O Retorno escrita por Abraxas


Capítulo 3
Capítulo 3: A Imperatriz e o consorte.




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O grupo fica estupefado devido pela atitude da mulher quanto pela revelação que lea é a "Mestre dos Magos".

Incrédulo, Hank pergunta novamente:

— Você é a "Mestre dos Magos"?!

— Sim. - confirma levantando-se do chão. É um título milenar dado ao mais poderoso e habilidoso Mago do Império Aspisiano. Bem... Sei que, historicamente, o título é muito mais antigo, entretanto tem significância imperial. Tudo bem que por vezes é contestado, mas...

— No passado, nós fomos trazidos por um "Mestre dos Magos". - interrompe Diana.

— Passamos por muitas aventuras... - diz Bob.

— ...mas foi há mais de 5000 anos atrás. - completa Eric. Fomos "abduzidos" por este "Mestre dos Magos" quando éramos crianças. Por isso voltamos. A Magia que nos trouxe aqui continua ativa. Gostaríamos de saber o porquê, apesar de todos estes anos, ainda estamos "ligados" a este Mundo?

A "Mestre dos Magos" observa o rapaz.

— Se são o que dizem estes uniformes, os guerreiros sagrados de Marduc são os defensores do nosso Mundo. Normalmente, são crianças, pois só a pureza dos seus atos podem desafiar o Mal. Porque nãoi podem ser seduzidos por aquilo que não conhecem. No livro sagrado de Marduc explica isto. O que não entendo, por que o poder dos seus uniformes continuam ativos? - indaga a mulher.

— Será que somos ainda necessários? - pergunta Presto.

— Se fosse, seriam crianças. - retruca. Além do mais, temos muitos heróis neste Mundo. Na História, nunca teve um período tão longo de Paz. Bem...

E a mulher faz uns gestos e aparece um livro flutuante na sua frente.

— Vamos ver... Tiamat contuna presa. Lilith Astarte continua no seu exilio... Irman Zoroastro está preso. O Rei Nergal está no deserto sem fim. Malekitt continua no cristal dos antigos. Ahriman continua no Inferno. Os profanos estão na torre de Saoshyant... Não. Não há uma conspiração ou revolta em andamento. O casal real está bem... Não. Não há nada de errado.

O grupo fica surpreso ante as revelações da mulher. Por causa dessas informações, todos ficam intrigados devido a quantidade de inimigos como também o fato que não há nenhuma ameaça aflingindo este Mundo.

A Mestre dos Magos observa o grupo com curiosa peculiariedade, todavia ela diz um comentário, no mínimo, estranho:

— Bem... Diante das revelações, eu vou permitir que passam a noite aqui. Amanhã de manbhã, vou leva-los até as suas armas. Isto é, se reconhece-los... Até breve. - e desaparece no meio da escuridão da noite.

Subitamente, uma espécie de sono atinge a todos.

No dia seguinte, o Sol ilumina a todos e por causa do seu calor e iluminosidade. Ao despertarem, o grupo constata que não estão mais no vulcão, mas numa clareira próxima onde há uma gruta. A floresta ao redor é muito fechada, exceto entorno da gruta que não é encrustado em uma montanha, mas parece uma entrada subterrânea.

De súbito, uma voz conhecida saúda a todos:

— Bom dia! Espero que tenham descansado bastante, pois vão precisar de toda energia que tiverem economizado.

O grupo ainda está atordoado devido a incrível mudança do acampamento. Afinal, estavam instalados no vulcão e, como passe de mágica, estão nas mesmas posições que os objetos estavam na cratera.

— Como nos trouxe aqui?! - pergunta Presto. Caramba!!! Até o trem!?! E ainda sim, no mesmo lugar!!!

Com os braços cruzados, Argana, a Mestre dos Magos, alisa o seu imenso e sedoso cabelo negro e responde:

— Magia. O que mais? - indaga.

— Incrível! Eu via essas quando criança e agora a presencio novamente. - e uma lágrima escorre do rosto do mágico.

A mulher o olha com um certo desdém.

— Ora... Isto não é comum em seu Mundo? Afinal, não foi um ritual que nos trouxe para cá?

— Foi uma coisa chamada Ciência que nos trouxe. - responde Eric.

Novamente o mesmo olhar de desdém da Maga.

— Uma coisa chamada "Ciência" que se utiliza Magia para viajar até aqui? Então deve ser Magia também. - conclui a Maga e caminha sensualmente até a gruta.

