Capítulo 9 — Um beijo inesperado...

“Então, pude ter certeza de uma coisa:

Eu queria ficar com Nessie, independente de como fossem às coisas daqui pra frente!”

[...]

P.O.V. Renesmee

Acordei com a claridade de pequenos raios de sol, que ultrapassavam a barreira da cortina.

Olhei em volta do lugar onde me encontrava e, por um momento, não sabia onde estava.

Era um lugar conhecido, com certeza já estive aqui antes...

Levantei-me da cama e fui olhando cada objeto que tinha naquele quarto.

Até que me deparei com uma foto minha e de Jacob, quando éramos adolescentes. Logo percebi onde estava, foi ai que a fixa caiu e todos os acontecimentos da noite passada entraram em minha mente, como um filme.

— EU NÃO ACREDITO NISSO! — Dei um grito e um passo para trás. Com o susto, acabei tropeçando na cama e caindo de costas no chão. — Ai! — reclamei, por conta da dor do impacto de meu corpo no chão.

— Aconteceu alguma coisa? — Jake perguntava enquanto surgia do além.

Sério, como ele consegue aparecer tão rápido assim?

— NADA! — Respondi nervosa e num tom alto, me debruçando na cama.

— Sério? — Ele perguntou desconfiado. — Por que eu ouvi um barulho na cozinha e agora você está ai no chão, eu pensei que...

— Jacob! Não aconteceu nada, tá bom? Você não confia em mim? Se eu falei que não aconteceu nada, é por que não aconteceu nada! Fim! — Falei rapidamente, interrompendo-o e me levantando do chão. Eu realmente não queria encará-lo depois de ontem. Não agora...

— Mas eu...

— ‘Mas’ nada! — Falei, interrompendo-o novamente. — Agora, se você me der licença, eu quero me trocar, ok? OK! — falei, empurrando-o para fora do quarto e fechando a porta. — UFA! — suspirei, encostando-me à porta e escorregando até o chão.

Nesse momento, Jacob deveria estar pensando que sou extremamente bipolar, por que até a noite passada, eu estava arrancando a minha roupa pra ele e, em menos de 24 horas, eu passei de tarada pra malucaque não quer vê-lo nem pintado de ouro!

É muita informação para a cabeça de um homem só!

Mas fazer o que? Eu não tenho culpa se sob efeito da bebida, eu sou uma completa “sem vergonha” e sem ela, sou uma “pateta total”.

— Burra, burra, burra! — falei a mim, enquanto pensava na idiotice que cometi na noite de ontem.

Não que eu tenha me arrependido, longe disso, foi à melhor noite da minha vida, mas e agora? Como vai ser?

Eu passei uma noite mágica com Jacob, o que me fez ficar mais apaixonada por ele, porém, isso não muda em nada o fato de que ele vai se casar daqui a pouquíssimos dias!

E eu? O que eu vou fazer? Chorar? Por que, infelizmente, é só essa opção que me resta.

A única coisa que eu sei no momento; Jacob e eu precisamos ter uma conversa séria.

E é ai que entra mais um dilema.

Como eu vou encarar Jacob, depois do que aconteceu na noite de ontem?

Por que eu realmente nunca fui de cometer essas “loucuras”, não que eu nunca tivesse dormido com um cara, mas era uma situação bem diferente. Ele não estava NOIVO, e não iria se casar daqui a POUCOS DIAS! E um último detalhe, não menos importante... EU NÃO ESTAVA COMPLETAMENTE E ESTUPIDAMENTE APAIXONADA POR ELE!

É, eu realmente não sabia como agir numa situação dessas e, no momento, eu estou parecendo um pimentão de tanta vergonha. Eu não consegui nem olhar nos olhos dele, a única coisa que fiz foi expulsar o pobre coitado do quarto.

— Se acalma, Renesmee... Relaxa! — disse a mim e respirei fundo. — Você vai tomar um banho, relaxar, sair desse quarto e encarar essa situação como uma mulher madura!

Tomei meu banho, coloquei minhas roupas, que já estavam secas e, quando estava abrindo a porta do quarto, o medo tomou conta de mim novamente

— Ai, eu não consigo! — sussurrei. — Não, não, Renesmee, você consegue sim, pare de ser idiota e assuma as consequências de seus atos!

Abri a porta rapidamente e sai do quarto.

“Pronto, você já saiu, o primeiro passo já foi dado. Agora encontre Jacob e comece essa conversa”

Avistei Jacob na cozinha, ele estava fritando uns ovos, provavelmente para mim. Ele é sempre tão atencioso.

