A Princesa dos Mortos escrita por Bia11mil


Capítulo 3
Matsuda...Baka


Notas iniciais do capítulo

Eu gosto do Matsuda^^



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OnYeen’s POV

        Eu estava chegando a frente ao prédio da empresa e eu estava correta, vi uns carros chiques e belos saindo da garagem. Reconheci um dos homens que estava entre os suspeitos. Acelerei o passo e quando cheguei perto da saída fiquei cambaleando, quando outro carro saia de lá eu joguei meus cabelos sobre o meu rosto e enquanto andava fingi desmaiar em cima do carro.

        Muitas pessoas que andavam em volta pararam e o motorista, que também estava entre o grupo de empresários suspeitos, parou e me pegou entre os seus braços, tirou o meu cabelo do meu olho e escutou o meu coração, para saber se eu estava viva.

        As pessoas em volta começaram a fazer tumulto e outros carros queriam sair da garagem da empresa, para evitar confusão e vendo que mesmo encharcada eu não era uma mulher de rua ele me botou no carro dele, deitada no banco de trás.

        Eu estava cansada e com fome, mas no fundo eu sorria contente. Meu plano tinha dado certo, eu achei que quando ele visse o meu estado (encharcada, gelada e desmaiando) e percebesse que eu tinha roupas novas e que não era uma pedinte ou ele me tiraria do caminho e iria embora ou ele me colocaria no seu carro para me levar a um hospital. Caso ele me deixasse por lá o tumulto pediria a ele que me levasse a um médico e, assim, me levaria no seu carro de qualquer jeito.

        Já era um início, caso ele se preocupasse comigo e não me abandonasse no hospital eu o convenceria que me levasse para a sua casa, se me deixasse lá, ao menos teria onde passar a noite hoje.

        Quando chegamos no hospital ele me levou no colo até a emergência, eu comecei a abrir os olhos, pronta para começar o meu teatro.

        -O-onde e-eu estou?

        -Calma. Você desmaiou na frente do meu carro, estamos em um hospital.

        -Vo-você não é aquele bandido, não é?

        -Que bandido?

        -O que assaltou eu e meus pais. Não me deixa sozinha, por favor.

        -Eu vou ficar aqui minha flor. Vai dar tudo certo.

        Minha voz saia manhosa e assustada, eu praticamente exalava medo daquele jeito. Parecia que ele havia gostado de mim e ‘minha flor’ acho que eu estava sendo paquerada. De qualquer jeito se ele gostasse de mim seria até mais fácil conseguir o que eu queria.

        Eu me aconcheguei mais em seus braços, parte porque aquilo demonstraria que eu confio nele, parte porque seria ótimo para ter mais chances dele me levar pra casa e eu poder investigar melhor e parte porque os braços quentes dele estavam realmente aconchegantes.

        Logo fui atendida e o médico falou que eu estava muito fraca e que não comia nada desde manhã (eu saí todos já tinham almoçado menos eu que na hora estava sem fome). Fiquei no soro e cheguei a dormir, quando acordei estava com roupas de hospital secas e quentes e aquele homem estava do meu lado.

        -Qual é o nome do meu salvador?

        -Reiji Namikawa. E você quem é?

        -Pode me chamar de Erbrow. Estou realmente muito agradecida por ter me salvado, foi horrível o que ele fez.

        -Não se lembre disso agora, daqui a pouco você vai ser liberada.

        -E-eu não tenho pra onde ir. Eu me mudei a pouco tempo e não sei nem o meu endereço, nem o meu telefone. Meus pais devem estar preocupados.

        -Quantos anos você tem?

        -14.

        Eu menti o meu nome e a minha idade por precaução, com a minha voz fraca e o meu rosto ingênuo até eu mesma estava quase caindo na minha mentira.

        -Vamos fazer assim, você dorme lá em casa hoje, amanhã é sexta-feira e eu terei que trabalhar até tarde, mas sábado podemos procurar a sua família.

        -Muito obrigada. Eu não tenho como te agradecer Namikawa-kun.

        Quando eu fui liberada ele me levou pra casa, sua empregada fez uma sopa quente e ele me deu um quarto quentinho. Usei uma blusa azul dele que chegava até o meu joelho.

        Quando eu já estava deitada ele entra no quarto.

        -Você quer falar sobre o que aconteceu?

