Capítulo XI: Décimo-primeiro tiro.

Havia um espelho muito grande e bonito ao lado do elevador.
Eu decidi ir até ele para dar uma olhada em mim e saber o quanto ridícula eu estava. É, eu estava lamentavelmente ridícula.
Meus cabelos estavam em um rabo de cavalo bagunçado, meu braço direito estava muito inchado e haviam marcas de mão nos meus dois braços. Um presente do “gentil” Gaara.

Suspirei e ouvi um “bip” avisando que o elevador havia chegado.
A porta se abriu e eu fui puxada para dentro do elevador. Tentei gritar, mas uma mão tampou a minha boca e a porta do elevador se fechou. Aparentemente ninguém percebeu o que havia acabado de acontecer.

- Você pensa que é muito esperta, não? – Falou a voz do meu seqüestrador. Fechei os olhos e tentei dar um soco nele. Mas ele segurou as minhas mãos com apenas... UMA MÃO! Dá para acreditar? O cara é o que? Ninja?

Mas de repente eu ouvi uma risada meio abafada. Gaara. Era o maldito do Gaara que tinha me seqüestrado no elevador. SACANAGEM!
Tentei me libertar dele, mas não deu muito certo. Ele estava atrás de mim, era meio impossível me libertar.
- O que você acha que esta fazendo? Vindo até aqui e se expondo para que todos a vejam nesse estado deplorável. – Falou Gaara enquanto apertava mais ainda meus braços.

Tentei chutar ele, mas como ele estava atrás de mim, isso foi meio difícil. Consequentemente eu acabei me desequilibrando e cai para frente. Batendo a minha testa na parede gelada do elevador.

Porém isso foi útil. Com a batida ele tirou a mão da minha boca e eu pude falar:
- CARAMBA! VOCÊ TA DOENTE OU O QUE? COMO OUSA ME SEGURAR ASSIM? E PARA ONDE VOCÊ ESTA ME LEVANDO, HEIM? VOCÊ NÃO VAI ME DETER! SEU IMBECIL, IDIOTA, RETAR-
Não pude continuar com os meus elogios, pois ele novamente colocou a mão na minha boca.

- Você é a única doente aqui! Você pretende encarar todas as famílias de mãos vazias e sem um segurança se quer. Acho que você esqueceu, mas eu sou o Consigliere da Família Yamanaka, não posso permitir isso.

ATÁ, E EU SOU O QUE MESMO? Ah, é mesmo... eu sou A CHEFE DESSA M* TODA!
Eu queria ter falado isso, mas o retardado estava apertando muito a mão na minha boca. MALDITO.
Em seguida o elevador parou. Tentei olhar para o painel e pude ver rapidamente que estávamos no 14º andar.

- Comporte-se. – Falou Gaara enquanto me soltava. Eu olhei para ele e abri a boca para falar algo, porém a porta do elevador se abriu e eu vi algo que me assustou.
Eu vi uma sala gigante há minha frente. Com uma mesa comprida, bem parecida com a do sonho que eu tive enquanto eu estava em coma.
Paralisei durante alguns segundos e Gaara me deu um “leve” empurrão para que eu saísse do elevador. Pois é, quase cai de cara no chão.

- Agora que todos estão presentes, que comece a reunião. – Falou um senhor de cabelos pretos bem compridos e olhos orientais.
- Reunião? – Perguntei baixinho enquanto segurava o braço de Gaara e fazia com que ele parasse de andar.
- Bem vinda ao mundo dos adultos – Falou ele enquanto empurrava a minha mão e se sentava em uma das cadeiras vazias.

Fiquei chocada. COMO ASSIM REUNIÃO? E o mais importante: QUEM SÃO ESSAS PESSOAS?
Uma delas forçou uma tosse para chamar a minha atenção. E eu olhei para as cadeiras em busca de achar uma vazia. Ao encontrar uma eu tecnicamente corri para ela e me sentei.

