Faziam duas horas que as meninas estava contorcidas na carga do suspeito navio, elas já estavam desesperadas, pois suas colunas estavam muito doloridas e não podiam sair dali ou sequer se mexerem, do contrário seriam descobertas e expulsas do navio. Sem saída as duas resolveram abrir aquela inacabáveis caixas e malas que as cercavam. Quando Deb abriu a mala mais fashion do porão, se deparou com lindos vestidos, scarpins maravilhosos, encharpes coloridos. Daí surgiu a idéia, elas se vestiriam com roupas de madame e assim poderiam fingir-se de passageiras do navio. Mas tinha um problema, elas eram muito novas para se passarem por madames, então se produziram como filhas de madames, duas irmãs muito ricas. Quando acabaram de se vestir, Deb pensou na possibilidade da dona das coisas que estavam vestidas perceber que sua mala foi violada e as denunciar, mas Clarice garantiu que isso não aconteceria pois segundo a plaquinha pendurada na mala, a mesma era de uma tal de Annelie, e elas seriam atentas e espertas o suficiente para não se "esbarrarem" com a suposta perua.

Lá estavam as filhas dos milionários no salão principal do navio, Deb e Clarice estavam tendo seus cinco minutos de fama, pois todos do salão não paravam de olhar para elas e se perguntarem quem eram as tão lindas jovens. Mas como tudo que é bom dura pouco, Deb ouviu uma senhora falando no telefone a seguinte frase: Annelie venha para cá minha querida, tem duas jovens aqui no salão principal muito agradáveis e elegantes como você, acho que se dariam muito bem e isso poderia render uma ótima amizade". Desesperada com medo da senhora reconhecer as roupas e acessórios de sua suposta filha, ou então da menina chegar ao salão e as pegasse, Débora arrastou Clarice imediatamente do salão, claro que deixando no lugar um ar de mistério e glamour . 

Deb contou tudo para sua amiga, inclusive o motivo de tê-la arrastado do salão. Clarice deu um suspiro de alívio pensando no pior que podia ter acontecido. Depois de horas de conversa as duas chegaram a conclusão de que deveriam pegar um quarto desocupado, se trancarem lá e esperarem o navio chegar no porto. A única pergunta que lhes vinha em mente era aonde iriam chegar e se iriam sobreviver à miséria desse lugar, já que não tinham dinheiro algum. Naquela noite fizeram uma promessa de que nunca iriam se separar, nem mesmo em uma situação extrema.

Para a felicidade e medo das irmãs milionárias, o capitão no navio comunicou que faltavam poucas horas para o local de destino. Aquilo tudo não passava de uma ilusão, se elas fossem mesmo milionárias não estariam de clandestinas em um navio com rumo ao desconhecido. As horas se arrastavam e as meninas não conseguiam tirar o olho da janelinha que dava para o mar, ele era azul, azul, azul, marrom. Marrom? Sim havia uma ponte marrom! Elas haviam chegado. 

Meu Deus! Débora, é verdade isso que estou vendo? - Vibrou Clarice - Estamos no...