A Princesa dos Mortos escrita por Bia11mil


Capítulo 4
Literalmente uma princesa


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, um monte de visita aqui em casa e sou obrigada a acompanhar nos passeios... Únicos momentos que eu tinha no pc eu consegui estragar ficando doente ._.
Espero muito que gostem...



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      Matsuda’s POV

        Eu não encontrei mais OnYeen e segui um plano de Riuuzaki para fazer com que parecesse que eu havia morrido. Tudo deu certo, quando eu voltei ao lugar de onde comandávamos as investigações não sabia se devia ou não contar que eu havia encontrado OnYeen.

        Se ele descobrisse sem que eu falasse, ela não poderia fazer nada contra mim.

        -Matsuda, você disse que tinha alguém te ajudando. Quem era?

        -Não posso falar se não ela vai me matar.

        -Ela? Por acaso, era Kiia.

        -Que bom que você adivinhou, assim não fui eu que te contei. Ela me ameaçou de morte se eu falasse que ela estava lá.

        -Baka, Kiia não mataria nenhum ser humano ela deve ter dito isso para te amedrontar. E pelo jeito conseguiu todos aqueles anos de teatro a tornaram uma ótima atriz. Agora precisamos resgatá-la, ela pode morrer.

        -Duvido muito que isso vá acontecer. Ela não estava lá sozinha, quando nos encontraram ela saiu correndo e abraçou um daqueles empresários seu nome era Namikawa. Ela fez um teatro falando que estava com medo e queria vê-lo. Quando eu perguntei a ela quem ele era sua resposta foi: “O meu passaporte para sair daqui viva”. Pelo jeito ele gostava muito dela e acreditava em tudo o que ela falava.

        -É bom saber disso. Às vezes eu a subestimo, eu devia ter pensado que ela iria querer investigar o caso sozinha. Agora temos mais um problema, mantê-la viva.

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        L’s POV

        Minhas suspeitas estavam corretas, Kiia havia se virado bem até demais na rua. Eu me sentia culpado por tê-la posto em ainda mais perigo. Namikawa... Eu não gostei dele, poderia estar fazendo coisas horríveis com a minha Kiia.

        Espera, desde quando era a MINHA Kiia? Eu... Eu não podia falar isso, claro que ela era uma amiga especial, mas não era minha eu não tenho posse sobre ela. E o que era aquilo que eu havia sentido quando Matsuda falou que ela estava abraçando um daqueles empresários corruptos...

        Eu só estava preocupado por ela estar se metendo com essas pessoas ruins, provavelmente, logo ela tão... Não achei uma palavra para descrevê-la, eu via seu corpo pequeno tão frágil, mas por dentro tão forte que chamá-la assim era quase um insulto ao seu temperamento um tanto impulsivo.

        As vezes tão frágil e outras tão forte. Kiia estava na medida certa, quando havia alguém triste ela era a primeira a fazer de tudo para alegrar-lhe, se havia alguém sozinho era a primeira a fazer companhia. Mas no fundo, um lugar onde nem mesmo ela deve admitir que exista, ela é frágil.

        Acho que ninguém conhece esse lugar, mas tenho certeza que existe. Nunca a vi chorando ou tendo medo, mas é impossível viver sem esses sentimentos, ela só sabia escondê-los numa máscara de felicidade.

        Desde quando eu sabia tanto sobre ela? Devia ser a convivência...

        Pensei em tantos sorrisos que ela já havia me dado, será que eram todos verdadeiros?

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        OnYeen’s POV

      Aquele monstro era assustador, mas depois do primeiro impacto eu gostei dele. É estranho, eu sei mas é verdade. Namikawa me levou para casa e me entregou um pijama feminino dessa vez ele já havia comprado mais algumas roupas para mim, agradeci muito ele e tomei banho.

        Ao deitar na cama eu repassei todo o dia na minha mente e eu precisava ver aquele bicho de novo, na hora eu não pude falar com ele, mas agora eu teria que encontrá-lo num lugar reservado. Coisas estranhas sempre aconteciam comigo, mas aquela com certeza entraria no pódio como a mais bizarra.

        Eu estava sem sono e perdida em pensamentos sobre como reencontrar aquele monstro quando a solução surgiu pela janela LITERALMENTE. O monstro estava entrando passando pela janela sem levantá-la, simplesmente atravessando.

        Minha surpresa aumentou quando ele chega à beira da minha cama e se ajoelha eu já não estava entendo nada.

