A Princesa dos Mortos escrita por Bia11mil


Capítulo 6
Final, desfecho, término, acabado, Versão Love


Notas iniciais do capítulo

Capítulo super romântico, só pra dar um final pra esses dois^^



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      L’s POV   

        Já estava escuro e eu havia deixado todo o trabalho de finalização das investigações em outras mãos, não era possível que fizessem grandes besteiras em um ou dois dias no máximo.        Não trocamos palavras pelo caminho escuro pegamos um táxi, sozinhos. No banco de trás eu estava escorado na janela e o corpo de Kiia dormia em cima de mim, cerquei-a com um de meus braços e puxei-a mais para perto. Seus cabelos negros e cacheados caiam graciosos pelo meu peito já que sua cabeça estava encostada em meu ombro.

        Observei a janela o céu estava imerso em escuridão, não era visível nem mesmo a lua. Mas escondidas pelo céu estavam dois pontinhos iluminados, quase imperceptíveis duas estrelas cansadas de brilhar que estavam ali apenas por estar sem muitas questões ou porquês o que as faziam não exigir respostas muito complexas para suas existências, elas apenas existiam.

        A face de Kiia era bela e delicada, principalmente adormecida tinha lábios carnudos manchados por um batom cor de cobre estes estavam entreabertos sugando muito necessitados um ar que não lhe faltaria, seus olhos dourados, preciosos como o ouro e doces como o mel estavam fechados escondendo-os de mim.

        Acariciei sua face.

        Minhas ações eram sempre calculadas, raramente agia por impulso mesmo que se necessário poderia agir sobre o improviso muito bem. Mas eu não me controlava desde que eu havia reencontrado-a, não suportaria perdê-la de novo, longe de mim poderia se machucar.

        Era irônico, eu sempre preocupado com ela e no fundo eu havia sido salvo por ela no final da história. Ela havia sido a heroína, a detetive e eu, um mero coadjuvante no seu caso.

        Então lembrei de algo que havia guardado, algo que era dela. Seu caderno. Ele havia ficado no prédio, tinha que devolvê-lo. Sem me mexer muito falei ao taxista que mudasse a rota e que me levasse ao endereço da central de investigações.

        Cheguei naquele prédio alto e super equipado, mas não o observei pensando em qualquer uma das suas muitas tecnologias, só queria aquele caderno que tinha capa com um fundo preto e em vermelho muitas imagens desnorteadas e confusas, deixando-nos perdidos em palavras e imagens cor de sangue.

        Subi de elevador e depois fui correndo até o lugar em que havia guardado o caderno, no quarto dela embaixo do travesseiro. Só ela entrava naquele lugar, estava intacto desde que ela saíra a cama de colcha vermelha um pouco desarrumada e o seu computador ligado em um site qualquer, a parede com alguns desenhos e textos aos quais eu nunca havia lido. Era a segunda vez que entrava ali a primeira para deixar o caderno e saí rapidamente e agora para pegá-lo, não me sentia no direito de invadir a sua privacidade.

        Voltei para o táxi onde eu havia deixado a minha bela adormecida e falei que já podíamos voltar a rota do único lugar que Kiia havia reconhecido como casa em todos esses anos.

        Finalmente chegávamos ao orfanato. Iríamos passar aquela noite ali, minhas ações não faziam sentido nem para mim mesmo, tudo o que eu pensava era em agradá-la. Queria vê-la feliz em visitar as pessoas que tenho certeza de quem sentiu saudade.   Aquela necessidade de observar ao menos por um instante seu sorriso reluzente, ter seus olhos pensativos voltados para mim ou, ao menos, esctr a sua respiração ritmada e constante era algo além da amizade.

        Só então percebi o óbvio. Eu a amava.

        Não me lembrava de um tempo antes desse sentido escondido vir parar em meu peito, mas deve ter havido um tempo em que eu não gostava dela. Não me lembrava, mas também não me pareceu importante lembrar. Qualquer coisa sem ela não valia a pena.