Fui chegando até a cozinha e falei num sussurro:

— Oi...

— Bom dia! — virou-se para mim e deu aquele sorriso caloroso de sempre, o que fez meu coração derreter automaticamente.

— Bom dia... — Respondi, sorrindo.

E como não sorrir? — pensei.

— Está com fome? — perguntou. — Por que estou fritando uns ovos, fiz umas torradas e tem suco de laranja fresquinho na geladeira... — Tagarelou entusiasmado.

—Eu quero conversar. — Disse seca, tive vontade de me matar por isso. Sua expressão radiante sumiu, deixando apenas a tensão.

— Ok, já esperava por isso... — falou, encarando o chão. — Pode começar...

— Bom, Jacob, em primeiro lugar, eu queria me desculpar por ontem... — falei um pouco nervosa e sua expressão ficou triste. — Não que eu tenha me arrependido, nem nada disso! — arrumei minha fala rapidamente. — É só que, o que aconteceu ontem, vai ter consequências, sabe? Você... Você está noivo, Jake, vai se casar daqui a alguns dias. Isso me faz sentir extremamente culpada, por que, por mais que eu ache que EU seja a pessoa certa pra você, a Leah é uma garota incrível e com um coração enorme. Eu sinto como se eu estivesse apunhalando-a pelas costas, me sinto uma vadia suja e eu realmente não estou bem com essa situação. Acho que é melhor você e eu esquecermos o que aconteceu ontem e seguirmos em frente com as nossas vidas. Só pra não ter mais complicação e sofrimento para nós dois, entende? — perguntei apreensiva

— Perfeitamente...

— Mesmo assim, Jake, você tem que entender que...  — parei de falar, tentando recapitular o que ele acabou de dizer. — O que? O que você disse?

— Eu disse que entendo perfeitamente...

— Ah... Nossa... — Falei surpresa, eu já estava esperando um drama total da parte dele e eu já tinha até falas prontas para serem ditas, mas aquilo me pegou de surpresa. — Uou! —Falei autoritária.

“Ótimo, agora sou EU quem vai fazer o drama total”

 — Você estava pensando o que? — Continuei. — Que ia se divertir uma noite comigo e depois voltaria para sua noiva? Ah, mas não é assim que a banda toca, queridinho! Não é mesmo! — discursei frases sem nexo algum, fazendo a expressão de Jacob ficar extremamente confusa, já que ele tinha apenas falado que entendia a situação. — Já que o senhor mesmo falou que entende “perfeitamente” a situação, então por que dormiu comigo, hein? Está pensando que eu sou qualquer uma, é? Por que eu não sou, Black, não sou mesmo! — Falei totalmente irritada, não sei por que, devia ser a minha TPM batendo na porta. — Os homens são tão engraçados, eles pensam que podem usar as mulheres e depois descartá-las como se fossem um lixo qualquer! — Falei, sentindo meus olhos ficarem marejados, virei de costas rapidamente e... SANTO DEUS! O QUE ESTAVA ACONTECENDO COMIGO? — Só me fala, Jacob, por quê? Por que você dormiu comigo, sabendo que tinha uma garota incrível te esperando? — Falei, chorando. — Por que dormiu comigo, sabendo que no final iria me abandonar e me fazer sofrer? Só me diz por que cometer essa estupidez, Jacob, por quê? Por que você... — fui interrompida. Ele aproximou-se de mim e me calou com um beijo doce, calmo e, principalmente, cheio de amor.

Fiquei extremamente surpresa, tá ai uma coisa que eu realmente não esperava. Separamo-nos lentamente, até que Jacob começou a falar:

— Você quer saber o porquê, Renesmee? O Porquê de eu querer passar pelo menos uma noite da minha vida com você, mesmo sabendo que nós podemos nunca mais fazer a mesma coisa; mesmo sabendo que depois disso eu sei que nenhuma outra mulher vai conseguir me fazer sentir o que você fez; mesmo sabendo que, eu posso casar com qualquer outra mulher no mundo, mas se ela não for você, eu serei infeliz para o resto da vida? Você quer realmente saber o porquê? — Ele perguntou, olhando-me com tanta intensidade, que minhas pernas ficaram bambas. — Por que eu te amo, Renesmee Carlie Cullen, eu sempre te amei, desde a primeira vez que eu te vi. E não tem nada nem ninguém que consiga roubar o seu lugar no meu coração! — ele falou e, neste momento, eu já estava me desfazendo em lágrimas. — Agora você sabe por que eu fui idiota o bastante pra tentar ser feliz, mesmo que essa felicidade durasse apenas uma noite...  — Ele disse com um olhar triste Meu coração não aguentou, enlacei meus braços em volta do seu pescoço e o beijei da forma mais apaixonada que pude.