        -É uma honra conhecê-la. Eu sou um shinigami, pode me chamar de Remu.

        Shinigami... Aquilo era um shinigami, então eu havia acertado, aquele homem era Kira, mas como ele matava as pessoas? E por que eu podia ver um shinigami? Eu tenho quase certeza que as outras pessoas não podem ¬¬.

        -É um prazer conhecê-lo também Remu. – Eu precisava ser educada. – Mas eu tenho várias perguntas, será que poderia respondê-las verdadeiramente?

        -Seria muito gratificante responder qualquer pergunta sua.

        -Porque eu posso te ver e as outras pessoas não?

        -Como você não sabe? – Remu estava realmente surpreso e eu ainda mais desorientada.

        -Era pra eu saber de alguma coisa?

        -Claro que era. Você é filha do Rei dos Shinigamis.

        Era engraçado que ele tinha um Q de surpresa na voz tão fraco, como se dissesse: “Você não sabia que era o seu aniversário?” Nem parecia que ele estava falando que eu era FILHA DO REI DOS SHINIGAMIS. Isso realmente explica muitas coisas, o fato de eu ter uma sorte sobrenatural e de coisas muito bizarras acontecerem comigo.

        Era meu pai que fazia aquelas coisas estranhas acontecerem, a primeira regra das crianças no orfanato estava correta Kami realmente me amava mais do que as outras pessoas.

        As vezes eu ficava imaginando como seria o meu pai e a minha mãe, mas eu acho que nunca imaginei o papai como um Deus da Morte... É vivendo e aprendendo acho que definitivamente eu não serei mais surpreendida facilmente depois dessa, nem Bring poderia supor isso. Eu ri com esse pensamento.

        Acordei do meu devaneio com Remu estalando os seus dedos longos e alvos em frente ao meu rosto moreno.

        -Como...Como isso é possível?

        -O que? Você ser filha do rei dos shinigamis?

        -Não, sobre eu ser filha do papagaio da esquina ¬¬ É óbvio que é do seu Rei.

        -Não precisa perder a paciência, Vossa Alteza. – Era muito hilário eu ser chamada assim logo eu que de princesa não tenho nada, não sou delicada e muito menos patricinha.

        -Conte-me a história, por favor.

        -Claro. O seu pai foi o primeiro shinigami e a partir de algumas almas desgarradas se fez outros shinigamis. Entre nós não existe nenhum ato de reprodução e nunca ninguém havia tentando isso com os humanos, mas seu pai há alguns anos quis entender mais sobre isso.

        -Meu pai estava interessado em nós, humanos, ou era só falta do que fazer?

        -Um pouco dos dois, seu pai estava entediado e curioso sobre esse ato humano de acasalamento. Seu pai, como vários shinigamis, consideram os humanos seres extremamente inúteis, mas ele estava interessado na época. Seu pai procurou uma humana que se destacasse por sua beleza e inteligência.

        -Nessa parte que entra a minha mãe.

        -Exato. Ele fez isso como uma experiência, deu um Death Note a sua mãe para que ela pudesse vê-lo. Sua mãe acabou se apaixonando pelo Rei e disso, nasceu você. Nós não sabíamos que os shinigamis eram férteis e nem que poderes você poderia apresentar, muitos quiseram matá-la junto com sua mãe, mas o Rei não permitiu. Quando você nasceu sua mãe se matou porque seu pai havia ido embora com o Death Note. Sua mãe era realmente linda, eu cheguei a conhecê-la ela era brasileira, mas viera ao Japão por um concurso sobre redações, ela amava escrever.

        Processando informações... Nunca haviam me falado nada sobre o meu pai, agora eu sabia o porquê. Eu era fruto de uma experiência científica. Mas havia puxado muito da minha mãe, ela também amava escrever e ela era linda. Mamãe, essa palavra é mágica. Nem reparei que eu não sabia o que era um Death Note.

        -E o que aconteceu depois?

        -Seu pai quis transformar a alma de sua mãe num shinigami, mas ela não aceitou. Corriam boatos que a alma dela havia entrado no paraíso.

        -Como o céu?

        -Não posso comentar sobre isso com um humano vivo.

        -Está bem, continue.

        -E você ele deixou na frente do orfanato onde você nasceu. Depois disso foi proibida qualquer relação de acasalamento com os humanos e muitos shinigamis te acompanham não da Terra, mas do nosso mundo.

        -Mas, vocês shinigamis tem poderes como os meus?

