Por acaso Namorados escrita por Dorien


Capítulo 8
Por Acaso Concorrência




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008 - Por Acaso Concorrência

Depois de deixar Lily Luna na biblioteca eu fui em direção ao Salão Comunal da Sonserina, pronta pra entrar na festa e ver Celeste agarrada no pescoço de Albus. O único problema que eu encontrei, ou melhor, o único problema foi que eu não encontrei o Salão Comunal da Sonserina. E só aí eu lembrei que eu não fazia a menor ideia de onde isso era.

- Droga! - murmurei achando que já tinha passado por esse corredor das masmorras mais de três vezes.

Andei mais alguns passos e dei de cara com um sonserino. Ele era alto até demais e o cabelo era bagunçado. O único problema foi que ele não pareceu me ver da mesma maneira que eu vi ele, então ele quase me atropelou.

- Ai! - reclamei quando ele esbarrou em mim, me fazendo quase cair.

- Tome cuidado por onde anda. - ele falou irritado e passou por mim, como se eu fosse nada.

Eu senti vontade de pegar minha varinha e dar um crucio nesse engraçadinho, mas tive uma ideia melhor. Corri até ele e peguei a blusa dele, chamando sua atenção.

- O que quer? - ele perguntou visivelmente irritado.

- Quero saber onde é o Salão Comunal da Sonserina.

O olhar dele foi direto para minhas vestes.

- Ruiva, olhos azuis, baixinha, corvinal e querendo aparecer no Salão Comunal sonserino logo depois da vitória de um jogo de quadribol. - ele deu um sorriso presunçoso - Rose Weasley, não é mesmo?

Baixinha? Ah, a culpa não é minha se esse menino é alto demais.

- Se quer saber onde é o salão vá perguntar para o seu namorado. - o tom dele foi que aquele era o final da conversa, mas ele continuou parado me olhando - Ah, mas ele está lá e você não, certo? Ele está lá agarrado com alguma outra garota enquanto você está aqui fora sozinha.

Eu senti que minha boca se abrir mas não liguei. Scorpius? Agarrado com outra menina? Naquela porra de Salão Comunal? Fechei a boca e tenho certeza que minha expressão não era das mais felizes.

- Está blefando. - falei cruzando os braços.

- Por que estaria? O que ia ganhar com isso, Weasley? - ele perguntou sorrindo - Pode negar, mas todo o salão está de prova, não sou só eu.

Ele se virou, mas eu segurei a blusa dele de novo.

- Você está mentindo. Está irritado com alguém, provavelmente com Scorpius, e desconta isso em mim, que nem te conheço. - murmurei irritada - Típico de um sonserino.

Ele pareceu surpreso por um segundo, mas depois riu.

- Você é tão burra que está discutindo comigo algo que podia ver. - ele disse ainda sorrindo.

- Poderia sim, se você me dissesse onde é a entrada do Salão Comunal. - vitória.

Ele revirou os olhos e começou a andar na direção contrária a que estava indo.

- Venha logo.

Sorri e segui ele. O tal menino parou em frente a parede de pedra e falou alguma coisa muito baixo, provavelmente a senha. A parede se abriu e eu tomei um susto.

- Entregue. - ele sorriu.

Passei por ele e parei na porta. O ambiente estava mal iluminado e tinha muita conversa. Não tentei procurar Scorpius, talvez receosa de que o que... O que o menino-que-eu-não-sei-o-nome disse estivesse certo. Olhei por cima do ombro e o menino ainda estava ali.

- Qual é o seu nome? - perguntei a primeira coisa que me veio na cabeça.

- Silas Edwin Dixon.

Sorri. Gostei do nome.

- Obrigada, Silas.

Ele sorriu de volta e foi embora. Entrei na sala e a parede atrás de mim se fechou no segundo seguinte. Tentei achar ou Celeste ou Scorpius ou Albus, mas nenhum deles apareceu de cara. Andei um pouco e achei alguém. Scorpius estava sentado em uma cadeira enquanto uma menina estava com a cara no colo dele.

Ele parecia entediado, mas ainda passava a mão pelo cabelo na menina. Ok, ele deve estar apenas consolando ela. Ou não. Talvez Silas tivesse razão. Então nada de ok. Ok é o cara...

Peraí. Aquela não é...

- Celeste? - perguntei me aproximando e me ajoelhando do lado dela.

- ROSE! - ela disse antes de agarrar meu pescoço.

Olhei para Scorpius acusadora. Que merda ele tinha feito com a minha amiga?

- Não tive nada haver com isso, Weasley. - ele falou, mas parecia aliviado de me ver - Ela começou a chorar e eu nem sei por quê.

Revirei os olhos. Depois eu perguntaria pra Celeste o que aconteceu.

- Parabéns pela vitória. - falei.

Ele deu o sorriso presunçoso.

- Obrigada, mas nem foi difícil. - ele disse com todo aquele lado humilde que não tinha.

Estava me acostumando com isso e até sorri pra ele.