        Sorri um pouco idiota, como se finalmente descobrisse algo óbvio o que tinha acabado de acontecer. Eu estava cada vez mais estúpido com meus pensamentos apaixonados, porém isso não era importante, nada daquilo era importante. A única coisa que realmente valia a pena era tê-la feliz e sorridente.

        Os pensamentos saiam confusos e acelerados na minha cabeça e nem mesmo eu entendia só sei que traziam sensações gostosas, eu nunca tinha provado-as antes. Eram quase melhores que doces.

        Entreguei ao taxista o dinheiro necessário e acordei-a sutilmente, com muito cuidado. Ela piscou os olhos de mel e voltando a si saiu do táxi deixando-o ir embora.

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        OnYeen’s POV

      Eu havia adormecido EM BRIN... Definitivamente foi maravilhosamente aconchegante, eu amei o quentinho de seu corpo e seu ombro parecia moldado para encaixar perfeitamente os contornos de minha cabeça, entretanto não é nada legal o fato de agora eu estar em pé com o rosto vermelho como um tomate sem saber encará-lo.

        Nessa hora que eu abaixo a cabeça e finjo que não é comigo, melhor fingir que nem aconteceu. Mas eu queria saber onde eu estava aquela paisagem mesmo mal iluminada pela noite sombria já me era conhecida.

        -Onde estamos?

        -Em casa.

        -Não entendi. Que lugar é esse?

        -O orfanato em que crescemos.

        Bring tinha razão, aquele era o único local que eu já chamei de casa. Iria rever todos os meus amigos, contar as novidades eu quase podia sentir o sorriso caloroso de Mello ou os olhares indiferentes de Near. Abri um sorriso cristalino e mesmo com muito sono não poupei as minhas pernas de correrem rápidas e ansiosas para aquele lar que povoava minhas lembranças infantis.

        Estava escuro e eles já deviam estar na cama dormindo, mas Roger abriria uma exceção para que eu pudesse ver ao menos Mello.

        Nem percebi que Bring havia ficado para trás com um sorriso bobo nos lábios finos e pálidos, mas que tanto me faziam sonhar. Cheguei à porta que estava trancada e bati com força, Roger atendeu.

        -OnYeen, que surpresa vê-la. Entre, entre. L está com você?

        -Está vindo. Oi Roger estava com saudade. Já está na hora de todos dormirem.

        -Já, com certeza. Mas deixarei que veja quem quiser sua presença é muito especial.

        Bring chegou calmo e inexpressivo na porta e começou a conversar com Roger dando-me tempo para escapar dali e ir falar com Mello.

        Eu estava louca para ver meu melhor amigo, aquele companheiro de aventuras que trazia sorrisos insanos a meus lábios com brincadeiras tolas e infantis, aquele a quem corria indefesa e sempre buscava ajuda e paz, aquele a quem muitas vezes perturbava e implicava deixando-o furioso entretanto nunca havia despejado sua raiva hiper-ativa em mim. Aquele ser que povoava meu coração com uma amizade inigualável e que me deixou morrendo de saudades.

        Abri a porta do seu quarto com um sorriso transbordando de saudade e felicidade contida durante anos de distância e acabo vendo o Matt.

        É... Eu não esperava isso. Meu rosto se transformou rapidamente numa máscara de espanto e surpresa. Eu também queria rever o Matt que era simpático, gentil e pacífico, mas havia sido pega desprevenida, estava perdida em pensamentos sobre reencontrar o Mello. Havia esquecido que eles dividiam o quarto.

        Cortando o silêncio do quarto e contendo um riso da minha cara de babaca Matt falou:

        -OnYeen? Que surpresa você por aqui. Bem-Vinda.

        Ele veio até mim e trocamos um abraço rápido.

        -Obrigada. Como vai tudo? Estava com saudades. Cadê o Mello?

        Eu já havia me recomposto e também sentia saudades do Matt.

        -Aqui ta tudo na mesma. Monótono e chato. O Mello deve estar saindo do banho a qualquer momento.

