Skater Girl escrita por sisfics


Capítulo 4
Capítulo Três: A viagem e a Visita.




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Bella Pov

- Estava com saudades suas. – Jacob disse quando entrei pela janela de seu quarto dele naquela mesma noite.
- Oi.
- Vem cá. Deita aqui comigo. – apontou para cama.
- Não, Jake. Tenho que te perguntar uma parada.
- Fala então.
- Vou ser direta, valeu? – olhei em seus olhos negros – Você está usando cocaína, Jake?


Ficou em silêncio por um tempo por ter sido pego de surpresa.


- Quem te bateu essa porra?
- Não interessa quem me bateu. Responde a pergunta que fiz. Você está usando cocaína?
- Não te interessa também.
- Interessa sim, porque sou sua namorada.
- Mas não é minha mãe. – gritou.
- E mesmo se fosse, não me falaria, né não? Tenho pena do seu pai.
- Cala a boca e não fala do meu pai. – apontou o dedo na minha direção e se sentou bruscamente na cama.
- Não adianta vir com toda essa autoridade para cima de mim. Não tenho medo de você.
- Era bom ter. – respondeu de um jeito estranho; era uma ameaça.
- Ouviu o que você acabou de dizer? – perguntei séria. – Você ouviu o que disse? Você me ameaçou. Está ficando totalmente fora de controle.

Parou um segundo para perceber o que estava acontecendo. Realmente, estava fora de controle. Onde estava com a cabeça?


- É isso que recebo tentando te ajudar? Uma ameaça? Pode ameaçar, Jacob. Nunca tive medo de você, nem vou ter. Você para mim é um fraco que se esconde atrás desses crimes.
- Não sabe do que está falando.
- Não tenta se desculpar. Crescemos da mesma maneira e nem por isso  sou uma marginal.
- Não sou mar-
- Cale a boca. Estou falando. E sim, você é um marginal. Já fiz muita coisa por você. Cansei. – me sentei no peitoril.
- Vai desistir de mim?
- Já desisti há muito tempo. Só você não percebeu. – pus o primeiro pé para fora – Tô caindo fora, Jake. Não quero mais.

- Está terminando comigo? – se levantou depressa, correu na minha direção e segurou meu braço com força.
- Me larga que você está me machucando.
- Estou te perguntando, porra.
- Sim, estou terminando. É um fim e acabou.
- Bella.
- Nunca mais apareça, Jake. Boa sorte. Tchau.

Saí pela janela e desci as escadas. Fiz o certo e fiz tarde.
Edward Pov

Acordei no dia seguinte pensando nela e só nela. Queria me desculpar por Tanya, mas não sabia como entrar em contato. Se ainda me lembrasse como se chegava no prédio, mas esqueci completamente. Foi aí que tive uma idéia. Talvez, se conseguisse arrumar a ficha que fez no hospital, poderia chegar até ser endereço.
- Porra, eu sou um gênio. - desci com um sorriso gigantesco estampado no rosto - Bom dia, mãe. – desejei, me sentando à mesa.
- Bom dia, querido. Porque brigou com a Tanya? – quase engasguei.

Alice fofoqueira.
- Alice. - rosnei.
- Ela é a mamãe. Poxa, não tem como mentir para mamãe. - tentou se desculpar.
- Deixa sua irmã em paz, Edward. Diga-me porque brigou com Tanya?
- Porque sim, mãe. Ela é muito irritante.
- Só viu agora? – Rosalie perguntou se sentando à mesa. – Nunca gostei daquela mimada chata.
- Rosalie. – Esme a advertiu.
- Que foi? Falei alguma mentira? Acho que não.
- A Rose tem razão. A Tanya é muito chata. – Alice resmungou.
- Então porque estava a apoiando ontem? – cruzei os braços e sorri.
- Er, bem.
- Discussão em família? Já cedo, que ótimo. – Carlisle entrou no ambiente acendendo a lâmpadazinha sobre mim.
- Não, querido. – Esme sorriu.
- Você vai para o hospital, pai? – perguntei mais que depressa.
- Vou, mas só mais tarde. Porque filho?
- Nada não.
- Se interessando pela profissão? – estava esperançoso.
- A gente já falou sobre isso, pai. – respondi seco.
- É, a gente já falou sobre isso. – se sentou e começou a servir.

