Living In The Sky With Diamonds escrita por Cat_Girl


Capítulo 19
Capítulo 19 - Não há tradução para o que sinto...


Notas iniciais do capítulo

OI gente! ^^kkkkk, achei o nome do capítulo sem noção, mas tudo bem :SResolvi fazer uma conversa de msn, tentando fazer o mesmo formato de uma. Achei que seria divertido.Ah, e obrigada pelos reviews do capítulo anterior xD Amei todos de coração *---* Vou respondê-los em breve.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/118250/chapter/19

Algumas semanas se passaram desde que falei com Máh. A vida seguia complicada, parecia até brincadeira do destino: toda vez que eu tentava falar com Bruna havia algum imprevisto. Não que eu acreditasse em destino, mas aquilo já passou do estágio de “mera coincidência”.

  Toda vez que falava com as meninas, ela tinha outro compromisso, ou mesmo, nunca estava conectada. Além disso, eu sentia que elas me escondiam algo. A vontade de contar tudo era enorme, mas a própria Bruna dificultava.

William viajaria por algumas semanas, pois iria divulgar o novo álbum. Um dia antes de sua viagem, estávamos na sala de música. Meus sentimentos naquele momento eram tão paradoxais... Triste, porém, animada. Triste por toda a situação em que me encontrava e animada porque Pete e Patrick estavam lá pela manhã e me viram tocar e cantar.

  - Humpf, não sei qual é a do Patrick. – comentou Will depois que eles foram embora. - Fica te elogiando toda hora! Fica te cantando, parecia até que eu não estava aqui.

  Eu – que estava colocando uma guitarra na capa – parei para olhá-lo.

  - Como assim me cantando, Beckett? Ele só foi gentil e fofo. – dei de ombros.

  - Gentil e fofo nada - resmungou. – E você está me chamando pelo sobrenome que nem a Diana irritante de antes... – sua voz era ácida.

  - Desculpe, WILLIAM! – falei alto, retribuindo seu tom. – Sabe o que eu acho? Que você está se mordendo de ciúmes.

  Ele ficou vermelho, mas não sei se foi de raiva ou vergonha. Após isso, calou-se e foi enrolar alguns cabos. Assim que acabou o que fazia, disse:

  - Vou arrumar minhas malas. Quer me ajudar? – perguntou como se aquilo fosse uma obrigação. Raiva brotou por dentro.

  - Você nunca precisou da minha ajuda. – falei ríspida.

  - Tudo bem, então. – me lançou um olhar duro e virei o rosto, ato mais infantil do século.

  Tentei sair da sala e ele fez o mesmo. Esbarramos ao passar pela porta e nos encaramos. Gostaria de ir para o meu quarto, mas fui à direção oposta de Will, para tentar jogar o cabelo em seu rosto e minha ceninha ter efeito. Não tive sucesso.

  Continuei meu caminho até o fim do corredor e desci as escadas. Encontrei os adultos vendo TV no sofá e passei sem ser notada. Cheguei à cozinha e saí pela porta dos fundos.

  Era fim de tarde, o sol estava prestes a se pôr. Eu estava perto da piscina e sentei numa espreguiçadeira. Admirei o céu e seus tons de rosa e laranja até estar quase escuro. Depois desviei os olhos e comecei a fitar a piscina sem nenhum motivo em especial.

  Nós havíamos acabado de brigar por algo tão idiota. Já sentia o remorso chegando. Por que eu tenho que ser assim, tão irritável? Por que ele tem que ser assim, tão irritante? Como ele e eu poderíamos dar certo, se parecia que nós havíamos sido feitos apenas para brigar um com o outro?

  Balancei a cabeça expulsando o pensamento. Abracei minhas pernas e escondi o rosto nelas. Ouvi alguns passos e olhei para o lado. Era ele.

  - Posso sentar? – indicou um espaço na espreguiçadeira em que eu não estava. Balancei a cabeça afirmativamente.

  Sentou- se na minha frente e ficamos nos olhando por um tempo, ainda calados.

  - Desculpe! – falamos ao mesmo tempo e nos encaramos surpresos.

