Minha Caixa escrita por RosangelaC


Capítulo 3
Espelho, espelho meu... Essa sou eu!




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O banheiro da casa de Osmirna era relativamente grande, onde se tinha uma bela ducha, banheira e uma bancada onde se dispunha o lavabo. A área do sanitário era até mesmo serapara das demais. Não que isso fizesse diferença para a mulher, afinal de contas, seu gato é que não iria se incomodar em vê-la usar o banheiro de porta aberta. Apesar de Mr. Miteus ficar muito irritado quando Osmirna o olhava fazendo xixi ou coco em sua caixa de areia. Mas isto realmente não vem ao caso aqui.

–O que você vê? - indagou o loiro posto atrás da mulher.

–Vejo... Nós dois?! - respondeu incerta. Realmente não sabia que resposta o satisfaria, então resolveu dizer o obvio. E como previu, a alucinação de seu sonho não ficou contente.

–Não seja mediocre, Mirna. Não seja tão raza... - rolou os olhos frustrado - O que vê quando se olha no espelho assim?

–Vejo alguém que queria muito estar deitada, dormindo em sua folga, mas não consegue por causa de um maluco oxigenado que não larga do seu pé. - olhou o reflexo emburrado do loiro com indiferença, coçando o olho para tirar algumas remelas acomuladas - Fui menos raza pra você agora?

Osmirna se afastou do entregador, caminhou até o vazo sanitário e se sentou sobre ele com a tampa abaixada. Com os cotovelos apoiados nas coxas, pendeu sua cabeça sobre as mãos e encarou seu algoz de macacão.

–Você está deplorável e mesmo assim finge que esta tudo bem. Que mulher em sã consciência apareceria assim, como uma mendiga, na frente de um homem?

E o rapaz tinha toda razão. Começando pelos cabelos de Osmirna, que mais pareciam um animal morto pelo cheiro e aparência, passando pelo rosto que lhe passava um aspecto doentio pela palidez e restos de escrememtos provindos da gripe, terminando por fim nas roupas que, além de serem exageradamente largas, se encontravam rasgadas além da conta. Realmente deplorável.

–Hey, já basta esse molequinho do caralho me esculachando. Não preciso de mais ninguém pra encher meu saco. Então fica na sua.

–Agora fica ai, descutindo e brigando com a autora. Como se ela fosse te responder ou sequer ligar pra sua opinião. - ditou de braços cruzados, apoiado na bancada - Mesmo se você fosse uma protagonista normal, mas doente, no minimo passaria um sentimento de compaixão nas pessoas, não de nojo.

–Ah é? E como eu faria isso, paquito?

–Vamos começar pelas roupas. Você poderia estar usando sim uma roupa larga e até masculina, com um shortinho curto e bem à vontade, te daria até mesmo um ar sexy. Esse saco de batatas esburacado esta fora de questão. - aproximou-se, pegando o rosto de Osmirna entre as mãos e o virando de um lado para o outro - Seu rosto até que é bonito. Pele branca, bochechas fartas, lábios medianos, olhos grandes... Mas parece que ele não vê água a dias! E falando em não ver água a dias, esse seu cabelo parece que não é lavado a meses.

–Tá, tá... Você pode até ter razão, mas eu to em casa e ninguém se importa.

–Eu me importo!

–Problema é todo seu, amigão.

–Como você pode ser assim? Realmente você é a pio... - antes que ele terminasse, Osmirna o cortou.

–Pra começo de conversa eu estava bem quietinha no meu canto quando você veio com essas maluquices pro meu lado. Mesmo se isso tudo não for um sonho, eu poderia, por favor, ter um pouco de paz na minha própria casa?! To de saco cheio de ter que aguentar um loiro afetadinho dizendo como eu tenho que ser ou agir.

Sem um pingo de paciência, Osmirna se levantou e começou a caminhar para fora do banheiro e, consequentemente, longe do loiro.

–Você não pode dizer essas coisas e me largar falando sozinho assim!

–Posso sim, a casa é minha e eu faço o que eu quiser! - continuou andando, tendo o rapaz em seu encalço.

–Não, não pode. Eu sou seu par romântico e exigo um pouco mais de consideração.

Irritada ela se virou para ele com um olhar ameaçador. Com o punho erguido, Osmirna avançou para cima do loiro, o qual se protegeu usando os braços, defendendo-se de um possível ataque no rosto. Entretanto, a mulher fora mais astuta e no momento que ele fechou os olhos e se encolheu, acertou-lhe em cheio um chute na canela, derrubando-o.

–Se continuar me seguindo, juro que acabo com esse seu rostinho de boneca.- ameaçou, segurando e puxando com vontade uma das orelhas dele - Estamos entendidos?

–SIM! - aflito na ânsia de ser solto do aperto, o loiro respondeu aos berros.

Ainda largado no chão, com a canela doendo e a orelha latejando, ele observou Osmirna continuar pelo corredor, entrar em seu quarto e bater a porta com força.


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Notas finais do capítulo

Penúltimo capítulo. :3



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