        -Está bem. Eu e os meus pais estávamos passeando numa praça qualquer e começou a chover. Fomos nos abrigar numa loja, mas ela estava fechada e do lado tinha um beco sem saída que estava coberto. Nós entramos e eles apareceram. Dois garotos cada um com uma arma...

        Nessa parte eu solucei e comecei a chorar (eu era muito boa em teatro).

        -Então, eles falaram para passar tudo, meu pai deu todo o dinheiro que nós tínhamos entretanto não era o suficiente. E-eles puxaram o meu cabelo e falaram que iam me matar por nós termos pouco dinheiro...

        Ele se aproximou de mim e limpou minhas lágrimas com as costas de suas mãos.

        -Calma Erbrow, se não quiser falar sobre isso tudo bem.

        Eu solucei mais uma vez, mas mantive um olhar firme e decidido.

        -Não, eu quero que você saiba. Eu ouvi um tiro e depois outro, mas não pegaram em mim. Eu comecei a chorar e eles largaram meu cabelo e saíram rindo. Eu vi meus pais caídos e saí correndo e chorando. A chuva não parava e eu me desorientei, caí muitas vezes e depois fiquei no chão até a chuva parar. Quando ela parou eu saí andando procurando alguém e desmaiei de fome na frente do seu carro, muito obrigada. Mas e-eu não sei o que aconteceu com meus pais, eles devem estar preocupados se sobreviveram.

        Eu chorava muito e ele se aproximou mais e me abraçou por trás. Eu parei de soluçar e deitei a cabeça no seu ombro.

        -Não me deixa sozinha amanhã, posso ir para o trabalho com você?

        Eu levantei a cabeça mirando os olhos negros dele, meu olhar era carente e amuado, seria muito difícil ele me negar algo. Eu havia inventado aquela história como parte do plano e tudo ia muito bem.

        -Tudo bem. Você vai comigo, eu irei te deixar na minha sala e você não vai sair de lá.

        -Obrigada de novo. Você é muito gentil. É bom saber que mesmo com tantos assassinatos e crimes ainda existem pessoas boas como você. Eu tenho muito medo de Kira, ele mata os criminosos no entanto ainda não percebeu que é um. Mas eu sei que agora eu tenho você pra me proteger.

        Aquilo havia sido o golpe fatal. Não fazia parte do plano, mas a idéia me pareceu muito boa. Senti seu corpo ficar menos a vontade quando eu citei Kira, mas ele disse:

        -Tudo bem, eu te protejo.

        Depois ele foi pro quarto dele dormir. Fui acordada cedo pela empregada com roupas muito lindas, eram de marca e muito boas.

        -O patrão pediu ontem para entregarem hoje para você. Ele acha que devem dar, mas qualquer coisa ele trouxe um número menor e um número maior.

        -Muito obrigada.

        Tomei um banho e vesti a roupa, era um vestido roxo com detalhes prateados no busto, ia até o joelho terminava em V e era de uma alça só.

        Também trouxe sapatos de salto alto, prateados.

        Depois de eu estar pronta e com o cabelo arrumado ele bateu na porta, ao entrar me apareceu com um colar lindo de prata com um pingente em formato de coração. Ao redor do pingente tinham pedras preciosas, eram topázios, da cor dos meus olhos.

        -Muito obrigada, eu nunca tive uma jóia tão linda. Deve ter custado uma fortuna, você não devia fazer isso para mim. Eu já estou incomodando, não gaste mais comigo.

        -Você nunca será um incômodo, meu anjo.

        Ele colocou o cordão em mim e depois pegou dois brincos que faziam par com o cordão, ambos de prata com um topázio cintilante no centro.

        Fui com ele ao seu trabalho e passei o dia em seu escritório o observando enquanto realizava seus afazeres. Minha atuação de menina indefesa e traumatizava estava realmente brilhante, eu estava merecendo o Oscar.

        Almoçamos em um restaurante caríssimo e muitíssimo chique, mas com o meu vestido eu não destoava, pelo contrário estava linda e elegante.

        Ao final do expediente ele me disse para ir para a casa que ele chamaria um táxi, fiz questão que ele fosse comigo entretanto ele tinha uma reunião, então falei que o esperaria no escritório. Depois de muito trabalho o convenci a me deixar ficar lá.