— Jake... — falei enquanto nos separávamos.

— O que? — ele perguntou.

— Então... Er... Isso quer dizer que agora nós vamos ficar juntos? — perguntei, mordendo o lábio

— Você acha? — Ele perguntou, dando aquele sorrisinho de lado que eu adoro. Não pude deixar de sorrir.

— Er... Olha, não querendo estragar o momento, mas... E a Leah? O que você vai falar pra ela? — perguntei apreensiva.

Por mais que eu não suportasse a ideia de ver Jake se casando com ela, não gostaria nem um pouquinho de vê-la sofrer, afinal, ela nunca fez nada de mal a mim.

A não ser pelo fato de ela roubar o homem da minha vida, mas eu sei que ela não fez por mal, eu que fui idiota o bastante para deixá-lo escapar.

— Vou falar a verdade para ela, Renesmee, nunca tive a intenção de mentir a ela, e não vai ser agora que eu vou começar a fazer isso. — ele falou, olhando pra mim. — Uma coisa que eu prezo muito nas pessoas é a sinceridade, e se eu quero que as pessoas me tratem assim, tenho que fazer o mesmo.

— Bom, eu te entendo, mas o que você vai falar exatamente para ela? Por que eu não quero que fique magoada, Jacob.

— Claro, nem eu. Leah sempre esteve do meu lado quando precisei, nunca me magoou. Vai ser difícil, mas não esquente a cabeça, deixa que eu resolvo o meu assunto com a Leah, ok? — ele acariciou meu rosto.

— Ok... — Disse, sorrindo e ele me deu um rápido selinho.

—Bom, tome o seu café e arrume as suas coisas, pois, como você já deve ter percebido, nós temos muitos assuntos para tratar em Nova York... — Ele falou e eu apenas assenti.

                                                                  

[...]

Estávamos no carro — carro que Jacob pediu emprestado pra Rachel, por que eu me recusei a andar de novo naquela lata velha. —, saindo de La Push e a caminho de Nova York já fazia algum tempo, contudo, parecia que estávamos ainda no mesmo lugar.

Forks e La Push eram bem distantes do lugar que agora eu chamo de lar.

Já havia me despedido de minha família, afinal, não sabia quando voltaria aqui novamente, trabalhar como médica em Nova York é sinônimo de ter uma agenda super movimentada.

Jake dirigia calmamente, enquanto eu olhava pela janela do carro, pensando em como as coisas estavam acontecendo ultimamente.

Até umas semanas atrás, eu era apenas uma médica recém formada, tentando ganhar a vida em Nova York. Até que eu encontrei meu melhor amigo dos tempos da adolescência, amigo pelo qual eu era apaixonada sem saber, e acabei me “reapaixonando” pelo tal, até descobrir que ele estava noivo, prestes a se casar, casamento no qual EU era a madrinha, então a gente fez uma viajem inesperada até nosso antigo “cenário” de vida e começamos um “romance proibido”!

Nossa! Minha vida está realmente parecendo uma novela mexicana.

— Ué! — Falei, voltando ao mundo real, quando vi Jake estacionando o carro no acostamento. — Por que você parou? — perguntei curiosa.

— Eu quero te amostrar uma coisa. — ele disse e, sorrindo sapeca, desceu do carro.

— Ah, eu não sei se quero ver... — Falei, fazendo manha, recusando-me a sair do carro.

— Venha logo, eu sei que você vai gostar! — ele falou, puxando-me.

Nós entramos no meio de uma floresta, caminhamos por uns 5 minutos até chegarmos numa enorme campina, cercada por rochas e totalmente florida.

Era uma vista deslumbrante para qualquer pessoa. Ao virar-me, acabei avistando a cachoeira mais linda que eu já vi em toda a minha vida.

Ela tinha uma água tão cristalina, que se eu chegasse mais perto, daria pra ver o meu reflexo perfeitamente.

Era um lugar surreal!

— Então o que achou? — Ele perguntou e vir-me-ei para vê-lo. Jacob estava com aquele lindo sorriso de sempre; aquele sorriso que derrete corações e deixa as pernas parecendo gelatina.