        Nessa hora um Mello coberto apenas por uma toalha azul marinho sai do banheiro e ao ver que havia mais alguém no quarto volta correndo para o banheiro com as bochechas vermelhas e os olhos furiosos.

        -Porra Matt, por que você não me avisou que tinha mais alguém no quarto? Agora me passa a merda e uma roupa descente.

        Eu saí da porta do quarto e fechei-a, fiz sinal para que Matt não fizesse nada e eu mesma escolhi a roupa de Mello. Eu iria irritá-lo ao máximo por não ter me reconhecido. Escolhi uma roupa que ele gostaria, colete de couro, um jeans apertado e uma cueca box vermelha.

        Abri só um pouco a porta e entreguei só a cueca.

        -Cadê o resto?

        -Você só ganhar se acertar quem eu sou.

        Minha voz soou travessa e maldosa, Matt rolava de rir na cama.

        -Mas como eu posso saber? Só te vi de relance, tudo que posso falar é que você é muito intrometida pra sair entrando nos quartos alheios assim.

        -Vou ficar magoada, Melinho.

        -Melinho é a puta que pariu. Quem é você? É a Linda que veio namorar com o Matt, é? Porra Linda devolve a minha roupa você já tem o seu namorado pra abusar.

        -Estou decepcionada Melinho. Não acertou quem sou eu, posso jogar isso a noite toda.

        Mello se enfurecia cada vez mais, eu podia praticamente ver seu rosto enfurecido, suas mãos fechadas em punhos que deviam machucar muito, mas ele não sairia só de cueca e quando me reconhecesse jamais iria me bater.

        -Vamos pense Mello. Use a sua inteligência, eu apareço no meio da noite te irritando e falando que a minha identidade é importante para que você consiga algo.

        -Até aí só deduzo que você é incrivelmente anormal.

        -Não, pense bem. Primeiro ponto, você me conhece. Segundo eu sou corajosa o suficiente para irritá-lo e não me assustar. Pense em que garota teria essa audácia.

        -Terceiro ponto você escolheu uma cueca vermelha. Você sempre preferiu as coisas vermelhas, estou certo OnYeen?

        -É, você me conhece, Mello.

        Dei a ele o resto das roupas que ele vestiu rapidamente, me afastei da porta justo quando ele abriu e saiu correndo em minha direção com os olhos esmeralda abertos e furiosos e as mãos em forma de punho. Não saí do meu lugar, ele se aproximava no entanto não me mexi.

        A alguns centímetros de mim ele desfez o soco e agarrou minha cintura colocando-me sobre seu ombro com facilidade. Ele estava forte, esbelto e nem parecia que se entupia de chocolates todos os dias, Mello havia crescido e estava realmente belo.

        -Você é muito chata sabia?

        -Insuportável!

        -Agora merece um castigo, peça desculpas. Você realmente me irritou.

        -Mas você não me bateu.

        -Tem como bater em você, OnYeen. Eu ainda não descobri como.

        Eu ri e fomos saindo deixando Matt rindo na cama e voltando a seus joguinhos eletrônicos.

        Mello me soltou e trocamos um abraço demorado de velhos amigos que não se revêem a um longo tempo. Como eu sentia saudade daquele sorriso bobo, olhar assassino e daquele rosto psicótico.

        Andamos meio perdidos até um ponto no jardim onde as câmeras não pegavam e onde, antigamente, trocávamos confidências, segredos e o que viesse a mente na hora. Contei toda a história a ele, desde o primeiro dia que eu havia saído até o desfecho do Caso Kira. Mello ouviu paciente como sempre, xingou Namikawa quando falei sobre ele e indagou a burrice de L ao deixar-me sozinha. Mello sempre me fazia bem, era incrível.

        Perguntei sobre seus dias e no orfanato nunca aconteciam grandes coisas, ele só destacou uma disputa idiota pela sucessão de L entre ele e Near. Mas eu duvido que o inocente e infantil albino pudesse fazer algo para que houvesse uma disputa fervorosa, aquilo parecia mais o Mello querendo ultrapassar Near.

