último Pedido escrita por uke_san


Capítulo 2
Capítulo 2




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Ouvi falar que alguns presos bateram no Ruki quando ele foi dar uma volta. Do jeito que ele é pequeno e delicado acho que ele deve estar mal. Pedi permissão para visitá-lo na enfermaria, dei uma desculpa qualquer.

E fui lá. Já estou acostumado a ver sangues em situações piores que aquela, mas aquilo me chocou. Ele estava deitado, meio consciente, com nariz e boca sangrando e ambos os olhos inchados. Por todo o corpo arranhões, um ou outro sangrando. Comparado ao que eu via não era nada. Mas mesmo assim...

Sentei em uma cadeira que havia ao seu lado e me virei de modo que pudesse ver o seu rosto.

E assim ficamos um certo tempo, somente observando o rosto um do outro. Meus olhos se fixaram então no pescoço de Ruki. Estava vermelho, com marca de dentes. Espera. Será que...? Não, não, não. Isso não pode ter acontecido. Olhei então a sua boca.

O local dos arranhões pareciam mordidas. Não posso acreditar que morderam ele a ponto de sangrar. Não acredito que fizeram isso com esse corpo tão frágil e delicado que ele tem.

Pobre Ruki. Não sabe o motivo de estar aqui, com um destino horrível e é obrigado a passar por tudo isso.

Estiquei o meu braço e toquei sua boca com a ponta de meus dedos, tomando cuidado para não machucar. Contornei sua boca, tentando retirar o sangue. Depois, apoiei minha mão na sua bochecha e continuei a retirar o sangue, cada vez mais próximo, institivamente me aproximei demais de Ruki.

Demais a ponto de não resistir a encostar meus lábios nos dele. E assim iniciei um beijo delicado, visando não machucá-lo.

Mas o que estou fazendo? Estou assediando ele, estou assediando um preso ferido! Porque eu...?! Simplesmente saí correndo neste momento e fui até o banheiro. Minha cara estava manchada com o gosto de nosso beijo: Sangue. Minha boca estava totalmente vermelho-sangue.

Passei a mão pelo sangue de Ruki em volta de minha boca.

-Mas o que foi que eu fiz?!

*************

Já estava de volta à minha cela. Não sei, mas senti falta dela. E estou sozinho. Sabe, é estranho. Não quero ver Reita amanhã. Não sei onde vou colocar a minha cara.

Será que ele tem a mesma intenção que aqueles presos? Tenho vontade de descobrir. O jeito que ele me beijou... Foi tão suave... Mas porque ele saiu correndo? Estava confuso. Quero, mas não quero ver Reita. Será que deu pra entender?

Alguém passou um envelope por baixo da porta. O que será que tem dentro? Peguei e abri. Com a maior curiosidade, li o conteúdo.

Minhas mão tremiam. Aquela carta...

Aquela carta é o aviso. Minha morte se aproxima. Daqui a cinco meses minha espera teria um fim. Mas isso não me parecia uma coisa boa. No final, o que eu tanto esperei é algo que eu não quero mais.

E assim, o sono e o cansaço me pegaram. Hoje tinha sido um dia difícl e eu precisava descansar. Deitei naquela cama dura e fria e durmi como uma pedra.

Ouvi um barulho. Era a porta se abrindo. E uma sombra tapou o brilho da lâmpada. A sombra sentou-se em um pequeno espaço que havia na minha cama enquanto eu tentava abrir os olhos.

Sentei e somente pude sentir uma mão segurando a minha com firmeza. Aquele toque era de Reita, com certeza.

-Ruki.

-Hã?! - Oi! bom dia! Você acabou de me acordar, sabia?

-Ruki, fiquei sabendo de seu prazo.

Congelei. Ele já estava sabendo? Não queria que ninguém soubesse da minha morte!

- E também o motivo de você estar aqui.


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Notas finais do capítulo

continuo depois ;D



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