— Nossa, eu achei lindo! — Respondi, sorrindo que nem uma boba.

E como não sorrir? Se, cada vez que ele mostra aquela linda fileira de dentes branquinhos, meu coração disparara, milhares de borboletas dão início a uma guerra no meu estômago e um frio repentino sobe pela minha espinha?

Sério, eu estou realmente me sentindo uma adolescente outra vez.

— Sabia que iria gostar! — Falou enquanto abaixava para pegar alguma coisa atrás de uma rocha.

— Nossa! Você pensou em tudo, não é mesmo? — Falei, vendo-o segurar um lençol e uma cesta, daquelas de fazer piquenique.

— Pois é, sou um cara prevenido! — falou, gabando-se.

— Uhum... — apenas concordei, dando um sorrisinho.

— Está com fome?  — ele perguntou, enquanto forrava o lençol no chão e colocava a cesta em cima.

— Estou sim! — falei, sentando-me ao seu lado e pegando uma maçã que estava dentro da cesta.

Por um momento, um silêncio constrangedor se instalou entre nós.

— O que foi? Por que está tão calada? — ele perguntou enquanto me encarava.

— Estou com medo...  — admiti.

— Medo de que? — ele perguntou confuso.

— Medo do que eu estou sentindo, medo disso não ser real... — falei, apontando pra nós dois. — Medo do que pode acontecer quando chegarmos à Nova York. Jake, eu estou com medo de acabar me magoando... — falei, sentindo as lágrimas brotarem no canto dos meus olhos

— Ei! — ele me advertiu. — Vem cá! — chamou-me, puxando-me para sentar entre as suas pernas. Encostei minha cabeça em seu peito, apenas sentindo como era bom o calor do seu corpo no meu... — Ness...  — ele falou. — Alguma vez, eu te deixei na mão?

— Não... — respondi.

— Alguma vez, eu menti pra você?

— Não...

— Alguma vez, eu quebrei uma promessa?

— Não... — respondi num sussurro.

— Você confia em mim? — ele perguntou, virando o meu rosto para encará-lo.

— Claro que sim!

— Então, eu te prometo que eu vou ficar ao seu lado, não importa o que aconteça, que eu sempre vou estar lá, para te abraçar e te dar carinho, para enxugar as suas lágrimas e fazer cada uma delas minhas. Nunca, nunca vou deixar alguém te magoar, sabe por quê? — ele me perguntou, olhando nos meus olhos. — Por que eu te amo e eu não sei quantas vezes eu vou ter que repetir isso, para você finalmente acreditar.

— Talvez... Você poderia repetir a vida toda, o que acha? Eu acho que eu ficaria um pouco mais convencida. — brinquei e ele riu.

— Eu acho que seria uma ótima ideia. — Ele falou e aproximou seu rosto do meu, pude sentir seu hálito doce fazer cócegas na minha bochecha e os seus olhos ficaram fixos nos meus.

Ai, meu coraçãozinho de papel, não brinca comigo, Jacob, me beija, anda logo...

Virei meu corpo para ele, fechei os olhos e senti seu lábio tocar no meu, movendo-se lentamente.

Depois, senti sua língua percorrer o contorno dos meus lábios e o beijo começou a ganhar um ritmo mais acelerado.

 Seus braços ganharam vida e começaram a percorrer a minha cintura, puxando-me para fica mais junto do seu corpo quente. Sua mão começou a acariciar as minhas costas, enquanto a outra passeava pelo meu pescoço, senti a sua língua pedir passagem.

Meu corpo inteiro começou a estremecer e, quando senti sua língua quente tocar na minha, me arrepiei toda, puxando-o mais para mim.

Então, ele me deitou sobre o lençol enquanto ainda acariciava o meu pescoço, eu estava tão envolvida, que sentia meu coração bater cada vez mais rápido.

Até que um calor começou a subir pelas minhas pernas, fazendo-o puxar seu corpo para mais próximo do meu, como se fosse possível.

“Renesmee, sua safada, tá na hora de parar, antes que você faça uma besteira... DE NOVO!”

Sai rapidamente de baixo de Jacob, que ficou com uma cara de “não entendi”.

— Nossa... Er... Jake, eu acho que está na hora da gente ir, né?Er... Nós temos muita coisa pra fazer em Nova York. Eu... Eu tenho que adiantar umas coisas pro trabalho, amanhã... Er... Vamos? — falei envergonhada, e, pelo que parece, Jacob percebeu, por que deu uma risadinha nada discreta.

— Ok...  — falou, pegando as coisas.