A parte da manhã seria então um bom horário para ir até hospital. Não encontraria meu pai.
Bella Pov

- Tenho uma surpresa para você. – James anunciou quando entrei na oficina – Que cara é essa? – perguntou.
- A minha. Fala logo. Que foi? – era a cara de quem não dormiu a noite inteira pensando em Jacob.
- Bom, te inscrevi num campeonato.
- Que?
- Er, sei que tinha que ter te pedido primeiro. Mas antes que você inventasse uma desculpa qualquer, falei com seu pai primeiro e inscrevi você.
- Você está maluco?
- Bê, já inscrevi. Não dá para voltar atrás. – me dei por vencida.
- Vai ser aonde?
- Califórnia.
- Que? Como assim Califórnia?
- Não se preocupa que a oficina vai bancar a viagem.
- Não, não posso. Você vai ter um filho agora, não pode ficar bancando a minha viagem.
- Isso não é desculpa. Eu não estou entendendo porque você não quer ir. – se sentou ao meu lado em cima do capô.
- Eu sei, mas é que, sei lá...
- Você está com medo? – provocou.
- Medo? Ora James, por favor, né? Medo.
- Isso é medo sim. Eu te conheço desde pequena, Isabella.
- Hey. – pus a mão sobre sua boca – Não fala meu nome alto, palhaço.

Tentou morder meu dedo, então o soltei.

- Bê, estou fazendo isso porque te amo.– acariciou meu rosto – E quero realizar o seu sonho de ser uma skatista profissional. Nosso sonho. Me deixa fazer isso por você?
- James. – resisti.
- Ai, caramba. – o olhei assustada – Você vai e acabou, valeu?

Desceu com pressa e passou por mim.

- Acho melhor arrumar sua mala. Vai ficar lá uns três dias, é o tempo do campeonato. Pode levar alguém. Dá para bancar duas passagens. Queria muito ir com você, mas a Vicky pode ter o nenêm a qualquer momento, então você leva quem você quiser, está bem?
- Uhum. - abriu seu melhor sorriso e segurou minhas mãos.
- Obrigado.
- Eu que tinha que falar isso.
- Ah, esqueci de falar. O primeiro lugar ganha um prêmio de quatro mil dólares. - arqueou uma sobrancelha e riu – Quero o primeiro lugar, ouviu?
- Pode deixar. – o receio fez meu coração acelerar.
Edward Pov

- Boa tarde. – me encostei no balcão – Esse brinco é seu? – perguntei a enfermeira que estava mexendo numas fichas.

A moça passou uma das mãos na orelha e percebeu que tinha mesmo perdido o brinco. A sorte estava do meu lado quando o achei.

- Sim, é meu. Muito obrigada – o pegou e vestiu.
- Qual seu nome?
- Yvie. – respondeu sem graça.
- Prazer Yvie. Tem um nome lindo. Bem, não é só o nome. – arregalou os olhos de forma tímida – Sou Edward. – a observei sorrindo para as fichas - Deve conhecer o meu pai. É um dos diretores aqui. Dr.Carlisle.
- Sei quem é de nome. Sou nova.
- Hum, percebe-se pelo jeito meigo de mexer nas fichas. As enfermeiras mais velhas já fazem isso sem paciência. – pisquei de leve e assisti seu sorriso crescer em resposta.
- Vocês têm uma hora de descanso aqui, certo?
- Descanso?
- É, intervalo. Cafézinho. Lanche.
- Sim, temos.
- Quer tomar um café comigo? – me inclinando na sua direção a fazendo olhar bem nos meus olhos.
- Er, er, acho qu-
- Você não vai recusar, né? – pisquei de novo.
- Bom, tudo bem. – dei o meu melhor sorriso torto.
Lê-se: Irresistível!

[...]

Coloquei minhas mãos na sua cintura enquanto a puxava para dentro do armário de materiais de limpeza no corredor vazio do hospital. A imprensei na parede oposta e comecei a beijá-la a deixando sem ar. Yvie, pobre Yvie. A loirinha baixinha não resistiu, e depois do café e do favorzinho, quis vir para o armário comigo. Abaixei o rosto e passei a beijar seu pescoço a fazendo arfar. Suas mãos entraram pela minha camisa pólo e ela arranhou meu peito de leve. Mas, meu celular tocou interrompendo tudo. Botei a mão no bolso de trás e peguei o aparelho irritado.