— Bem... Senhoras e senhores, até agora vejo que vocês são um grupo de pessoas que estão transvestidos de guerreiros sagrados de Marduc. Se as armas os aceitarem, aí sim, eu os levarei até a nossa Imperatriz. Com direito a honras imperias.

— Se as armas nos recusarem? - pergunta Diana.

— Eu os mato e guardo os uniformes na gruta. - diz a Maga com toda a calma do Mundo.

Um ar gélido corta a todos os presentes.

— Querem faze o favor de me acompanhar? - só aí a Maga dá um sorriso simpático.

Seguindo as ordens da "Mestre dos Magos", o grupo entra na tal gruta.
Como o local é muito escuro e a descida só é iluminada pela Luz da entrada da gruta. Quando a iluminosidade começa a desaparecer, a Maga produz uma pequena esfera de Luz. Assim evitou muitos tropessões e quedas.

Depois de uns minutos de descida, a Maga pára e faz um gesto que acende todas as tochas do local. O lugar é uma espécie de salão subterrâneo, onde se vê inúmeros objetos envoltos num líquido viscoso.
O grupo reconhece as suas respectivas armas e constatam que eles não sofreram nenhuma mudança. Apesar de se passar milhares de anos.

— Bem... Aí estão! - diz a mulher. Quem vai ser o primeiro a pegar a sua arma?

Corajoso, Hank não hesitou em ir em direção do seu arco. Ao colocar a sua mão no líquido viscoso e segurou, firme, a sua arma. Demorou uns segundos nesta posição.

— O que houve?! - pergunta a Maga. Algum problema?!

Surpreso, Hank comenta:

— Eu... Eu não estou sentindo mais a viscosidade em volta do meu braço depois que toquei no arco.

— Puxe, arqueiro. - ordena a Maga.

E assim foi feito.

Quando a arma sai do local, uma energia envolve o caçador de recompensas. Uma iluminessência muito forte que quase cega todos os presentes. Quando cessa, algo mudou, o uniforme e o arco modificaram-se. O visual do loiro lembra daqueles arqueiroa lendários de contos de fada e o arco é idêntico aos arcos olímpicos, só que sem a corda.

— Ora... Ora... Parece que a arma o reconheceu... - diz a Maga.

Todos ficam estupefados ante a transformação do arqueiro. O visual ficou tão espetácular que Bob se ofereceu para ser o próximo. Ficou tão ansioso que não pensou duas vezes em por a sua mão em seu velho tacape e o retirou com rapidez.

E a história se repetiu.

Bob se transformou. O chifre continua, mas o uniforme mudou. O justiceiro vestia uma camisa de couro de búfalo, como também as calças e as pesadas botas são feitos do mesmo material, além de adquirir uma capa pesada e peluda. O seu tacape aumentou de tamanho e forma.

Parecia um taco de beisibol, só que mais grosso. Satisfeito, Bob diz:

— Melhorou... Agora pareço um bárbaro!!!

— Mas chifre continua. - ironiza Presto.

— Porém estou muito mais assustador, não acha? - e avança em direção do mágico.

Sentindo que se meteu em enquenca, ele se esconde atrás da irmã do bárbaro.

— Presto!!! Fique longe de minha irmã!!! - ordena Bob.

— E perder a oportunidade de segurar a cintura desta Deusa?! Nunca! - e ri.

Nisso, Scheila dá uma leve cotovelada no mágico.

— Tarado! - reclama a mulher fingindo irritação.

O golpe era tão fraco que quase o mágico não o sentiu.

— Pôxa, Scheila! Para a gente não tem isso. - e a beija no rosto.

Hank vê a cena e fica sério, mas nada diz. Enquanto a ruiva sorri, não pelo gracejo do amigo, mas pelo ciúme do seu amado.

— Preeeesstooooo!!! - ameaça Bob.

Nisto, o mágico vai até o seu capuz e o puxa. E uma nova transformação acontece. Presto está com as mesmas roupas, porém ele tem um colete dourado com várias letras de um alfabeto desconhecido em escarlate.
Enquanto Bob se aproxima, Presto põe a sua mão no seu capuz e dela saiu uma única pompa branca entre os seus dedos.

— Acho que o seu encantamento não deu certo, Presto. Como sempre... - diz um pouco desanimado o bárbaro.