        -Não maltrate Near.

        -Ele que me irrita.

        -Já estou até com pena do garoto tendo que te aturar implicando com ele. E o menino não deve nem respondê-lo.

        Minha cabeça estava apoiada no colo do meu loiro enquanto ele acariciava os meus cabelos. E é isso mesmo que você leu MEU loiro, sou a melhor amiga tenho direitos de posse. Nunca quis mais que amizade com Mello e nunca seríamos namorados, sou apaixonada por Bring, mas ele é o MEU loiro.

        -Esqueça essa história.

        Sem percebermos Bring se aproximou e sentou-se aos meus pés.

        -Oi, Mello.

        -Oi L. Bem-Vindo de novo.

        -Obrigado. Kiia não fique assim, pode não ficar bem para uma dama.

        Não ficar bem para uma dama? Desde quando Bring agia assim, desde quando ele ligava para como eu agia com os meus amigos. Eu não deixaria de apoiar a cabeça no colo do meu amigo, Bring nunca havia me consolado ou qualquer outra coisa entretanto não queria que eu fosse ligada ao meu melhor amigo.

        -Eu não ligo.

        -Mas eu ligo, Kiia. Por favor.

        Aquilo estava me irritando profundamente. Eu passo 3 anos longe e não posso nem desfrutar do meu amigo em paz,não seria idiota de fazer aquilo. Eu amava Bring mas não era sua cachorrinha pra ele fazer de mim o que bem quisesse, papel de imbecil apaixonada já basta a Misa.

        Mello percebeu o que se passava em meus olhos como só amigos antigos conseguem perceber, então resolveu tentar acalmar-me.

        -Kiia calma.

        Levantei-me e agi por impulso, falando tudo o que me veio a mente na hora.

        -Quieto Mello. Desde quando você liga Bring? Desde quando se importa com o que eu faço ou deixo de fazer? E mais ainda, se me conhecesse bem saberia que Mello é o meu melhor amigo e eu estou pouco ligando para o que o resto do mundo vai pensar de mim. O que é o comportamento de uma dama? Então eu passo por um monte de coisa para desvendar um caso muito difícil, mas não posso descansar com um amigo porque não é “apropriado para uma dama”. E o que seria apropriado para uma dama, Riuuzaki?

        Eu estava com muita raiva, nem ao menos sabia muito bem o porquê. Era além daquela bobeira de comportamento de dama. Era uma raiva talvez porque uma das poucas pessoas que sempre se importou comigo era Mello e Riuuzaki ou Bring ou L, ou seja, lá qual nome for que já me embolava a cabeça, ele queria me separar dele. Ele que nunca me deu atenção, ele a quem eu uma idiota apaixonada segui.

        Eu estava enfurecida comigo, por ter sido uma imbecil. Por ter dardo corda a um amor sem sentido e estar sofrendo agora com isso. Por depois de tê-lo salvado ver que ele não gostava de mim, que eu era só mais uma peça no seu tabuleiro de xadrez.

        Deixei escorrer lágrimas pelo meu rosto e saí correndo pela casa de modo desnorteado.

        Ele me viu chorar.

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        Mello’s POV

      OnYeen estava fora de si. Ela odiava ser limitada por regras de uma sociedade masculina, mas não era só isso. Ela também estava irritada por L não demonstrar afeto por ela, anos de dedicação e ela achava que ele não gostava dela.

        No fundo aquilo nunca a afetara, mas depois do caso ela havia amadurecido muito visto que era idiotice seguir um amor inalcançável e sofria por suas decisões anteriores. Ela sentia raiva de si mesma.

        L quis segui-la, mas o impedi. Naquela hora nem mesmo o meu consolo seria bom para ela, as vezes é preciso ficar sozinha e refletir.

        -É melhor deixá-la só.

        -Eu não entendo Mello. Porque ela fez isso?