  - Desculpe por ter feito aquela cena lá na sala. Sim, aquilo foi ciúme. Aquilo que você disse sobre o Trick ter sido gentil e fofo – fez um careta. - é verdade. É o jeito dele e eu interpretei mal. E me desculpe por ter sido grosseiro também.

  - Desculpe por ter sido rude também. Eu me irrito muito rápido, e você já deve ter percebido isso, não é? Acho que vou fazer ioga.  – tentei descontrair. Talvez aquilo fosse um momento romântico, e eu não sei ao certo como agir nessas horas.

  Ele riu do me comentário, e era um som tão... Lindo. Pegou minha mão e entrelaçou nossos dedos.

  - Não queria brigar com você antes de ir. Sabe, aqueles meses que eu passei em turnê foram uma tortura. Sentia vontade de te irritar. Era tão divertido! – riu e o acompanhei. – Um dia lembrei que, quando a gente brigava, você ficava linda. E ainda fica. – arregalei os olhos levemente. – Até que um dia percebi que não sentia falta de te irritar, mas sim de você. – ele baixou os olhos e cabelo caiu sobre o seu rosto. Acho que estava corando.

  Abri a boca para tentar lhe dizer o quanto eu também senti sua falta. Nada saiu.

  - Isso se chama “saudade”, no Brasil. – foi só o que consegui dizer e me senti uma idiota.

  - O quê? – havia confundido ele.

  - Digamos que é quando sentimos muita falta de algo ou alguém. Esse sentimento se chama “saudade”. Não tem tradução para o inglês, e creio que para nenhuma outra língua. Eu... Também senti isso. – admiti envergonhada.

  Ele sorriu tão largamente e me abraçou. Ficamos assim por um bom tempo. Minha vontade era ficar assim para sempre.

  - Você não quer mesmo me ajudar a fazer as malas? – sussurrou.

  - Pode ser. – sorri.

  Relutante, o soltei. Passamos pela sala com discrição, nossos pais nem notaram. Assistiam a um drama. Pude escutar um barulho de choro, meu pai se desmanchava em lágrimas e Mallorie o acalmava.

  - Calma, amor, é só um filme – ela repetia, e ele pareceu se acalmar.

  Prendi uma risada alta, quase nos entregando. Segurei a boca e subi as escadas.

  Chegamos ao quarto dele. Olhei para tudo. Nunca havia entrado lá antes. As paredes eram azuis, como num típico quarto de garoto, e havia pôsteres de diversas bandas. Era um pouco desorganizado, algumas revistas no chão, na escrivaninha estavam papéis espalhados – suponho que sejam composições suas – e várias bolinhas de papel acerca de uma lixeira vazia. Talvez ele tivesse tentado acertar a distância. Sorri. Ele não tinha a mira boa como a minha. Em sua cama havia uma grande mala aberta, ainda vazia.

  - E agora, no que posso ser útil? – perguntei olhando minhas mãos.

  - Você pode me distrair da chatice que é arrumar as malas.

  - Só isso? – falei decepcionada. – Pensei que precisaria do meu bom gosto para escolher o que levar. – disse convencida.

  - Na verdade, eu queria passar mais tempo com você antes de ir. – falou sorridente.

  Revirei os olhos.

  Fiquei sentada em sua escrivaninha, só observando o percurso de uns três passos que ele fazia para ir da cama até o armário e vice-versa. Conversávamos animadamente e de vez em quando eu opinava sobra alguma peça de roupa.

  - Você fica bem de jaqueta de couro e óculos escuros. Você ficou com ar de mau – dei uma risada alta. – Acho que vi isso em algum clipe.

  - Foi em “Checkmarks”, não foi?

  - Não sei, não sou sua fã! – gargalhei e parei imediatamente. – Ah, me desculpe.

  - Não tem problema. – não parecia ressentido.

  - Foi uma tremenda falta de educação a minha. Olha, isso não significa que eu não aprecie o seu trab...

  - Shhh – colocou um dedo em meus lábios. – Já disse que não tem problema. Bom, terminei de arrumar a mala. O que faremos agora?

  - Dormir. Olha a hora, já é tarde. Não acredito que passamos esse tempo todo arrumando sua mala. – desci da escrivaninha.

  Dei um abraço e um beijo de despedida nele e fui para meu quarto.  Resolvi tomar um banho.