— Pela primeira vez na minha vida, este capuz me obedeceu! A minha magia deu certo!!! - e solta a pompa que voa e é acompanhada por dezenas de outras que saiam do chapéu. Agora sou um mago de verdade!!! Mestre dos Magos, eu consegui!!! - grita emocionado.

Enquanto isso, Argana o olha com um certo desprezo. Ao contrário dos outros que ficam felicíssimos.

— Hunf! São mesmo crianças... - cospe o comentário em meio da histeria coletiva provocada pelo mago.

Em seguida foi a vez de Diana, o bastão não só aumenta de tamanho como se dividia em três, dois ou em mais partes, ligados a um fio, tantas partes que o objeto se transforma num chicote ao desejo de seu usuário. O curioso que não houve uma mudança no traje, só uma espécie de película que envolve todo o corpo da atleta, exceto o rosto e o cabelo.

Scheila retirou a sua capa. Ela foi a única que não sofreu nenhuma mudança na roupa, mas a capa não tem a habilidade de torna-la invisível, agora é uma poderosa armadura e, agitanto, o acessório joga uma quantidade impressionante de pequenos dardos metálicos. Além do mais, no interior da capa há um kit para uma ladra. O mais mistérioso é o fato que a bibliotecária, sem nunca estudar o assunto, adquiriu este conhecimento dos ladinos.

O empresário foi o que teve uma estranha surpresa. Além do seu escudo, Eric ganhou uma espada. E tão poderosa quanto o escudo. O seu traje deu uma espécie de uma força adicional, quase uma super-força, e uma certa invulnerabilidade.

Só aí, a Mestre dos Magos diz a Eric:

— Quando você tiver diante de um Dragão, virá um corcel encantado com uma lança-de-justa. Acho que sabe muito bem o porquê deste acessório, cavaleiro?

Eric estava tão feliz que nem respondeu à Maga.

Diante do encantamento de todos, Argana pede a atenção de todos e diz:

— Agora que sabemos que são os escolidos de Marduc, devemos nos apresentar a nossa Imperatriz. A única líder do único estado organizado deste mundo.

Felizes e satisfeitos, o grupo sai da gruta radiantes. Ao contrário de Argana Kamrusepas, que fica em silêncio e circuspecta. Observadora, Diana pergunta o porquê de tanta sobriedade.

— Como as armas os reconheceram, isto garantiu as suas vidas. - diz a Maga. O problema é o fato que as mesmas adaptaram-se aos seus padrões mentais. Mesmo sendo adultos...

— O que significa? - pergunta a atleta.

— Problemas... Muitos problemas...

Ácido, Eric pergunta a Mestre dos Magos:

— Então? Você não vai desaparecer?!

— Como?! - exclama a Maga.

— É! Desaparecer, sumir! E depois de deixar algum enigma, uma charada, para que possamos resolver para acharmos a tal Imperatriz, como aquele nanico faria.

A Maga faz uma cara engraçada demostrando surpresa.

— Você é algum idiota ou algo parecido?! Se eu disse que vou conduzi-los até a Imperatriz, eu vou faze-lo! Eu não sou uma pessoa de charadas ou similares.

— Sabe o que é, Mestra, o antigo Mestre dos Magos nos dava estes enigmas para que pudéssimos resolver. Acho que era uma espécie de rito de passagem... - explica Scheila à Maga.

— Então, realmente, vocês eram idiotas! Isto só é passado aos aprendizes que nunca tiveram contato com a Magia. São pequenos testes para avaliar a capacidade intelectual de cada um, como também, a personalidade. Istro só é ensinado às crianças de cinco a seis anos... Qualquer mago iniciante sabe disso.

Nesta hora, todos ficaram constrangidos diante do comentário da mulher.

Para quebrar o clima, Hank pergunta a Maga:

— Mestra, você vai nos teletransportar até a Imperatriz?

Argana faz uma expressão simpática para o loiro.

— Não, meu amor... E perder a oportunidade de nos conhece-mos melhor, como também, testar as suas aramas e habilidades? Nunca! Vamos dar um belo passeio até a capital do Império.

— A pé?! - pergunta Eric.

Para o empresário, a Maga faz uma expressão oposta ao Hank.

— Não, anta! São quarenta kilômetros! Vamos de carruagem! Odeio caminhar pela floresta, sempre sou obrigada a estourar uma centena de Hobgoblis. Sabe, o sangue deles fede muito...

