Living In The Sky With Diamonds escrita por Cat_Girl


Capítulo 20
Capítulo 20- Chegada


Notas iniciais do capítulo

Oie gente! Desculpe a demora, mês com provas e simulado, simplesmente impossível!X.X Por favor, não me abandonem xD
Mais um capítulo fresquinho! boa leitura! xD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/118250/chapter/20

Estávamos em dezembro. Will voltou de viagem com uma animação incomum. O sucesso de seu single era evidente. Cópias e cópias de seu álbum foram vendidas. Meu coração batia freneticamente toda vez que ouvia alguém cantarolando “About a Girl” nos corredores do colégio. A minha música. Mesmo que na música ele diga que não é para mim...

Eu estava confiante. Já sabia tudo o que dizer a Bruna, estava tudo ensaiado. A má noticia era que a data de sua chegada não estava prevista, mas isso me daria mais tempo de preparo, caso a insegurança batesse à porta.

  Ainda havia nossos pais. Eles se casariam em fevereiro do outro ano, porém, pretendíamos contar antes. Uma coisa de cada vez.

Márjorie já havia viajado para a Coréia. Estava tendo algumas dificuldades de adaptação, por não saber o idioma local. Virava-se falando inglês e já havia feito amizade com um garoto coreano chamado Mir. Seus relatos sobre ele eram freqüentes, sobre como ele era legal, bonito e outras qualidades. Talvez Máh não quisesse admitir, porém, eu sabia que ela tinha uma quedinha por ele.

  E por último, mas não menos importante, havia minha mãe e meu irmão. Eu sempre falava com eles ao telefone, contudo, não era o suficiente para preencher a imensa falta que eles faziam. A voz de mamãe sempre estava cheia de saudades e um pouco triste. Meu irmão estava como sempre, a voz recheada de sarcasmo. Eu sabia que isso era para esconder a falta que eu fazia. Era um pouco engraçado.

Assim a vida seguia...

Para ser mais precisa, ainda faltavam duas semanas para o natal. Ainda não havia nevado, e era muito pouco provável, na região em que estávamos. Mesmo assim, eu esperava que nevasse. Neve é um dos sonhos de criança que nunca morre.

Jay, Agnes, William e eu arrumávamos a decoração natalina da sala de estar. Foi realmente uma boa ideia chamá-las, descobri que elas adoravam isso.

- Gente, onde tem uma escada? – Jay repetia insistentemente. – Não alcanço! – Tentava colocar pisca- piscas na árvore, que era realmente alta.

- Por que será, não é? – Agnes colocava alguns adornos em forma de papai Noel em um galhinho de árvore.

Mile mostrou a língua e murmurou algo como “Bitch!” para ela e continuou tentando sua tarefa, sem muito sucesso.

- Bom, eu acho que o jardineiro deve ter alguma – Will falou. – Diana, me ajuda?

- Ah, claro. – Larguei uma caixa e enfeites e levantei do chão.

Mile e Agnes soltaram risadinhas.

- Go, Dee Dee, ajude ele – falou Mile, maliciosa.

- Eca. Pervertidas. – Murmurei quando Will saiu da sala. Corri para alcançá-lo.

- Espera aí, papa-léguas. – Disse quando cheguei perto.

- Acho que Xavier está na casa dele. Vamos dar uma olhada.

Caminhamos pelo enorme quintal até a casinha de Xavier. Batemos na porta e ele não respondeu. Aparentemente, estava vazia.

- Ele deve estar no jardim. – Ele falou.

Continuamos a andar. Minha vontade era de segurar sua mão enquanto andávamos, como se fôssemos um casal normal, no entanto, era arriscado demais. Essa situação era torturante.

- Diana, sabe de uma coisa?

- Do quê? – Saí do meu devaneio.

- A gravadora pretende fazer o clipe de “About a Girl”.

- Oh! – Parei de andar. – Sério?

- É sim! – Ele parecia tão feliz.

Soltei um grito de felicidade e corri para abraçá-lo.

- Que bom, que bom, quem boooom! – Falei alto demais.

Ele me girou no ar e ficamos ali comemorando que nem crianças.

- E tem mais outra coisa... – Me colocou no chão. – As gravações vão ser no colégio.

- No Barrington High?

- Yeah! – Fez um sinal de afirmação.

- Bom, uau... – não soube mais o que dizer e ele riu.