- Alô. – atendi com ódio.
Amenizar minhas feições irritadas e passei a encenar preocupação enquanto ouvia a “suposta” pessoa que falava comigo.

- Estou indo agora. – respondi rápido e desliguei o telefone - Tenho que ir embora. – segurei seu rosto.
- O que houve?
- Bem, minha irmã está precisando de mim. Se você quiser, eu...
- Não, tudo bem. Vá ajudá-la. – sorriu.
- Obrigado. – acertei mais um beijo em seus lábios. – Te ligo mais tarde.

Ela deu um sorriso enorme e eu sai do armário. Não ia ligar. Triste, mas eu não ia. O despertador do celular tem várias funções, entende? É difícil encarar a realidade que só a tinha usado para conseguir pegar a ficha de Bella, mas era a verdade. Pelo menos, agora sabia o endereço da garota que não saia da minha cabeça. A maldita Skatista.
Bella Pov

- Me deixa ir com você. Por favor, Bella. Por favor? – Rennesme pediu mais uma vez.
- Rennesme, já disse que não pode, meu amor.
- Não quero que você vá sozinha filha. – meu pai resmungou do sofá.
- Sozinha para onde? – Emmett perguntou, enquanto entrava pela porta chegando da faculdade.
- Califórnia. - gritou Rennesme – A Bella vai para Califórnia.
- Como assim? – a pegou no colo e me encarou desconfiado.
- O James inscreveu sua irmã num campeonato de skate e vai pagar a passagem dela. – Charlie explicou.
- Pobre James.
- Ah, cala a boca, Emmett. – Rennesme cruzou os braços – A Bella merece. – forçou para sair de seu colo.
- Rennesme, não fala assim. Ele é seu irmão e é mais velho. Tenha respeito. – chamei sua atenção.

Apesar de ter adorado o que disse, tinha que dar educação. Sou a responsável pela criança, pô. Nessie veio saltitando até mim e se sentou no meu colo.

- Não gosto quando ele fala mal de você. – sussurrou no meu ouvido – É um bobo e não vê que você é a melhor mãe do mundo. – passou a mão no meu rosto.

Meu coração apertou dentro do peito. As palavras que saíram dela foram como um choque.

- Você me chamou de que? – perguntei quase engasgando.
- De mamãe. – abaixou o olhar. – Desculpa, mas te vejo como a mamãe, sabe?
- Eu te amo. – soltei depressa.

Ela sorriu e me abraçou. Meu pai observou a cena de longe. Não sei se ele ouviu, mas de qualquer forma, entendeu.
Edward Pov

Toquei a campainha devagar. Ouvi passos atrás da porta antes que a menininha engraçada a abrisse para mim.

- Oi. – exclamou toda animada.
- Oi, Nessie.
- Lembra de mim? – pareceu surpresa.
- E como eu ia esquecer a menina mais linda que já vi? – segurou minha mão e me puxou para dentro.

Vindo na direção da porta estava Bella.

- Corrigindo: a segunda mais linda. – sussurrei quando a vi.
- O que você está fazendo aqui? – gritou.
- Bella, não é assim que se fala com a visita. – sua irmã a repreendeu enquanto balançava minha mão entrelaçada a sua.
- É mesmo. E a senhorita não devia abrir porta para estranhos. – cantarolou também como a irmã e pôs a mão na cintura, fazendo postura de mãe.
- Eu sou estranho?
- É. – responderam juntas.
- Mas sabe Edward... – Rennesme emendou – Gosto de você. Por isso te deixei entrar.
- O que veio fazer aqui afinal?
- Vim conversar com você, Bella. - respondi assustado com tanta agressividade.
- Hey, para você é Bê, valeu? – corrigiu indignada.
- Te chamei de Bella várias vezes e você nunca reclamou.
- Liga para ela não, Ed. Está assim porque vai viajar.
- Vai? – fui o mais indiscreto possível.
- Garota, para o quarto agora. Você tem trabalho de casa para fazer.
- Mas hoje é sábado, Bells.
- Mas não pode atrasar. Vai agora.

A menina fez bico e saiu batida para o quarto enquanto eu observava as duas.

- O que você veio fazer aqui, hein?! – perguntou indo em direção ao outro cômodo.