O grupo fica sem graça por causa do comentário psicopático da Mestra dos Magos.

— Aqui não tem um "Green Peace"?! - pergunta Bob.

Arqueando as sombrancelhas e colocando as mãos na cintura, a Maga responde:

— Por acaso, vocês sabem quantos Hobgoblis nascem por dia? "Green Peace", rá!

Todos ficam desconfiados. Como ela soube da ação de uma ONG que só existe na Terra?

E como tivesse lido a mente de todos ali, a Maga responde:

— Vocês têm as armas, não é? Elas tem lembranças de vocês e vice-versa. Criou-se um vínculo mental entre vocês e seus acessórios, certo? Eu só estabeleci um vinculo entre as suas armas e suas mentes. Agora sei tudo sobre as suas memórias. Pena que não podem fazer o mesmo... - e olha para o Presto. Também com um Mago tão incompetente...

Presto retruca.

— No meu mundo, não existe Magia!

— Azar o seu nascer num mundo tão primitivo. - responde. Não é a toa que quiseram retornar para cá... Bem, vamos logo sair daqui. Este lugar cansa a minha beleza. - e alisa, delicadamente, o seu próprio rosto.

Nisto, Argana levanta os braços e estala os dedos. Emseguida, uma poeira brilhante surge trazendo uma belíssima carruagem com 4 cavalos.

— Vamos subir? - pergunta a Maga.

No interior da carruagem é muito mais espaçosa do que aparenta externamente. O grupo se instala de uma maneira confortável, já Argana parecia uma lady. Tanto no modo de sentar-se quanto na forma de pedir ao veículo que os leve à capital do império.

Observadora, como sempre, Diana comenta à maga.

— Quando entremos, eu não reparei que a carruagem tinha cocheiro...

— É precisa?! - conclui a Mestra dos Magos.

— Com licença, Mestra. - começa Hank. Nós temos muitas perguntas a fazer, senhora...

— Senhora? Senhora?! Eu estou ficando velha?! - como um relâmpago, um espelho surge na mão da mulher que reflete o seu rosto e a maga examina a sua face.

— Não! Não! - tenta se desculpar pela gafe. Acho-a linda, Mestra. Eu só queria demonstrar respeito por sua autoridade.

Os olhos da maga brilham.

— Ah! Que gracinha... - e o espelho desaparece. Você acha?! Que bom! - e dá um sorriso simpático.

Diana cochihando no ouvido da amiga.

— Scheila, a maga tá afim do Hank...

A bibliotecária fica com uma expressão em burrada.

— Eu reparei... - fala baixo.

Eric, sabendo que não atraiu a simpatia da maga, mas pouco se importando com isso, pergunta para a mulher:

— A Mestra poderia explicar a história deste mundo desde da nossa saída até o nosso retorno? Percebo que és uma pessoa de muitos conhecimentos...

O olhar de desdém da maga para com Eric é tão explícito que chega a ser hilário.

— Certamente. Creio que vocês sejam da época anterior ao primeiro conflito de Tiamat. Depois que vocês partiram, o Mal que possuia o nosso mundo fôra dissipado, porém isto foi ilusório. Algo alterou Tiamat, que era um animal como qualquer outro, desenvolveu uma inteligência fora do comum. Mais tarde, descobrimos que foi Ahriman que fez isto.

— Quem é esse cara? - pergunta Bob.

— Se existisse em seu mundo, ele seria chamado de Diabo, a encarnação de todo Mal. - responde a maga. Ele e seu irmão, Ormuzd, lutavam durante séculos pela supremacia deste planeta. O irmão de Ahriman era o seu total oposto. Não é preciso dizer as batalhas titânicas que a dupla travava entre si. Desde em confrontos diretos, até manipulação de outros seres e entidades. Então, um dia, eles se anularam.

— Anunlaram? - exclama Presto.

— Deixaram de existir. Acho que foi a forma que encontraram para se derrotarem. A destruição mútua. Entretanto, a essência deles se espalhou por todo o planeta, entidades e seres tentaram ocupar o lugar das duas entidades ou deuses. Dizem alguns... Poderia dizer toda a história deste mundo nos últimas 5000 anos, mas não seria útil para vocês. Só vou explicar os mais antigos seres existentes deste mundo...

— O que aconteceu com Tiamat? - pergunta Eric interompendo a maga.