Depois disso, conseguimos a escada e terminamos a decoração. Nossos pais adoraram o trabalho. Após o jantar, eles observaram abraçadinhos a árvore brilhar. Parecia que estavam em sua própria bolha.

Naquele momento senti falta de minha mãe. Não porque estava vendo meu pai com outra pessoa, mas porque já sentia aquele espírito de natal chegando. Uma data como aquela é para se passar com a família inteira. Seria estranho ficar longe dela naquele dia...

Acho que Will se sente assim também. O que eu sei é que o pai dele havia falecido há muito tempo. Ele nunca falava sobre isso, e eu também nunca o pressionei. Além disso, deve ser realmente muito estranho ver sua mãe com outro alguém depois de tanto tempo. Aparentemente, ele encara isso bem.

Continuei a fitar o casal de costas para nós, até sentir Will apertar minha mão.

- Você está olhando eles demais. No que está pensando? – falou baixo.

- Em como a relação deles me causa um pouco de inveja. – tecnicamente, não menti. Eu pensava nisso de vez em quando.

- Por quê? – olhou para eles.

- Eles não se escondem de ninguém. Podem demonstrar publicamente que se gostam. Não tem com o que se preocupar quanto a isso... – parei de falar antes que dissesse mais besteira.

Ele apertou mais a minha mão.

- Se isso te deixa triste, podemos falar com eles agora, huh? Parece um bom momento.

- Não, agora não – ele não sabia que havia outros motivos além de nossos pais. E nem saberia.

- Tudo bem­ – suspirou. – Quando você estiver pronta.

- Obrigada!

Fui para a cama me sentindo tão culpada por mentir para Will. Cansada de esconder a verdade de todos a minha volta. Isso realmente estressa.

No final das contas, não consegui dormir.

Acordei com o cobertor sendo puxado. Automaticamente balancei as pernas tentando acertar o culpado, afinal, eu sou ninja. Ouvi um gemido de dor.

- Pai, desculpe, é meu mecanismo de autodefesa. – falei de olhos ainda fechados.

- Não sou o number one... – reconheci a voz e abri um olho só.

- Ah, é você... – revirei os olhos. – Não preciso pedir desculpas.

- Obrigado pela consideração. – disse com sarcasmo. – Olha, você precisa sair do seu hábitat natural, Dorminhocolas irritabuluns.

- E você precisa melhorar as suas piadas. Nem em latim fica bom. Parecia que tava me jogando um feitiço.  – levantei-me como se fosse um zumbi. – Cadê os velhos?

- Eles saíram bem cedo. Disseram para eu te levar na aula.

- Por que tão cedo?

- Não disseram. Também perguntei o porquê e eles disseram algo como “Há, vocês vão ver!” e saíram quase correndo.

- Nossos pais parecem crianças piradinhas... – comentei massageando as têmporas.

- É mesmo...

- Lembra das quintas que eles saíam para dançar salsa?

- E eles começavam a dançar antes mesmo de passar pela porta aqui de casa? Não tem com esquecer aquilo – nós rimos.

Tomamos café fazendo suposições sobre o que nossos pais poderiam estar fazendo.

- Será que eles estão comprando nossos presentes de natal? – falei animada.

- Não. Eles já fizeram isso há uns dois dias – falou pensativo. – Fizeram o maior barulho ao passar pelo corredor. Você não ouviu?

- Não. Sério?

- Tinha me esquecido que você dorme como uma pedra... – falou baixo e revirei os olhos. – Acho que esconderam num quarto de hóspedes... – levou uma colher de cereal a boca. – Pensam que ninguém ouviu nada. Bobinhos, rs.

- Não fale de boca cheia! É nojento! – dei bronca. – E eles são uns bobos mesmo... – gargalhei. – Vamos, você não vai me levar?

- Sim, sim. – terminou o cereal e lavou a tigela.

Saímos pela porta dos fundos e entramos no carro. Will o ligou.

Chegamos no estacionamento do colégio. Bati a porta e me voltei para a janela.

- Você vem... me buscar na saída?

- Venho sim. Na verdade, eles disseram que era para passar o dia todo na sua cola.  – sorriu. – Não com essas palavras.

- Ok. Até mais. – corri e avistei Jay e Agnes saindo do ônibus. Cumprimentei-as e seguimos para a aula juntas.

Minha mente estava nas alturas na hora da aula, e por sorte nenhum professor me chamou a atenção. Estava tão ansiosa para saber o que aquela dupla tramava...

Na hora da saída, me despedi o mais rápido possível das meninas.