A segui, entrando também na cozinha do apartamento, onde fazia um lanche.

- Eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu outro dia no carro.

Havia acabado de se sentar em cima da mesa e pegar o sanduíche para comê-lo.

- Hum.– murmurou antes de tirar um baita pedaço.
- Você estava com fome, hein?
- Morrendo. – tentava colocar a alface para dentro e me fez rir.
A observei de cima a baixo. Usava uma saia curta e pregueada, um all star verde escuro e uma camisa verde. Os olhos muitos marcados pelo lápis de olho, destacando ainda mais o castanho chocolate. Completamente caracterizada. A skatista que não saía da minha cabeça.

- Não imaginava que skatistas usavam saias. - comentei, tentando não olhar para suas pernas.
- Não igual as que a sua namoradinha usa, mas sim, uso saia. – pôs mais um pedaço na boca.
- Me desculpa pelo que ela falou no outro dia. É uma idiota.
- Deu para perceber. Quer? – ofereceu o lanche.
- Não, obrigado.
- Como conseguiu lembrar onde eu morava? – desceu da mesa.
- Bem, na verdade, não lembrava. Tive que ir no hospital e pegar sua ficha.
- Hey. Isso é proibido. Não é porque seu pai é médico que pode fazer isso. É falta de privacidade.
- Calma, meu pai não me ajudou em nada, aliás, ele nem pode saber que consegui pegar essa ficha...e como foi difícil.
- Fez o que? Deu em cima de uma enfermeira gorda, impaciente, e velha? – perguntou rindo alto.
- Não, a enfermeira era bem bonitinha. – respondi sendo sincero.
- Não vou nem dar atenção, valeu?!
- Quer dizer que você vai viajar?
- É, vou para Califórnia.
- Uau. O que vai fazer lá?
- Campeonato de skate.
- Não sabia que você competia.
- Não competia, meu amigo me inscreveu sem eu saber.
- Mas, você nunca participou de uma coisa como essa?
- Já, mas parei, precisaria de um patrocinador para conseguir viajar legal, entende?
- Uhum. E seu amigo?
- A oficina é pequena, pagou essa viagem mesmo só pela nossa velha amizade.
- Entendi, quando você viaja?
- Na terça, volto no sábado. Mas porque quer saber?
- Por nada. – respondi, me perguntando também porque queria saber  – Bella, quer sair?
- Que? – perguntou engasgando.

Dei uns tapinhas nas suas costas para ver se voltava a respirar.
- Sa-ir com vo-cê?
- É, sei lá. Passear. Conversar.
Ouvi um barulho na porta e olhei em direção ao corredor assim como ela.

- Cheguei. – uma voz masculina gritou.
- Puta que paril. – sussurrou.
- Que foi? – perguntei baixo.
- Meu irmão. Vai encher o saco por sua causa.
- Bella. – a voz mais próxima agora chamou.

Foi quando o vi entrando pela porta da cozinha. Um cara fortão. Deu até medo. Vai que o irmão dela quer me comer na porrada.

- Boa tarde. – desejou desconfiado.
- Boa tarde. Sou Edward, prazer. – estendi a mão mais que depressa para que nos cumprimentássemos.

Ele a segurou firme e balançou no ar com vontade.

- Emmett. Irmão da Bella.
- Porquechegou mais cedo?
- Não tinha muitas coisas para estudar.
- Hum... – expressou bem seu enorme desinteresse.
- A Nessie está lá dentro?
- Fazendo o trabalho de casa. Não a atrapalhe.
- Você não é o cara que a atropelou? – perguntou de repente.
- É. Sou eu. – será que vai ser agora que vai tentar me comer na porrada?
- Sabia que eu conhecia esse nome de algum lugar. Pena que não terminou o serviço naquele dia.
- Cala a boca, babaca – ela retrucou indignada.
- Com licença. – saiu da cozinha.
- Tudo bem.
- Esquece esse palhaço, por favor?–  tentou se desculpar depois de um tempo em silêncio.
- Não se dá muito bem com seu irmão?
- Mais ou menos. - abaixou a cabeça parecendo lembrar de alguma coisa.
- E então? Vai sair comigo ou ficar em casa com o carinha aí? – perguntei sorrindo.
- Sua namorada não vai gostar.
- Muito menos o seu.
- Esquece o meu. – respondeu meio irritadiça.
- Então esquece a minha.
Bella Pov

De repente, dois caras de skate passaram por trás de nós, nos dando um susto. Quer dizer, Edward ficou meio assustado, mas eu não.