— Não se sabe... - responde um pouco irritada. Acredita-se que tenha morrido, mas Ahraman deu muito poder a ela. Não seria nenhuma surpresa se voltasse dos mortos.

— Quais são as ameaças atuais deste mundo? - pergunta Scheila. Você ia explicar sobre elas.

— Bem... Fora Tiamat, existe uma necromante, uma mulher que tinha um medo imensurável de morrer e fez um pacto com Ahriman, diz a lenda, que ela era uma grande heroína, antes da chegada dos irmãos e ela ouviu a proposta de ambos, mas acabou sendo seduzida pelo Mal em troca da Vida eterna.

— Ela deve estar com uma aparência horrível... - ironiza Eric. Se o "tinhoso" for como nas lendas de nosso mundo.

— Aparência? É a coisa mais fácil de se modificar quando se tem poder mágico, cavaleiro. - diz a maga sabendo que Eric ficaria irritado com isso. Lilith Astarte é uma das mulhres mais belas deste mundo. O problema é a alma dela. Ela é inteligente, educada, carismática, mas muito perigosa. Tomem muito cuidado com ela.

— Por quê? Ela come gente? - debocha Eric.

— Não. Ela é especialista de transferência, modificação e conservação de corpos. Vamos dizer que ela capture você, Eric, e esteja precisando trocar alguns órgãos. Adivinhe quem será o doador? - e a maga olha para o empresário que engole em seco.

— E essa mulher está viva até hoje? - pergunta Diana.

— Está. Ela tem um reino, ou melhor, um cemitério ao sul do Império. Os poucos habitantes de lá são pessoas seqüestradas para as suas "experiências". Cobaias humanas. Ela controla as suas fronteiras com um exército de mortos-vivos. Vampiros, lichts, esqueletos, zumbis, etc. Porém, faz séculos que lea não se manifesta deste que Irman Zoroastro lacrou as fronteiras do seu reino.

— Esse cara é um dos mocinhos? - pergunta Bob.

— Não, pior! É um vilão que pensa que é herói.

A carruagem continua a sua viagem na tal floresta alienígena. Nas copas das árvores, os pássaros voam no céus devido a uma criatura que salta entre os galhos para seguir o veículo a qual transporta os nossos heróis.


No interior da carruagem, o grupo debate sobre a narração de Argana, que explica, detalhadamente, sobre os maiores inimigos do Império Aspisíneo.

Todos estão curiosos por causa de um nome.

— Irman Zoroastro é um clérigo que tem um profundo conhecimento mágico. Tanto que é chamado de padre-mago. Creio que é um dos maiores teóricos de Metamagia do Império. Graças aos seus conhecimentos, tivemos muitos avanços no campo místico. Alguns magos passaram a viver mais e melhor com os seus conhecimentos. As suas ações sociais em prô dos camponeses desfavorecidos e suas linhas de damarcação de fronteiras, que impede o avanço de seres selvagens aos reinos estruturados, permitiu uma Paz nunca vista nos últimos tempos.

— Se ele fez tantas coisas boas, por que ele é considerado um vilão? - pergunta Diana.

Argana abaixa a cabeça.

— Ele quer trazer o Titã Ormuzd de volta a este mundo...

— É daí?! Pelo que me lembre, esse tal de Ormuzd não é o cara inimigo do senhor do Mal? Não entendo o porquê de ser considerado vilão? - indaga Diana.

— Quando o Titã Ahriman chegou a este mundo, o seu irmão surgiu para dete-lo. Como uma espécie de equilíbrio. Uma sombra. Ambos lutaram por séculos, o preço foi muito alto. Nenhum reino se mantinha estabilizado por muito tempo, era como se regredisse à idade das trevas. Quando ambos desapareceram, finalmente este mundo conheceu a liberdade. Agora pensem. Se Zoroastro conseguir invocar o Titã Ormuzd para eliminar todo o Mal deste mundo, quem virá para estabelecer o equilíbrio novamente? - conclui Argana.

— Entendi... O tal Zoroastro tem boas intenções, mas pode destruir tudo que foi conquistado. - completa Diana.

— Exato! Zoroastro não acredita nesta explicação. A teoria do equilíbrio.

Como religioso, ele acha que todo Mal deve ser exterminado. - diz a Mestre dos Magos.

— Para conceber a beleza devemos conhecer a feiura para que possamos entender a mesma. Entretanto, a beleza está ligada na harmonia, irmã gêmea do equilíbrio. - filosofa Hank. Agora entendo o porquê dele ser um vilão.