- Tenho que falar com você. - falei lembrando o problema da Lily e da minha solução.

Ele levantou uma sobrancelha como se dissesse "então fale, oras", mas eu olhei para Celeste e ele entendeu que era a sós.

- Já sabia como chegar no Salão Comunal? - ele perguntou com seu tom monótono.

- Não, Silas Edwin Dixon me ajudou. - falei não sabendo como me lembrei do nome dele.

- Silas? - ele perguntou e o tom monótono dele sumiu.

- É. Ele parecia meio ignorante e idiota no começo, como todo sonserino parece. - nem com essa piada ele sorriu - Mas ele me ajudou, não tenho do que reclamar.

Ele cruzou os braços, não parecendo muito feliz, mas tentei ignorar e mudar o foco de atenção para minha amiga, que estava parando de chorar aos poucos. Passei a mão pelo cabelo dela e ela levantou o rosto. As bochechas inchadas e nariz vermelho. Os olhos castanhos estavam meio avermelhados.

- Scorpius, - falei e ele me olhou meio surpreso - pode nos dar licença?

Ele foi embora sem falar muito mais. Sentei na cadeira que antes era ocupada por ele e fiz Celeste se levantar.

- O que Albus fez? - perguntei.

Para mim estava bem óbvio que a culpa disso era toda do meu querido priminho.

- A-a culpa não foi dele. - ela disse passando a mão pelos olhos - Eu não devia ser tão atirada e pensar melhor antes de fazer as coisas, devia deixar de babar pelos meninos e me dedicar melhor nos estudos, devia deixar de ser essa p-

- Não se chame de puta! - eu falei irritada.

- Eu ia falar pessoa idiota, mas puta também serve. - ela deu um sorriso estúpido.

- E Albus disse isso tudo antes ou depois de quebrar seu coração? - falei deixando bem claro que eu conhecia ela bem. Muito bem.

- Esse foi o começo. - ela disse sorrindo - Mas tudo bem. Acho que ainda devem existir outros pra mim.

Sorri de volta.

- Acho melhor eu procurar meu primo, se meu dever aqui acabou. - levantei da cadeira, mas no mesmo segundo Celeste segurou meus ombros e me empurrou de novo pra cadeira. Eu quase caí!

- O que foi?

- Não fale nada de mim pra ele! Eu vou apagar Albus Potter da minha existência. - ela disse emburrada.

- Não ia falar sobre você. - era uma meia-verdade, certo? - Vou falar sobre a carta que ele mandou para meu pai.

Ela sorriu.

- Bem, então grite bem com ele por mim, também.

E sorrindo ela foi pro meio das pessoas. Provavelmente para o meio de alguns meninos. Levantei da cadeira e fui andando até encontrar Albus. Ele não parecia muito feliz. Não. Nem um pouco feliz, na verdade. Estava encostado na parede perto da lareira com os braços cruzados e olhos estreitados.

- Albus? - perguntei quando já estava perto e ele me olhou de canto de olho.

- Olá, Rose. - ele disse mal humorado.

- O que você fez com Celeste? - perguntei me apoiando na parede do lado dele.

- Não fiz nada, ela me beijou e eu disse que ela não devia repetir isso.

- Você não precisava falar os defeitos dela, sabia disso? - falei irritada.

- Tanto faz. - ele disse.

- Qual é o seu problema? - perguntei mais irritada que antes, me desencostando da parede e ficando frente a frente com ele - Primeiro você envia aquela carta idiota pro meu pai e agora é um babaca com a minha amiga! O problema é comigo ou você só está de TPM?

Olhei ao redor, achando que tinha falado alto, mas as pessoas continuavam a conversar normalmente e, só agora, percebi que também tinha um música tocando.

- O problema é que eu estou confuso! - ele bagunçou os cabelos e olhou para o chão.

A primeira emoção de verdade que ele mostra desde que nós começamos a conversar, um alívio.

- Você tem que ficar longe de Scorpius e-

- Qual é o problema? Acha que eu vou "me machucar", vai dar uma de irmão mais ve-

- Não! - ele falou me olhando, parecia irritado.

Ele bagunçou mais o cabelo, se é que isso é possível, e levantou os olhos para os meus. Uma ideia me atingiu como um balaço. Ele ignorou Celeste, que era uma menina bonita e estava afim dele e, logo depois, mandou eu ficar longe do melhor amigo dele. Eu abri minha boca em surpresa. Será que eu estava certa?

- A-albus. - murmurei e me aproximei do meu primo, botando uma mão no ombro dele - V-você meu que... Ah, g-gosta... Você gosta do Scorpius? - perguntei baixo.

Ele parecia assustado. Talvez pego no flagra descreva melhor.

- E-eu não sei. - ele disse mais baixo que eu - Mas eu acho.

Ah, mas ta tudo ótimo, não é? Eu estou namorando um menino (sem querer, não se esqueçam) e meu primo, isso, primo, gosta desse mesmo garoto.

Minha vida não podia ser mais fácil?


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