- Mas por que a pressa? – Agnes perguntou

- Você não sabe que os pais dela não estão em casa essa hora? Aí ela fica sozinha com alguém... – Mile riu.

- NÃOO! Não é isso! Embora nunca tenha pensado por esse lado... – comentei e elas riram. – É que nossos pais estão aprontando algo, estou doidinha para saber!! Bye, bye girls. –saí correndo.

Entrei no carro de Will com uma rapidez anormal, o que fez ele me olhar assustado.

-Tudo... bem? – perguntou.

- Anda logo, vamos para casa. Vai dizer que você não quer saber o que aqueles dois estão aprontando?

- Quero sim! – gargalhou e acelerou.

  Chegamos em casa e William deixou o carro na garagem. Assim que entramos na sala de estar, percebi que não haviam chegado ainda. Percorri os olhos por toda a sala, até parar num canto perto da escada. Arfei no mesmo instante. Naquele canto estavam malas. Alguém havia chegado.

  - Será que... que é ela? – comentei baixinho. Eu estava tremendo.

  - VACAAAA! – alguém gritou em português e eu sabia que era para mim.

Virei automaticamente e minha surpresa aumentou.

  - DANILO? – gritei e corri para abraçá-lo.

 - Oi, maninha.

- Ei, que vocabulário é esse, menino? Não chame sua irmã assim, onde você ouviu isso? – minha mãe surge do corredor que dá para a cozinha.

- Mãe! – abracei-a também. Percebi que eu estava chorando.

Meu pai e Mallorie observavam atrás de nós. Então era isso o que aprontavam.

- WOOW! – meu irmão correu até William. – A Bruna gosta muito de você!

Acho que fiquei meio nervosa nesse instante.

- Err, Danilo, ele não entende português. – falei.

- Ah tá. – falou e eu ri um pouco. Virou-se para Will. – Sorry, I don’t sei speak english direito. – todos explodiram em gargalhadas.

- Tudo bem mesmo, eu ficar aqui hoje? – ouvi minha mãe dizer baixinho. – Amanhã mesmo eu procuro um hotel...

- Você não vai a hotel nenhum – Mall a interrompeu. – É minha convidada!

- Nossa convidada – meu pai corrigiu.

  Sorri. Era bom vê-los se dando bem.

Os quartos de mamãe e Danilo foram mostrados pelos adultos e todos se arrumaram para o jantar.

Foi uma refeição divertida, todos estavam muito falantes e uma confusão de idiomas aconteceu, tudo terminando em gargalhadas altas e contagiantes.

Após o jantar, Will e eu fomos encarregados de lavar a louça, enquanto os outros estavam na sala conversando alegremente.

- Você está mesmo feliz, não é? – Will comentou enquanto enxaguava um prato.

- Como assim?

- Você está lavando louça toda animada, você nunca fez isso antes.

Dei uma risada e concordei.

- Claro, só depois que a gente reencontra uma pessoa que gosta muito é que percebemos a falta enorme que ela fez.

- Tem razão... Saudade. – enrolou a língua tentando falar a última palavra.

- É, saudade... – repeti e dei-lhe um selinho demorado.

Ele envolveu seus braços lentamente e fiz o mesmo. Antes que aprofundássemos mais o beijo, nos demos conta de que deveríamos terminar de lavar a louça e cuidar para que ninguém visse o que tinha ocorrido.

- Eu tenho que secar esses pratos. – desvencilhei-me relutante e me afastei.

- Eu tenho que lavar esses talheres. – sorrimos e continuamos a tarefa.

Depois que terminamos tudo voltamos para a sala. Os adultos brindavam com taças de champanhe, e Danilo com um copo de refrigerante, muito a contragosto, por sinal.

- O que estão brindando? – Will perguntou assim que adentramos o local.

- À família reunida! – Os três disseram juntos.

Senti uma pontada de felicidade no coração.

- E estavam comemorando sem a gente? – Falei com falso ultraje, e depois sorri abertamente.

Minha mãe deu uma taça para Will e para mim.

- Ei, mocinha, você não pode tomar isso ainda! – meu pai falou. – Carmem, por que você deu isso para ela?

- Ah, para de ser chato, deixa a menina! Ela não vai virar alcoólatra só porque tomou uma tacinha de champanhe antes dos 18, não é? – falou despreocupada.

Encarei-a surpresa. Ela nunca tinha sido tão liberal assim. Se bem que não é algo tão drástico, já que faltavam uns quatro meses para meu aniversário de 18 anos. Peguei a taça com uma animação precipitada, e brindei junto com os outros.

