O Coração de Alice (hiatus) escrita por fabuleux_amelie


Capítulo 1
Capítulo 1 - A Partida




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Capítulo 1 – A partida

\t\t\t O navio acabara de partir quando ainda uma Alice sorridente exibia seu contentamento aos seus entes queridos. Lentamente a menina era levada para dentro do mar, não sentia, mas, a máquina funcionava em potência máxima. Acenava para seu novo sócio, para sua mãe e irmã, imaginando com grandeza como seria conhecer um novo ambiente, não deve ser como o País das Maravilhas, pensou. Mas sabia que iria enfrentar muitas dificuldades e teria muito orgulho de superá-las.

\t\t\t Já distante do porto, resolveu explorar o navio, antes de ir se recolher em seu cômodo. Era tudo tão grande e complexo, cada cantinho que pessoas comuns não pensariam em analisar, Alice estava já presente, e a cada lugarzinho assim, ela se lembrava de um lugar maior e se lembrava com saudades dos animais, da Rainha Branca e do querido Chapeleiro Maluco. Enquanto se despedia há minutos atrás em seu país natal, sentira em sua pele alva e macia o toque mais delicado de asas, asas de uma borboleta bela e azul. Sorrira, pelo menos naquele momento não estava tão longe do seu refúgio, havia a companhia da transformada lagarta esperta.

\t\t\t Ao passar a sua expectativa e adrenalina, a viagem acabou prosseguindo de modo solitário, já que a borboleta não estava mais com ela. Pra ela sobrara o espaço e tempo para refletir sobre suas dúvidas e pensar em como desejava um dia retornar ao País das Maravilhas. Ao crepúsculo do terceiro dia de viagem, ficou admirando a beleza do reflexo do céu nas águas do mar. Com uma pitada de imaginação criou um outro mundo subterrâneo, o das águas, mas este não se realizou como o outro mundo subterrâneo existente, só serviu de passatempo a Alice para inventar seres diferentes, com outros significados para que pudesse se sentir acolhida em algo, já que não sabia de certo como retornar aonde realmente queria estar. A imagem do céu fundido ao mar levou-a a crer que tudo não passava de um imenso infinito, um horizonte que não era possível transpassar por completo, pois simplesmente não possuía final, somente com um começo levava a caminhos diferentes, caminhos estes dados a livre arbítrio a cada um que vivesse em sua dimensão.

\t\t\t Porém, só a pessoas como Alice que ainda se permitiam sonhar e acreditar fielmente aos seus sonhos era possível a passagem para outras dimensões, dimensões estas que por pessoas sem a sensibilidade poderiam julgar sem lógica e totalmente de cunho tolo. Alice dormiu pensando em seu pai, ele dizia ‘Sim, você está completamente pirada! Mas quer saber de uma coisa?’ e uma Alice pequena acenava com curiosidade sua pequenina cabecinha, ‘Não tem problema, porque as melhores pessoas são assim!’ a frase foi se repetindo mudando a sua intensidade até virar um murmúrio e sumir completamente, deixando a moça loura descansar até o novo dia.

\t\t     O novo dia se deu com mais felicidade já que deveria ajudar o capitão a traçar a rota até a chegada total ao ponto marcado na China, passaria por Camboja, pelo Vietnã, andando cidades da China até chegar a Hong Kong, é claro que depois de encontrar os interessados e fechar o negócio pretendia expandir sua viagem para todo o resto do grande país, mas ao menos no começo deveria se manter em seu foco principal, o contrato.

\t\t\t A viagem teria, se tudo rumasse certo ao todo vinte e cinco dias, como estava em alto mar e não possuía muito com quem conversar, alguns dias se prolongavam mais que os outros, nunca sendo desculpa para deixar abater ou desanimar totalmente o que mais acontecia era sua nostalgia de lembranças que ocorreram e de coisas que ultimamente ela pensava que poderiam ocorrer. Quando era deixada totalmente a sós, o que ultimamente muito acontecia, se pegava pensando no Chapeleiro Maluco e como ele poderia a divertir com aquela sua dancinha incrível. Mas infelizmente, naquele momento iria abster-se da companhia dele por negócios, é eu não posso abandonar o barco agora, falou para si mesma quando penteava seus cabelos que brilhavam como dourado com a luz do luar reluzindo nos finos fios. Era difícil se manter redutível quando as saudades apertavam profundamente em seu peito.

\t\t\t A viagem estava na metade de sua duração, era ainda a noite e Alice estava com uma insônia incômoda. Abriu a porta de seu quartinho e saiu pelo corredor, pelo visto estavam em uma tempestade, pois bateu do outro lado da parede, estava começando a se sentir enjoada, respirou fundo e continuou a andar, sendo que cada vez mais as águas batiam violentamente no navio. Chegou ao fim do corredor perto de um depósito um lugar mais escuro e percebeu ali um alçapão, aquela hora, naquele momento de tédio, resolveu abrir o alçapão e desceu as escadas com as pernas um tanto trêmulas já que ali embaixo estava pouco iluminado.

\t\t Chegara ao porão, um pequeno arrepio atravessara pelas suas entranhas, Alice você já passou por coisas piores do que um porão sujo em um dia de tempestade, afirmou a si mesma de forma confiante, pegou uma vela que estava ao seu lado e deu passos largos ao fundo do porão, teve mais pavor das baratas do que de qualquer outra coisa. Agachou-se e viu um baú trancado com um cadeado que cintilava muito em meio aquele breu. O baú possuia desenhos curiosos e umas palavras em outro idioma que Alice desconhecia, cada vez mais interessada procurava ao seu redor alguma chave para abrir o cadeado a fim de descobrir o que ali dentro existia, mas sua busca foi em vão já que só encontrara poeira, insetos e ratos. Parecendo ter ouvido algum barulho, resolveu se esconder atrás de uma escada e viu somente um encarregado do navio pegar umas vassouras velhas, suspirou aliviada, esperou o rapaz sair para voltar a seu cômodo. Subiu novamente para o corredor de forma silenciosa, porém, dentro de sua mente engrenagens funcionavam loucamente a fim de concluir algo sobre o que acabara de encontrar, amanhã terei de voltar e descobrir alguma coisa sobre o baú, disse a si mesma. Pelo menos agora Alice poderia passar seu tempo em algo excitante e aventureiro.


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