— Peraí! Se que ele pôde prender a tal Lilith Astarte, por que não a destruiu? - pergunta Eric.

— Uma coisa é desejar, outra é poder. - responde Argana. Ele tinha, na época, meios para dete-la, não para destrui-la.

— Atualmente, como ele está? - pergunta Bob.

— Está preso. Para aumentar o seu poder, Irman resolveu criar um catalizador da fé, um objeto que converte a fé de um indivíduo em mana. Os seus seguidores estavam buscando mais adeptos para que Zoroastro pudesse estabeler a sua "cruzada heróica" pelo mundo. Tínhamos que prende-lo e isola-lo. Pela acusação de conspiração. Para o seu próprio bem e de nosso mundo.

— Para manter o "status quo". - conclui Eric. Ótimo. O cara está preso por querer fazer o Bem. Que irônico...

— Não há revoltas ou manifestações de apoio para liberta-lo? - pergunta Presto.

— Há. Porém o próprio Zoroastro pede aos seus fiéis que respeitam as leis e acate as decisões do estado. Segundo ele, se forem lutar ou protestar contra o estado, gerará caos, umas das armas do Mal. Como ele é inimigo do Mal...

— É verdade, Mestre! - diz Hank. Entretanto, ganhará mais simpatia das pessoas, por conseguinte, mais poder...

— Suficiente para, posteriormente, ser libertado pelo clamor popular ou por um soberano que seja simpático as suas idéias. Tudo uma questão de tempo. - conclui Argana.

— Que problemão! - diz Bob.

— São uma das inúmeras e difíceis decisões da Imperatriz. Ela é uma boa pessoa. Acredito que vocês...

Súbito, a carruagem sofre um solavanco muito forte que faz a maioria dos passageiros se joguem uns contra os outros.

— O que está acontecendo?! - pergunta a Mestre dos Magos indignada.

Furiosa, a mulher sai do veículo e tem uma visão no mínimo curiosa.

Quando o resto dos passageiros saem da carruagem, constatam que estão diante de estranhas criaturas.

Os seres são, intidadmente, brinquedos e bonecos de tamanho similar aos seres humanos. Não se sabe quanto são ao todo, mas se sabe que estão cercando a carruagem. Um desses "brinquedos", uma boneca vestida de bailarina pergunta à Mestre dos Magos:

— Aonde está o nosso Mestre? Diga-mos, bruxa! Aonde está o Lorde Malekitt?!

Os "brinquedos" repetem o ultimato ao grupo, exigem a localização de seu Mestre. Argana cruza os braços e diz:

— Se não é o "Circo Encantado"? Que prazer vê-los aqui.

— Onde está o nosso Mestre? - pergunta novamente um dos "brinquedos".

— Sinceramente, tive informações a respeito do seu exílio, mas será uma longa viagem. Vocês conhecem a ilha de Lodos? Existe um erimita que tem informações a respeito do seu mestre. Eu poderia utilizar a minha Magia para ter precisão do local que se encontra, mas ele faz um esforço danado para ocultar-se...

— Não importa. Nós o acharemos. Como é esse eremita?

— É um que vive nas montanhas de Goodin. Não tem erro, mas, cuidado, ele odeia visitas...

— Sem problema. - diz outro boneco. Ele irá nos receber. Vamos irmãos!

E a turba desaparece no meio da floresta.

— Mas o que foi isto?! - exclama Diana.

— São animais de estimação que sentem falta do seu dono. - explica a Maga.

— O que são eles e quem é o seu dono? - pergunta Eric.

A Mestre dos Magos respira fundo e dá uma resposta elucidativa.

— É um duende de grande poder, porém com uma mentalidade de uma criança de cinco anos. Aquilo que vocês viram são brinquedos dele. Separados, ambos são inofensivos. Porém juntos, é um perigo em potencial. Malekitt não tem malícia, mas tem um imenso poder, já os "brinquedos", e, principalmente, o "Circo Encantado", são manipuladores cruéis. Eles eram um grupo circense intinerante, mas criminoso. Seqüestravam crianças, saqueavam vilarejos que tinham pouca segurança e etc. Eram um bando de oportunistas, então, um dia, sequstraram o duende errado. Mesmo transformados, o Circo foi uma influência muito "negativa" para o "garoto". Tivemos que isola-los para sempre...