Voltamos para o carro e continuamos a seguir rumo à Nova York.

[...]

Estava no meu consultório, pegando as fixas de pacientes, enquanto me lembrava de ontem.

Quando Jake e eu chegamos, estranhamente, a Leah não apareceu, não deu notícias, não ligou, não mandou mensagem e não deixou nenhum recado com a secretária do Jacob.

Ele achou extremamente estranho, já que Leah sempre liga pra ele de dois em dois segundos, sempre querendo saber onde, como e com quem ele estava.

Quando ele ligou pra ela, ontem à noite, falando que eles precisavam conversar, ela foi super seca, meio sem jeito, parecia que escondia alguma coisa.

Jake até ficou preocupado. Será que ela descobriu?

Não seria nada agradável, ele não queria mágoa-lá e ela merecia, pelo menos, um pouco de satisfação do que tem ocorrido.

Meu celular vibrou em cima da mesa. Era uma mensagem de Jake.

“Estou indo ai no hospital, tá a fim de dar uma volta pela cidade?”

Rapidamente, respondi:

Claro... Já conversou com a Leah?

Não passou um minuto, ele me respondeu:

“Ainda não. Tentei falar com ela o dia inteiro, mas não faço ideia do que está acontecendo, ela nem olha pra mim direito e quando falo que a gente precisa conversar, ela muda de assunto.

To achando isso tudo muito estranho...

Enfim, to pegando um táxi agora, chego ai em 10 minutos.

“Beijos e nos vemos daqui a pouco...”

Respondi:

“Ok, quando chegar aqui nós conversamos sobre isso.

Estou te esperando.

Beijos.”

Comecei a organizar minhas coisas e arrumar o resto das fixas.

Coloquei meu casaco e virei para pegar minha bolsa, quando ouvi algumas batidinhas na porta.

— Entra... — Falei, ainda de costas. — Pensei que você não viria mais! — falei.

— Nossa, não sabia que estava me esperando... — Ouvi aquela voz conhecida e fiz uma careta.

— Pensei que era outra pessoa, Ryan! — Respondi a o meu adorável e extremamente sedutor colega de trabalho. — O que você está fazendo aqui hein? — perguntei seca, doida pra que ele sumisse logo.

— Bom, eu vim aqui te convidar pra ir num barzinho com o pessoal do hospital, eles estão comemorando o aniversário da Lisa, a enfermeira da pediatria. Como você trabalha aqui, vim te chamar, mas vejo que você não está muito bem hoje, não é? — ele falou e senti um pouco de remorso por ser grossa com ele.

— Olha, Ryan, desculpa, ok? É que eu pensei que você veio aqui só pra me importunar, como sempre. Mas vejo que hoje você está com boas intenções, né? — falei, dando um sorriso torto. — Bom, dê os parabéns a Lisa por mim. Eu não vou poder ir, já tenho outro compromisso marcado.

— Tudo bem, então, falo com ela... — falou cabisbaixo.

— Bom, eu já vou indo... — falei, pegando minhas coisas e, quando estava abrindo a porta, ele segurou meu braço, fazendo-me virar para encará-lo. — O que foi agora, Ryan? — bufei.

— Você nunca vai me dar uma chance, né? — ele perguntou, dando um sorriso triste.

— Eu amo outra pessoa...  — falei.

— Então, eu acho que não vou me arrepender de fazer isso! — ele falou e me puxou, colando nossos lábios.

Agarrou minha cintura, para que eu não fugisse do seu beijo, enquanto eu fiquei em choque, com aquela atitude inesperada.

Tentei me livrar dos seus braços, dando socos e tapas, mas, infelizmente, ele é bem mais forte do que eu, fazendo com que, minha tentativa desesperada de fugir do seu beijo, não passasse de leves cócegas nos seus braços.

— OH, MY GOD! — Ouvi a voz de Claire enquanto a porta se abria.

“Ótimo! Agora eu vou ter que dar explicações para Claire acreditar em mim...”

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — ouvi uma voz conhecida. Era ele.

Juntei todas as minhas forças e dei um bom empurrão no Ryan, que parecia chiclete grudado em mim.

Virei para encará-los e Claire e Jake estavam com expressões totalmente diferentes.

Enquanto Claire estava totalmente assustada,  ao mesmo tempo, curiosa, o rosto de Jake passava uma sensação de dor e desapontamento, o que fez meu coração se partir em mil pedacinhos.

ÓTIMO! E AGORA, RENESMEE?