Severo passou semanas investigando os arredores da torre de astronomia, nada o fazia se lembrar do que exatamente tinha acontecido, quando evitou que Alex cai-se na noite da primeira visão, ele e apenas ele estava nos arredores, mas não perto o suficiente, ele também começou a perceber que Alex precisava que a pessoa se lembrasse ou divagasse para seu passado para então ver o que aconteceu como se fosse transportada aquela visão, então só restou mesmo falar com a dona do dom em questão:

– Alex, preciso que me tire uma duvida. - disse ele calmamente mesmo nervoso com a resposta e mesmo que ela o abraçasse.

– Pode perguntar. - disse ela muito interessada no que ele tinha a dizer.

– Lembra quando teve sua primeira visão? - perguntou ele.

– Sim. - respondeu ela. - foi quando vi meu pai cair da torre.

A naturalidade que ela dizia isso as vezes ainda o pegava desprevinido, mas ele apenas suspirou e voltou a sua linha de pensamento:

– Eu queria saber como ela começou. - disse ele.

– Como assim? - perguntou ela curiosa.

– Começou quando entrou na torre? - perguntou ele.

– Não. - Alex se soltou e refletiu um pouco. - começou no corredor, eu o vi e ele sorriu pra mim, pensei que tinha sido pega por algum professor que nunca vira antes, então ele se virou e começou a andar, eu segui e o chamei, mas ele não me deu atenção, então quando chegamos na torre tudo mudou um pouco e vi o resto, que bem sabe o que é padrinho... Mas o que tem de errado?

O rosto de Severo o traiu em anos, agora mais do que tudo na frente de uma criança, ele respirou profundamente e a olhou:

– É impossível, você começar a ter sua visão ali, porque seu pai antes de morrer estava com Harry, então eles voltaram ao castelo exatamente na torre de astronomia, ele não saiu do corredor e foi para a torre e então foi encurralado, já era esperado na torre, onde ele apareceu primeiro. - explicou Severo apertando a ponta do nariz.

– Não entendo, minhas visões começam das memórias das pessoas. - disse ela.

– Não são visões, você como seu pai e segundo sua mãe, seu avô possuem o dom de ler mentes, mesmo que a pessoa tente proteger sua mente, não vai adiantar, no entanto para isso deve estar pelo menos a uma certa distancia da pessoa, minha casa na rua da Fiação serviu de medidor para o que aconteceu na sua primeira visão e não bate com aquela noite onde eu estava, no entanto você não estava vendo minha mente.

– Então se eu não via a sua mente... Eu estava vendo a mente de quem? - perguntou ela confusa.

Severo não sabia exatamente o que estava dando nele, talvez a esperança da menina o infectara por completo, para isso não havia remédio e apenas uma resposta existia:

– Bom se você viu aquilo, é porque seu pai mostrou a você. - ele a olhou profundamente. - Alex, acho que seu pai pode estar mais perto do que nós podemos imaginar.