  Já estava pronta para dormir. Deitei na cama e olhei o teto. Acho que vou demorar a dormir. Decidi, por fim, contar carneirinhos.

  “Um carneirinho...”, já sentia as pálpebras pesadas. Talvez não fosse demorar tanto assim, rsrs.

  Senti um lado da cama afundar. Peraí, tinha alguém deitando ao meu lado?

  Abri os olhos um pouco confusa. Mal havia os fechado e já me encontrava assim, meio lerda. Dei de cara com William e quase dou um grito, se ele não tivesse tapado minha boca a tempo.

  - Shh, não grita. Tá ficando doida?

  - Eu? Você invade meu quarto a uma hora dessas e eu sou doida?

  - Eu queria dormir aqui com você. – deu de ombros.

  - Sai daqui, agora!

  - Por favor! Eu prometo não fazer nada – olhou de uma maneira tão inocente. – Que você não queira – riu.

  Bufei. Iria ser impossível tirá-lo daqui sem violência, mas com certeza me sentiria culpada depois.

  - Ok, mas nem tente bancar o engraçadinho, senão irá conhecer o grau da minha força!

  - Parece até jogadora de RPG falando – gargalhou. Depois a nerd sou eu...

  - Cala a boca! – fiz menção de silêncio e me aninhei em seu peito.

  - Boa noite para você também, gata. – deu uma risadinha e revirei os olhos antes de cair no sono.

  Acordei com batidas na porta. Apertei os olhos e troquei de posição preguiçosamente. Senti algo ao meu lado e imediatamente me recordei da noite anterior. Will dormiu ao meu lado.

  - Diana? Já está acordada? – a voz do meu pai vinha detrás da porta. – Por que a porta está trancada?

  Dei um pulo e tentei acordar Will, que dormia tão sereno. Ele também pulou e olhou para os lados. Fiz um sinal de silêncio e ele compreendeu rapidamente.

  - Agora estou, pai. – disse com uma voz arrastada. Abri a porta um pouco, encostando-me a ela. Acho que Will se escondeu no banheiro.

  - Ótimo, desça logo. Mall já fez o café.

  - Ok. – disse indo em direção a porta do quarto de Will e eu tremi de nervosismo. Ele parou e olhou para mim novamente. – Ah, me diga uma coisa, mocinha. Por que a porta estava trancada?

  Droga! O que eu respondo? Na verdade, eu nem sabia que a porta estava trancada. Será que Will a trancou prevendo que alguém entrasse no quarto?

  - Mas estava trancada? COMO o senhor sabia que estava trancada? Estava tentando entrar aqui? Sem permissão? Todos precisam de privacidade! – tentei enrolar o máximo que pude. – Eu podia estar trocando de roupa!

  - Mas você ainda está com o pijama... – me olhou desconfiado.

  - MAAAAS eu ia neste exato momento trocar de roupa. – argumentei.

  - Sem tomar banho? – aquilo já estava ficando estúpido demais.

  - NÃO, o senhor acha que eu iria tomar banho com roupa? Para isso eu iria tirá-la, não é, pai?

  Ele parou para pensar um instante e disse:

  - Minha filha, por favor, não vou ficar aqui discutindo com você sobre sua higiene, eu preciso chamar o Bill.

  Consegui fazê-lo esquecer da porta, mas ainda havia Will.

  - Por que não o deixa dormir, pai? Ele precisa descansar antes de viajar...

  - Não posso, a mãe dele pediu que eu fizesse isso. – deu de ombros e se dirigiu à porta ao lado.

  Minhas mãos estavam trêmulas e suavam. Ai, vai dar merda.

  - Bill? – ele chamou e bateu na porta. Nenhuma resposta.

  Bateu novamente e chamou mais alto.  Dessa vez a porta e abriu e Will saiu de lá.

  - Bom dia, number one. – ele chamou meu pai pelo apelido que haviam combinado.

  Observei tudo com uma expressão de “WTF?” e entrei no quarto novamente, para ver se o William que havia entrado no banheiro ainda estava lá. Banheiro vazio.