— Onde está o "garoto"? - pergunta Eric.

A Maga questiona o empresário:

— Por que quer saber? Por acaso vai vender a informação para o "Circo"?

Eric fica constrangido.

— Nem todo mundo é idiota como a gente, Eric. - sacanea Diana.

— Foi só uma pergunta inocente, só isso! - defende-se.

— Sei. - ironiza a atleta.

A viagem segue sem mais problemas.

Depois que o grupo atravessa a floresta, a carruagem segue numa estrada de terra batida e como pedras niveladas. O local é uma planice com poucas árvores, um céu azul, campo de flores, insetos, pássaros. Típica paisagem de contos de fada. Um lugar lindo.

— Nem parece que estamos num planeta alienígena. - observa Bob.

— Nunca vi algo tão bonito. - concorda Scheila.

A viagem segue. Os nossos heróis, depois de horas de uma exuastiva jornada, chegam aos portões da fronteira.

O local é um muro com uma giagantesca porta e com alguns guardas de sentinela. A Maga vai até eles e conversa com os vigias. Momentos mais tarde, todos são intimados a sair da carruagem. Inspeção de fronteira.

Todos são revistados.

Lógico que Bob ficou furioso diante da revista de sua irmã, mas se controlou. Fora isso, não houve problemas.

Depois que passaram da fronteira, a Maga comenta:

— Há algum distúrbio. Os guardas estão tensos...

— Como assim? - pergunta Hank.

— Os guardas disseram que algo passou pela fronteira. Não era de origem mágica, mas tinha grande velocidade e número. Todo cuidado é pouco, apartir de agora.

Todos ficaram apreensivos, exceto Eric, que apenas escrevia algo em seu celular...

A carruagem finalmente chega na área urbana da capital do Império Aspisíneo, Seifas, depois de alguns dias de viagem. A impressão que se tem do Império é maior que do que a "terra selvagem". ( Fato que não deixa de ser verdade. ) Os nossos heróis estavam cansados e entediados, por isso todos descansaram numa daquelas pensões da capítal.

A cidade é um pouco anacrônica. O visual de um vilarejo da idade média, mas tem um excelente sistema de água e esgoto. As pessoas são limpas e cheirosas, possuem uma boa aparência e saúde. A explicação de Argana foi que Irman Zoroastro educou muito dos seus adeptos e as pessoas da capital começam a imitá-los. Isto há 150 anos atrás. A Imperatriz fez um projeto de educação social que evitou o surgimento de muitas doenças.

— A capital de nosso Império é um modelo de limpeza e educação para todo mundo. - diz Argana com orgulho.

— Noto que não tem cavalos ou qualquer sistema de tração para transporte de mercadorias. Como vocês fazem isto? - pergunta Eric.

— Magia. - responde Argana. Todo transporte é feito por recursos mágicos. Se posso criar um sistema alternativo de transporte, para que animais? Sem despesa ou ônus de qualquer espécie.

— Agora entendo o porquê de nos chamar de primitivos... - conclui Presto.

— Este mundo não tem certos recursos tecnológicos. Tudo gira em torno da Magia. - conclui Eric. Sem Magia, este paraíso acaba.

— Por isso que o ensinamento mágico é democrático. - diz Argana. Não é justo que alguma elite mística determine quem detém ou não o poder mágico. Já que todos podem possuir um pouco deste recurso fica mais fácil termos uma justa e igualitária sociedade, onde todos respeitam as suas diferenças e liberdades.

— Não há crimes aqui? - pergunta Bob.

— Há, mas de uma intensidade infinatamente menor do que no seu mundo. A justiça funciona e os criminosos sabem que serão punidos. O criminoso é tratado como doente e que o é. Todavia, dependendo da gravidade do seu crime, será eliminado da sociedade ou não.

— Morto? - precipita Eric.

— Exilado. - corrige Argana. Acredite. Aqui é pior do que a morte.

— Parece que o dinheiro aqui não é tão importante . - comenta Hank.

Como também a ostentação, vaidade material, poder...

— Isto tudo existe aqui, Arqueiro. Entretanto, surge a pergunta: "Para que?" Se todos podem ter as mesmas coisas, materialmente falando, para que ostentar se o outro pode fazer a mesma coisa? O que nos resta está no caráter e no conhecimento. Aqui é a sociedade do ser e não do ter.

— E eles são felizes? - pergunta Diana.

