Depois de algum tempo os Caras me deixaram sair da sala de reunião.
Seria ótimo se eu tivesse saído sozinha, mas infelizmente eu tenho um cãozinho que fica me seguindo para todos os cantos.
Desci do elevador primeiro que ele e fechei a porta na cara dele. Corri pelos corredores em uma tentativa frustrada de tentar despistar o cãozinho. Agora me pergunta se eu consegui despistar ele? Pois é, NÃO CONSEGUI FAZER ESSE RABO DESGRUDAR DE MIM!

- MAS QUE M* . SERÁ QUE DA PARA PARAR DE ME SEGUIR? – Girei meu corpo para trás. Ficando cara-a-cara com o meu cãozinho ruivo. Gaara.
- Estou apenas me certificando de que você não irá ser atacada novamente. – Falou ele enquanto dava mais um passo para frente. Poxa, como esse cara consegue se manter tão equilibrado e sério? Eu estou tendo um “PITI” e ele todo “SEM EMOÇÃO”.
- Será que é isso mesmo? – Falei enquanto me aproximava dele e cutucava ele com o meu dedo no nó da gravata dele.

- O que você esta insinuando? – Ele perguntou enquanto afastava a minha mão e ajeitava a gravata.
- Como assim? Eu ouvi. – Fiz uma cara de “hahaha eu sei seu segredo” e ele me encarou e disse:
- Ouviu o que?
- “Eu não posso perder ela.” Não foi isso que você falou? EU OUVI! Vamos, admita! Você gosta de mim. Mas não se preocupe, isso é perfeitamente normal. Qualquer um fica apaixonado por mim. Mas farei o possível para que você desista de mim. Afinal, eu não gosto de garotos psicopatas como você.
Gaara me encarou com um olhar perplexo por um momento. E depois ele fez algo que eu nunca esperaria que ele fosse fazer.

Ele riu.
Mas não do jeito sarcástico que ele SEMPRE faz.
Ele riu de verdade. Daquele jeito que faz a barriga e as bochechas doerem.
O QUE ESSE CARA TEM NA CABEÇA?!
Acho que finalmente o cabelo dele queimou seus miolos.

- PARA DE RIR! DO QUE VOCÊ ESTA RINDO? GAARA!!!!! – Bati o pé no chão e bufei.
Finalmente ele começou a parar de rir e disse:
- Você acha mesmo que eu estou apaixonado por você? – Falou ele enquanto ria mais um pouco.
- E você não esta? – Perguntei indignada.
- Obviamente que não! – Ele falou enquanto tentava voltar ao “normal”.
- Hã?
- Deixe-me explicar o que aconteceu. – Ele finalmente havia conseguido se equilibrar e começou a falar – Você havia saído do hospital e era de se esperar que você fosse até uma loja comprar um vestido. Então eu fui até a sua loja preferida e vi que você estava lá. Esperei que você sai-se e vi você pegando um táxi.
Como a cidade estava muito movimentada eu acabei perdendo você de vista. Então falei : “ Eu não posso perder ela.” Foi isso. Cheguei antes de você pois você ficou conversando com o taxista enquanto eu entrava no hotel.

Fiquei vermelha. De raiva, é claro! Mas é obvio que ele não se apaixonaria por mim. Ele é estúpido de mais para perceber a pessoa maravilhosa, linda, encantadora, charmosa e deslumbrante que eu sou.

Virei de costas para ele e voltei a andar. Ok, não é a reação mais “madura”. Mas o que você espera que eu faça? Eu estava muito irritada. Muito mesmo! Não sei direito do porque da minha irritação. E DAÍ SE ELE NÃO GOSTA DE MIM? Como se eu gostas-se daquele imbecil! ATÉ PARECE!

- Decepcionada? – Ouvi a voz dele atrás de mim.
- Não. – Continuei caminhando e ele continuou me seguindo.
- Não é o que parece. – Falou ele enquanto acelerava mais o passo.
- É o que parece. – Dobrei no corredor e acabei batendo a minha barriga em um carrinho de camareira. M*.

No carrinho continha algumas toalhas e produtos de limpeza. E ele parecia ser feito de metal. Constatei isso por causa da intensidade da dor.

- AI! QUEM É A CAMAREIRA IMBECIL QUE DEIXA ESSE TRECO NO MEIO DO CORREDOR? – Gritei enquanto chutava o carrinho e continuava caminhando.
Pude ouvir a tentativa frustrada de Gaara de tentar segurar o riso.
RIA O QUANTO QUIZER SEU IMBECIL! EU VOU RIR POR ULTIMO E VOCÊ VAI VER! Ou melhor. VOCÊ VAI OUVIR! SEU RETARDADO!

Comecei a correr ao invés de andar.
O cãozinho correu atrás de mim.
Porém eu não consegui mais avançar. Pois um grupo de pessoas apareceu de repente.
E não eram pessoas normais. Eu sabia disso pois pessoas normais não andam por ai com armas e facas nas mãos.