        Eu não sabia se era certo falar a verdade, mas depois do que aconteceu duvido que OnYeen vá continuar a ajudá-lo, ela vai querer seguir seu sonho de ser médica. Então resolvi abrir o jogo para L, mesmo que depois eu teria que enfrentar a fúria da morena, o que não seria nada agradável.

        -Porque ela te ama. Desde pequena, te seguiu por te amar e agora ela percebeu o quão idiota seus atos foram.

        -Porque idiotas?

        -Ela sempre soube que você não gostava dela e te seguiu mesmo assim. Mesmo que ela diga que não no fundo ela sempre cultivou a esperança de você realmente amá-la, entretanto depois do caso Kira ela conseguiu enxergar que ela foi idiota por cultivar isso já que vocês nunca teram nada e está furiosa com ela mesma. Mas ela descontou em você por que teoricamente você também tem culpa.

        -E se eu gostar dela?

        -Se você gostar dela aconselho amanhã de manhã ir falar com ela. E você vai ter que ser muito romântico porque ela, com certeza, vai querer ir embora sem nunca mais olhar para você.

        -O amor é ilógico. Eu não fiz nada e ela não quer nem me ver.

        -Talvez se você tivesse feito alguma coisa não teria que estar passando por isso.

        -O que você sugere como romântico?

        Eu dei uma risada diabólica. Conhecia a OnYeen melhor do que ninguém e ela é a mulher mais romântica que eu já conheci, ainda mais apaixonada. Eu sabia exatamente o que L tinha que fazer para fazê-la esquecer qualquer mal entendido.

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        OnYeen’s POV

      Saí correndo e chorando sem ter um rumo certo. Acabei indo parar na frente do quarto do Near. Abri a porta sem bater ou pedir licença o albino estava acordado e piscou os olhos como se demorasse a crer que eu estava ali.

        -Oi Near.

        Sequei o resto das lágrimas e dei um sorriso. Também estava com saudade daquele menino pouco sociável, mas que tinha crescido muito e estava começando a entrar na adolescência. Seus ombros antes estreitos estavam alargando um pouco e seu corpo infantil começava a tomar a forma adolescente.

        -Oi OnYeen. O que faz aqui?

        Eu pretendia contar as minhas história do Caso Kira apenas para Mello, mas senti o impulso de falar para Near também e acabei contando tudo para ele que ouviu atento e sem comentar. Falei que havia saído correndo de lá e acabei vindo parar ali, no quarto dele.

        -Porque me contou isso?

        -Também não sei. Você nem gosta muito de mim, mas tive vontade de te contar.

        -Porque acha que eu não gosto de você?

        -Sei lá. Sempre brigava comigo por te abraçar e se incomodava quando eu me preocupava com você.

        -OnYeen eu realmente não gosto muito de algumas de suas manias como abraços constantes. Mas isso não signifique que eu não goste de você, era a única que se preocupava comigo e me dava atenção. Você é uma amiga de todos no orfanato, não tem como não gostar de você.

        Near era o ser mais fofo que podia existir, ele falou tudo com o seu tom de voz indiferente, mas aos meus ouvidos as palavras soaram banhadas em saudade e felicidade. Abri um sorriso e o abracei com força, surpreendentemente ele correspondeu.

        -Agora pode sair, por favor.

        -Claro.

        O albino ainda era inexpressivo, mas eu não ligava depois daquilo tinha esquecido até mesmo Bring.

        Andei até um quarto de visitas que eu usaria Roger já havia estado ali e deixado algumas roupas para quando eu fosse dormir e depois para acordar. Tomei um banho rápido puxei aquele pijama velho e desgastado, verde com bolinhas vermelhas era o meu preferido quando morava lá. Não acreditei que ainda estava guardado e fiquei ainda mais surpresa quando ele coube em mim.

        Caí no sono ouvindo o barulho da chuva que estava terminando de cair, ocasionalmente quando meu humor havia melhorado. Poderes shinigamis bobos.

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        L’s POV

      Amanheceu. Observei o sol saindo por detrás das nuvens com todo o seu esplendor, seus raios alcançavam todo o azul do céu iluminando um novo dia.