  Voltei e vi meu pai passando por mim com uma expressão de reprovação e dizendo:

  - Vai tomar banho, hein, menina. – disse em português. Que sorte, se Will entendesse poderia me zoar pelo resto da vida.

  Assim que meu pai desapareceu de vista, corri para a porta do quarto de Will.

  - Por favor, COMO surgiu aqui, se você estava no meu banheiro?

  - Saí pela janela do seu quarto. – disse rindo.

  - Você é louco? Estamos no segundo andar! E se alguém te visse?

  - Ninguém me viu, calminha aí. – continuou rindo.

  - Você é louco sim, não tenho mais dúvidas. – disse e depois comecei a rir, enquanto seguia para meu quarto e me preparava tomar o café.

  No fim da tarde, levamos Will para o aeroporto. Como sempre, havia fãs esperando, mas dessa vez, o número tinha aumentado. Os gritos eram audíveis desde a entrada do aeroporto. Nossa, talvez as fãs de Will possam ter sucesso como cantoras de ópera.

  Despedi-me dele discretamente. Apenas um abraço. Ele fez um cafuné na minha cabeça, desarrumando todo o meu cabelo, e eu lhe dei um soco no braço. Foi um gesto bem fraternal, para quem não sabe o que se passa. 

  Quando passou pelo portão de embarque, ele me olhou uma última vez. Contudo, não foi como da outra vez, um olhar cheio de incertezas e confusão. Era como se ele estivesse me dizendo tudo o que sentia com apenas um olhar. Foi tão... Intenso. Sorri e assenti.

  Voltei para casa com a sensação de faltava uma parte de mim. Odeio admitir, mas já estava tão apaixonada a ponto de estar meio besta.

  Cheguei em casa e fui direto para o quarto. Liguei o notebook e tentei conversar com alguém. O provável era que não tivesse ninguém para conversar, pois deveria ser época de provas finais no Brasil. Para a minha surpresa, Márjorie estava online e imediatamente começou a conversar comigo.

  Máh diz:

* Hey, como você está?

   Dee Dee diz:

* Inquieta, mas eu sempre estou assim, rsrsrsrs...

* Liga sua web ;D 

  Máh diz:

* Não dá, na casa da minha avó não tem =/

* Hey, tenho notícias sobre a minha mudança

  Dee Dee diz:

* Sério? E aí? Você vai mesmo sair do país? =(

   Máh diz:

* Sim =/ Vou para a Coréia...

  Dei um pulo na cadeira. Coréia? É muito longe!

  Dee Dee diz:

* NOSSA! Você vai virar socialista! O_O Vai ser difícil, hein, não conheço ninguém mais capitalista que todas as Diamond Girls, kkkkkk

  Máh diz:

* NÃO! Existem duas Coréias, sua louca!

* Vou morar na Coréia do Sul, kkkkkkkkk

  Dee Dee diz:

* =O É mesmo! Desculpe se sou ruim em geografia u.u

Ri descontroladamente do meu comentário idiota.

Dee Dee diz:

* E quando você vai?

Máh diz:

* Assim que acabar o ano letivo, ou seja, daqui a uma semana :S

 Dee Dee diz:

* O_O  Mas já?

  Espantei-me. Nem eu fui embora com tão pouco tempo assim, mesmo que minha ida tenha sido tão repentina.

  Máh diz:

* Já. Meu pai já tem tudo pronto. Foi bem parecido com seu caso, meus pais já tinham tudo sob controle e me avisaram em cima da hora ¬¬

Concordei com ela e conversamos mais um pouco. Ela havia dito que Boo Boo andava estudando demais, por isso nunca mais teve tempo para entrar na internet e falar comigo. Citou também que Drica e Juliana mudariam de colégio e que Boo Boo pretendia fazer intercâmbio em uma escola próxima a minha, só que ainda não sabia a data de sua partida. Era isso que elas me escondiam. O fim das Diamond Girls. Eu já sabia do fim, mas não do rumo que cada uma iria tomar. E foi um choque. O choque foi maior quando eu realmente me dei conta de algo.

Bruna estava chegando... e dessa vez não tinha mais como esconder a verdade...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não gostei muito desse final =/Qualquer erro me avisem, ok? ^^ Amos vocês, minhas queridas! *-----*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Living In The Sky With Diamonds" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.