        Ele subiu para o décimo nono andar e logo depois eu subi. Estava escorada na porta ouvindo quando eu vejo Matsuda vir correndo em minha direção.

        Não sei quem estava mais surpreso eu ou ele, definitivamente aquilo era uma cena inesperada. Fiz sinal para que ele ficasse quieto e que escutássemos, mas nessa hora Matsuda tropeçou e fez um barulho, abriram a porta e nós dois caímos no chão.

        A primeira opção que me veio na cabeça foi continuar com o meu papel de garotinha indefesa e inocente e falar que Matsuda viera correndo na minha direção e eu nervosa tropecei e bati na porta. Mas iriam desconfiar de Matsuda  talvez até matá-lo já que com o que eu ouvi tive a confirmação que Kira estava naquela sala.

        A primeira opção foi descartada, então estava na hora do improviso. Saí correndo e abracei Namikawa firmemente.

        -Namikawa, desculpa. Perdoe-me, eu não queria interromper. E-eu ouvi uns barulhos e fiquei com medo, subi para cá, o andar para onde eu havia visto você subindo. Qua-ando Che-eguei – Eu gaguejava e soluçava em seu terno, contendo as minhas lágrimas falsas – ele estava na porta. Que-e-ria anunciar uma menina pra vocês, uma mo-o-delo chamada Misa Amane. Ele ia entrar quando eu tropecei e cai-í em cima dele. Desculpa.

        Matsuda me olhava com um misto de surpresa e agradecimento. Eu o havia ajudado muito.

        -O que faremos com ele? –Perguntou um homem qualquer

        -Vamos pensar. E a garota ela pode ter ouvido algo. Qual o nome de vocês?

        -Não façam nada com a garota. – Interveio Namikawa em meu favor.

        -Vamos nos acalmar todos e pensar.

        Levaram eu e Matsuda para uma salinha e nos deixaram lá enquanto discutiam o que fariam conosco, com certeza, eu ficaria bem com Namikawa a meu favor, mas o problema era Matsuda, ele tinha estragado tudo.

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        Matsuda’s POV

      Eu não acreditava no que acontecia. Eu havia achado OnYeen, invadido a sala onde estaria Kira e corria risco de vida. Apertei o meu cinto duas vezes enviando sinal a Riuuzaki e comecei a falar:

        -OnYeen, o que...

        -Quieto.

        Então ela me puxou para um canto onde nós dois ficamos espremidos e muito próximos.

        -Podemos falar aqui, esta sala tem câmeras e esse é o único ponto cego.

        -OnYeen, o que faz aqui?

        -O mesmo que você, investigando. Riuuzaki te mandou aqui?

        -Não eu vim por conta própria.

        -Baka. Isso é perigoso, eu vou sair viva, mas você... tenho minhas dúvidas.

        -Quem é aquele homem que você abraçou?

        -É o meu passaporte pra sair daqui viva. Eles vão querer te investigar, então confirme a minha história de que você só quer promover a Misa. Se perguntarem você não me conhece e não faça essa cara de surpreso. – Nessa hora ela me pressionou na parede e seu rosto se contorceu em raiva. – Se você contar a Riuuzaki que me encontrou aqui eu vou convencê-los a te matar antes mesmo de você piscar os olhos, entendeu? Já percebeu que eu sou uma boa atriz, você também quer testar se eu tenho carisma o suficiente pra fazê-los te matar?

        -E-eu entendi.

        -Eles estão entrando, cuidado.

        Eu nunca havia imaginado que OnYeen pudesse ser tão amedrontadora, nem parecia aquela garota gentil e doce que ficava quieta apenas observando as investigações. Não sabia como ela havia parado ali com aquele vestido roxo que tinha ficado lindo nela, mas se ela havia conseguido isso, com certeza, conseguiria descobrir se eu havia contado ou não sobre tê-la encontrado ali para Riuuzaki.

        Ela correu e se sentou encolhida num canto do sofá, em segundos sua face se tornou amedrontada e cheia de culpa, jamais vi uma atriz tão boa.

        Sentei no outro canto do sofá ainda assustado e um pouco amedrontado tanto pela minha situação perigosa quanto pelas palavras frias de OnYeen. Eles entraram alguns segundos depois.

        -Qual é o seu nome?