- É difícil andar em cima disso? – perguntou se apoiando na grade da baía.

Ele me trouxera aqui, no mesmo lugar onde me atropelou.
"Romântico não?" - pensei comigo mesma, tentando evitar o riso. Olhei a água calma por um instante.

- Não. É fácil. Quer que eu te ensine? – perguntei rindo.
- Quero.
- Está topando mesmo?
- Topo. Porque não?
- Você é maluco.
- Cala a boca e me ensina logo.
- Tudo bem. - dei de ombros.

Bati com o skate e peguei sua mão.
- Pisa na prancha.
- Que?
- Porra. Pisa aqui, .! – indiquei com a ponta do pé.

Ele subiu com toda a vontade. Lesado. O skate escorregou para um lado e ele desesperado, acabou caindo em pé.

- Isso é difícil. – disse baixo.
- Olha, você tem que equilibrar seu peso, ou então roda. Presta atenção como eu faço.

Subi na prancha e me equilibrei bem rápido.
- Joga o peso no quadril, entendeu?
- Uhum. – resmungou me observando.
- Agora tenta. – ordenei saindo de cima da prancha.

Ele subiu mais devagar dessa vez e conseguiu se equilibrar.
- Muito bem. – quase aplaudi.
- Vai me dar uma estrela também?
- Não, palhaço. – o empurrei pela barriga.
Ele desequilibrou, rodou os braços no ar e agarrou minha blusa. O skate escapou de seus pés e se apoiou na grade da baía. Fui puxada por ele e para ele. Acabei caída em seu peito, enquanto ele permanecia com os braços agarrados na grade.

- Satisfeita? – me encarou.

Apenas dei uma gargalhada. Sua mão caminhou até meu rosto e o segurou me forçando a olhar em suas grandes esmeraldas por vários segundos. Senti algo diferente. Uma sensação conhecida e nova ao mesmo tempo.

- Você é uma péssima professora. – insinuou, enquanto passava a ponta dos dedos em meus lábios.
- Ensino melhor outras coisas. – provoquei.
- Engraçado. Era isso mesmo que eu pretendia descobrir.

Seu braço serpenteou minha cintura e me apertou mais contra seu corpo, enquanto seus lábios tomavam os meus. Sua lígua quente me percorria e joguei meus braços em volta de seu pescoço. E assim ficamos por bastante tempo.
Jared Pov

- Você acredita que aquele filho-da-puta ficou todo cheio de marra. Juro que mato aquele puto. – Sam rosnou enquanto andávamos.
- Cala a boca. Para de falar merda. – gargalhei.
- Você tá me mandando ficar quieto porque não foi contigo.

Fiquei um minuto em silêncio andando com ele e Seth até que Sam me deu um soco desavisado no braço.

- Porra, bate na puta que te paril. - gritei.
- Não é isso. – parou de andar – Olha lá do outro lado.
Olhei na direção que apontava.

- Está vendo o que eu estou vendo, Jared?
- Sim. E sei de alguém que iria gostar de ver isso. - me virei para Seth – Me passa a porra do seu celular agora?
- O que vai fazer? – perguntou assustado.
- Vou tirar foto. O Jake vai gostar de ver isso.
- O Jake vai ficar puto. Não faz isso.
- Cala a boca, muleque. – dei um tapa em seu rosto.
Meti a mão no bolso do casaco e peguei o celular. Acho que tirei umas seis ou sete fotos dela.
- Vamos embora? Por favor. – Seth pediu.
- Cale a boca. Quero ver até onde isso vai.
Bella Pov