        Um dia que eu seguiria aquele plano maluco do Mello. Ele usou o único argumento possível para me convencer a fazer aquilo: Kiia iria gostar.

        Seria um constrangimento e se fizessem isso comigo eu iria odiar a pessoa por ter me feito pagar esse grande mico, mas de acordo com Mello isso é romântico e a faria sorrir. Nunca mais quero vê-la chorar, aqueles olhos dourados não foram feitos para despejarem lágrimas.

        Fui tomar café da manhã com as crianças e minhas bochechas já se aqueciam com um rubor atípico para mim. Kiia estava longe numa mesa em que conversava animadamente com antigos amigos, levantei fui até ela e iniciei aquela loucura.

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        OnYeen’s POV

      Eu estava no café da manhã discutindo um assunto muito importante para o futuro da sociedade com umas amigas minhas: se o cabelo do Mello era natural ou não. Eu insistia que era e elas não acreditavam em mim, fazia de tudo para convencê-las quando Bring vem até mim olha para ambos os lados e se ajoelha.

        Já sabia o que tinha acontecido.

        O Mello deu drogas pro Bring falando que era doce para que ele fizesse isso e me convencesse a ficar no orfanato. Kami, o que teria sido que o Mello fez o L ingerir...

        Quando L começou a falar eu percebi que o caso era pior. Tinha sido droga e droga pesada. Ele começou falando sobre ele ser estúpido, o Bring em condições normais nunca falaria isso.

        -Kiia, eu fui um tolo, estúpido. Todos esses anos e nunca percebi o óbvio. Seu companheirismo, amizade, tudo me cegou e só agora eu percebi o mais importante.

        Espera, talvez... Só talvez, aquilo fosse sério. Sem drogas ou esquemas, planos ou magias negras (Se espera tudo desse povo). Talvez ele estivesse falando sério e não contive um brilho nos olhos dourados, talvez fosse uma declaração de amor. Eu aproveitei a oportunidade para me beliscar a chance de ser um sonho era muito alta. Ele continuou:

        -Kiia, eu queria te dizer que te amo.

        De um modo muito estranho ele surgiu com flores, rosas vermelhas e me entregou. Eu estava paralisada, agora parecia que eu é que tinha tomado drogas paralisantes. Meus lábios se entreabriram involuntariamente e meu corpo sem reação até que ele se levantou e ficou me observando com seus olhos negros e envolventes.

        Todos no orfanato nos olhavam com um misto de surpresa e espanto, esperavam impacientes uma resposta minha. Aquele não era um bom momento para haver uma falha na transmissão dos meus neurônios, eu precisava fazer alguma coisa nem que fosse correr dali.

        Não percebi o olhar esperançoso de Mello esperando o plano dar certo.

        Então eu que já havia perdido completamente a noção de tudo me vi ainda mais confusa e perdida, Bring me puxou para perto dele fazendo eu derrubar as flores que ele havia me dado e colando nossos lábios.

        Um pedido mudo para que eu abrisse meus lábios que foi prontamente atendido, sua língua atrevida percorreu toda minha boca mordendo levemente meu lábio inferior. Eu no início até quis lutar, mas acabei me entregando a ele naquele beijo cálido e intenso que tanto queríamos.

        O maldito oxigênio acabou e não podíamos continuar por mais que a vontade fosse grande, nos separamos e ouvimos uma salva de palmas das crianças do orfanato. Pelos olhos de L aquela era a primeira vez que ele sentia algo melhor do que doces, eu gostei de pensar naquilo. Encostei meu rosto corado na curva do pescoço de Bring e ele sussurrou:

        -Eu te amo, Maddy Onnix.

        -Eu também te amo, L Lawlie.

 *Fim*


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Notas finais do capítulo

É acabou, quero agradecer a todo mundo que mandou review. Kim_costa, LilahPrates, Vick_Chan e sarah caetano. Muito obrigada mesmo pelo apoio, esperando realmente que tenham gostado.
Bjs