O Coração de Alice (hiatus) escrita por fabuleux_amelie


Capítulo 3
Capítulo 3 - Uma nova pista


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem *-*.
Agora pelo menos ela já descobriu algumas coisinhas hehehe.



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                Alice comera tão rapidamente que senhora Molly havia ficado preocupada da menina se engasgar – Coma devagar! Irá passar mal... – ela pedia, mas de nada surtia efeito já que a menina Alice não mais pertencia a Terra.

                O meu plano, todos se deitam normalmente depois das onze da noite, preciso ter cuidado para não ser apanhada. Mas foi muito fácil da última vez, será fácil agora também. Entrando no porão , irei me esconder exatamente como já fiz, e esperar até meia noite para ver se ninguém aparece, e a partir daí irei vasculhar onde no mapa está marcado o X. – o coração de Alice batia forte enquanto projetava em sua mente toda a sua trajetória, a cozinheira vendo a distração dela desistiu de dar bronca e foi arrumar a pia. Terminou o seu suco de morango em um gole e deu um pulo da cadeira, passando por Molly e dispersando no ar um – Delicioso! –continuou saltitando até a parte da frente do mar, gostaria de olhá-lo.

                Encostada na grade pusera sua cabeça para fora do navio, a brisa era forte e gostosa de sentir conforme tocava em sua pele. Ficou imaginando a vida lá embaixo, os peixes, e como se comunicavam e viviam. Por um instante desejou ser uma sereia para saber os segredos do mar, mas ficou feliz, porque se lembrou que era a princesa do País das Maravilhas, embora é claro não conhecesse todos os segredos de lá, em breve, sussurrou. Percebendo a chegada de alguém, Alice se precipitou e virou, ah, olá capitão!

                O capitão sorriu, e respondeu – Olá, Alice! Vejo que contempla a beleza marinha, sim? – assentiu com a cabeça, voltando a atenção ao horizonte, ele encostou-se à grade e fez a mesma coisa, ficamos uns minutos em silêncio. Quando ele o quebrara novamente.

                - Alice, devo lhe dizer que chegaremos talvez uma semana antes. Não é certeza mas é muito provável.

                -Não brinca. – a garota não conseguira suspender em sua voz o desapontamento.

                - Você deveria estar animada por essa possibilidade, não?

                - Deveria, mas é que estava me divertindo tanto no navio – mentiu, o capitão a fitando negou com a cabeça.

                - Sabe quem já viajou neste mesmo navio há muitos anos?

                - Quem?

                - Seu bisavô, minha querida, não é a toa... - o capitão mirara de um jeito especial, em que seus olhos refletiam orgulho e esperança – que você também está aqui!

                - Desculpe, senhor, mas não conheço muito sobre meu bisavô...

                - Um absurdo e uma total lástima, Arthur Liddel era seu nome, com certeza, entre muitos, um homem extraordinário. Meu avô era capitão deste navio quando seu familiar por aqui embarcou. Ele procurava e não tenho dúvida, que achou o que procurava, coisas esplendidas.

                Alice pareceu confusa – coisas esplendidas?

                - Sim, ele procurava pela cura...Cura do medo, cura da morte, não do acontecimento em si, mas sim do seu significado, ele queria mostrar a todos que existe um além. –Alice parecera confusa, franzira a testa e coçara suas bochechas.

                -Senhor, como sabe que ele encontrou pelo que procurava?

                -Olha, menina, não posso lhe contar tudo, só de uma coisa. Sempre acredite! Não importa a qual preço... Sempre acredite! – o capitão fez menção de se retirar, quando ela o segurou pelo braço e pediu por mais um minuto.

                -Capitão, e se eu lhe dissesse que estou perto do segredo?

                O capitão sorrira – eu lhe diria para não contar a ninguém!

                - Mas...

                - A descoberta é divina, é importante, mas só merece ser revelada àqueles que realmente precisarem dela. A dúvida faz bem aos humanos... – dizendo isso a ela, voltou ao posto dentro da cabine, e a menina loura voltou a fitar o mar. Repassara toda a conversa em sua cabeça, será que estaria mesmo perto do segredo? Mas ela pensava e pensava, concluía que sim, achava que tudo aquilo fora deixado para ela. Entretanto como seu antepassado iria saber que um dia uma parenta, uma doce menina cuja imaginação é ampla iria navegar pelos mares no mesmo artefato que ele? Pare e pense Alice, você já viveu coisas que poucos iriam acreditar...Isso mesmo, você acredita!

                Tudo que restava a menina além da ansiedade, e das milhares borboletas sacolejando no interior de sua barriguinha, era esperar até a noite. Perdeu pensamentos sobre o mar, voltara para o seu quarto, tomara um banho e comera. Os seus dedos brincavam de se entrelaçar e ela esperava a hora certa. E a hora certa estava vindo. Deu onze horas em ponto e ela se levantara decidida, planejada e super animada.

                Com aquele toque suave seus pezinhos foram deslizando pelo chão, averiguou o caminho para não ter nenhuma surpresa e seguiu até o local que tinha o alçapão e a levava para o porão, direto ao segredo.

                Abrira e mirara a visão escura, respirou fundo, e desceu mais segura que a primeira vez. Com o mapa as mãos e um lampião iluminou a parte onde havia um X, era logo atrás da escada que acabara de usar. A olho nu não havia nada ali que servisse de esconderijo, mas ela sabia, teria que estar ali. Começou a passar a mão pelo chão, pela parede, mas parecia que nada existia ali, nenhuma passagem secreta, nenhum esconderijo, nada. Só palavras e promessas. Estava ficando velha, e isso incluía certo desgasto.

                Olhando de um lado para o outro, indicado pelo lampião, Alice começou a procurar por outros cantos do porão, ficara mais de duas horas na busca. Sentara no canto oposto ao do X, e encostara a cabeça na parede imunda, suas mãos fediam, mas ela estava tão cansada que não se importava. Seu humor ficara negro, ela não desistira, mas estava muito chateada consigo mesma e com aquele maldito mapa. Batera a cabeça de leve na parede três vezes, sentiu um calombo se formar na sua cabeça mas, não era um galo, não batera tão forte. Subiu as mãos até aonde batera e sentira um emaranhado de metal em seu cabelo. Quando o retirou um molho de chaves, de vários tamanho, mas CHAVES, chaves que possivelmente poderiam abrir o baú se sentiu reconfortada e viu a luz no final do túnel, basta acreditar, Alice.


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