Suas mãos me forçaram a girar. Apoiei minhas costas em seu peito e ele tirou o meu cabelo da frente. Seus lábios fizeram uma trilha de beijos pelo meu pescoço e nuca. Eu gostava daquilo, mas foi quando abri os olhos e acheilogo na minha frente aqueles que não queria e nem podia encontrar.
- Merda. – disse em voz alta.
- O que houve? – Edward sussurrou no meu ouvido.
- Você confia em mim? – perguntei.
- Você está me assustando. Você está gelada, Bê. O que está acontecendo?
- Confia em mim ou não? – continuei os observando.
- Confio.
- Então, me faz um favor?
- Faço.
- Do outro lado da rua tem três caras. Não olha para eles. – disse antes que ele tirasse o rosto detrás do meu – Você vai virar de costas. Olhando para baía. E não vai deixar que eles vejam seu rosto, valeu?
- Você está mesmo me assustando...
- Depois eu te explico o porquê disso. Agora faz o que eu estou pedindo... por favor? – praticamente implorei.
- Tudo bem. – suas mãos sairam da minha cintura e seu corpo girou até ficar de frente para baía.
- Por nada nesse mundo vire de costas.
- Sim. – respondeu impaciente.

Atravessei a rua até chegar embaixo do poste onde estavam.

- Os cachorros saíram para passear? – coloquei as mãos dentro do bolso da saia.
- Pelo visto a cachorra também. – Jared respondeu rindo – E o Jacob vai amar ver isso.
- Cachorra é a sua mãe.
- Tá bravinha, Bê?
- Cale a boca, filho-da-puta. – arregalou os olhos – Acha mesmo que o Jake vai acreditar em você?
- Não, mas eu acho que... como dizem mesmo? Ah! – pareceu ter uma idéia – Uma imagem vale mais que mil palavras. E bem... – pegou o celular no bolso – Aqui eu devo ter umas seis mil.
- Uau, impressionante. Já sabe multiplicar, pode até entrar para escola. – respondi irônica.
- Cala a boca, vagabunda. – rosnou.
Puxei o canivete do bolso mostrando apenas metade do corpo de metal.
- Me xinga de novo e vou te mostrar umas coisinhas que aprendi na época que andava com vocês. – arregalou um pouco os olhos e deu um passo para trás com seu sorriso amarelo estampado.
- Mais tarde a gente conversa. Quero dizer, o Jake conversa com você. Vamos. – chamou aos outros.
Só foi então que reparei Seth todo encolhido atrás dele. Também estava metido nessa agora?
- Seth?
- Oi. – sussurrou.
- Pensei que você não seria burro o suficiente para se meter nisso também.
- Bê, eu-eu.
- Metido nas merdas do seu irmão.
- Não é isso. – gaguejou no final.
- Não tem que me explicar nada. Você é dono da sua vida. – dei as costas e atravessei de volta a rua.
Edward permanecia de costas e tomou um pequeno susto quando toquei seu ombro.
- O que houve? – perguntou.
- Estou fudida. – sussurrei.
- Posso te ajudar?
- Não. Eu tenho que resolver isso sozinha. – com certeza, Jake me procuraria nos próximos dias para saber dessa estória. – Filhos-da-puta. – sussurrei.
- Bella, você tá metida com alguma coisa... errada? – tomou cuidado ao perguntar.
- O que você quer dizer com isso?
- É que... eu não sei. Achei estranho. Os caras, o seu medo, de repente.
- Quem disse que eu estava com medo? - gritei.
- Ah, poxa, deu para perceber.
- Vai se fuder, Edward. Acha o que? Só porque não moro no Central Park ou me visto com as melhores roupas sou marginal?
- Não disse isso. Pára com essa merda. – segurou meu braço.
- Me larga.
- Só estou querendo saber o que está acontecendo. Posso?
- Não. Não pode. Me diz para que veio me procurar. O que você realmente quer comigo? – pareceu não saber o que responder - Vou embora.
- Não. Fica aqui comigo.
- Olha, na boa, você é uma cara legal, então se manca e vai embora antes que dê merda para você. – peguei o skate no canto.
- Você não vai embora. Não vou deixar. – segurou meu braço e me deu mais um beijo.

Deixei que me beijasse, mas praticamente não correspondi. Percebendo isso se separou de mim.

- Deixa pelo menos eu te levar para casa.
- Você não entende e nem pode entender. Não aparece mais onde eu moro, valeu? Vai ser melhor para você.
Depois das tais fotos, fiquei com um pouco de medo do que Jacob podia fazer. Ele andava muito perigoso nos últimos tempos. Nem eu mais me garantia com ele. Só estava me preocupando com Edward, que não tinha nada a ver com essa história toda. Bati com o skate e fui embora o deixando sozinho ali.

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