- Pois bem – Um senhor loiro muito alto começou a falar – vamos começar logo com isso.
- Me desculpe, mas do que se trata a reunião? – Perguntei e recebi vários olhares de reprovação. POXA VIDA! Eu não sou do tipo que fica quietinha sem saber de nada! Os caras me trazem aqui (ok, foi só o Gaara) e ainda querem que eu saiba de TUDO?
HELLO? EU ESTAVA EM COMA A ALGUMAS HORAS ATRÁS!

- Vejo que a garotinha é bem atrevida. – Falou um senhor bem idoso a minha frente – Pois vou te explicar, garotinha, enquanto vocês, jovens, ficam aproveitando a “confraternização” lá em baixo. Nós, os adultos, tratamos de negócios aqui em cima. Ficou claro?

Engoli em seco.
ESPERA UM MINUTINHO AI! ELES DESCOBRIRAM QUE EU SOU A CHEFE DA FAMILIA YAMANAKA?
Olhei desesperadamente para Gaara. Que apenas balançou negativamente a cabeça.
Ele deveria ter imaginado o que eu estava pensando. Porém acho que eu ter levantado da cadeira e ter soltado um grito histérico ajudou ele a adivinhar no que eu estava pensando. Sou histérica, me matem se quiser.

- Acalme-se garota! Isso vai ser rápido! Logo você estará liberada para ir fazer sei lá o que com os outros jovens. – Falou uma senhora enquanto fazia um sinal para que eu me sentasse.
- Senhorita Yamanaka. Nós gostaríamos de saber todos os detalhes do que aconteceu antes de você ir parar no hospital. – Um senhor de olhos cinzas, quase brancos, falou e me encarou com curiosidade.

De repente todos estavam me encarando com curiosidade.

- Alguém entrou no meu quarto e tentou me matar. Foi isso que aconteceu. A pessoa entrou pela janela, eu me escondi no guarda-roupa. Porém não demorou muito para essa pessoa me achar. E pelo que eu sei, essa pessoa injetou veneno em mim. FIM.

Todos ficaram espantados com a minha narrativa. Não pela tentativa de homicídio, isso é muito comum na máfia. Acho que o que espantou eles foi eu ter falado isso enquanto eu pegava um pote cheio de bolachas que estava na mesa e começava a devorar eles. Pois é, eu não como á ... Duas semanas?! POIS É, ESTOU FAMINTA, NÃO ME JULGUEM!


- E a senhorita não viu o rosto da pessoa que a atacou? – Perguntou novamente o senhor.
- Não... Quero dizer, se eu vi, não me lembro. Foi tudo rápido de mais.

As pessoas começaram a cochichar umas com as outras. Eu ouvia elas dizendo coisas como :”Acho que foi a família Haruno”. “Ahh, foi a família Uchiha! Esta na cara que foram eles!”. “NÃO FALE DA MINHA FAMILIA ASSIM!”. “Foram os Hyuuga. Eles sempre matam os outros assim.”

- Silencio, por favor! – Falou Gaara enquanto se levantava – Não adianta ficarmos acusando uns aos outros. Devemos todos nos concentrar na segurança de nossas próprias Famílias. Pelo que conseguimos perceber, esse assassino não obedeceu o tratado de não agressão nos quartos da escola Konoha. Sugiro que todos retirem seus filhos dos dormitórios para que algo parecido não aconteça novamente.

Todos ficaram quietos enquanto Gaara falava.
Uma atmosfera pesada pairou no ar. As pessoas olhavam para os lados discretamente. O que era de se esperar, pois alguém entre nós era o assassino. Ou quase-assassino, pois felizmente ele não me matou.

Mas isso foi apenas sorte da minha parte. Ele ou Ela irá tentar de novo. Eu sabia disso, era obvio de mais que iriam tentar me matar novamente.
Eu havia vindo até aqui para tentar fazer com que o assassino se mostra-se para mim ao tentar me matar. Porém isso é ridículo, não sei aonde eu estava com a cabeça. Muita coisa esta em jogo. A MINHA VIDA ESTA EM JOGO. E esse jogo não tem botão de “começar novamente”.