houvesse entendido o meu chamado.

        Acompanhei-o até ele chegar ao prédio.

        -Aqui está a prova. – Apontei uma mão na direção de Remu.

        Não entendi direito quando apareceu uma gotinha na cabeça de todos até Bring me falar calmamente como se explicasse a uma criança que o doce acabou.

        -Kiia, não tem nada aí.

        -Como não, vocês não estam vendo um shinigami de cabelos roxos e pele branca. Parece até um esqueleto com cabelo gente.

        -Com licença, eu estou ouvindo tudo. – Remu falou.

        -A você é um esqueleto bonitinho Remu. – Falei olhando para ele. – Agora aparece pra eles vai.

        Eu estava super sem graça Remu tinha falado alguma coisa de só eu poder vê-lo e só agora eu me lembrava... Precisava daquele caderno idiota. Agora a gotinha desaparecia do rosto deles e aparecia no meu.

        -Droga. Eu posso vê-lo sem tocar no caderno porque o meu pai é o Rei dos Shinigamis, mas vocês precisam do Death Note.

        Se antes eles já estavam desconsiderando tudo o que eu falara naquele momento, então, agora já estavam reservando a minha vaga no hospício (Será que era isso que Matsuda tinha ido fazer quando ele saiu de fininho com um celular na mão?). Eu precisava arrumar um Death Note e fazê-los tocar neste o único destes cadernos da morte que eu tinha conhecimento sobre a localização estava nas mãos de Higuchi, iria pegá-lo a força se necessário.

        Eles ainda me olhavam um pouco receosos até que eu vi que até eu explicar tudo e fazê-los crer em mim novamente iria dar muito trabalho, o único que faria tudo que eu mandasse era Bring que me olhava com um sorriso nos lábios. Pela primeira vez eu me irritei com um sorriso dele, ele estava debochando de minha pessoa.

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        L’s POV

      Kiia havia aparecido no nosso prédio com roupas estonteantes e... maquiada. Ela havia ficado linda daquele jeito, deveria usar mais maquiagem. Eu havia sentido umas coisas estranhas ao perceber que iria reencontrá-la, uma coisa que ia além da felicidade por vê-la bem era, uma coisa parecida com medo. Eu não podia ter medo de falar com OnYeen... Não, não era medo era mais como ansiedade, isso agora eu havia acertado, era ansiedade o que eu sentia. Eu estava ansioso para revê-la.

        Quando ela entrou seria e decidida vi que ainda estava muitíssimo brava comigo, achei que eu talvez levasse um soco depois do meu elogio que era bem verdadeiro, ela estava linda.

        Tudo ia bem e a sua teoria era perfeita deixando até mesmo a mim um pouco surpreso. Todos pareciam acreditar nela até ela falar que tinha um shinigami ali, eu não via nada no entanto acreditava nela de que havia algo ali. Infelizmente os outros não pareciam achar a mesma coisa, principalmente quando ela disse algo sobre o pai dela ser o Rei dos Shinigamis, surpreendente. Isso explicava muitas coisas.

        Quando dei por mim uma Kiia certamente fora de si me puxou pelo braço falando:

        -Esperem aqui. Watari não os deixe nem mesmo respirar fora dessa sala, mantenha Raito e Misa presos e não permita que Matsuda faça uma reserva para mim no hospício. Eu não sou louca.

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        OnYeen’s POV

      Agora eu tinha enlouquecido de vez. Saí correndo com a única pessoa que podia acreditar em mim para tomar a força o caderno de um empresário muitíssimo rico. Tinha quase certeza que Watari iria fazer o que lhe pedi, então eu tinha tempo o suficiente.

        Puxei nada gentilmente Bring até o elevador, lá soltei a sua mão perguntando:

        -Você acredita em mim?

        -Acredito.

        -Ótimo, vamos recuperar o caderno.

        -Você tem um plano?

        Ótima pergunta a de Bring pena que eu não tinha uma ótima resposta.

        -Er, bom... Não.

        -Imaginei.

        -E você tem um plano?

        -Se voltarmos pra central poderemos contatar a polícia para cercá-lo e prendê-lo sobre acusação de ser Kira. Conseguiremos um mandado para revistar a sua casa e teremos o caderno.

