O Coração de Alice (hiatus) escrita por fabuleux_amelie


Capítulo 2
Capítulo 2 - O Baú




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                O dia amanheceu com um Sol propenso de brilhar o dia todo, o céu estava limpíssimo, de um azul esplendido, e pequenos raios de luz adentravam no quartinho de Alice. Piscando os olhos repetidas vezes, se levantou e se espreguiçou ainda sentada na cama. Com passos leves e animados, ela abriu a janela para sentir o calor que emanava do Sol que ia subindo no céu. – Bom dia! – falou ao ar, com um sorriso no rosto.

                Abriu sua maleta e pegou um vestido verde para vestir, e seguiu rapidamente para tomar o café da manhã estava com muita fome. Chegando a cozinha viu praticamente um banquete servido em cima da mesa. A Senhora Molly avistou Alice se aproximando, e com um sorriso meigo e convidativo disse – Querida, sente-se e sirva-se, o leite ainda está quentinho! – a menina loura sorriu em retorno e se sentou, a cozinheira prosseguiu – Como passou a noite? Tivemos uma tempestade e tanto.

                - Ah, eu passei razoavelmente bem! – respondeu Alice segurando a exaltação de lembrar da noite anterior. Observando a mesa em sua frente, em um devaneio lembrou-se da mesa de chá do Chapeleiro Maluco, da Lebre de Março e da rata, ó como aquele trio é engraçado, pensou, sorrindo e criando um bigode de leite, a senhora Molly deu uma risadinha e Alice se viu no reflexo da colher, e também deu algumas risadas. Se limpando a garota com uma cara curiosa perguntou sem pensar para a outra.

                -Senhora Molly, a senhora trabalha sempre neste mesmo navio?

                A cozinheira desviou a atenção da panela da qual mexia a colher de pau e a fitou – Sim, trabalho sim. Por quê, Alice?

                Matutando em sua cabeça como responder a senhora sem parecer inconveniente, respondeu:

                - Curiosidade, ele é um navio grande não é mesmo? Você sabe a história dele? Quero dizer –continuou parecendo confusa- ele tem alguma história interessante?

                Molly fechou o cenho, e desligou o fogão se aproximando da menina, a olhando como se tivesse visto um fantasma. Sentou-se ao seu lado e brincou com seus cachos – você não deveria estar bisbilhotando, quem procura acha! –e com uma piscadela saiu do cômodo e deixou Alice sozinha, ainda mais confusa do que já se encontrava.

                De volta ao seu quartinho, Alice repetia somente para ela ouvir – quem procura acha, quem procura acha- em sua mente isso significava um encorajamento, mas não tinha ideia de como começar a procurar a chave, concluiu que poderia estar com o capitão, ou simplesmente em qualquer lugar do navio ou no mar, ela pensara bastante no mar, como o tesouro perdido, mas no caso, a chave perdida.

                Desejava muito encontrar a chave porque acreditava que com aquele baú seria possível retornar ao País das Maravilhas, mas como desejava estar lá novamente. Ver o sorriso e os jeitos meigos e delicados da Rainha Branca, a corrida do Coelho Branco, o Gato de Cheshire, e a própria lembrança de vencer a Rainha de Copas, ora tudo tão emocionante, e descobrir ao final que era a verdadeira Alice, mas novamente, o pensamento se demorou quando se lembrou do Chapeleiro, ele a pedira para ficar, mas ela não pôde. Como desejava voltar.

                Com um ímpeto pulou da cama e começou a procurar em seu próprio quarto alguma pista, algo que a desse um caminho para seguir. Tinha muitas prateleiras com livros e caixas velhas, alguns dos livros Alice até separou para ler depois quando tivesse tempo. As caixas na maioria das vezes estavam vazias, o que deixava a moça um tanto desapontada, olhou através da janela, o Sol já estava bem ao alto, deveria ser meio-dia e logo deveria dar uma pausa em sua busca para ir almoçar, almoçarei mais tarde, pensou. Puxou a cama do lugar e viu que havia ainda mais caixas velhas embaixo da sua cama. Por favor, que em algumas destas tenham algo! Sussurrou pedindo, começou abrir todas, e na última caixa, a mais surrada de todas encontrou um monte de papéis. Pegou um deles e começou a ler:

                Você sabe como esse tipinho de gente não é confiável, Arthur, eu lhe avisei! Mas de qualquer forma espero que tenha aprendido e guardado o nosso segredo em algum lugar bem secreto, e que dessa vez não abra a boca para ninguém, ainda mais raparigas que lhe digam que te amam! Estou ansioso para ver o grande plano ser realizado, se os seus estudos estiverem certos poderemos ficar ricos, RICOS, Arthur tem noção disso?

                Alice segurava aquele papel velho com força entre as mãos, preciso descobrir outro segredo, enigmas, enigmas, estou cansada disso, pensou em desespero, se lembrou de quando chegara pela segunda vez no País das Maravilhas, você é a verdadeira Alice? Não sou só a Alice. Tem certeza? Acho que você não é Alice, mas pensando bem pode até ser Alice. Como uma criança lágrimas começaram a escorrer no rosto da garota, olhando todos aqueles papeis, suas mãos correram dentro da caixa velha, procurando mais alguma coisa, e achou um mapa do navio, e pelo nome, era o navio em que estavam embarcados. O desenho mostrava os dois andares, e inclusive o lugar em que estivera na noite passada, havia um desenho em especifico marcando aonde Alice encontrara o baú e um X próximo a escada da qual se desce ao porão. O coraçãozinho da menina loura começou a bater mais forte, na esperança de encontrar finalmente algo que a levasse a chave perdida. E em um enrolado de papel estava outro bilhete, que pelo visto era escrito pelo tal Arthur citado na carta rasgada que ela lera. A frase era curta e simplesmente dizia: Em segredo o maior dos maiores bens para todos os homens, a resposta que eles mais procuram descoberta! A.

                Muito contente guardou todos os papéis dentro da sua maleta e desceu para ir almoçar, mal poderia esperar para chegar a noite e voltar novamente àquele lugar sujo mas que para ela atualmente era o seu lugar maravilhoso.


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