Sabiamente, Argana responde:

— Não sei. Depende deles...

Subitamente, a maga se levanta da sala de espera daquela pensão e diz que vai sair dali. Antes de partir, Eric pergunta à mulher:

— Como vamos "pagar" a nossa permanência nesta pensão? Afinal tem que existir um sistema de troca, não é verdade?

A Mestra dos magos sorri e responde:

— Não necessariamente. Aqui "trocamos" conhecimento mágico, mas não da maneira monetária, porém do merecimento. Se for bem tratado, o cliente volta, a reputação aumenta, disponibilidade e acesso a mais conhecimento místico. Aqui, realmente, conhecimento é poder.

Quando a maga chega a porta, ela diz:

— Amanhã vamos ter uma audiência com a Imperatriz. Sejam bons meninos e se comportem. Isto é uma regra de ouro! Suas vidas dependem disso.

E parte dali.

O palácio imperial é um belíssimo exemplo de arquitetura deste mundo. Lembrando aqueles castelos de contos de fada, porém no seu interior uma ostentação típica dos sultôes indo-árbicos. Um luxo só. Tamanha majestade levou a um comentário entre Presto e Bob.

— "Pra que ostentar se o outro pode ter a mesma coisa." "Aqui é a sociedade do ser e não do ter. " Pára com isso! - critica Bob. Olha só isto!

— Contradição não é uma exclusividade humana. - filosofa Presto. Se este mundo foi controlado pelo Mal, talvez a opulência tenha sido preservada como uma forma de mostrar às futuras gerações o quanto era sedutor o poder.

— Se fosse isso, este lugar seria um museu... - indaga Bob.

— E é.

— A-Argana?! - balbucia Presto. Nós... e...

— Eu entendo o que vocês querem dizer. A Imperatriz vive aqui para mostrar a todos que existe um poder responsável por todo o Império. Muitos tiranos usaram este palácio para mostrar o seu nível de superiordade sobre os outros. Agora mostramos o quão tolo isto o é. Sigam-me.

O grupo segue a Mestre dos Magos pelos salões majestosos do palácio imperial. Próximo a eles estão um grupo de guardas imperiais.
Depois de andar por vinte minutos, finalmente, os visitantes chegam ao salão imperial, onde se encontra a Imperatriz.

O local é imenso, como tudo por ali. Parecia o interior de uma igreja, mas no lugar do altar estava o trono.

Sentado nele está uma garota, aparentimente, do seus quinze anos, linda, parecia uma bneca daqueles reinos encantados vendidos nas lojas de brinquedos. Grandes olhos verdes, bem tudo que aquela garota possuia era verde, até os cabelos, e com a excessão da pele que é branquíssima.

Por instinto, Eric se ajoelha e todos no grupo fazem o mesmo. Argana fica em pé e dirige-se a palavra a garota:

— Aonde está a Imperatriz, consorte?

Há um espanto geral nos terráqueos.

— As aias vão traze-la, Mestra dos Magos. - responde a garota com uma voz delicada.

Eric indaga:

— Essa não é a Imperatriz?

— Não. - e sorri. As aparências enganam, não é verdade? Entretanto, deve-se um tratamento similar a ela. A garota tem tanto poder e autoridade quanto a própria Imperatriz.

— Por quê? - pergunta Diana.

— Quando vocês verem a Imperatriz irão entender...

Minutos mais tarde, as aias trazem um espelho imenso, um de 2 metros de altura e oitenta centímetros de comprimento. Toda moldura do espelho é adornado, uma verdadeira obra de arte. Porém, observando melhor, o espelho não reflete nada.

Quando é colocado de frente dos presentes, vê-se um local escuro, como nm quarto fechado, a visão do interior do "espelho" é sombrio, mas simples, pois a única iluminação é do lado de fora. No interior do vidro, nesse "quarto", há uma cama, uma estante com livros, uma mesa e uma mulher dos seus trinta anos, com roupas simples, cabelos castanhos, caucasiana.

Só aí, Argana se ajoelha.

— Saudações, Imperatriz! Aqui estão os alienígenas que mencionei.

Do interior do espelho, a mulher diz:

— Muito bem, Argana. Sabe o que fazer, prenda-os até o que decidir-mos o que fazermos com eles.

A surpresa foi geral. A Mestra dos Magos simplesmente responde:

— Sim, Majestade.


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Notas finais do capítulo

( Fim do Capítulo 3 )



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