Tomei um gole lentamente e torci o nariz. O sabor era uma novidade para mim, já que não estava acostumada com álcool. Era como se estivessem fazendo cócegas no meu nariz. Will deu uma risada e o acompanhei.

- Esse gosto não é muito legal... – Sorri.

- Depois você acostuma. – Bebeu tão despreocupadamente que me senti um pouco amadora. E de fato eu era mesmo.

Mamãe foi para seu quarto ordenando que Danilo fosse dormir também, mas papis dormiria esta noite com ele, um momento pai e filho. Mallorie pediu que não demorássemos a subir, e nos deixou a sós.

Sentei exausta no sofá e Will fez o mesmo. Olhei a mesa de centro e vi a garrafa de champanhe ainda ali.

- O papai não pediu para Mall se livrar disso aí?  - apontei o objeto.

- Pediu... Mas ainda está cheia, quer tomar? Se ela deixou aí, não foi por acaso. – Sorriu. – Acho que ela quer que nos livremos disso.

Ri um pouco.

- Ok, mas meu pai não pode saber.

- Eu não contaria. – Deu de ombros. – Vamos para outro lugar.

Puxou minha mão e andamos depressa. Chegamos até o jardim e sentei num baquinho próximo a um canteiro de margaridas, um ótimo trabalho de Xavier.  Esfreguei as mãos, não estava acostumada com a queda da temperatura.

Will não sentou, sumiu de vista por alguns minutos e comecei a achar que apenas aquele copo de champanhe já poderia ter me causado alucinações. Mas não. Ele apareceu segurando as taças para nós. Nem me importava com este detalhe, pensei que beberíamos na boca da garrafa mesmo, como eu via jovens rebeldes fazendo em filmes...

Colocou as taças no banco e disse:

- Espere só mais um pouco.

Suspirei e concordei. Segundos depois ele estava de volta novamente, dessa vez sentando ao meu lado.

- Você escolheu um lugar bom. – Disse e eu não entendi. – Olha só.

Apontou a mansão, e continuei sem entender nada. Ela continuava sendo uma bela construção, mas não havia nada de diferente nela desde que eu vim morar aqui. Até que aconteceu.

Uma trilha de luzes brilhantes foi se acendendo sequencialmente e iluminou toda a fachada. Piscavam aleatoriamente de vez em quando, fazendo um belo show.

- Que lindo... – eu falei impressionada.

- É mesmo. Só ia ser ligado amanhã, mas como hoje é dia de comemoração... – Nós rimos meio abestalhados.

Bebemos o que sobrou da garrafa - eu ainda torcendo o nariz para o álcool, claro – e ficamos observando as luzes. O tempo, de uns dias para cá, estava frio, no entanto, hoje parecia pior, o que atrapalhou um pouco meu momento de apreciação aos pisca-piscas.

- Frio?- ele perguntou e me ofereceu o casaco. Aceitei, achando tudo aquilo tão fofinho.

Ele me encarou por um tempo e sorriu. Seu rosto estava tão lindo iluminado e seus olhos agora estavam escuros.

- Tem uma coisa no seu cabelo. – Subiu o olhar e tirou a coisa de lá. - Olha só! – Exclamou surpreso.

- O quê? – Mostrou uma manchinha branca em suas mãos.

- Neve!

- OOOh! – Cutuquei o pequenino floco branco e gelado. Aquele momento era mágico. NEVE!

Mais alguns flocos começaram a cair lentamente e observei maravilhada.  

- Hoje foi mesmo um dia especial... – comentei sorridente.

- É... Isso foi o grand finale.  Agora nós devemos ir.  – concordei e levantamos do banquinho.

A neve se depositava lentamente nos galhos secos de algumas árvores, e apostei consigo mesma que no dia seguinte tudo estaria exageradamente branco. Percebi também que Will estava tremendo de frio e fiquei envergonhada por não devolver seu casaco. Tentei, porém, ele insistiu que ficasse comigo.  

Entramos pelos fundos e ele se livrou da garrafa vazia sem que eu tivesse visto. Subimos até o corredor dos quartos e nos despedimos. Fui para cama bem mais feliz, comparando ao meu estado de antes.

Incrível como o espírito natalino melhora as coisas...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Não gostei desse final, mas é porque eu precisava me apressar, estava louca para postar logo xD
Enfim, reviews?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Living In The Sky With Diamonds" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.