        -Nós só mexemos com a morte, mas o Rei tem poderes, alguns nós desconhecemos e acho que você herdou muitos deles. Você só não os controla com perfeição.

        Eu estava impressionada. Parece que eu era, literalmente, a princesa dos shinigamis.

        -E o que vai acontecer quando eu morrer?

        -Ninguém sabe. Você é a primeira dessa espécie Shinigami/Humano.

        -Realmente é muita informação. Mas agora eu quero informações sobre o Caso Kira. Você está envolvido nisso, não é? Tem algum outro shinigami envolvido nisso? – Uma coisa que eu havia aprendido depois de anos vivendo com Bring era a não perder o foco sobre um caso.

        -Sim, eu estou envolvido. E existe outro shinigami, ele que começou tudo, seu nome é Riuuki. Se você se esforçar deve poder senti-lo mesmo que esteja muito longe.

        Fechei os olhos e me concentrei primeiro na presença de Remu e depois na presença de outros humanos na casa e pude sentir a diferença entre elas, os shinigamis exalavam uma áurea maior e mais chamativa. Tentei me concentrar na minha própria presença e vi que eu era o intermediário, algo entre o humano e o shinigami, entre a vida e a morte, uma linha tão tênue e era ali que eu estava.

        Agora eu tentei achar qualquer presença shinigami, e senti uma em meio à floresta. Era Riuuki.

        -Consegui.

        -Parabéns, - Remu sorriu – esse é um dos poderes de seu pai. Nós, shinigamis comuns, não temos.

        -Nossa isso pode ser útil. Eu sinto a presença humana também, posso sentir se tem alguém ou não e até mesmo quantas pessoas tem. Ta aí uma coisa boa.

        -Presença humana? Mas o Rei só pode sentir a presença de shinigamis, acho que a mistura com o sangue humano fortaleceu seus poderes ainda mais.

        -Estou me sentindo uma super heroína.

        Eu acabei rindo, seria fácil me acostumar com aquilo. Procurei a presença de Riuuzaki, e percebi que quando a pessoa era conhecida minha eu podia diferenciar a sua presença das outras. Ele estava no mesmo lugar de sempre, no prédio que usávamos como centro das investigações.

        Por mais emocionante que isso era eu tinha que descobrir informações do Caso Kira.

        -Mas, falando sobre o Caso Kira, como vocês matam as pessoas?

        -Com o Death Note. Um caderno que ao escrever o nome da pessoa ela morre, se você não especificar a morte a pessoa morre de ataque cardíaco. Quando um Death Note cai no mundo humano passa a pertencer a esse mundo, a menos que seja devolvido ao shinigami. Quem pegar o caderno passa a ser seguido pelo dono original do caderno, ou seja, um shinigami. Existe, também, um acordo que pode ser feito, são os Olhos do Shinigami, pois para matar você precisa saber o nome da pessoa e ter o seu rosto em mente e com os Olhos do Shinigami ao ver o rosto de uma pessoa você verá seu nome verdadeiro e sua expectativa de vida.

        -Mas o que é preciso para fazer esse acordo?

        -Dar metade da sua expectativa de vida ao Shinigami.

        -Então o primeiro Kira não fez o acordo, mas o segundo fez.      -Correto.

        -Tem como um humano perder os poderes do caderno?

        -Tem, é só você abdicar da posse do caderno, assim, você esquecerá tudo o que você fez com o caderno.

        -Riuuzaki tinha razão o Kira verdadeiro é Raito e o segundo é Misa. Eles abdicaram da posse do caderno, mas como o caderno chegou até aquele empresário da Yotsuba?

        -Eu levei até ele, Raito me pediu para que fizesse isso. Faz parte do plano dele para salvar Misa.

        -Espere, você está cooperando com Raito. Por quê?

        -Por que eu não quero que Misa acabe presa e a felicidade dela é a felicidade do Raito.

        Então tudo ficou claro na minha cabeça, todo o plano de Raito. Ele estava participando das investigações sem saber que é Kira, então eles iriam deduzir que Misa era o segundo Kira até porque isso é meio óbvio para Riuuzaki (Acho que só para ele, para o resto da equipe não) e achariam que o Kira original é Higuchi. Só faltava uma peça para saber se meu raciocínio estava correto.

        -Se Raito tocar no caderno novamente, ele se lembrará do que fez como Kira?

        -Sim.