        - Taro Matsui. Eu vim promover a atriz Misa Amane, seria muito útil aos negócios da sua empresa, posso chamá-la agora mesmo.

        Mostrei uma foto dela para os dois homens que me interrogavam.

        -Vamos ver. Mas antes, você aí garota. Namikawa vai falar com você em outra sala.

        O homem a puxou pelo braço e ela fez uma careta de dor e começaram a brotar lágrimas dos seus olhos. Até eu que sabia que era apenas teatro fiquei comovido com aquela cena, seria difícil fazerem mal a qualquer pessoa com aquele rosto.

        Quando o homem voltou e sentou-se ao lado do que também me interrogava meu celular tocou, era Riuuzaki.

        -Iaí, vamos tomar uma cervejinha no sábado?

        Eles me fizeram colocar o telefone no viva-voz.

        -Sábado, não dá não.

        -Por que? Ta enrascado com dinheiro de novo?

        Enrascado... Riuuzaki queria saber que eu estava enrascado, iria dar uma pista de quem poderia estar comigo.

        -Você me conhece... He He... To mesmo enrascado eu ando sem nenhum dinheiro, mas de vez em quando aparecem umas pessoas que nos ajudam né?

        -Ok. É uma pena você não poder vir. Tchau.

        -Tchau.

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        L’s POV

      Matsuda aquele baka. Por que havia realizado esse ato tão imbecil, tinha que ser ele mesmo.

        Fiquei um pouco surpreso quando ele falou que tinha alguém o ajudando. Quem poderia estar ajudando? Só tinha duas opções: Algum empresário ou Kiia. Provavelmente seria a segunda. Aquela não foi a primeira vez que eu me arrependia por ter deixado Kiia vir comigo ser minha secretária, no entanto foi a vez que eu mais me odiei por ter falado aquela simples frase que havia me deixado tão limitado.

        Eu tinha que protegê-la acima de qualquer caso, Watari não havia conseguido achá-la para entregar-lhe dinheiro e agora ela estava metida naquilo até o pescoço.

        Rapidamente formei algumas teorias em minha cabeça de por que ela estava lá. Independente da teoria eu torcia para que ela estivesse bem.

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        OnYeen’s POV

      Eu fui arrastada e jogada em outra sala onde Namikawa apareceu. Corri em sua direção assustada ele me levou até o sofá e sentou ao meu lado, passou o braço sobre os meus ombros me protegendo. Eu deitei a cabeça em seu ombro e contive as lágrimas falsas, achei que poderia ser exagero.

        -Desculpe. Eu fiquei assustada lá embaixo, eu ouvi alguns ruídos e quis te ver. Perdoe-me, eu não queria atrapalhar. E aquele homem, ele também não estava fazendo nada errado, só queria promover a modelo dele.

        -Calma. Vai dar tudo certo.

        Nessa hora entrou outro homem, chamado Higuchi. Ele não era elegante como Namikawa, era bruto e tinha um brilho malicioso no olhar.

        -É o que veremos. Você ouviu alguma coisa gatinha?

        -Não. Eu conversei um pouco com aquele homem que tinha acabado de chegar ali até que eu tropecei vocês abriram a porta e eu caí.

        Inconscientemente quis me afastar daquele homem e me aconcheguei mais em Namikawa.

        -Então está tudo bem. Mas você, Namikawa, vai ter que deixar as suas namoradinhas em casa.

        Quando eu levantei a cabeça para encarar aquele homem asqueroso eu vi um monstro, tinha cabelos roxos e usava roupas estranhas. Eu nunca tinha visto nada igual, contive o impulso de gritar, mas me agarrei a Namikawa.

        Eles acharam que eu estava com medo de Higuchi parecia que ninguém ali estava vendo aquele monstro. Ao me ver o monstro também fez uma cara de espanto e fez um sinal com a cabeça apontando discretamente para Higuchi. Então ele estava com o homem asqueroso... Assim Higuchi era Kira, mas porque eu podia ver aquele monstro, Namikawa não parecia poder vê-lo.

       

Continua...


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Notas finais do capítulo

Essas notas finais só servem pra uma coisa: pedir reviews...
Então vou honrar a tradição e fazer isso mesmo.

Ministério da Saúde adverte: Reviews fazem bem a saúde e não fazem a mão cair.

(Acho que esse foi o meu pedido de review mais tosco o_o)