        -Mas... Não tem nada mais rápido? Algo por agora.

        -Isso foi o melhor que consegui bolar desde o momento que me puxou até agora, o que você esperava de um plano que foi feito em alguns segundos?

        -Bring... Foi um plano feito em segundos, mas foi um plano seu feito em segundos, isso muda tudo.

        Sorri, agora Bring estaria motivado para fazer algo descente e não uma coisa que demorasse tempos e tempos.

        -Você sabe onde o caderno está?

        O elevador abriu e fomos saindo do prédio enquanto conversávamos.

        -Com Higuchi. Remu deve saber.

        Foi então que percebi que Remu estava comigo.

        -Você sabe Remu?

        -Sei.

        -Onde?

        -Na casa dele, em um esconderijo.

        -Ótimo, podemos ir até lá. Damos um jeito de roubar o caderno. – Falei sorridente.

        -Mas isso é invasão de propriedade, assim não poderemos usar como prova num julgamento.

        -Droga Bring. O plano era bom.

        -Eu sei. Mas eu tenho um melhor.

        O plano de Bring era usar Matsuda em um programa de TV falando que esse iria revelar a identidade de Kira. Acidentalmente ele poderia ver o rosto de Matsuda e faria de tudo para descobrir o nome deste. Voltamos para a central onde já me tachavam de louca. Ao entrarmos só ouço Matsuda falando alto sem nos ver:

        -Pronto, o sanatório tem uma vaga para ela.

        -É melhor que não esteja falando de mim, Matsuda.

        Este ficou gaguejando que não era para mim e outras coisas, muito nervoso.

        O tempo praticamente não andava, Matsuda já havia concordado e eu estava super ansiosa para realizá-lo logo e provar a minha sanidade.

        O plano foi realizado a noite e deu certo.

        Os carros da polícia cercavam Higuchi que estava aterrorizado no seu próprio carro vermelho fugindo inutilmente com o caderno nas mãos, sua face asquerosa estava contorcida em raiva e medo. O caderno foi passando de mão em mão e todos foram se assustando ao ver Remu. O pai de Raito ao ver o shinigami falou assustado:

        -Ela estava certa. Ma-as... Como?

        Eu, Bring e Raito estávamos no helicóptero falei para só deixarmos Raito tocar ao chegar na central. Sobrevoamos alguns prédios cinzentos iguais ao de toda cidade grande e chegamos ao nosso centro de operações, prendemos Raito na porta novamente e o deixamos tocar no caderno.

        Ele gritou, ele se lembrava de tudo.

        Sua voz soou inocente acima de tudo falando debilmente:

        -Eu não lembro. Eu não sou Kira, não sou. Está enganada... Eu não sou Kira.

        Seu pulso acorrentado ao helicóptero o impedira de fugir, mas não de enganar. Eu não estava enganada, L não estava enganada, tudo estava correto.

        Enquanto eu via o pai de Raito conter lágrimas e os outros policiais o prenderem Bring levantou me puxando para um abraço e eu fraca deixei-me cair sobre seu corpo deitando minha cabeça em seu ombro.

        Final, desfecho, término, acabado...

        O caso havia chegado ao fim.

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        L’s POV

      Final, desfecho, término, acabado...

      O caso havia chegado ao fim.

        Percebi que Kiia estava desgastada depois de tantos dias de investigações e quis protegê-la de tudo tomando-a num abraço mudo. Era ilógico, mas percebi que ela havia gostado ao apoiar todo o seu corpo em mim.

        Sempre tão forte e agora tão cansada e bela. Ela se envolvia muito, provavelmente estava descansada e bem alimentada, mas seu descaso emocional e a angustia causada pelo caso vinha a pesar-lhe agora.

        Iria levar-lhe para a casa não o prédio das investigações, mas para aquilo que ela conhecia como casa.


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Notas finais do capítulo

Fim das investigações... Não me matem por deixar a Misa livre *Botando o L em ponto estratégico para receber as pedradas no meu lugar* Eu não gosto dela também, mas foi o único jeito do Remu concordar, pensem bem vocês preferem a Misa livre e o L vivo ou a Misa presa e o L morto._.

Como sempre review são bem vindos, eles fazem bem e não fazem a mão ou nenhuma parte do corpo cair tah gente^^