        A charada estava completa. Eles iriam apreender o caderno e quando Raito tocasse iria se lembrar de tudo, ele seria liberado já que teriam prendido Higuchi como Kira e Misa como segundo Kira.

        Mas isso está errado, Remu não faria parte de um plano que machucaria Misa. Ele mesmo disse que só está participando disso para impedir ela de ser presa. Mas para não deixá-la ser presa ele teria que matar a única pessoa inteligente o suficiente para ligar Misa como segundo Kira mesmo depois de tudo: Riuuzaki. Ou dar um fim a Remu já que Raito não sabe o nome verdadeiro de Riuuzaki.

        -Remu, como se mata um shinigami?

        -Os shinigamis morrem quando matam alguém para que outro ser humano tenha uma vida maior. O Death Note é para a morte somente, não para prolongar outras vidas. Se você tiver sentimentos com o humano que você salvou o shinigami acaba morrendo.

        Raito iria matar dois coelhos com uma cajadada só, quando Remu matasse Riuuzaki ele morreria.

        Riuuzaki estava em perigo.

        -Remu, eu entendi o plano do Raito. É quase perfeito, ele só não contava que eu fosse filha do Rei dos Shinigamis. Como tudo na minha vida, um grande golpe de sorte, ou mais algum poder que eu ainda não conheço.

        -Eu ainda não entendi o plano dele, mas sei que salva a Misa no final.

        -É vai salvá-la, mas vai te matar. Remu eu tenho mais uma pergunta: Eu posso mandar no que os shinigamis podem ou não fazer?

        -Mais ou menos. Você com certeza têm uma força de palavra muito grande e é muito respeitada entre nós, se não fosse isso eu nem teria respondido as suas perguntas. Mas você não pode nos obrigar a fazer algo.

        -Mas e obrigar a não fazer algo, por exemplo, proibir você de matar uma pessoa?

        -Também não.

        Droga tantos poderes e logo esse tinha que me faltar. Poxa meu pai era um Rei e não tinha nem a capacidade de mandar e desmandar nos seus súditos, que saco.

        -Está bem. – Exclamei um pouco contrariada. - Mas no plano do Raito você morre para salvar a Misa, que tal fazermos um trato.

        -Que tipo de trato? – Ele estava muito desconfiado.

        -Você não mata Riuuzaki e eu prometo que Misa não vai presa.

        -Como assim? Como ela não iria presa?

        -Eu convenço Riuuzaki a não prendê-la e depois podemos achar passagens para ela fora do país. Ela sairia daqui com a ficha limpa, entretanto ela teria que abdicar do caderno e, se possível, não voltar ao Japão.

        -Mas ela é louca por Raito.

        -Eu sei. Mas ele teria que ser preso. Só que ela teria que viver sem ele, seria até melhor essa loucura dela por ele não é normal. – Isso era verdade, eu achava aquela menina louca. - A única coisa que eu não garanto é como ela reagiria com a prisão de Raito e provavelmente ele iria para o corredor da morte.

        -Você talvez tenha um poder que o nosso Rei tem. – Ele falou e abaixou sua cabeça.

        -Sim, mas o que isso tem a ver com a história da Misa e do Raito?

        -Com esse poder você pode apagar as memórias das pessoas. É a mesma coisa que o Death Note faz quando abdicam dele, mas você pode escolher o que apagar. Você poderia apagar as memórias dela sobre o Raito?

        -Eu posso tentar. Com certeza vou tentar fazer com que ela se esqueça dele e de tudo isso.

        -Obrigado, e você tem a minha palavra de que não irei matar Riuuzaki.

        Conversei um pouco mais com Remu, fiz perguntas sobre meu pai e o mundo shinigami, sobre como o caderno funciona e como Raito agia como Kira. Remu era até que bem legal e acho que ele também gostou um pouco de mim.

        Adormeci com um sorriso nos lábios, o próximo dia era sábado e eu iria até Riuuzaki para lhe contar o que eu havia descoberto. Eu iria desmascarar o plano de Raito e mostrar Remu a todos. Ia ser um dia divertido, queria ver a cara perplexa de Bring... Ops, quer dizer Riuuzaki com o que eu havia descoberto e com o fato de eu ser filha do rei dos shinigamis. Sabe que era até bem legal, aquela noite eu dormi como uma princesa e talvez eu até fosse uma mesmo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Ao contrário das crenças populares reviews não fazem a mão cair, pelo contrário exercitam o músculo fazendo um bem. Faça exercício... Deixe um review^^